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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DO SERTÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

JOSÉ ALCINO DOS SANTOS


MÁRCIA ROSA DOS SANTOS
RAYSA DA SILVA CORDEIRO

Relatório de campo: sobre o desastre da Braskem em Maceió


Alagoas

Trabalho apresentado como requisito


obrigatório da disciplina de Geografia
Econômica do Curso de Licenciatura em
Geografia, para fins de avaliação da AB2.

Delmiro Gouveia-AL
2024
INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa fornecer uma análise concisa e abrangente do


desastre ambiental desencadeado pela empresa Braskem, em alguns dos Bairros
afetados em Maceió-AL,, sendo eles o Bebedouro, Pinheiro e na comunidade
Flexais, juntamente com à lagoa Mandaú. Sendo que a exploração de sal-gema pela
Braskem na região resultou em sérios danos ao meio ambiente e as comunidades
locais, levando a evacuações, rachaduras no solo e deslocamento de famílias
inteiras.

O desastre ambiental provocado pela Braskem nos bairros, situado em


Maceió, Alagoas, é uma trágica demonstração dos impactos nefastos da negligência
corporativa sobre o meio ambiente e as comunidades locais. Desde o surgimento
das primeiras rachaduras no ano de 2018 até os afundamentos de solo e as
evacuações forçadas das famílias afetadas, a situação dos bairros representa uma
crise socioambiental de proporções alarmantes.

O trabalho será apresentado em várias partes, que decorrerá em conta um


pouco de como cada bairro foi afetado, visando entender os impactos sobre o meio
ambiente e a população, as respostas das autoridades e da empresa envolvida,
além de propor medidas de mitigação e reparação. Por meio da análise objetiva dos
dados disponíveis e da visita a alguns dos bairros afetados, pretende-se oferecer
uma visão clara e informada sobre o desastre da Braskem em Maceió-Alagoas,

Por fim, ao entender as causas e consequências desse desastre, esperamos


contribuir para um debate informado e para a adoção de políticas e práticas que
promovam a responsabilidade corporativa, a proteção ambiental e o bem-estar das
comunidades afetadas. O relatório se baseia em uma variedade de fontes, incluindo
relatos de moradores locais e artigos científicos, a fim de apresentar uma análise
completa e imparcial da situação. Além disso, esse caso serve como um lembrete
sombrio dos riscos associados à exploração desenfreada dos recursos naturais e à
negligência das consequências ambientais e sociais. É urgente que se estabeleçam
políticas e regulamentações mais rígidas para garantir a proteção dos direitos
humanos e do meio ambiente, priorizando o bem-estar das comunidades sobre os
interesses comerciais.

ONDE TUDO COMEÇOU

Tudo se inicia com pesquisas de em busca de petróleo na costa litorânea de


Maceió, mas ali não existia petróleo, havia um minério que mudaria completamente
a vida e a forma como a capital alagoana é vista hoje. Em 1941, o conselho nacional
do petróleo iniciou várias perfurações no mangue que fica no entorno da Lagoa
Mundaú, com o principal objetivo de se encontrar petróleo, porém não obtiveram
sucesso na busca do petróleo, ao invés disso entintaram minério de sal a “sal-
gema”, que na época não deram muita importância. Foi aí que um homem chamado
Euvaldo Freire de Carvalho Luz, mas conhecido como Euvaldo Luz que possuía
uma oficina que recebia as sondas para o reparo, observou fragmentos do minério
nelas. Sendo assim ao perceber que estava diante de algo que possuía um grande
valor comercial, então buscou em 1944 o governo federal para obter a permissão
para explorar, só obtendo a permissão após duas décadas em 1966, e após 5 anos
a empresa Dupont uma indústria americana assume a exploração do minério de sal,
dando origem a “Fabrica sal-gema indústria química SA”. Logo em seguida, Euvaldo
Luz vende a sua parte da empresa para a Petroquisa que é uma subsidiária da
Petrobrás.

A instalação da empresa foi sob o disfarce de um discurso de consolidar um


polo ecológico e geração de emprego e renda, onde na verdade se consolidou um
polo cloro químico altamente poluidor e degradador do meio ambiente. Sendo de
suma importância destacar o Ecologista José Geraldo Vanderlei Marques que foi o
primeiro secretário de controle de poluição da cidade de Maceió, e um cidadão ativo
no embate da não instalação atual Braskem ao entorno da lagoa, onde ele destaca a
falta de fiscalização e monitoramento pelo governo estadual, como o instituto de
meio ambiente de alagoas, e pelo governo federal com a agência de mineração.
Segundo Zé Geraldo como é popularmente conhecido, se dedicou a mostrar ao
povo e aos oragos públicos dos perigos enfrentados a curto e longo prazo para a
população e o ecossistema local, porém foi expulso do seu cargo de secretário,
acusado de vários crimes e por fim ameaçado de morte. Em uma conversa com um
técnico ele explicava as consequências da instalação, e foi respondido com a
seguinte frase “é mais fácil Maceió se mudar ao invés da Braskem!”, de fato se
consolidou, e atualmente ele se viu ser despejado da sua própria casa, como previu
e pela empresa que ele tanto odiou.

