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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL DA

ATIVIDADE DE MINERAÇÃO DE AREIA


NA BACIA DO RIO ITAJAÍ-AÇU
– SANTA CATARINA –

Acadêmicos:
Fabricio Granzotto Pucci
Michael Maiochi
Paulo Roberto Lopes
Ricardo Sieves
Introdução
 O EIA/RIMA, sobre a Atividade de Extração de Areia na Bacia do Rio
Itajaí-Açu, tem como premissa atender a exigência contida em
Inquérito Civil Público, que consta no TERMO DE COMPROMISSO DE
AJUSTAMENTO DE CONDUTA, celebrado entre o
•Municípios de Blumenau, Gaspar, Ilhota, Itajaí e Navegantes
•IPA-FURB
•UNIVALI
•Sindicato da Indústria de Extração de Areia do Estado de Santa
Catarina – SIEASC
•Associação de Moradores Bairro Bela Vista, de Blumenau
•Associação dos Moradores da Rua Luiz Franzói, de Gaspar
•Associação dos Moradores da Rua Pedro Simon, de Gaspar
•Fundação do Meio Ambiente – FAEMA, de Blumenau
•Sociedade Amigos do Rio Itajaí - SARITA.
•Ministério Público Federal
•Ministério Público Estadual
•Fundação do Meio Ambiente – FATMA
•IBAMA
•Polícia Ambiental de Blumenau-SC
•Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM
•Departamento de Edificações e Obras Hidráulicas – DEOH
•6o Pelotão de Polícia Ambiental de Santa Catarina
•Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí
 Os fatos que motivaram a realização deste
EIA/RIMA, advêm de alguns anos atrás, quando se
iniciou o ajuntamento de diversos documentos e
dados relativos à atividade de mineração no leito do
rio Itajaí-Açu, incluindo reclamações da sociedade
civil organizada, em que apontavam a preocupação
no sentido de serem revistos os parâmetros até
então adotados em seu licenciamento e fiscalização.
APRESENTAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO

 A região de estudo está localizada na porção


centro-norte do Estado de Santa Catarina,
inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí.
 Esta bacia encontra-se constituída por sete
sub-bacias, dentre as quais a sub-bacia do
Itajaí-Açu, com 2.794 km².
 As empresas mineradoras participantes deste
EIA/RIMA atuam nesta sub-bacia, no trecho
que vai desde Blumenau até a sua foz, junto
ao Oceano Atlântico.
Mapa de localização da área de estudo.
Mapa com a divisão dos municípios do Baixo Vale do Rio Itajaí.
 Ao longo do rio Itajaí-Açu a atividade de extração de
areia é intensa.

 O problema começou em 1986, quando o extinto


DNOS iniciou um programa de retificação da calha
original do rio, a fim de minimizar os efeitos das
enchentes.
Processos de desbarrancamento das margens na divisa dos municípios
de Blumenau/Gaspar, iniciados em 1986 após a retificação do rio pelo
extinto DNOS.

 A retilinização de diversos trechos do rio fez com que aumentasse


a velocidade de escoamento das águas fluviais e assim inicia-se
um processo de erosão em determinadas áreas
CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE
MINERADORA

Taxas Reais de Variação do PIB (%) Fonte: IBGE.


 A areia caracteriza-se pelo baixo valor e grandes
volumes produzidos. O transporte responde por
cerca de 2/3 do preço final do produto, o que impõe a
necessidade de produzi-las o mais próximo possível
do mercado, representado pelos aglomerados
urbanos.
Bacias hidrográficas do Estado de Santa Catarina.(Fonte: Santa Catarina, 1997)
Produção de areia na Bacia do Rio Itajaí-Açu, em Santa Catarina
Principais estatísticas do setor areeiro.
 Segundo dados do Anuário Mineral Brasileiro 2001,
relativo ao ano 2000 (DNPM, 2001b), a reserva nacional
de areia era de 703.158.225 m³, sendo que o estado de
Santa Catarina contribuiu com um volume de
41.530.391 m³. Desse total, o município de Itajaí
participou com 1.060.601 m³,

 A quantidade produzida no país foi de 155.288.897 m³,


com valor de produção de R$ 907.434.681,00,
perfazendo 2,67 % da produção mineral brasileira.

 Desse total, o estado de Santa Catarina participou com


5.792.819 m³, com valor de produção de R$
33.380.912,00.
Descarregamento de
minério concomitante
com a sua classificação
granulométrica.

