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ARTIGO CIENTÍFICO

Chuvas intensas para dimensionamento de calhas e


condutores pluviais no estado de Santa Catarina
Álvaro José Back¹, Gabriel da Silva Souza² e Marina Patrício Panatto³

Resumo – O dimensionamento de estruturas de captação e condução de água da chuva deve levar em consideração a
intensidade da chuva local. A norma técnica vigente recomenda dimensionar as calhas e condutores baseando-se na intensidade
da chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de 25 anos. No presente estudo foram utilizadas as equações IDF
atualizadas para Santa Catarina, baseadas em 176 estações pluviométricas com séries de dados de chuva maiores que 30 anos
de observação. Desta forma foram determinadas as intensidades de chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de
25 anos através das equações IDF. As intensidades de chuva variam de 140 a 215mm h-1 com os maiores valores observados
na região de Florianópolis, Litoral Norte e Extremo Oeste do Estado. Os menores valores ocorrem na região do Médio Vale
do Itajaí. Os dados foram espacializados a fim de se obterem os valores médios representativos de cada município do Estado.
Observaram-se diferenças importantes em relação aos valores normalmente usados nas tabelas técnicas de calhas pluviais,
evidenciando a necessidade de novos estudos em função da atualização das equações de chuvas intensas.

Termos de indexação: Calhas; Chuvas intensas; Captação de água da chuva.

Intense rain for dimensioning gutters and rainway conductors in the state of Santa Catarina

Abstract – The design of rainwater collection and conduction structures must consider the local rainfall intensity. The current
technical standard recommends dimensioning the gutters and conductors based on the intensity of rain lasting five minutes
and a return period of 25 years. The present study used updated IDF equations for Santa Catarina, based on 176 rainfall stations
with rainfall data series greater than 30 years of observation. In this way, the rainfall intensities lasting five minutes and a return
period of 25 years were determined through the IDF equations. Rainfall intensities range from 140 to 215mm h-1 with the
highest values observed in the region of Florianópolis, on the North Coast and Extreme West of the State. The lowest values
occur in the region of Middle Vale of Itajaí region. Data were spatialized, and mean values representative of each municipality
in the state were obtained. Significant differences were observed concerning the values generally used in the technical tables
of downspouts, highlighting the need for further studies due to the updating of the heavy rainfall equations.

Index terms: Gutters; Heavy rains; Rainwater harvesting.

Introdução Os sistemas de aproveitamento das chuvas intensas locais. A NBR 10844


águas de chuva são formados basica- (ABNT, 1989) determina que o dimen-
Na última década, devido às fre- mente pela área de captação, geralmen- sionamento das calhas deve considerar
quentes estiagens e à crise hídrica, a te coberturas ou telhados; componen- a duração da precipitação em 5 minutos
captação de água de chuva tem sido tes de transporte, calhas e condutores e o período de retorno (T), que deve ser
apontada como fonte alternativa de verticais; filtros e o reservatório. Para escolhido seguindo as características
abastecimento de água em áreas urba- o dimensionamento de cada tipo de da área a ser drenada, sendo T = 1 ano:
nas e rurais, tendo como vantagens as- obra de engenharia, existem diferen- áreas pavimentadas, onde empoçamen-
pectos sociais e econômicos relaciona- tes critérios a serem adotados, sempre tos possam ser tolerados; T = 5 anos:
dos à diminuição da demanda de água baseados nos dados de chuvas intensas coberturas e/ou terraços; T = 25 anos:
e do dispêndio de energia elétrica pelas (ASAE, 2012). Com isso, para determina- coberturas e áreas onde empoçamento
concessionárias, à redução da afluência da obra, tem-se uma razão de duração ou extravasamento não possa ser tole-
de águas pluviais ao sistema de drena- da chuva e um período de retorno. rado. Já na NBR 15527 ABNT (2019) é
gem e aos impactos da poluição difusa O dimensionamento das calhas e recomendado o período de retorno de
nos corpos hídricos (REZENDE & TECE- condutores verticais deve ser realiza- 25 anos. Tomaz (2011) comentou que
DOR, 2017; MARANGONI et al., 2019). do com base nas características das o critério da duração de 5 minutos é

