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ESTUDO DE CASO

FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA


“CASO BRUMADINHO” - ATIVIDADE INDIVIDUAL
Após assistir o vídeo de apresentação e slides (links abaixo) sobre Função
Socioambiental da Empresa, elaborar RELATÓRIO respondendo aos itens abaixo
formulados:

1. Apresentar roteiro com levantamento dos fatos reais do “Caso Brumadinho”


2. Identificar quais aspectos da Responsabilidade Social da Empresa foram
transgredidos no “Caso Brumadinho” apontando as implicações no campo da
responsabilidade civil, penal e administrativa.

Conteúdo do Relatório

 Construção da barragem de Brumadinho.


 Causas do rompimento da barragem.
 Rompimento da barragem de Brumadinho.
 Impactos ambientais do rompimento da barragem de Brumadinho
 Vítimas da barragem
 Responsabilidade Social da empresa transgredidos no “Caso Brumadinho”
 Responsabilidade Civil
 Responsabilidade Penal
 Responsabilidade Administrativa.

Analisando os fatos relevantes que contribuíram para o rompimento da barragem da


Mina Córrego do Feijão, será apresentado um sucinto registro dessa estrutura.

CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM

A construção da barragem foi idealizada e construída entre os anos de 1975 e 1976


pela empresa alemã Ferteco, com a finalidade de acondicionar os rejeitos resultantes
de ferro. Em 2001 a vale adquiriu essa mina com todas as estruturas acessórias, a
barragem desde de sua construção sempre teve alteamentos e instabilidade, como
ausências de drenagens dos diques iniciais, e necessidade de execução do recuo da
berna.

Mesmo diante de tantas inseguranças os alteamentos foram projetados e executados,


dez alteamento foram na gestão da empresa Ferteco e 7°,8°,9° e 10° foram
executados na gestão da vale entre os anos de 2003 e 2013 unicamente em uma
única etapa.

Em 2016 o Sr. Gerd Peter Poppinga – Diretor Executivo de Ferrosos e Carvão da


Vale, determinou via e-mail a paralização da barragem por conta dos problemas
relativos a estabilidade. Desde já fica evidente a ciência de que a barragem continha
problemas de estabilidade há tempos e esse fato era conhecimento de executivos do
alto escalão da vale.

CAUSAS DO ROMPIMENTO DA BARRAGEM

O Sr. Gerd Peter Poppinga em um depoimento a CPI deixou claramente


estabelecido anomalias apresentadas pela barragem, contudo isoladamente pequenas
mas em conjunto se tornariam grandes. As anomalias era subestimadas pela
empresa Vale e as devidas providencias deixaram de ser tomadas , resultando em
uma tragédia criminosa, ceifando a vida de 270 pessoas, causando danos
irreparáveis.

Em segunda análise em agosto de 2016 foi elaborado um relatório Técnico da


Auditoria Extraordinária , um relatório de segurança regular pela a empresa
Geoconsultoria, foi produzido devido ao Decreto n°46.933, de 2 de maio de 2016 do
Governo do Estado de Minas Gerais , e a Resolução CONJUNTA Semad/Feam
n°2.372, de 6 de maio de 2016, bem como ao requerido na Portaria m°416, de 3 de
setembro de 2012, do Departamento Nacional de Produção Mineral(DNPM).

O documento tecnico apresentou um histórico da barragem e características técnicas


,instrumentação de monitoramento, caracterização do rejeito, informações sobre
seguranças operacionais e informações conforme as normas (CNRH). Além disso
reportou informações e possíveis causas que levaram a barragem a se romper.

 Incertezas e duvidas em relação a presença de filtros verticais ou de tapetes


drenastes, estruturas de drenagem interna do dique inicial e dos alteamentos
iniciais;
 A empresa Vale não disponibilizou os dados da instrumentalização e
monitoramento da barragem;
 Foram identificados registros de anomalias relativos à ocorrências de
artesianismo em piezômetros na plataforma larga da barragem (cota 899m)
isso já deixa claro que o fenômeno ocorria desde de 2005 ou 2006.
 Havia registros comprovados zonas de alta pressão nas partes mais
profundas do rejeitos;
 Registros de ocorrências de níveis d`agua suspensos entre as camadas de
rejeitos.