 Com relação à produção de areia em leito de rio deve ser destacado


também que, nos últimos anos, se estabeleceu uma tendência de
substituição das dragas fixas (Beaver) por dragas auto-carregáveis e
propelidas (Hoper), que proporcionam melhor aproveitamento da jazida,
menores custos de produção para grandes distâncias de dragagem e
menores áreas de pátio de descarga.
Draga auto carregável em operação de extração de areia no leito do rio Itajaí-Açu.
Método de Extração

 A extração de areia do leito do rio é efetuada


utilizando-se de balsas que operam no sistema de
dragagem por sucção.
 A balsa é equipada com aspirador hidráulico que, uma
vez direcionado sobre o leito, succiona os sedimentos
para um compartimento no seu interior.
 Uma vez carregada, a balsa desloca-se até a margem
onde é efetuada a operação de descarregamento, que
se inicia através do lançamento de jatos d’água no
interior do compartimento, visando a descompactação
da areia e, a seguir, o bombeamento do material para o
depósito situado na margem do rio, onde é
temporariamente estocado antes de ser carregado nos
caminhões.
Lançamento de água no interior do compartimento para desagregação do minério e posterior
descarregamento.
Bombeamento do minério para o depósito situado na margem do rio.
Método de Beneficiamento

 A areia extraída do leito do rio não sofre qualquer tipo de


beneficiamento, além da sua classificação granulométrica.

 Após o descarregamento e classificação, o minério fica


estocado nas redondezas da margem ribeirinha, sendo que a
água utilizada no bombeamento retorna ao rio através de
calhas ou tubulação enterrada.

 Os resíduos retidos nas peneiras, tais como argilas, folhas,


raízes e outros fragmentos vegetais (ciscos), são recolhidos e
posteriormente vendidos ou doados.
No descarregamento do minério, a água utilizada no bombeamento retorna ao rio através de
tubulação enterrada.
Visão panorâmica das instalações da mineradora Extrativa de Areia e Britagem Santa Catarina Ltda., que
produz brita e areia de brita.
 PLANOS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS
 Plano de Recursos Hídricos
 Programa de Gerenciamento Costeiro Integrado
 Programa de Desenvolvimento da Infra-Estrutura Turística
(PRODETUR)

 PLANOS E PROGRAMAS EM ÂMBITO ESTADUAL


 Plano Global e Integrado de Defesa contra as Enchentes da
Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu (PLADE)

 PLANOS E PROGRAMAS EM ÂMBITO REGIONAL


 Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí
METODOLOGIA E ÁREAS DE INFLUÊNCIA

Áreas de influência consideradas no EIA / RIMA.


DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

 MEIO FÍSICO

 ASPECTOS CLIMÁTICOS

 Para o presente trabalho, realizou-se uma coleta de


dados da estação meteorológica situada no município de
Itajaí (SC).
 Os dados meteorológicos desse trabalho correspondem a
uma série histórica de 1981 a 1996, sendo coletados em
três horários diários: 9:00, 15:00 e 21:00 h., horário de
Brasília.
 Também foram usados dados complementares das
estações meteorológicas de Blumenau e de Indaial.
 ASPECTOS HIDROLÓGICOS

 A Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí drena uma área aproximada de 15.500


km².
 Seu principal rio é o Itajaí-Açu.
 Em sua extensão estão localizados vários municípios cuja importância à
economia regional e estadual é significativa.
 Sendo a área de estudo, compreendida pelos municípios de Blumenau,
Gaspar, Ilhota, Itajaí e Navegantes.
 Qualidade das Águas

 O rio Itajaí-Açu banha importantes centros industriais, como


Blumenau, que tem grande parte de sua economia voltada para
a indústria têxtil, e Gaspar, que abriga uma das maiores
indústrias brasileiras de processamento de soja, sofrendo
impactos antropogênicos crescentes.

 O parque industrial da região é composto por quase 3 mil


unidades industriais entre pequenas (90%), médias (7,9%) e
grandes (1,61%).

 Cerca de 700 delas estão em processo de licenciamento


ambiental junto à FATMA.

 60 podem apresentam maior potencial poluidor, sendo


responsáveis por 80% da carga poluidora lançada na bacia.
Lixo recolhido do rio Itajaí-Açu, numa campanha de limpeza do rio que teve a participação dos extratores de
areia.
Qualidade dos Sedimentos

Mapa de localização dos pontos de amostragem no estuário do rio Itajaí-Açu.