A Braskem é uma das maiores indústrias petroquímicas do mundo, ela produz


plástico e insumos químicos como; cloro e soda caustica. Ela também é a maior
causadora do desastre socioambiental do mundo. Onde atualmente destruiu o modo
de vida de 60 mil pessoas numa dimensão de 5 bairros.

BAIRRO BEBEDOURO

O bairro Bebedouro enfrenta uma realidade sombria onde a presença da


empresa Braskem deixou marcas duradouras na comunidade local. A Braskem,
renomada empresa do setor petroquímico, tem suas atividades centradas na
exploração de sal-gema na região, uma matéria-prima essencial para diversas
indústrias. Contudo, as consequências desse empreendimento foram devastadoras
para os moradores do Bebedouro. Sendo ele o bairro mais antigo da cidade e o mais
habitado. De forma onde o tecido social e ambiental desse bairro foi profundamente
afetado por uma série de eventos catastróficos desencadeados pela exploração
irresponsável dos recursos naturais. O processo de mineração resultou em
subsidências e rachaduras no solo, que se propagaram como cicatrizes pela
paisagem urbana. Essas fissuras não apenas comprometeram a integridade
estrutural das residências, mas também representaram um perigo iminente para a
segurança e bem-estar dos residentes.
Famílias inteiras foram forçadas a abandonar seus lares, suas raízes, em
busca de segurança e estabilidade em meio ao caos induzido pela ganância e
irresponsabilidade empresarial. A resposta das autoridades, embora tardia, se
materializou na forma de evacuações e medidas paliativas para conter os danos. No
entanto, tais medidas são apenas curativas, não abordam as causas profundas
desse desastre socioambiental. É imperativo que haja uma investigação rigorosa e
transparente sobre as práticas da Braskem e um compromisso inequívoco com a
justiça e a reparação dos danos causados à comunidade de Bebedouro e as outras
que foram afetadas por esse desastre.
Apesar de toda essa situação ainda existem pessoas que residem no
bairro, devido as condições de não terem recebido indenização para poderem se
estruturar em outra localidade, atualmente o bairro fica como uma parte que foi
desconectada da cidade, por terem fechado uma das principais ruas. Nisso Pode ser
dizer que atualmente boa parte da cidade é propriedade da Braskem.

Fonte: Raysa Cordeiro, 2024. Fonte: Raysa Cordeiro, 2024.

BAIRRO PINHEIRO

O bairro Pinheiro fica localizado no centro da subsidência, sendo registrado


em 2018 as primeiras rachaduras em imóveis, tremores de terra, fendas nas ruas,
afundamentos de solo e crateras. O impacto não afetou apenas o Pinheiro, mas
também os bairros do Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol. Ao adentrar no
bairro percebe-se a tamanha destruição causada pela Braskem, nas ruas muitas
placas de sinalização como: rota de fuga, ponto de apoio e entre outros. Grandes
prédios desocupados, casas sendo tomadas pelo mato, todas isoladas para não
serem acessadas e com escolta de guardas 24h.

O pinheiro se tratava de um bairro de classe média alta, onde vivam, médicos,


empresários, desembargadores, juízes, promotores, políticos etc. No bairro também
havia dois hospitais, o sanatório que era um hospital público e que funcionou por um
tempo após a área ser desocupada, mas atualmente está fechado, e o Hospital do
coração que era um Hospital particular e durante o início dos afundamentos estava
recém-inaugurado, mas após a descoberta dos riscos de colapso da minadas abaixo
do bairro, a Braskem pagou uma multa milionária pelos danos para prefeitura de
Maceió, e o município comprou o hospital, que após pouco tempo da compra foi
fechado.

O professor Murilo relata a vivência de algumas pessoas que residiam no


bairro, de modo que durante toda a sua vida viveram ali, até mesmo por várias
gerações e se viram forçadas a sair, levando em conta que o bairro era tranquilo e
bem localizado. Após a evacuação da área o metro quadrado em diversas áreas de
Maceió ficou mais caro, ou seja, as pessoas se aproveitaram de uma desgraça para
fazer dinheiro.

O valor pago pelos imóveis, foi bem abaixo do valor de mercado, o que causou uma
revolta na população, fazendo com que recorressem a justiça em busca dos seus
direitos. O que foi direcionado a população como a melhor escola a se fazer, era que
aceitassem o valor proposto pela empresa, pois o processo judiciário poderia
demorar décadas e não tinha prazo para ser analisado, sendo assim a Braskem
comprou todo o bairro a um valor muito baixo. Mostrando que o poder jurídico é
falho e muito menos a favor do povo!.

Fonte: José Alcino, 2024.


Fonte: José Alcino, 2024.

