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ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO

AMBIENTAL DA RODOVIA INTER-PRAIAS


EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC

Alexandre Motta
Carlos Roberto Sette Junior
Cristian Stotenberg
Gustavo Vianna Henning
1. INTRODUÇÃO
• Estudo de impacto ambiental (EIA) e respectivo
relatório de impacto ambiental (RIMA) da
implantação e pavimentação da rodovia Inter-
Praias.
• Possibilita o acesso dos bairros barra do rio
Camboriú ate a Br 101, Mata camboriú, praias de
Estaleirinho, no município de balneário Camboriú,
SC.
.....
• A obra foi uma iniciativa da prefeitura municipal de
Balneario Camboriú e foi elaborado de acordo com o
disposto na resolução do conama Nº 001, de 23 de
janeiro de 1986.
• O projeto proposto não altera o traçado da estrada
Costa Bravo, já existente e o trajeto completo da
rodovia é de 14,4 Km.
• A estrada serve a uma população local de 4000
pessoas, sendo a viabilização do acesso as praias o
principal objetivo.
1.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Tabela 1 - Características técnicas da Rodovia

Velocidade Diretriz (Km/h) 60


Extensão (m) 14.400
Declive maximo (%) 17,4
Trecho em curva 8.640
Trecho em tangente (m) 5.760

Tabela 2 - Sub-trecho Pista simples

Largura das pistas (m) 7,00


Largura dos acostamentos (m) 1,50
Largura do passeio (m) 1,50
Largura da ciclovia (m) 2,00
Largura da faixa de domínio (m) 15
1.2 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS

• O traçado projetado para a via turística impõe


Limitações de velocidade pois suas condições
geométricas são voltadas para o trafego
turístico.
1.3 ASPECTOS DO PROJETO
• O projeto de terraplanagem define a implantação
da seção geométrica mediante a alternância de
cortes e aterros com a destinação dos volumes
envolvidos.
• Os materiais de escavações são destinados a
aterros e o excedente, pelo corpo do projeto,
destinado a bota fora.
1.4 PAVIMENTAÇÃO

• A pavimentação é composta de uma infra-


estrutura, que da suporte a uma camada de
rolamento que propicia aos deslocamentos
segurança e conforto.
• O dimensionamento das camadas constituintes
teve como referencial estudos geotécnicos,
características de transito previsto, horizonte do
projeto e aspectos econômicos.
1.5 OBRAS DE DRENAGEM

• O projeto de drenagem tem concepção,


dimensionamento e detalhamento dos dispositivos
necessários à proteção da obra contra a ação das
águas pluviais oriundas da plataforma ou terrenos
adjacentes.
• O projeto aborda soluções em dois níveis, ou seja,
drenagem pluvial com construção de bueiros, taludes
e talvegues e drenagem profunda, ou seja, o lençol
freático interceptado pelos terraplenos será drenado
1.6 SERVIÇOS COMPLEMENTARES
• Sinalização vertical e horizontal
• Revestimento de calçadas
• Execução de cercas
• Remanejamento de redes de água e luz
• Iluminação
• Execução de áreas de lazer
• Estabilização de encostas
• Arborização
• Mão-de-obra
2. ÁREA DE INFLUÊNCIA

O Projeto de • Praia das Taquaras,


pavimentação abrange: • Praia do pinho,
• Barra do Camboriú, • Praia do estaleiro,
• Ponta Aguda, • Praia do Mato
• Praia das Laranjeiras, Camboriú,
• Praia das Taquarinhas,

• Ponte do Malta.
MAPA DE LOCALIZAÇÃO
Balneário
Camboriu

Itapema
3. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
3.1 CLIMA

• Clima úmido

• Precipitação 1733mm

• Temperatura média do mês mais frio 15,2ºC


(julho
3.2 GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E SOLOS
• Rochas granitóides • Solos autóctones
extremamente • Solos alóctones
homogênea • As condições geológico-
• Pedras para confecção geomorfologicas;
de muros • Com base nos estudos
• Planície Costeira conclui-se
marinha Quartenária • Especial atenção
• Relevo
• altitude
3.3 FLORA E VEGETAÇÃO