Valores de metais pesados disponíveis (mg/Kg), encontrados nos
sedimentos superficiais do estuário do rio Itajaí-Açu.
ASPECTOS SEDIMENTOLÓGICOS

 Avaliação da produção de sedimentos.

 Janeiro/2002 - estudo de batimetria em dois


trechos do rio, onde não houve atividade mineradora
durante dois anos consecutivos.

Paulo
Paulo
 Sobreposição ao levantamento realizado pelo DEOH
( Departamento de Edificações e Obras Hidráulicas ),
em janeiro de 2000.

 Entre os dois períodos de amostragem, houve um


aumento generalizado na profundidade dos dois
trechos, indicativo de processos erosivos.

Paulo
Paulo
Paulo
 Estas análises permitem concluir que as altas
descargas fluviais, ocorridas entre setembro e
outubro de 2001, determinaram a elevação do
nível do rio em até 11,2 metros, ocasionando a
erosão de grande parcela dos sedimentos
depositados nestes trechos.

Paulo
Dados Sedimentrométricos na
Bacia do Rio Itajaí-Açu

 Obtenção de dados da ANEEL, da estação


sedimentrométrica de Indaial, entre agosto de 1976 e
outubro de 1998.

Paulo
Dados brutos empregados para avaliação do aporte sedimentar à área de estudo.
(FONTE: Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL)
Paulo
Curva-chave da relação vazão x concentração de sedimentos, entre agosto de 1976 e
outubro de 1998, para Indaial (estação 83690000).

Paulo
 Média anual entre 285.630,00 m³ a
1.362.227,00 m³ de sedimentos.

Paulo
Projeções estimativas do volume disponibilizado de sedimentos para a área
extrativa do Médio e Baixo Vale do Rio Itajaí-Açu.

Paulo
 Observa-se que o aporte sedimentar é
significativo, podendo resultar em processos
de assoreamento do leito, com
relacionamento direto na problemática das
cheias no Vale.

Paulo
Aspectos Geomorfológicos

Formas de relevo presentes no Baixo Vale do Rio Itajaí. Através da


imagem de satélite, pode-se observar os relevos montanhosos que
circundam as áreas planas do vale do rio Itajaí.
Paulo
Aspectos Pedológicos

 Região montanhosa: podzólico vermelho-amarelo álico

 Ao longo dos vales dos rios: Glei-Húmico

 Morros que circundam as praias: cambissolo

 Planície costeira: podzólico indiscriminado

Paulo
Aspectos Geotécnicos

Estabilidade dos taludes

• 24 novas seções entre Blumenau e Itajaí.


•Indicar restrições para extração de areia.

Paulo
 Fator de segurança:
 Perfil geométrico transversal (batimetria)
 Perfil geológico do substrato (sondagens)
 Parâmetros geotécnicos do solo (amostras
coletadas)

Paulo
Área de estudo com as localizações das seções e os furos de sondagens.

Paulo
Paulo
Paulo
Paulo
 Simulações realizadas no software STABL, mostram
que há maiores probabilidades de deslizamento
escavando-se a partir do pé dos taludes.

 Fator de segurança reduzida para as seções de 1 a


19, enquanto que da 20 a 24 o FS foi
significativamente mais elevado.

 A composição desfavorável da natureza e geometria


dos materiais, mostram alta probabilidade de
ocorrência de deslizamentos dos taludes sem a
influência humana.
Paulo
 Foram simulados aprofundamentos no centro do rio,
até serem atingidos FS de no mínimo 1,5. (seções de
1 a 19)

 Para as seções de 20 a 24 foram realizadas as


mesmas simulações, porém com distância mínima
de 35 m das margens.

Paulo
Análise dos resultados
Fatores de Segurança (FS) mais críticos das seções estudadas.

Paulo
 A extração de areia influi na estabilidade dos
taludes, uma vez que modifica a geometria
da seção, porém a remoção de material pela
própria natureza também provoca tal
instabilidade.

Paulo
Conclusões e Recomendações
Profundidades máximas para a extração de areia no meio do rio Itajaí-Açu.

Paulo
Profundidades e afastamentos permitidos (em metros), para a extração de areia
no rio Itajaí-Açu, sem prejuízo da estabilidade dos taludes.

