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CONSTRUÇÃO DA CURVA INTENSIDADE, DURAÇÃO E FREQUÊNCIA (IDF)


PARA A CIDADE DE SÃO LEOPOLDO A PARTIR DE DADOS DE
SENSORIAMENTO REMOTO / CONSTRUCTION OF THE CURVE INTENSITY, ....

Conference Paper · November 2019

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2 authors, including:

Arthur Da Fontoura Tschiedel


Universidade do Vale do Rio dos Sinos / Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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XXIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS

CONSTRUÇÃO DA CURVA INTENSIDADE, DURAÇÃO E FREQUÊNCIA


(IDF) PARA A CIDADE DE SÃO LEOPOLDO A PARTIR DE DADOS DE
SENSORIAMENTO REMOTO

Jessica Lana Correia 1 ; Arthur da Fontoura Tschiedel2

RESUMO – A escassez de dados pluviométricos disponíveis faz com que sejam utilizadas as relações
de intensidade, duração e frequência (IDF) de regiões próximas ao local de interesse para cálculo de
dimensionamento de obras de drenagem urbana. Devido à inexistência de dados pluviométricos
passíveis de utilização para o estabelecimento de uma curva IDF na cidade de São Leopoldo, torna-
se necessário a criação de uma curva para o município a partir de fontes alternativas de dados. Dessa
forma, este estudo propõem a construção de uma curva IDF para a cidade a partir de dados do produto
de precipitação por satélite MERGE, disponibilizados pelo CPTEC/INPE. Foram encontradas
diferenças estatísticas significativas na análise comparativa entre a curva elaborada no estudo e a
curva estabelecida para cidade de Porto Alegre, tipicamente utilizada para a região de São Leopoldo.
Como resultado, observou-se que a curva IDF proposta para a região de São Leopoldo apresentou,
em geral, chuvas de intensidade maiores que as do município de Porto Alegre, tendendo, portanto ao
conservadorismo no âmbito da sua aplicação.

ABSTRACT– The scarcity available rainfall data makes it necessary to use the intensity, duration
and frequency (IDF) relations of neighboring regions for urban stormwater drainage system design.
Due to the inexistence of pluviometric data and an established IDF curve for the city of São Leopoldo,
it is necessary to create a curve from alternative sources of data. Thus, this study proposes the
construction of the IDF for São Leopoldo based on data from the precipitation MERGE product, made
available by CPTEC/INPE. Significant statistical differences were found in the comparative analysis
between the curve elaborated in this study and the curve established for the city of Porto Alegre,
which is typically used for the region of São Leopoldo. As a result, it was observed that the IDF curve
proposed for the São Leopoldo region presented, in general, higher intensity rainfall than those of the
city of Porto Alegre, tending, therefore, to conservatism in the scope of its application.

Palavras-Chave – Chuvas intensas, IDF, MERGE.

INTRODUÇÃO
Para a determinação da chuva de projeto, usada em cálculos de obras de drenagem urbana, é
necessário o conhecimento das relações entre intensidade, duração e frequência (relação IDF).
Através destas relações é possível definir uma vazão máxima de projeto.
Tipicamente, uma curva IDF é obtida por meio de regressão não linear com base nas

1) Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) Av. Unisinos, 950, CEP 93022-000, São Leopoldo, RS, Brasil:correiajessicalana@gmail.com
2) Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) Av. Unisinos, 950, CEP 93022-000, São Leopoldo, RS, Brasil: arthurtschiedel@unisinos.br

XXIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (ISSN 2318-0358) 1


informações extraídas de dados de precipitação, obtidas através do ajuste de uma distribuição
estatísticas de valores extremos de precipitação realizada, com os valores de precipitações máximas
anuais para cada período de tempo, porém a disponibilidade destes dados é limitada, devido à escassez
de registros pluviográficos.
Pluviógrafos ou pluviômetros são comumente utilizados para medir a chuva de uma região, que
pode ser também obtida a partir de técnicas de sensoriamento remoto ou também a partir da utilização
de radares meteorológicos (Conti, 2002). Dessa forma, devido ao avanço do sensoriamento remoto e
à carência de dados hidrológicos, a estimativa de precipitação a partir do uso de satélites pode ser
considerada como uma alternativa para estimar a IDF em locais sem dados medidos (Conti, 2002).
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) disponibiliza um produto de precipitação por satélite (MERGE), que
consiste em uma combinação de precipitação observada com dois tipos de estimativa de precipitação
por satélite que são gerados a partir do Tropical Rainfall Measuring Mission: TRMM-TMPA 3B42RT
e GPM-IMERG V04 (Rozante et al. 2010).
Este produto já foi utilizado em estudos no âmbito da mensuração de curvas IDF, como
observado no estudo da Análise Comparativa entre Dados de Precipitação e de Níveis de Água
Estimados via Produto MERGE e Satélite ENVISAT Bacia Amazônica realizado por Vergasta et al.
(2013) onde afirmam que os dados do MERGE e satélite ENVISAT podem ser uma alternativa para
obtenção de dados in situ. Os resultados obtidos através do produto MERGE também se mostraram
satisfatórios no estudo do Uso de Dados de Precipitação de Satélite MERGE/CPTEC para
Modelagem Hidrológica de Grandes Bacias proposto por Fleischmann et al. (2014), onde relatam que
as vazões calculadas são semelhantes as observadas. Através do estudo o Uso de Precipitação
Estumada pelo Satélite TRMM em Modelo Hidrológico Distribuído, Collischonn (2006) observou-
se que em regiões onde à escassez de dados, as estimativas de satélite podem ser uma boa alternativa
de precipitação.
Devido à inexistência de uma IDF estabelecida para a cidade de São Leopoldo os projetos de
drenagem urbana podem ser realizados baseados em curvas consolidadas para outras cidades da
região (Tucci, 2014). Usualmente utiliza-se a cidade de Porto Alegre, por ser a cidade mais próxima
com o maior número de dados de chuva da região. Diante disso, para a comparação da curva obtida
com os dados de sensoriamento removo, foi utilizada a curva consolidada da cidade de Porto Alegre.
Entretanto, o uso de IDFs de outros locais pode gerar subdimensionamento e inadequações nas
obras de drenagem para o município, podendo resultar em alagamentos durante eventos de
precipitação acentuada (Schardong et al. 2014).
Diante disso, esse trabalho tem como objetivo a proposição de uma curva IDF para a cidade de
São Leopoldo, utilizando dados de chuva obtidos por sensoriamento remoto e comparar a IDF gerada
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com a IDF consolidada de Porto Alegre disponibilizada no Atlas Pluviométrico do Brasil. Dessa
forma, este trabalho proporciona uma alternativa local a ser considerada em projetos de
dimensionamento hidráulico de estruturas (CPRM, 2015).

METODOLOGIA
O município de São Leopoldo está localizado no Estado do Rio Grande do Sul, se encontrando
entre os municípios Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul e Portão, a 36 km de distância de Porto Alegre.
A região analisada compreende a bacia hidrografica do rio dos Sinos, localizada no nordeste do estado

do Rio Grande do Sul entre as coordenadas geográficas 29º20’ a 30º10’ de latitude sul 50º15’ a 51º20
de longitude oeste, envolvendo os municípios como Campo Bom, Canoas, Gramado, Igrejinha, Novo
Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Caraá, Taquara e Três Coroas (IBGE, 2019). A análise
de chuvas contemplou a cidade de São Leopoldo, pertencentes à bacia do Rio dos Sinos conforme
figura 1.

Figura 1 – Área de estudo pertencente a Bacia Rio dos Sinos

Este trabalho foi executado a partir da extração de dados do produto MERGE para a área
destacada na Figura 01, sendo os mesmos disponibilizados em formato binário com resolução de
20km e cujas saídas são diárias (acumulado em 24h) cobrindo a América do Sul (82.8ºW-34ºW e
52.2ºS-12.2ºN). A série histórica de chuvas diárias para a região entre os anos de 1998 a 2014 foi
analisada, onde extraiu-se as precipitações máximas diárias anuais, formando uma nova série de
dados. Os dados foram organizados de forma que apenas os valores de precipitações máximas diárias
foram escolhidos, resultando em 17 valores de precipitações, sendo ordenados do evento mais raro
para o menos raro.

