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Engenharia Civil

MANANCIAL VARZEA DAS FLORES

Amanda Teixeira da Silva – 31710197


Izabela Rocha Pimenta - 317122480
Luciene Dias de Santa Ignêz - 31713438
Samuel Costa Martins - 317122479
Thais Viana Perdigão - 31716167

Luiz Carlos (Hidrologia) / Margareth (Saneamento Básico e Meio Ambiente)

Belo Horizonte, 25 de junho de 2021


1. Introdução
A água é fundamental para a preservação da vida, em virtude de o ser humano
ser composto por 60% e alguns animais aquáticos 98% de água. Por essa razão é
necessário ter conhecimento e domínio sobre ela, compreender a sua distribuição e
movimentação no planeta (SPERLING,1996).
Na visão da engenharia a qualidade da água vai além da simples fórmula
molecular (H20). Isto devido às suas propriedades, a capacidade de transportar
partículas e incorporar as impurezas, definindo assim a suas características
(SPERLING,1996).
Hidrologia é a ciência que estuda a água na natureza. Especificamente analisa as
propriedades, os fenômenos e a distribuição da água no mundo. Pode-se afirmar
também que o progresso e o grau de utilização dos recursos hidráulicos indicam o papel
importante da hidrologia no aproveitamento e acréscimo de conhecimento (PINTO e
outros, 1976).
A constante movimentação da água é conhecida por ciclo hidrológico, no qual
ocorre a variação da água em estado sólido, líquido ou gasoso. A mudança de estado ou
posição em relação à Terra segue as linhas do ciclo, empenhando-se para uma
distribuição composta (PINTO e outros, 1976).
A distribuição de água no planeta ocorre de forma desigual, e a escassez hídrica
prejudica diversas partes do mundo. Portanto, compreende-se que, a evolução das
densidades populacionais relacionado aos impactos causados pelo mesmo sobre a
disponibilidade hídrica, é importante para estimar a qualidade ambiental e fundamentar
a gestão de redes hidrográficas (POMPEO, SAMWAYS; 2020).
O controle das atitudes humanas sobre o meio ambiente é conhecido como
saneamento ambiental, na qual é caracterizado por ações socioeconômicas que tem
como finalidade alcançar maiores níveis de salubridade ambiental, ampliando os
serviços fundamentais de saúde pública (POMPEO, SAMWAYS; 2020).
2. Objetivo

2.1 Objetivo Geral


A finalidade principal deste estudo é identificar as características da bacia
hidrográfica e apresentá-las, assim como resolver questões específicas propostas do
córrego da Estiva.

2.2 Objetivo Específico


● Identificar as pressõ es antró picas na bacia hidrográ fica;
● Identificar na carta topográ fica o có rrego proposto;
● Identificar montante e jusante;
● Calcular a vazã o, volume.

3. Metodologia
Este trabalho consiste em analisar o reservatório Várzea das Flores, com ênfase
na bacia hidrográfica da região de Betim proposta para o estudo. Os recursos utilizados
para a análise foram artigos científicos, livros, revistas e como principal análise a carta
topográfica no aplicativo do Google Earth.
Para o desenvolvimento dos cálculos foram utilizadas informações do material
ofertado pelo orientador da disciplina, assim como os dados topográficos. Já os dados
conceituais foram baseados em pesquisas em materiais complementares.
Artigos

Carta
topográgica

4. Resultados
Referente ao estudo de caso e diante do tema proposto foi apresentado atividades
para melhor desempenho dos integrantes. Portanto, continuamente serão expostas as
propostas e soluções desenvolvidas em conjunto.
Para a realização das atividades a partir da questão c, a bacia hidrográfica
estabelecida para o grupo foi o córrego da Estiva.

A. Uma extensão de área total de 394m e instalado sobre uma formação de granito
guinasse. O coeficiente de permeabilidade do solo da área do lago é igual 1,75 m/dia;
cota de altitude mínima enquadrada em 850m e máxima em 980m com a largura da base
constituída em 98 m. Calcule o volume de água flui para a adução em 1 hora?