Paulo
MEIO SÓCIO-ECONÔMICO

 Introdução

 Caracterização dos Municípios

Boca
Entrevistas Realizadas com os Atores Ambientais,
Membros da
Comunidade e Mineradores de Areia

 Tempo de Residência;
 Tempo de Atuação;
 Problemas Ocasionados pela Extração de Areia;
 Responsáveis pelos Problemas;
 Soluções para os Problemas;

Boca
 Responsáveis pela Implantação das Soluções

 Aspectos Positivos da Atividade

 Problemas não Decorrentes da Mineração

 Comparação dos Problemas

 Sustentabilidade da Atividade Minerária

 Métodos de Divulgação de Programas de Orientação e Educação


Ambiental PLANOS DE MONITORAMENTO E PROGRAMAS
AMBIENTAIS

Boca
Avaliação dos Impactos Ambientais
Descrição da Metodologia aplicada

 Procurou-se detectar e qualificar os impactos, buscando quantificar


a magnitude de seus efeitos sempre que cabível e mensurável.

 Conhecimento de todos os fatores ambientais que potencialmente


poderiam ser afetados pela atividade:
- Físico e biótico – com ênfase na região aquática
- Antrópico – destaque para a população circunvizinha

 Matriz Simplificada de Correlação de Impactos Ambientais – que


indica a ocorrência de impactos da atividade mineradora nas fases
de implantação, operação e desativação;

Fabricio
Matriz simplificada de Correlação de Impactos Ambientais para
extração de areia no leito do rio Itajaí-Açú
Medidas Mitigadoras e Compensatórias
Fase de implantação

Impactos:

 aceleração dos processos de erosão e assoreamento;

 possibilidade de comprometimento do patrimônio


arqueológico;

 riscos de redução da fauna local;

Fabricio
Fase de Operação

Impactos:

Modificações na qualidade do ar e condições sonoras;


Modificação na qualidade das águas fluviais;
 poluição acidental;
 prejuízos a Ictiofauna do ambiente
fluvial/estuarino;

Fabricio
Carregamento e transporte de minério;

Sobrecarga do sistema viário;

Eventuais impactos causados por conflito das atividades


operacionais da extração de areia com atividade pesqueira;

Proliferação de vetores de doenças em áreas de acumulação


temporária de lixo e sucatas;

Fabricio
Fase de Desativação

Impactos:

 Remoção superficial da cobertura vegetal;

 Liberação de mão-de-obra;

Fabricio
Medidas de Potencialização de Impactos Positivos
Fase de operação

Impactos

Geração local e regional de empregos :


- Local para o preenchimento dos postos de serviço
(diretos e indiretos);
- Cursos de capacitação técnica para a formação de
mão-de-obra especializada;

Fabricio
 Como resultado dessas ações, almeja-se renda e
empregos com concentração regional, melhoria da
capacitação da população local, disponibilização de
mão-de-obra treinada para trabalhar na mineração,
assim como melhoria da renda per capita municipal.

Fabricio
Medidas Compensatórias

 Aquisição de um terreno (1.500m2) pelo sindicato dos


mineradores onde possa ser implantado um viveiro
que produza 100.000 mudas/ano;

 Doação de um barco de alumínio de 5m de


comprimento, com motor de 15 hp;

Fabricio
Cenários prospectivos
Prognóstico das condições ambientais
sem a atividade mineradora

 A restrição, e conseqüente diminuição da atividade mineradora


de areia significa um retrocesso sócio-econômico para a região
centro-leste do estado de SC;

 Promoverá um impacto negativo no meio antrópico;

 Abandono do atual esforço governamental e privado de


transformar esta região num pólo industrial e turístico;

Fabricio
Prognóstico das condições ambientais com a
atividade mineradora

 Os impactos ambientais não foram considerados de


grande importância e magnitude, na sua maioria
podendo ser mitigados de forma a garantia a
manutenção da qualidade ambiental;

 Impactos não significativamente agravantes dos


processos esperados a partir das atuais tendências
de desenvolvimento regional;

Fabricio
PLANOS DE MONITORAMENTO E PROGRAMAS
AMBIENTAIS

Os planos e programas ambientais aqui propostos referem-se às ações


complementares que deverão ser desenvolvidos pelos mineradores e/ou
empresas
legalmente selecionadas, para desenvolver os serviços de controle,
avaliação e
monitoramento, além de propor e executar os projetos de
gerenciamento e gestão
ambiental para a região.