• Quanto aos impactos indiretos


• Quantos aos impactos diretos
• Quanto a Vegetação existente ao longo da
estrada
• Fitofisionomia
• Quanto ao trecho com o novo traçado
3.4 FAUNA

• Uma grande variedade • Animais; Tamanduá,


de espécies tatu, gambá, etc...
• Espécies citadas pela • Répteis: Jararaca, coral
comunidade local etc...
• Os estudas da fauna • Peixes: Peixe porco,
são completos e robalo, tainha etc...
confirmados por • Crustáceos: Lagosta,
moradores camarão etc...
• Pássaros: Urubu, quero- • Moluscos: Marisco,
quero, araponga etc... ostra etc...
3.5 ATIVIDADES ECONÔMICAS NA ÁREA

• Pesca artesanal

• Cultivo de mariscos

• Extração de minérios nas pedras


3.6 USO DO SOLO

• Agricultura de subsistência

• Algumas áreas em processo de civilização

• Cobertura da vegetação
4. DESCRIÇÃO DOS POSSÍVEIS IMPACTOS
AMBIENTAIS.
4.1 METODOLOGIA PARA ANÁLISE E
AVALIAÇÃO

Os impactos foram avaliados segundo duas categorias:

• Os que ocorrerem durante a execução das obras (E)


e,
• Após o término da obra (P).
• A avaliação dos impactos foi enfatizada sobre as
condições futuras da região e seus reflexos
ambientais e sócio-econômicos.
• Impactos positivos são aqueles que trazem beneficio,
ambiental ou econômico.
....
• Negativos são aqueles que alteram os componentes
físicos e biológicos e os fatores sócio-econômicos.

4.2 Parâmetros de Avaliação:

• Temporária ou Permanente.
• Reversível ou Irreversível.
• Magnitude.
• Importância.
4.3 AVALIAÇÃO

• A matriz deve ser analisada como um todo, evitando


interpretações tendenciosas. Os impactos devem ser
inter-relacionados.
• A qualificação, análise e avaliação dos impactos
foram feitas por equipe interdisciplinar.
• O programa de monitoramento, ao longo do
horizonte temporal, permite a confrontação dos
impactos indicados.
TABELA 3 - MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
DO MEIO FÍSICO E BIOLÓGICO.

DURAÇÃO REVERSIBILIDADE

MAGNITUDE IMPORTÂNCIA

IRREVERSÍVEL
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL
NEGATIVO
INDIRETO

POSITIVO
DIRETO

MÉDIA

MÉDIA
BAIXA

BAIXA
ALTA

ALTA
IMPACTOS (FÍSICO E BIOLÓGICO)
1. Erosão E P E/P E/P E/P P E E/P
2. Alteração da drenagem superficial E P E/P E/P E/P E/P E/P
3. Assoreamento dos corrégos E/P E/P E/P E/P E/P E/P
4. Qualidade das águas superficiais P P P P P P
5. Qualidade das águas subterrâneas P P P P E P
6. Qualidade do ar E/P E/P E P E/P E/P E/P
7. Ruídos E P E/P E P E/P E/P E/P
8. Deposição de "bota-fora" E E E E E E
9. Alteração da Paisagem E E E E E E
10. Alterações na flora e vegetação E P P E E/P E/P E/P E/P
11. Alteração na fauna terrestre E/P E/P E/P E/P E/P E/P
12. Alteração na fauna aquática E/P E/P E/P E/P E/P E/P
TABELA 4 – MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
SÓCIO-ECONÔMICOS
DURAÇÃO REVERSIBILIDADE