Concluindo de acordo com o especialista Peter Robertson o rompimento


ocorreu pela estrutura da barragem que estava bastante deformada, com
infiltração de chuvas fortes, a barragem era íngreme e úmida, o material era
fofo, saturado, pesado e frágil.

ROMPIMENTO DA BARRAGEM NA MINA CORREGO DO FEIJÃO

Ocorreu na data 25/01/2019 em uma sexta – feira as 12h:28 por volta da hora do
almoço da empresa. O desastre deixou 270 mortos, câmeras instaladas no local no
local captaram o momento do rompimento, a velocidade da lama foi de 80 km/h,
alcançou o rio Paraopeba as 15h50. O resgate das vitimas logo foi iniciado, as
sirenes de segurança não foram acionadas para alertar os funcionários e moradores
da região.

Em 27/01/209 as 5h30 as sirenes tocaram, fazendo o anuncio de risco do


rompimento da barragem B6, situada ao lado da B1. A proximadamento 24 mil
moradores conseguiram evacuar do local, o rompimento causou um imensurável
dano ambiental, afetou a vida das vitimas da comunidade e de toda região de uma
forma irreversível.

IMPACTOS AMBIENTAIS DO ROMPIMENTO DA BARRAGEM EM


BRUMADINHO.

O rompimento da barragem deixou impactos na vegetação de acordo com os dados


preliminares divulgados pelo Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis, indicam a perda de 133,27 hectares de Mata
Atlântica. O órgão chegou a aplicar 250 milhões de reais em multas contra a
empresa com base na Lei de Crimes Ambientais. O impacto afetou povoados que
precisam da mata atlântica para sobreviver Como é o caso do rio Paraopeba, um dos
afluentes do rio São Francisco, que alimenta a aldeia Naô Xohã, formada por 27 famílias
que têm a pesca como uma das principais formas de sobrevivência e alimentação. Os índios
que vivem à margem do rio dependiam dos peixes que antes habitavam a afluente e que
agora estão com odor e mortos. A água antes consumida por animais diretamente no rio, se
tornou imprópria para consumo e reduziu a disposição de oxigênio na água, o que afetou em
cheio plantas e animais aquáticos. Além disso, o solo afetado tem uma grande chance de ter
suas características alteradas, já que ao secar, a lama formará uma camada dura que afetará
a fertilidade da terra.

VITIMAS DA BARRAGEM EM BRUMADINHO

A tragédia da Vale em Brumadinho deixou 270 pessoas mortas, incluindo duas


mulheres grávidas. Depois de quatro anos, 267 vítimas foram encontradas e
identificadas. Três continuam desaparecidas.
Mais de 1.400 dias após o rompimento da barragem, as buscas continuam. A estratégia
atual é o uso de estações de busca, equipamentos que fazem uma espécie de
"peneiramento" e separam o rejeito de minério de ferro de possíveis segmentos
humanos.

Responsabilidade civil, penal e administrativa


Pelo artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, as atividades e
condutas lesivas ao meio ambiente podem gerar responsabilização civil,
administrativa e criminal, sem prejuízo de possível condenação por
improbidade ambiental[1] e reparação de danos individuais às vítimas e
trabalhadores.
O artigo 14, parágrafo 1º da Lei 6.938/81 estabelece a regra da
responsabilidade objetiva por danos ambientais, ou seja, o degradador
deve indenizar e reparar os danos independentemente da existência de
culpa (negligência, imprudência ou imperícia).
 o artigo 3º, IV da Lei 6.938/81 traz um conceito amplo de poluidor,
considerado a “pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental”. 
Responsabilidade Civil: danos ao direito individual (vida, integridade
física, saúde e propriedade) decorrentes do desastre ambiental,
denominados de danos reflexos  aplica-se o mesmo regime de
responsabilidade civil dos danos ambientais: independe de culpa, é
informada pelo risco integral e impede, em regra, a alegação de
excludentes.

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