Boca
 Plano de Gestão Ambiental;
 Programas de Controle Ambiental para a Fase de
Operação
 Programa de Prevenção e Monitoramento de

Processos Erosivos, Assoreamento e


Instabilidades Físicas;
 Programa de Melhoria do Trânsito nas Imediações das

Mineradoras

Boca
 Programa de Acompanhamento de Dragagens no Leito do Rio;

 Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Fluviais e


Estuarinas;

 Programa de Monitoramento Ictiofaunístico do Rio Itajaí-Açu;

 Programa de Recomposição da Vegetação;

 Programa de Comunicação Social e de Monitoramento da


Percepção Comunitária;

 Programa de Educação Ambiental;

 Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico; Boca


 Programas de Controle Ambiental para a Fase de
Desativação:

 Programa de Recuperação Ambiental para Áreas Mineradas;

Boca
Conclusões

 Procurou-se detectar e qualificar os impactos


decorrentes da atividade nas fases de implantação,
operação e desativação dos empreendimentos
minerários;

 Os principais impactos detectados para a atividade


extrativa em leito de rio podem ser sintetizadas da
seguinte forma:

Fabricio
 Na fase de implantação os impactos negativos são as modificações na
qualidade das águas superficiais e fluviais, os prejuízos à ictiofauna, a
aceleração de processos erosivos, a poluição acidental e a remoção da
cobertura vegetal com o conseqüente afugentamento da fauna local. Como
impactos positivos, tem-se a geração de empregos e de negócios e renda
para as indústrias e o comércio local.

 Na fase operacional, os impactos negativos estão associados à qualidade


do ar e das condições sonoras, modificações na qualidade da água fluvial,
poluição acidental, prejuízos à ictiofauna e aos ecossistemas bentônicos,
eventuais acidentes rodoviários e possíveis conflitos com as atividades
pesqueira da região.

 Os impactos positivos são a geração de empregos e de negócios e renda


para o comércio local.

 Na fase de desativação o principal impacto é o desemprego de toda a mão-


de-obra contratada durante a fase de operação da atividade mineradora,
agravando um problema social já existente.
Fabricio
 Foi apresentada uma série de medidas mitigadoras de impactos
negativos que deverão ser assumidas pelos mineradores, assim
como as medidas potencializadoras de impactos positivos a serem
adotadas.

 Além das medidas propostas, indicou-se os planos e programas


ambientais referentes às ações complementares que deverão ser
desenvolvidos pelos mineradores para desenvolver os serviços de
controle, avaliação e monitoramento ambiental para a região.

Fabricio
 Como prognóstico das condições ambientais, tem-se que a
restrição, e conseqüente diminuição, da atividade mineradora de
areia significa um retrocesso sócio-econômico para a região centro-
norte do Estado de Santa Catarina, em especial para os municípios
que compõem o Médio/Baixo Vale do Rio Itajaí, podendo acarretar
uma redução nas oportunidades de geração de riquezas na região.

Fabricio
 A mineração ajuda a dar sentido a todo um segmento da política
nacional de desenvolvimento econômico da região.
 A areia, como bem utilizado diretamente na indústria da construção
civil é, dentre os bens minerais produzidos na região, o que tem maior
possibilidade de escassez à curto prazo.
 A disponibilidade deste recurso mineral vem dia a dia declinando em
virtude de inadequado planejamento e a crescente pressão exercida
pela preservação ambiental, que tem levado ao encarecimento do
produto.
 Por ser uma atividade ligada essencialmente aos centros urbanos,
esse encarecimento vem prejudicando programas governamentais de
alto cunho social como transporte, saneamento básico, habitação e
outros, onde sua utilização é fundamental.
 Desta forma, a escassez deste recurso natural próximo às áreas de
consumo pode levar ao desenvolvimento de novas fontes de produção
cada vez mais afastadas da região, o que é preocupante, visto que,
como matéria prima de baixa relação preço/volume, as fontes de
produção devem estar o mais próximo possível do mercado
consumidor.

Fabricio
 Outro aspecto importante nesta análise conclusiva deste
EIA/RIMA é o fator econômico.

 A extração de areia no rio Itajaí-Açu abastece importantes


núcleos de expansão urbana da região litorânea centro-
norte do Estado, como Balneário Camboriú e Itapema,
municípios cujo crescimento imobiliário apresenta posição
de destaque.

 Também abastece os pólos regionais de Blumenau e Itajaí,


além da vasta área que vai de Piçarras a Itapema. Ainda,
atende primordialmente a boa parte dos municípios do Médio
e Alto Vale do Itajaí, assim como as regiões do oeste do
estado, que não dispõem de fontes locais significativas de
recursos minerais para a indústria da construção civil.

Fabricio
 atividade extrativa de areia ao longo destas últimas
décadas tem colaborado decisivamente para a
redução dos episódios de enchentes que fazem
parte da história desta região.