Recebido em 20/12/2022. Aceito para publicação em 05/05/2023. Doi: http://doi.org/10.52945/rac.v36i2.1579


¹ Engenheiro-agrônomo, Dr. Engenharia, Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Estação Experimental
de Urussanga, e-mail: ajb@epagri.sc.gov.br
² Engenheiro Agrimensor, Mestrando em Ciências Ambientais, Av. Universitária, 1105 - Universitário, Criciúma - SC, 88806-000, UNESC, e-mail: eng.
agrimensorgabriel@gmail.com
³ Engenheira Civil, UNESC, e-mail: marinappanatto@hotmail.com

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Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Agropecuária Catarinense, Florianópolis,
Agropecuáriav.36, n.2, 2023Florianópolis,
Catarinense, - Ahead of print 21n.2,
v.36, jul. 2023
utilizado mundialmente, e para o perí- são baseadas nas intensidades de chuva minados cinco intervalos de intensidade
odo de retorno recomendou-se usar 25 determinadas pelas equações de chuvas de chuva, de 15mm h-1.
anos, considerando os aspectos da ur- intensas apesentadas por Pfafstetter
banização e ilhas de calor que podem (1957). Back (2022) atualizou as equa- Resultados e discussão
aumentar as frequências de eventos ex- ções IDF para o estado de Santa Catari-
tremos em áreas urbanas. na apresentando as equações IDF para A Figura 2 representa a espacializa-
Nas instalações prediais de águas chuvas com durações de 5 min a 1.440 ção da intensidade da chuva com dura-
pluviais as calhas têm como principal minutos obtidas pela desagregação da ção de 5 minutos e período de retorno
função recolher e conduzir as águas das chuva máxima diária baseada nas rela- de 25 anos para o estado de Santa Cata-
chuvas que atingem as edificações até ções entre chuva de diferentes durações rina. Observa-se que os maiores valores
um local adequado, minimizando assim observadas em Santa Catarina. ocorrem na região de Florianópolis, Li-
os problemas relacionados à aparência Dessa forma este estudo teve como toral Norte do Estado e na região do Ex-
e à durabilidade das construções civis objetivo determinar as intensidades de tremo Oeste. Os menores valores ocor-
(ROSA et al., 2020). O dimensionamen- chuvas para dimensionamento de ca- rem na região do Médio Vale do Itajaí.
to inadequado de calhas e condutores lhas e condutores pluviais para o estado Essa variação da chuva já foi observada
pode levar a transbordamento da ca- de Santa Catarina. por Back & Bonetti (2014) e Back et al.
lha e consequente surgimento de pa- (2021). Back (2000) também observou
tologias. Nos eventos de chuva intensa Material e métodos que na região de Florianópolis foram
podem ocorrer o transbordamento e registrados vários eventos de chuvas
o vazamento em calhas e condutores, Para o presente trabalho foram usa- intensas que influenciaram nos estudos
que podem gerar algumas complica- das as equações IDF ajustadas por Back das equações IDF.
ções para a edificação. Os problemas (2022) para 224 estações pluviométri- A variação espacial das chuvas no
decorrentes deste fenômeno podem cas de Santa Catarina. Foi adotado o Estado pode ser explicada por vários
aparecer tanto em paredes como em critério de exclusão das estações com fatores, como a ação das massas de
pisos e fachadas. As complicações gera- série de dados inferior a 30 anos, redu- ar, o efeito do relevo e da distância do
das a partir de infiltrações e umidades zindo o número de estações pluviomé- litoral (FETTER et al., 2018). Seluchi et
são problemas difíceis de serem corrigi- tricas para 176, sendo 164 estações da al. (2017) destacam que a região leste
dos, contribuindo principalmente para ANA e 12 estações da Epagri (Figura 1). do estado de Santa Catarina apresenta
as patologias desagradáveis que pre- Através das equações IDF, foram cal- longo histórico de desastres naturais,
judicam a estrutura (VERÇOZA, 1991). culadas as intensidades de chuva com destacando que a localização dentre
Quando se trata de seção insuficiente duração de 5 minutos e um período as latitudes médias e subtropicais per-
de calhas e de condutores, isso pode ser de retorno de 25 anos, de forma que mite que tanto as massas de ar tropical
ainda mais prejudicial, ocorrendo assim os seus valores ficassem atribuídos ao quanto os sistemas frontais influenciem
o transbordo de água, responsável por arquivo espacial shapefile. Assim, atra- na região. Os autores analisam as ca-
esses danos indesejáveis. vés do software de geoprocessamento racterísticas principais das frentes frias
Torres & Silva (2015) destacam que ArcGis 10.8 (ESRI), os dados das 176 causadoras de chuvas intensas no litoral
patologias relacionadas com a umida- estações pluviométricas e seus atribu- do Estado de Santa Catarina. Cardoso
de descendente são frequentemente tos (coeficientes da equação IDF) foram et al. (2020) destacam que vários de-
atribuídas à deficiência no sistema de especializados geograficamente, pos- sastres naturais que ocorrem em San-
calhas e condutores pluviais. De acordo sibilitando o uso das ferramentas de ta Catarina, como os alagamentos e os
com Pepinelli et al. (2016), desde a an- interpolação geoestatística, neste caso deslizamentos, estão associados a siste-
tiguidade a água foi um grande objeto a kriging ordinary, sendo o método in- mas meteorológicos estacionários, que
de estudo, e cada vez mais a patologia dicado para grandes áreas de estudo. resultam em vários dias de chuvas. Já as
na construção civil ganha espaço prin- O uso da ferramenta Zonal Statistics chuvas intensas tratadas neste trabalho
cipalmente devido a esse grande fator possibilitou realizar a etapa de cálculo são chuvas de curta duração, onde os
que influencia na degradação das cons- da média dos pixels com seus devidos processos convectivos ganham maior
truções como as variações climáticas. parâmetros estimados, utilizando o li- importância, justificando os maiores va-
Morelli et al. (2012) citam que a chuva mite municipal de cada município do lores no litoral do Estado,
tem importância pela fonte de umidade Estado para encontrar o resultado. Com Nas Tabelas 1 a 5 encontram-se os
que pode aumentar a degradação das isso foram representados em forma de valores médios das intensidades de
paredes e fachadas. mapa e tabela os valores de intensidade chuva para cada município, de acordo
Existem várias tabelas indicando a média estimada para cada município do respectivamente com as faixas de inten-
área do telhado a ser usada para de- estado de Santa Catarina. Com base na sidade ilustradas na Figura 2.
terminadas calhas comerciais (TIGRE, amplitude da intensidade observada no Back & Bonetti (2014) apresentaram
2022; AMANCO, 2008). Estas tabelas estado de Santa Catarina, foram deter- as intensidades de chuva com duração