980−850
Q=1,75 . . 394 Q=914,64 m³ /dia
98

3
914,64 x m
= x=38,11 m ³
24 h 1h
B. Acontece que, em Dezembro de 2020, durante 3 dias o volume pluviométrico na
área atingiu 200mm de chuva (média histórica de 256,9mm para o mês de dezembro) e
forçando o coeficiente de permeabilidade do solo da área alagável não altera do lago
para 4 m/dia. Assim, calcule qual o volume de água irá fluir para a adução em 1 hora
neste período do ano?

980−850
Q=4,00 . . 394 Q=2.090,61m ³ /dia
98

3
2.090,61 x m
= x=87,11 m ³
24 h 1h

C. Mediante o comparativo dos resultados (A e B), o que irá acontecer com o


barramento (aduçã o) no período citado (dezembro) e o que poderá acontecer à
jusante do barramento em termos de impactos socioambientais, ou seja, quais os
efeitos finais (da saída da adutora até o conjunto Olimpia Bueno Franco)? Para tal
basta utilizar os quadros de AIA (Avaliaçã o de Impactos Ambientais) que se
seguem para enquadramento de tais (caracterize os (03) impactos para melhor
elucidar apó s a compreensã o dos fatores ambientais associados). Dica: Indique o
agente gerador do impacto (fonte) e as consequências dos mesmos. Pesquise!
Qual a Característica
Q Característica de
incidência? Espacial do Característica temporal?
u reversibilidade?
Direto (d) impacto? Impacto permanente (IP) Medida proposta para mitigar
Impacto reversível
e Quais os impactos ambientais? Indireto (i) Local (L) Impacto temporário (IP) o impacto
Impacto irreversível
Cumulativo (c) Regional (R) Impacto cíclico (IC)
s
Nacional (N)
t
ã MELHORA E LIMPEZA
o INUNDAÇÕES IMPACTO IMPACTO NO SISTEMA DE
DIRETO LOCAL
TEMPORÁRIO REVERSÍVEL DRENAGEM DAS
C AGUAS

J ASSOREAMENTO DO
CONTENÇÃO DE
CURSO D’ÁGUA
u EROSÕES; INSERÇÃO
IMPACTO IMPACTO
s DIRETO LOCAL DE BARREIRAS PARA
TEMPORÁRIO REVERSÍVEL
a IMPEDIR O ACUMULO
n DE SEDIMENTOS

t
e IMPACTO IMPACTO INSERÇÃO DE
EROSÃO DIRETO LOCAL
TEMPORÁRIO REVERSÍVEL COBERTURA VEGETAL
D. Respondidas as questões acima, cada grupo ficará com uma micro bacia
hidrográfica no município de Betim. Feito o sorteio, cada grupo deverá utilizando a
carta topográfica do município:

o Marcar os pontos e anotar os valores das cotas onde as curvas de nível


interceptam o rio principal (rio mais longo. Em caso de dúvida, adote arbitrariamente o
rio principal);

o Localize os pontos altos ao redor da malha fluvial (pontos cotados – todas as


cotas de altitude a montante que definem a direção do escoamento);

o Determine o contorno da micro-bacia, unindo esses pontos altos (as ligações


NÃO são retilíneas: interprete a topografia pelas curvas de nível) → divisor de água;
o Identifique o canal principal;

o Ordene a bacia pelo método Otto Pfafstetter, diferenciando os canais de


diversas ordens na bacia (faça uma legenda).
CÓRREGO DA ESTIVA
COTAS:
818, 878,
990,
1000,
1032.
E. No entorno de cada micro bacia, esta compreendida a estimativa populacional
para o ano de 2040. O valor qETA é de 3%; Qs é 1,6 L/s; e t é de 16 horas.