Fabricio
 O Estudo de Impacto Ambiental realizado, além de se constituir
como um instrumento de planejamento para os municípios
locais, apontando suscetibilidades ambientais (para fins de
preservação ou de controle de conservação) da área em
estudo, tem como principais avaliações dos impactos previstos
que os impactos negativos podem ser perfeitamente
controláveis por medidas de mitigação preventivas ou
corretivas, destacando-se que para todos os impactos
apresentam- e medidas mitigadoras associadas a algum Plano
ou Programa Ambiental.

Fabricio
 Deve-se ser apontado também que a proposição do Plano de
Gestão Ambiental, que objetiva fornecer ao empreendedor uma
estrutura que garanta manejo e recuperação ambiental da
forma mais adequada para cada situação tem, como premissa,
o acompanhamento dos demais Programas e Planos
mitigadores e/ou compensatórios, garantindo, dessa forma, a
efetiva implementação das medidas propostas.

Fabricio
 Finalizando, no que diz respeito ao meio natural os impactos
ambientais identificados e analisados como sendo gerados pela
indústria da mineração de areia, não foram considerados de
grande importância e magnitude, na sua maioria, podendo ser
mitigados de forma a garantir a manutenção da qualidade
ambiental também no seu segmento natural.

 Não há porte da atividade mineradora a ser desenvolvida ao


longo da área de estudo, que justifique observar seu impacto
global na região como discrepante ou significativamente
agravante dos processos esperados a partir das atuais
tendências de desenvolvimento regional. Esta atividade
representa um papel potencializador de desenvolvimento na
economia catarinense.

Fabricio
Recomendações
 Sugestão de Normas para o Disciplinamento do Licenciamento
Ambiental dos Empreendimentos que Extraem Areia no Rio
Itajaí-Açu

 Normas Gerais:
1. Demarcação;
2. Cercamento do empreendimento;
3. Umectação das vias de acesso;
4. Sistema de tratamento e disposição de efluentes sanitários, e caixa
cimentada para coleta de água com óleo e graxa;
5. A troca de óleo lubrificante das dragas e embarcações só deve ser
efetuada à margem do corpo d’água;
6. Atendimento ao Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta;
7. Apresentação dos documentos exigidos pela FATMA.

Boca
 Normas Específicas:

 Apresentação da licença;
 Atendimento as seguintes resoluções do Conselho
Nacional do Meio Ambiente:

 Resolução CONAMA no 20, de 18 de junho de 1986,


que dispõe sobre a poluição das águas;
 Resolução CONAMA no 1, de 8 de março de 1990,
que dispõe sobre poluição sonora; e
 Resolução CONAMA no 3, de 28 de junho de 1990,
que dispõe sobre poluição do ar.

Boca
 Não realizar dragagem de ilhas fluviais;
 Realizar a extração sem alterar as margens ou o leito fluvial
do curso d’água;
 Implantar obras e/ou medidas de proteção das margens no
local de atracação das dragas;
 Manutenção de uma distância mínima de 200m das
estruturas de pontes e outras obras de arte;
 As águas provenientes das pilhas de areia deverão sofrer
decantação;
 Redução da área de pátio de manobras;
 Deverá ser revegetada a área do pátio, ao término das operações.

Boca
Normas para a Recuperação de
Áreas Degradadas

 Revegetação das áreas marginais do rio;

 Deve-se prever o cercamento das áreas, para impedir o trânsito no


local e o acesso de animais, e o plantio de cortina vegetal no
entorno da propriedade;

 Os empreendimentos que promoverem desmatamento e/ou


degradação irregular deverão incluir áreas equivalentes às
mencionadas para recuperação, numa proporção igual ou superior à
área degradada;

 Dar início imediato à revegetação em APP;

 Manutenção das áreas revegetadas;

Boca
Disposições Finais
 1. A fiscalização destas disposições deverá ser feita de forma integrada
entre a FATMA, FAEMA, FAMAI, IBAMA, DNPM e a Polícia Ambiental;

 2. A renovação da Licença de Operação só será outorgada se assinado


o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta pelo qual o
empreendedor se obriga a executar todas as medidas propostas;

 3. O não cumprimento de quaisquer das obrigações assumidas sujeitará


o empreendedor à interdição do empreendimento, sem prejuízo da
responsabilidade civil e criminal; e

 4. A Licença de Operação deverá ser reavaliada a cada vinte e quatro


(24) meses, facultando-se ao órgão competente sua cassação, no caso
de não cumprimento dos critérios estabelecidos na concessão da
licença.

Boca

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