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de 5 minutos, período e retorno de 1, 5
e 25 anos para 147 estações pluviomé-
tricas baseadas nas equações IDF usan-
do os coeficientes de desagregação mé-
dios do Brasil (CETESB, 1986). Para o pe-
ríodo e retorno de 25 anos, os autores
obtiveram intensidades de chuva que
variam de 162 a 390mm h-1, com média
para o Estado de 218mm h-1. Observa-se
que no presente estudo obtiveram-se
valores menores de intensidade, o que
em parte se explica pelo fato de usar os
coeficientes de desagregação de chuva
de Santa Catarina. Back et al. (2021)
mostraram que para durações inferiores
a 1 hora os coeficientes de desagrega-
ção da chuva de Santa Catarina impli-
cam menores valores de chuva que os
coeficientes médios do Brasil. Outro fa-
tor que justifica os menores valores foi
a utilização de valores médios por muni-
cípio, o que dessa forma pode suavizar
Figura 1. Distribuição das 176 estações pluviométricas selecionadas para o estudo em Santa alguns valores pontuais mais extremos
Catarina, Brasil obtidos nas equações IDF.
Figure 1. Distribution of the 176 rainfall stations selected for the study in Santa Catarina, Quando comparado com os valores
Brazil
de intensidade de chuva constantes
na NBR 10844 (ABNT, 1989), que se
baseiam nos trabalhos de Pfafstetter
(1957), observam-se diferenças impor-
tantes. Dentre as 98 estações pluviográ-
ficas do Brasil, somente constam dados
de três estações de Santa Catarina, lo-
calizadas nos municípios de Blumenau,
Florianópolis e São Francisco do Sul,
com intensidade de chuva de 152, 144 e
167mm h-1 respectivamente. Observa-se
que os valores obtidos para estas cida-
des foram 170,6, 212,0 e 213,7mm h-1
respectivamente. Para estas cidades,
mesmo usando os coeficientes de desa-
gregação de Santa Catarina, os valores
de intensidade foram bem superiores. O
estudo de Back (2022) conta com várias
estações pluviométricas como a de Blu-
menau, com mais de 60 anos de dados
de observação, por isso eles são muito
mais representativos que os trabalhos
de Pfafstetter (1957), que tinham ape-
nas 15 anos de dados. Para São Francis-
co do Sul não existem dados recentes de
chuva, assim o valor foi obtido por in-
terpolação no mapa (Figura 2), onde se
Figura 2. Intensidade média da chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de
observa (Figura 1) que vários municípios
25 anos para cada município do estado de Santa Catarina, Brasil próximos possuem séries de dados de
Figure 2. Average rainfall intensity lasting 5 minutes and a return period of 25 years for chuva recente superior a 30 anos. Para
each municipality in the state of Santa Catarina, Brazil

