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DESASTRE DE BRUMADINHOS

Acidente na barragem da Mina do córrego do feijão em


Brumadinhos
A EMPRESA

• A Mina Córrego do Feijão, de propriedade da empresa Vale, faz parte do


denominado Complexo Paraopeba, no município de Brumadinho, Estado de
Minas Gerais. A Vale adquiriu os direitos minerários e o controle acionário da
Mina Córrego do Feijão da Ferteco Mineração S.A. em 27/04/20017 .
LICENCIAMENTOS

• A B1 foi implantada na década de 1970, quando não existia licenciamento


ambiental no Brasil. Em 1992 a empresa Ferteco, então proprietária da
barragem e da mina do Córrego do Feijão, realizou um Licenciamento
Corretivo (LOC), conforme preconiza a legislação. A Fundação Estadual de
Meio Ambiente (Feam) revalidou essa LOC em 2003 e o Conselho Estadual de
Política Ambiental (Copam)  em 2008.
• Os alteamentos foram regularizados apenas em 2009, por meio de um processo
de licenciamento onde não se exigiu da mineradora um estudo de impacto
ambiental aprofundado, o chamado EIA/RIMA.
O ACIDENTE

• No dia 25 de janeiro de 2019, às 12:28, ocorreu o rompimento da barragem B I


de contenção de rejeitos de minério de ferro. Calcula-se que a velocidade da
lama alcançou cerca de 80 quilômetros por hora, grande parte desta massa de
material desceu pelo vale do Ribeirão Ferro-Carvão e no seu caminho
encontrou as barragens de contenção de sedimentos B IV e B IV-A, que
também se romperam. Do rompimento resultaram 249 mortes confirmadas e 21
pessoas desaparecidas (dados de 5 de setembro).
Visão da barragem B I após o rompimento, a partir
da crista da barragem B VI

Visão do caminho do rejeito após o


rompimento da B I, a par r da crista da B VI
DRENAGEM DA BARRAGEM

• A água que flui, ou percola, por todo o reservatório e pelo barramento deve ser drenada
com a máxima eficiência, pois, caso contrário, a pressão neutra (poropressão) poderá
afetar a estabilidade da estrutura.
• Conforme explicitado no Relatório de Inspeção de Segurança Regular de 2015 da B I (RISR de
2015 da B I), elaborado por Pimenta de Ávila, não havia sistema de drenagem interna no
dique de partida, o dique inicial e os alteamentos iniciais foram executados sem sistema de
drenagem interna. Os vários relatórios produzidos desde 2015 apontam que apenas a partir
do 4º alteamento (cota de pé igual a 898,00m) é que se tinha convicção da existência de
drenagem interna na B I.
• O sistema de drenagem interna existente apresentou problemas quanto a sua manutenção,
ano após ano. Verificou-se em alguns pontos a saída de colóide, isto é, água misturada com
particulas de solo, para fora da barragem, potencialmente fragilizando sua estrutura
NASCENTE DE ÁGUA NA MONTANTE

• Existia uma contribuição de uma nascente de água localizada em terreno


natural, a montante do reservatório contribuindo para o surgimento de
humidade no Talude
ANOMALIAS RECORRENTES

• Constatamos por meio da análise das Fichas de Inspeção Regular (FIR), Relatórios
de Inspeção de Segurança Regular (RISR) e Relatórios de Anomalias, que muitas
não-conformidades eram corriqueiras na B I, o que demonstra a falta de cuidado
com a adequada conservação da barragem
• 90% das FIR mostravam problemas com a drenagem superficial; aproximadamente
53% delas indicavam presença de vegetação alta ou arbustiva em alguma região
da barragem; cerca de 58% relatavam a presença de animais, com destaque para
a grande quantidade de bovinos; em 45% delas eram relatadas a existência de
recalques, deformações, trincas e/ou pontos de erosão nos taludes do barramento.
• Desde 2015 foram produzidos, por empresas diversas, vários estudos sobre a
probabilidade de liquefação da B I
Drenagem superficial da barragem obstruída com Erosão causada por vazamento de água da tubulação de drenagem que
acúmulo de água na crista do barramento foi danificada por gado

Erosão no acesso à barragem


IMPACTOS SOCIO-AMBIENTAIS

• Segundo ultimo levantamento feito pelo IEAF – instituto federal de


florestas a área total ocupada pelos rejeitos vindos da barragem de
brumadinho até o encontro com o rio Paraopeba é de 290,14 hectares o
que equivale a quase 300 campos de futebol, deste total a área da
vegetação impactada representa 147,38 hectares.
• O ecossistema foi atingido com a perda de biodiversidade,
contaminação da água e do solo, além de comunidades indígenas que
vivia a margem do rio Paraopeba foram afetadas, assim como
pequenos agricultores e pescadores da região.
PENALIDADES

• Pelo artigo 225, parágrafo 3º da Constituição Federal, as atividades e condutas


lesivas ao meio ambiente podem gerar responsabilização civil, administrativa e
criminal, sem prejuízo de possível condenação por improbidade ambiental[1] e
reparação de danos individuais às vítimas e trabalhadores.

O artigo 14, parágrafo 1º da Lei 6.938/81 estabelece a regra da responsabilidade
objetiva por danos ambientais, ou seja, o degradador deve indenizar e reparar os
danos independentemente da existência de culpa (negligência, imprudência ou
imperícia).
Com base no Decreto 6514/2008 o Ibama aplicou uma multa de 250
milhões de reais à mineradora Vale As violações são: causar poluição que
possa resultar em danos à saúde humana; tornar área urbana ou rural
imprópria  para a ocupação humana; causar poluição hídrica que torne
necessária a interrupção do abastecimento de água; provocar, pela
emissão de efluentes ou carregamento de materiais, o perecimento de
PENALIDADES

• Segundo dados da Semad, foram aplicados 11 autos de infração em decorrência do


rompimento da barragem no dia 25 de janeiro de 2019.

• Após um ano da tragédia de Brumadinho, a Vale quitou quase integralmente as multas


ambientais aplicadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável de Minas Gerais (Semad). Apesar disso, a mineradora não reconheceu
ainda as penalidades impostas pelo governo federal, através do Ibama e do Ministério
do Trabalho e Emprego.

• A Vale já quitou R$ 99,3 milhões. O valor pago representa 94,6% das multas aplicadas
pelo órgão ambiental mineiro
FONTE

• https://www.conjur.com.br/2019-jan-30/rafael-moreira-responsabilidade-envol
vidos-brumadinho

• https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/SST/SST_acidentes_de_trabalho/Relat
orio_Analise_Acidentes_SAMARCO-BRUMADINHO.pdf

• https://exame.com/negocios/ibama-multa-vale-em-r-250-milhoes-por-tragedia-
em-brumadinho/

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