MAGNITUDE IMPORTÂNCIA

IRREVERSÍVEL
PERMANENTE
TEMPORÁRIO

REVERSÍVEL
NEGATIVO
INDIRETO

POSITIVO
DIRETO

MÉDIA

MÉDIA
BAIXA

BAIXA
ALTA

ALTA
IMPACTOS (SÓCIO-ECONÔMICO)
13. Desapropriações E E E E E E
14. Transtornos para a comunidade E E E E E E
15. Mão-de-obra alocada E E E E E E
16. Mudanças na ocupação do solo urbano P P P P P P
17. Infra-estrutura urbana básica P P P P P P
18. Abastecimento de água potável P P P P P P
19. Controle dos resíduos sólidos P P P P P P
20. Valorização das propriedades E/P E/P E/P E/P E/P E/P
21. Aumento do tráfego P P P P P P
22. Modificações do cotidiano da população P P P P P P
23. Melhoria do trânsito E P P P P P
24. Patrimônio histórico e arqueológico P P P P P P
25. Turismo e lazer P P P P P P
26. Qualidade da água para balneabilidade P P P P P P
27. Saúde e educação P P P P P P
28. Aproveitamento da população local P P P P P P
4.4 SÍNTESE DOS RESULTADOS

• A matriz apresenta equilíbrio entre os impactos


positivos e negativos.
• Os impactos negativos são de número 15, sendo a
maioria de baixa magnitude e decorrentes da própria
obra e,
• 66% deles tem seu efeito reduzido após o término da
mesma, considerando as medidas mitigadoras e
programa de monitoramento.
....

• Dos impactos positivos, 85% relacionam-se com


aspectos sócio-econômicos e ocorrência após o
término da obra.
• Os impactos que ocorrem exclusivamente no
decorrer da obra (E) representam 17,85%.
• 50% dos impactos ocorrem após o término (P).
• O restante, 32,15% manifesta-se tanto durante como
após a implantação da obra (E/P).
• 57% dos impactos são de alta importância para a
melhoria da qualidade de vida da população local.
5. MEDIDAS MITIGADORAS

• Erosão
• canaletas;
• terraplanagem;
• revegetação.

• Assoreamento
• manutenção das canaletas;
• evitar a erosão.
....

• Transtorno para a comunidade e turistas

• obras em meia pista;


• paralisação das obras;
• diversas frentes de trabalhos;
• medidas especiais de segurança na temporada;
• cuidados especiais em locais com grande
concentração de pessoas.
....

• Instalação do canteiro de obra

• escolha do local de instalação;


• fossa séptica e filtro anaeróbico;
• caixa de gordura;
• caixa de retenção de óleo;
• projetado de modo a suportar o volume de
efluentes gerados.
....

• Retirada da vegetação

• será retirada cuidadosamente;


• sem utilização de fogo;
• madeira retirada energia/matéria prima;
• reutilização do $.
....

• Recomposição da
Vegetação

• será feita nos taludes de


cortes e aterros assim
que estes forem sendo
executados;
• hidrossemeadura.
....

• Detonações

• pré-detonações em grandes blocos de rocha;


• confecção de muros de arrimo;
• realizado com fogo controlado;
• se estas interferirem com a população local será
marcada previamente;
• blocos de rochas com aspectos visuais ruins serão
isoladas.
....

• Mão-de-obra

• características que deveram ser observadas:


- local de residência durante a obra;
- destinação após o término;
- localização da família.

• monitorar uma possível fixação na área de estudo;

• impedir que o empreendimento seja um atrativo para a


migração para a área do empreendimento.
....

• Alteração da drenagem superficial

• revegetação das margens da rodovia ou áreas no


entorno do empreendimento;

• Qualidade da água subterrânia e superficial

• instalação de redes de tratamento de esgoto


domésticos e efluentes;
....