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Tabela 1. Intensidade da chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de 25 (I5;25) o município de Florianópolis obteve-se
para os municípios localizados na faixa de 140 a 155mm h-1 no estado de Santa Catarina, a intensidade de chuva de 27% superior
Brasil à constante na norma ABNT (1989), po-
Table 1. Rainfall intensity lasting 5 minutes and return period of 25 (I5;25) for municipalities rém 46% inferior ao índice citado por
located in the range of 140 to 155mm h-1 in Santa Catarina, Brazil Back & Bonetti (2014).
No dimensionamento das calhas
Município I5;25 (mm h⁻¹) Município I5;25 (mm h⁻¹) pluviais a vazão máxima é calculada
pela fórmula racional como o produto
Agrolândia 151,9 Mirim Doce 152,8 da intensidade da chuva pela área de
captação como expresso pela Equação
Agronômica 146,2 Monte Carlo 154,1 1:

Apiúna 146,3 Otacílio Costa 152,3


(1)
Arroio Trinta 154,0 Palmeira 154,8
Em que: I é a intensidade da chuva
Ascurra 146,5 Petrolândia 151,8 (mm h-1); A é a área de captação (m²); Q
é a vazão máxima (l/min). Para o dimen-
Atalanta 151,2 Porto União 152,8 sionamento dos condutores verticais é
comum a utilização de tabelas relacio-
Aurora 146,5 Pouso Redondo 149,1 nando a área de contribuição em função
da vazão máxima da calha e da intensi-
Bocaina do Sul 154,9 Presidente Getúlio 144,2 dade da chuva conforme a Equação 2:

Braço do Trombudo 150,9 Presidente Nereu 149,6


(2)
Caçador 151,1 Rio das Antas 151,0
Tigre (2022) apresenta as áreas de
contribuição para as calhas pluviais para
Calmon 151,4 Rio do Oeste 146,1
as 98 cidades do Brasil com as equações
de Pfafstetter (1957). As diferenças ob-
Chapadão do Lageado 150,7 Rio do Sul 143,9
servadas nas intensidades de chuvas
para os municípios do estado de Santa
Dona Emma 144,9 Rodeio 154,2 Catarina evidenciam a necessidade de
atualização dessas tabelas e da própria
Fraiburgo 152,8 Salete 150,0 norma da ABNT (1989). As tabelas de
áreas máximas para o condutor podem
Frei Rogério 154,9 Taió 151,3 ser expressas para diferentes faixas de
intensidade de chuva. A Amanco (2008)
Ibirama 143,8 Tangará 154,1 apresenta tabelas de área máxima de
contribuição para calhas semicircular
Imbuia 151,6 Timbó Grande 154,5 com capacidade de 533L s-1 em que a
área de captação varia de 141 a 242m²
Ituporanga 148,9 Trombudo Central 146,9 para intensidade de chuva entre 132mm
h-1 e 242mm h-1. Da mesma forma Bote-
José Boiteux 147,7 Vidal Ramos 153,5 lho & Ribeiro (1998) citam um método
prático que fornece o diâmetro do tubo
Laurentino 144,7 Videira 152,4 para as chuvas críticas de 120mm h-1 e
150mm h-1. Bressan (2006) apresenta
Lebon Régis 153,8 Vitor Meireles 154,1 outras tabelas para dimensionamento
do diâmetro do condutor vertical em
Lontras 143,8 Witmarsum 146,5 função da intensidade de chuva que va-
riam de 25 a 300mm h-1. Uma vez esta-
Matos Costa 152,0 belecidas a intensidade da chuva do lo-
cal e a vazão máxima da calha, podem-

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Tabela 2. Intensidade da chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de 25 (I5;25) se substituir essas tabelas pelo emprego
para os municípios localizados na faixa de 155 a 170mm h-1 no estado de Santa Catarina, da Equação 2.
Brasil
Table 2. Rainfall intensity lasting 5 minutes and return period of 25 (I5;25) for municipalities
located in the range of 155 to 170mm h-1 in Santa Catarina, Brazil Conclusões
I5;25 I5;25 No estado de Santa Catarina ocorre
Município Município
(mm h⁻¹) (mm h⁻¹) uma grande variação espacial da inten-
Abdon Batista 165,7 Lages 165,6 sidade da chuva a ser usada no dimen-
sionamento das calhas pluviais.
Água Doce 164,0 Leoberto Leal 164,4 Para o período de retorno de 25 e
duração de 5 minutos, a intensidade da
Alfredo Wagner 160,7 Luzerna 163,5
chuva varia de 140 a 215mm h-1.
Anita Garibaldi 165,5 Macieira 155,3 As maiores intensidades foram ob-
servadas no Litoral Norte, região de
Bela Vista do Toldo 163,5 Mafra 168,8 Florianópolis e Oeste do estado, e as
Benedito Novo 157,3 Major Vieira 166,3 menores intensidades são observadas
no Médio Vale do Itajaí.
Bom Jardim da Serra 169,8 Monte Castelo 164,6 Com as intensidades de chuva obti-
das no estudo deve-se revisar as tabelas
Bom Retiro 155,9 Nova Veneza 169,6
de dimensionamento de calhas e con-
Botuverá 169,4 Painel 163,6 dutores verticais para os municípios de
Santa Catarina.
Brunópolis 158,5 Papanduva 167,4

Campo Belo do Sul 164,7 Pinheiro Preto 155,7 Referências


Campos Novos 163,8 Ponte Alta 155,1 AMANCO DO BRASIL LTDA. Soluções Aman-
co Linha Predial. 4ª Ed. 2008. 174p.
Canoinhas 162,1 Ponte Alta do Norte 156,3

Capão Alto 168,0 Rio do Campo 155,3 ASAE STANDARDS. S268.5 Design, Layout,
Construction and Maintenance of Terrace
Celso Ramos 168,8 Rio Rufino 158,5 Systems. American Society of Agricultural
Engineers, St. Joseph, Michigan.2012. 10p.
Cerro Negro 163,9 Salto Veloso 158,3
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-
Correia Pinto 160,1 Santa Cecília 157,5
NICAS. NBR-10844: Instalações Prediais de
Curitibanos 157,4 Santa Terezinha 165,2 águas pluviais. Rio de Janeiro,1989.

Doutor Pedrinho 162,9 São Cristóvão do Sul 155,1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-
NICAS. NBR15527: Água de chuva-aprovei-
Erval Velho 166,6 São Joaquim 165,8
tamento de coberturas em áreas urbanas
Grão-Pará 169,9 São José do Cerrito 162,5 para fins não potáveis-requisitos. Rio de
Janeiro, 2019. 10p.
Herval d'Oeste 164,0 Timbé do Sul 169,1
BACK, Á.J. Chuvas intensas e estimativas da
Ibiam 156,5 Timbó 165,5 chuva de projeto para o estado de Santa
Ibicaré 157,6 Três Barras 168,0 Catarina. Florianópolis: Epagri, 2022 p.204.