Córrego da Córrego Ponte Córrego Córrego Bela


Córrego
estiva Alta Cachoeira vista
Consumo médio per capita 185 l/dia 160 l/dia 220 l/dia 170 l/dia
Coeficiente de variação diária 1,20 1,20 1,20 1,20
K1
Coeficiente de variação 1,5 1,5 1,5 1,5
horária K2
População futura da região 35.000 8.000 51.000 23.300
(2040)
Variável Estimativa (respostas)
35.000 . 185
Vazão média Q=
86400
¿ 74,94 l/ s

Vazão de produção (Qprod) (L/s) Q


∏ ¿= 16 (
74,94 . 1,20 .24
1+
3
100)+1,6=140,54 l/ s ¿

Vazão da adutora de água tratada (Qaat) 74,94 . 1,20. 24


Q AAT = +1,6
(L/s) 16
¿ 136,49 l/ s

Vazão de distribuição (Qdist) Q DIST =74,94 . 1,20 . 1,5+1,6


¿ 136,49 l/ s

Q=74,94 l /s Q=269,78m ³ /h

Volume do reservatório 269,78 xm ³


=
16 h 1h

x=16,86 m ³

F. Selecione os dados pluviométricos de uma estação meteorológica no entorno do


reservatório utilizando o hidroweb da ANA e calcule a média histórica da precipitação.
Anexe também a os dados da estação selecionada. (OBS: apenas as bacias código
1944101 e 1944055 estão ativas. Verifiquem qual destas estará ativa no dia da coleta e
desenvolvam a questão).
O sistema forneceu valores do ano de 1976 a 2021 (os anos de 1999 e 2000 não constam na planilha).

G. Explique como a falta de


gerenciamento adequado do volume de
á gua pode impactar o abastecimento da
populaçã o da RMBH.

No Brasil, existem poucos estudos que


analisam o acesso à á gua e ao esgotamento
sanitá rio na perspectiva dos direitos
humanos. Segundo pesquisadores dados
relacionados à localização do domicílio,
bem como sexo, renda, escolaridade, e
cor ou raça do responsável pela
residência, são aspectos denotam
profundas desigualdades. Portanto, leis
complementares estabelecem que na
gestã o da Regiã o Metropolitana de Belo
Horizonte deve ser observado os
princípios de reduçã o das desigualdades
sociais e territoriais e aconselham a
integraçã o dos sistemas de abastecimento
e esgoto sanitá rio do aglomerado
metropolitano. Recentemente o Plano
Diretor de Desenvolvimento Integrado da
Regiã o Metropolitana de Belo Horizonte
propô s uma Política Metropolitana
Integrada de Saneamento Bá sico, o que
poderá alterar o quadro de dispersã o e baixa dependência espacial. Além disso, a Lei
Federal do Saneamento Bá sico recomenda a universalizaçã o e equidade dos serviços de
saneamento no Brasil. Desse modo, o reconhecimento dos direitos humanos à á gua e ao
esgotamento sanitá rio confirma a ideia do acesso universal, sem discriminaçã o a estes
serviços. Contudo, a falta do gerenciamento adequado do volume de á gua pode acarretar
em diversos problemas em relaçã o ao abastecimento das regiõ es metropolitanas, uma vez
que o descontrole do volume de á gua que é reservada e a á gua que é distribuída, pode
ocasionar a escassez ou até mesmo a falta desta.
H. Após o diagnóstico, considere que todas as regiões das bacias citadas não
possuem: Esgoto e nem água tratada; Não existe coleta de lixo e Regiões infestadas por
vetores. Assim, elabore um prognóstico (medida mitigadora) para a bacia hidrográfica
na qual o grupo foi selecionado. Lembrem-se que todos os córregos mencionados
desaguam no Rio Betim e neste sentido, devem propor medidas de forma que os
resíduos sejam tratados na fonte e não podem de maneira alguma serem direcionados ao
Rio Betim in natura. Para tanto, pesquisem sobre formas alternativas de tratamento de
esgoto para elaborar as propostas e indiquem uma e os passos para aplicação a mesma.
Pesquisem também sobre a realidade de saneamento em Contagem e Betim pra compor
a pesquisa e terem subsídios de escrita.

Sabe-se que que o tratamento bioló gico é um dos métodos mais efetivos para a
estabilizaçã o da matéria orgâ nica nos esgotos, tendo em vista que o pró prio esgoto é
composto por uma grande variedade de bactérias, que por sua vez, processam os
poluentes orgâ nicos. Existem diversas alternativas de tratamento de esgoto utilizadas
como meio de impedir que tais resíduos impactem de forma negativa os recursos hídricos,
bem como o meio ambiente como um todo.