LAGOA MANDAÚ

No dia 10/12/2023 a mina da Braskem se rompe sob a lagoa Mundaú em


Maceió- AL, o registro foi divulgado pelo prefeito João Henrique Caldas, o colapso
ocorreu na mina 18 da empresa Braskem, a mina se rompeu em cerca de 18 metros
de largura e está a 1,1 mil metros de profundidade, fator que retrata o quanto a
empresa prejudicou os pescadores e moradores da área, assim fazendo com que
desaparecesse espécies na lagoa, como a tainha, mariscos, camurim, Mororó e o
caranguejo, assim sendo o bairro de flechais uma região de predominância para
pescadores que sobrevivem da pesca e da lagoa Mundaú, com a poluição e o
rompimento da mina causado pela empresa e não pelos moradores e pescadores da
lagoa, a pesca atualmente é de apenas 3 kg a 5kg e diminuição de pescadores, pois
se tinha aproximadamente 300 pescadores e atualmente tem uns 80, a empresa
mesmo com toda a economia que possuir com parcerias com a política pública
brasileira e grandes empresas, pagou para os pescadores apenas um auxílio
durante três meses, mas um outro fator de repudio é que a empresa pagar milhões
para fiscalizar toda a área, mas não pagar o certo para com os pescadores e
moradores.
Atualmente a comunidade flechais é a que mais sofre pela perca econômica e
desvalorização do patrimônio e não ter mais como viver aquela vida que se tinha
antes, os comerciantes perderam tudo, antes como comerciante ganhava 3 mil a 5
mil por mês, hoje se resta, apenas um carrinho de churros e o bolsa família que a
esposa recebe, segundo Valdemir Alves dos Santos. A justiça de Maceió está sendo
conveniente com a empresa Braskem, juntamente com os políticos locais, em razão
que o prefeito assinou um acordo de um milhão e seiscentos milhões, onde a
comunidade viveria melhor e que lá seria um paraíso, mas já faz 2 anos e nada de
ocorrer essa obra, muito pelo contrário, querem retirar os moradores sem pagar a
indenização corretamente, os moradores estão morrendo por falta de socorro,
àqueles que não querem deixar seu patrimônio sem ganhar o que realmente custa, e
a Braskem lutar para tirar os moradores e assim se tornar dono de tudo, Braskem
empresa essa corrupta que é contra os direitos humanos e a favor da ganancia e do
poder lucrativo.

Fonte: Marcia Rosa, 2024. Fonte: Marcia Rosa, 2024.

Fonte: Marcia Rosa, 2024. Fonte: Marcia Rosa, 2024.


CONCLUSÃO

Conclui-se a análise do domínio da empresa Braskem em alguns bairros em


Maceió- AL, bairros esses que foram visitados durante a aula de campo que são: os
bairros Bebedouro, Pinheiro e a lagoa Mundaú, revela-se uma presença da empresa
como dominante de um poder lucrativo e a corrupção a favor da economia da
empresa e sendo totalmente contra os habitantes daquela região. Ao longo desse
relatório examinamos os principais elementos que compõem a empresa Braskem
que é o impacto e o poder com a influência da justiça de Maceió e juntamente com
os polípticos, para que assim se tenha a falta de contribuições para com os
moradores e pescadores, por seus direitos na economia, patrimonial, saúde,
educação, saneamento básico e às inflações cometidas contra o meio ambiente na
lagoa Mundaú.
Primeiramente, esteve claro que a presença da empresa Braskem em Maceió
tem sido um terror para com os moradores e pescadores dos bairros que a empresa
tentar dominar a todo custo, pois suas explorações irresponsáveis dos recursos
naturais naquela região, que viviam famílias e toda uma economia para com os
habitantes daquela região, agora a realidade é de processos de minerações que
assim, resultou em subsidências e rachaduras no solo, que se propagaram como
cicatrizes pela paisagem urbana em todos os bairros afetados, a empresa é corrupta
em todos os sentidos, pois não se quer pagar por indenização para os
proprietarios,comerciantes e pescadores, apenas se quer pagar por um valor que
não se é o correto, o poder da segurança contra os habitantes que ainda vivem lá é
de total ganancia e contra todos os direitos humanos.
Além disso, também se destaca a falta que ocorrer contra o meio ambiente
naquela região e na lagoa Mundaú, pois as minerações no solo da terra em alto
nível está gerando consequências graveis para aquela areia de Maceió,
consequências essas que ocorre terremotos, águas sendo poluídas e minas com
riscos de serem rompidas a qualquer momento, fatores que ressalta o quanto a
empresa é contra os princípios de ser uma empresa legalmente.
Mas em última análise, a empresa Braskem tem um grande porte no Brasil e
tendo parcerias da política pública e empresários, por sua mineração também faz
favorecer a produção do plástico e insumos químicos como; cloro e soda caustica,
assim faz com que, o errado seja os habitantes daquela local, habitantes esses que
eram da classe baixa a classe média e de pescadores.

REFERÊNCIAS

https://open.spotify.com/episode/0DIJIox6Sbdu243srYiqlM?si=Fm7KN9-
dSWiC8kUfCtMiaw
https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/audio/2023-
12/lagoa-mundau-desastre-da-braskem-atinge-pescadores
https://youtu.be/fcHGZl3_qPQ?si=qDMQ7UGX3eUeuB6n
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59179804.amp

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