Indaial 158,6 Treze Tílias 160,4 BACK, Á.J.; BONETTI, A.V. Chuva de projeto
para instalações prediais de águas pluviais
Iomerê 155,6 Urubici 160,3 de Santa Catarina. Revista Brasileira de Re-
cursos Hídricos, v.19, n.4, p.260-267, 2014.
Irineópolis 155,2 Urupema 161,0

Itaiópolis 167,1 Vargem 162,2 BACK, Á.J.; WILDNER, L.P.; PEREIRA, J.R. Chu-
vas intensas para projetos de conservação
Joaçaba 168,4 Zortéa 168,6 do solo e da água no estado de Santa Cata-
rina. Agropecuária Catarinense, v.34, p.65-
Lacerdópolis 168,6
72, 2021.

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Tabela 3. Intensidade da chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de 25 (I5;25) para os municípios localizados na faixa de 170 a
185mm h-1 no estado de Santa Catarina, Brasil
Table 3. Rainfall intensity lasting 5 minutes and return period of 25 (I5;25) for municipalities located in the range of 170 to 185mm h-1 in Santa
Catarina, Brazil
I5;25 I5;25
Município Município
(mm h⁻¹) (mm h⁻¹)
Abelardo Luz 184,7 Maracajá 177,9
Alto Bela Vista 173,6 Meleiro 173,4
Angelina 183,4 Morro da Fumaça 181,2
Anitápolis 172,9 Morro Grande 170,0
Arabutã 181,1 Nova Trento 179,0
Araranguá 178,3 Orleans 173,4
Armazém 179,1 Ouro 171,5
Arvoredo 184,7 Ouro Verde 183,9
Balneário Arroio do Silva 178,4 Passo de Torres 176,0
Balneário Gaivota 177,5 Passos Maia 176,1
Balneário Rincão 180,8 Pedras Grandes 182,4
Blumenau 170,6 Peritiba 172,4
Bom Jesus 184,9 Pescaria Brava 182,2
Braço do Norte 177,7 Piratuba 173,0
Brusque 183,4 Pomerode 172,0
Capinzal 170,7 Ponte Serrada 176,8
Capivari de Baixo 183,9 Praia Grande 172,1
Catanduvas 172,1 Presidente Castello Branco 172,4
Cocal do Sul 179,9 Rancho Queimado 176,5
Concórdia 177,7 Rio dos Cedros 170,7
Corupá 177,6 Rio Fortuna 171,2
Criciúma 177,1 Rio Negrinho 170,0
Ermo 174,2 Sangão 181,6
Faxinal dos Guedes 183,5 Santa Rosa de Lima 170,4
Forquilhinha 174,7 Santa Rosa do Sul 173,8
Gaspar 176,7 São Bento do Sul 182,6
Gravatal 182,0 São João do Sul 173,7
Guabiruba 173,9 São Ludgero 182,2
Içara 180,1 São Martinho 180,5
Ilhota 182,7 Seara 184,1
Ipira 172,4 Siderópolis 171,8
Ipumirim 183,3 Sombrio 175,5
Irani 177,3 Treviso 171,1
Itá 181,8 Treze de Maio 181,9
Jaborá 173,5 Tubarão 183,4
Jacinto Machado 173,0 Turvo 173,8
Jaguaruna 182,4 Urussanga 178,7
Lauro Müller 171,6 Vargeão 182,9
Lindóia do Sul 181,0 Vargem Bonita 173,2
Major Gercino 181,2 Xavantina 184,5