Dentre estas alternativas, estã o inseridos:

● Lagoas de estabilizaçã o: trata-se de um método de tratamento bioló gico, onde a


estabilizaçã o da matéria orgâ nica ocorre por meio da oxidaçã o bacterioló gica. As
lagoas de estabilizaçã o sã o classificadas como anaeró bicas, aeró bicas, de
maturaçã o e facultativas, de acordo com o método de tratamento utilizado.
● Lodo ativado: trata-se de um sistema de tratamento onde o processo de digestã o
da matéria é acelerado devido à alta concentraçã o de bactérias em flocos de lodos
presentes.
● Reator anaeró bio: trata-se de um método de tratamento bioló gico de esgotos que
se baseia na decomposiçã o anaeró bica da matéria orgâ nica.
● Filtros bioló gicos: tratam-se de dispositivos utilizados para o tratamento de
esgoto, através de microrganismos decompositores, que crescem em um leito fixo
inerte.
● Jardim filtrante: trata-se de um pequeno lago composto por pedras, areaia e
plantas aquá ticas, onde ocorre o tratamento de esgoto.
● Fossa séptica: trata-se de uma unidade de tratamento primá rio de esgoto
doméstico onde é feita a separaçã o e transformaçã o físico-química da matéria
orgâ nica.

Para o caso em questã o, considerou-se a adoçã o do método de lodo ativado, tendo


em vista o percentual de habitantes que nã o tem acesso a esse tratamento, bem
como a necessidade de qualidade elevada do efluente, e a á rea de implementaçã o.
Entretanto, é importante pontuar o alto grau de mecanizaçã o e elevado consumo
de energia elétrica.
O sistema é composto pelo tanque de aeraçã o, pelo tanque de decantaçã o e a
recirculaçã o do lodo. Nele, o efluente passa pelo reator, onde a matéria orgâ nica é
removida, e posteriormente, levada ao decantador, onde ocorre a formaçã o do
lodo devido a sedimentaçã o da biomassa. O lodo por sua vez, é composto por
bactérias que decompõ em a matéria orgâ nica em moléculas mais simples, como
CO2 e H2O, e é reenviado para o reator, com o intuito de gerar o aumento da
concentraçã o dessas bactérias no tanque de aeraçã o.
A recirculaçã o deste lodo faz com que o tempo de detençã o hidrá ulico seja menor,
bem como as dimensõ es do reator.

Figura 1 - Etapas do processo de Lodo Ativado

Fonte: Ló gica Ambiental

I. Considerando que as condições hidrológicas da região, calcule:


O gradeamento, o medidor de vazão, o decantador e uma lagoa de estabilização para a
bacia sorteada. Todos os cálculos devem ser demonstrados. Aponte as principais
limitações do seu dimensionamento.

Dimensionamento da Lagoa Facultativa

Dados:

População: 444.784 habitantes


Consumo diário de água: 110 l/hab.dia
DBO afluente: 300 mg/l
Taxa de aplicação superficial: 200 DBO/hec.dia

Vazão Efluentes:
Q=hab . cons . água
Q=444.784 . 0,11
Q=48.926,24 m3 /dia
Carga Afluente de DBO:
C=Q . So
C=48.926,24 .0,3
C=14.677,87 Kg DBO /dia
Área requerida para a lagoa:
c
A=
Ls
14.677,87
A=
200
A=73,39 ha ou 733.893,6 m²
Bibliografia
BURIGO MARIN, CAMILA – Alternativa de tratamento de esgoto sanitário para o
município de Itapema, SC – Curitiba: 2014.

Google Earth Website. http://earth.google.com/,2009.

L. DE SOUZA PINTO, NELSON; CARLOS TATIT HOLTZ, ANTONIO; AUGUSTO


MARTINS, JOSÉ; LUIZ SIBUT GOMIDE, FRANCISCO – Hidrologia Básica – São
Paulo: Blucher, 1976

POMPEO, RAQUEL; SAMWAYS, GUILHERME – Saneamento Ambiental –


Curitiba: Editora InterSaberes,2020.

VON SPERLING, MARCOS – Introdução à qualidade das águas e ao tratamento


de esgotos – 2ed – Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e
Ambiental , UFMG, 1996

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