• Camada húmica do solo

• remover e estocar para posterior utilização na


recuperação de áreas degradadas ou aplicados
sobre os taludes de corte e aterros gerados no
empreendimento;

• Alteração na flora da região

• compensação;
6. Programas de Monitoramento e
de Acompanhamento
 Serve para monitorar a eficiência da aplicação
das medidas mitigadoras.

 Durante a execução da obra:

 Acompanhamento periódico, mensal, semanal


ou diário conforme a necessidade.
....
 Na planilha de monitoramento deverão estar
descritos os procedimentos realizados durante a
execução da obra tais como:
 A vegetação da faixa de alargamento será por
processo manual.
 A recomposição paisagística será por revegetação.
 Necessidade de rega e adubação para o
desenvolvimento da vegetação plantada e natural.
 Plantio de espécies vegetais arbóreas para
melhorar a fixação do recomposição paisagística.
....

 Após a execução da obra:

 Programa de acompanhamento e de
monitoramento da qualidade das águas
superficiais e subterrâneas para o abastecimento
público e saneamento.
 Programas de aproveitamento e racionalização
das águas da região.
....
 Nº ligações da CASAN na Mata de Camboriu.
 Nº de usuários que se beneficiam de poços
cachoeiras ou nascentes.
 Estado de assoreamento e grau de poluição dos
cursos da água.
 Coleta e análise da água na temporada e fora
dela, para controle sanitário.
....

 Programa de monitoramento e
indicadores ambientais e sociais:

 Serve para avaliar o desenvolvimento futuro


desta região, baseado principalmente nas
diretrizes do plano diretor sendo avaliado:
....

 Urbanização:
 Alteração da párea urbana através de
fotografias aéreas e imagens de satélite.(3
anos)
 Nº coliformes fecais e totais nas praias pela
Secretaria do Meio Ambiente (semanal no
veraneio e mensal fora dele).
 Expansão da rede de eletrificação. (anual).
 Taxas de população urbana. (IBGE)
....

 Veraneio:
 Nº de veranistas
 Receita estimada U$
 Tx. ocupação da rede hoteleira
 Permanência média nos hotéis
 Gasto médio diário estimado por pessoa.
....

 Turismo:
 Movimento estimado de turistas
 Receita estimada
 Tx. ocupação da rede hoteleira
 Permanência média nos hotéis
 Gasto médio diário estimado por pessoa.
....

 Pesca artesanal e mariculura:


 Nº de pescadores artesanais em atividade
 Produção de pescado
 Nº de pescadores com mudança de atividade
 Produção de moluscos
....

 Programa de educação ambiental e de


valorização sócio-cultural da
comunidade:
 Coordenado pela Secretaria Municipal da
Educação, EPAGRI, UNIVALI, dirigido para a
comunidade nas escolas, junto aos pescadores,
e associa coes de moradores para o processo de
melhoria da própria qualidade de vida.
....
 Articulação institucional:

 Participação de vários órgãos para monitorar e


acompanhar o processo de desenvolvimento da
região.
 FATMA e Pref. Municipal Regularizar o
desmatamento.
 DER e Dep. Trânsito Municipal Para o controle de
tráfego durante as obras.
 CELESC ampliação da rede energia elétrica.
....
 CASAN abastecimento de água, implantação rede
de esgoto sanitário e seu tratamento final.

 Secretaria Municipal; do Meio Ambiente, saúde e


saneamento para a verificação da balneabilidade
através do monitoramento do processo de
desenvolvimento da região.
7. CONCLUSÕES

• A implantação da rodovia incentivará a


instalação de novas atividades econômicas
ligadas ao turismo, permitindo o
desenvolvimento econômico por onde passa;
• Para harmonizar o crescimento sócio-
econômico da região com a melhoria da
qualidade de vida e proteção ambiental deve-
se fiscalizar e controlar o uso dos recursos
naturais;
....

• A execução da obra trará alterações


significativas sobre o ambiente físico e
biológico, porém os principais impactos
ocorrerão sobre os aspectos sócio-
econômicos posteriores à implantação da
rodovia.

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