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Tabela 4. Intensidade da chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de 25 (I5;25) para os municípios localizados na
faixa de 185 a 200mm h-1 no estado de Santa Catarina, Brasil
Table 4. Rainfall intensity lasting 5 minutes and return period of 25 (I5;25) for municipalities located in the range of 185 to
200mm h-1 in Santa Catarina, Brazil
I5;25 I5;25
Município Município
(mm h⁻¹) (mm h⁻¹)
Águas de Chapecó 191,5 Luiz Alves 187,7
Águas Frias 189,7 Maravilha 192,6
Anchieta 193,4 Marema 188,7
Balneário Camboriú 190,1 Massaranduba 190,0
Balneário Piçarras 189,8 Modelo 190,8
Bandeirante 194,2 Mondaí 193,5
Barra Bonita 195,0 Navegantes 187,3
Barra Velha 197,6 Nova Erechim 190,2
Belmonte 193,9 Nova Itaberaba 189,9
Bom Jesus do Oeste 192,5 Novo Horizonte 192,0
Caibi 193,5 Paial 185,2
Camboriú 189,6 Palma Sola 194,6
Campo Alegre 194,9 Palmitos 192,8
Campo Erê 193,6 Paraíso 195,2
Canelinha 192,3 Penha 189,1
Caxambu do Sul 190,9 Pinhalzinho 190,1
Chapecó 185,9 Planalto Alegre 190,2
Cordilheira Alta 186,9 Princesa 195,2
Coronel Freitas 189,2 Quilombo 189,7
Coronel Martins 190,5 Riqueza 193,5
Cunha Porã 193,1 Romelândia 192,8
Cunhataí 192,1 Saltinho 192,5
Descanso 193,9 Santa Helena 193,9
Dionísio Cerqueira 195,1 Santa Terezinha do Progresso 192,7
Entre Rios 189,3 Santiago do Sul 190,5
Flor do Sertão 193,9 São Bernardino 192,8
Formosa do Sul 190,4 São Bonifácio 192,0
Galvão 190,5 São Carlos 192,1
Guaraciaba 195,2 São Domingos 190,1
Guarujá do Sul 195,1 São João Batista 197,8
Guatambú 188,6 São João do Oeste 193,6
Imaruí 185,8 São José do Cedro 195,1
Imbituba 189,5 São Lourenço do Oeste 192,6
Iporã do Oeste 193,7 São Miguel da Boa Vista 192,3
Ipuaçu 188,2 São Miguel do Oeste 194,4
Iraceminha 193,6 Saudades 190,7
Irati 190,1 Serra Alta 191,9
Itajaí 185,7 Sul Brasil 190,4
Itapema 192,7 Tigrinhos 192,5
Itapiranga 193,8 Tijucas 198,1
Jaraguá do Sul 188,7 Tunápolis 193,9
Jardinópolis 189,7 União do Oeste 189,7
Jupiá 192,1 Xanxerê 185,1
Laguna 185,8 Xaxim 185,7
Lajeado Grande 186,7

40 Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v.36, n.2, 2023


Tabela 5. Intensidade da chuva com duração de 5 minutos e período de retorno de 25 (I5;25) para os municípios localizados na faixa de 200 a
215mm h-1 no estado de Santa Catarina, Brasil
Table 5. Rainfall intensity lasting 5 minutes and return period of 25 (I5;25) for municipalities located in the range of 200 to 215mm h-1 in Santa
Catarina, Brazil
I5;25 I5;25
Município Município
(mm h⁻¹) (mm h⁻¹)
Águas Mornas 200,4 Itapoá 204,8
Antônio Carlos 209,7 Joinville 203,0
Araquari 211,6 Palhoça 214,1
Balneário Barra do Sul 213,2 Paulo Lopes 201,9
Biguaçu 208,6 Porto Belo 201,1
Bombinhas 207,5 Santo Amaro da Imperatriz 212,3
Florianópolis 213,7 São Francisco do Sul 212,0
Garopaba 201,3 São João do Itaperiú 201,4
Garuva 201,9 São José 212,8
Governador Celso Ramos 207,4 São Pedro de Alcântara 208,6
Guaramirim 206,0 Schroeder 200,8

BACK, Á.J. Relação Intensidade-Duração-Fre- 2, 225-237, 2018 Dimensionamento de calhas retangulares


quência de Chuvas intensas de Florianópolis, para instalações prediais de águas pluviais.
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