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Para a série extraída de chuvas máximas diárias anuais foi calculado, portanto, o Tempo de
Retorno de cada evento a partir da formula de Cunnanne (Equação 01), sendo estes dados
posteriormente tratados a partir da distribuição de Gumbel (Equação 02) que teve a finalidade de
analisar os valores máximos de precipitação para o município de São Leopoldo e estimar Tempos de
Retorno discretizados por evento de chuva (Tucci, 2014). Ainda, para a aplicação da distribuição de
Gumbel na amostra se faz necessária a obtenção de duas variáveis: média aritmética (𝑋̅) e o desvio
padrão (s). Também foi necessário obter os parâmetros α (Equação 3) e µ (Equação 4). O ajuste dos
parâmetros pelo método dos momentos é realizado pela solução do sistema de equações obtido pela
̅ e s.
substituição de suas estimativas amostrais 𝑋

𝜇 = (𝑛 + 0,2)/(1 − 0,4) (1)

−y
𝑃[Y ⩽ y] = −ee , com y = α. (p − μ) (2)

1,2826
α= (3)
s

𝜇 = 𝑋̅ − 0,451. 𝑠 (4)

Onde:
n = número de anos da amostra;
i = ordem da colocação dos valores da amostra.
P = probabilidade de não excedência;
α e µ = parâmetros da distribuição;
p = precipitação em mm.

Após a aplicação da distribuição de Gumbel na amostra de dados, foi necessário trabalhar no


âmbito da desagregação dos eventos diários de precipitação para durações menores que 1 dia, uma
vez que um dos objetivos do trabalho foi a geração de uma curva IDF que tipicamente é aplicada para
eventos com duração menor do que 1 dia. Para desagregar estes eventos de duração diária, fez-se
necessário utilizar coeficientes de desagregação, que consiste em um método que busca desagregar
os dados diários para durações menores por meio do uso de coeficientes. Neste estudo foi aplicada a
equação proposta por Robaina e Peiter para estimar a desagregação de chuvas diárias a cada valor de
precipitação, conforme mostra a equação 05 (Robaina e Peiter 1992). A partir da aplicação desta
metodologia, foi possível a obtenção de coeficientes apresentados na Tabela 01.

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𝑓(𝑡) = 0,00008. 𝑡 + 0,144. ln(1 + 0,33. 𝑡) (5)
Onde:
t = duração expressa em minutos.
Tabela 1 – Coeficientes de desagregação para o Rio Grande do Sul
Duração (min) 5 10 15 30 60 360 720 1440
Coeficiente de
0.1368 0.2050 0.2509 0.3368 0.4297 0.6988 0.8241 0.9784
desagregação

A partir das precipitações calculadas pela distribuição de Gumbel e os coeficientes de


desagregação de Robaina e Peiter foi possível, por fim, realizar o cálculo das precipitações para cada
duração e cada tempo de retorno estabelecidos e assim, calcular as intensidades em mm/h. As
durações utilizadas para a construção da tabela de intensidades da cidade de São Leopoldo foram: 5,
10, 15, 30, 60, 360, 720 e 1440 minutos. E as frequências de recorrência: 2, 5, 10, 15, 25, 50 e 100
anos.
Por fim, os resultados obtidos a partir do estabelecimento de uma curva IDF para o município
de São Leopoldo utilizando dados de sensoriamento remoto foram comparados com uma curva IDF
tipicamente estabelecida no município de Porto Alegre. Esta comparação foi realizada porque, na
ausência de curvas IDF estabelecidas para a região de interesse, é comum, em geral, a adoção de
curvas IDF obtidas em municípios vizinhos. Dessa forma, a comparação foi realizada considerando
a IDF do 8º Distrito de Meteorologia, no Bairro Jardim Botânico, na cidade de Porto Alegre.
Para realizar as devidas comparações entre os produtos avaliados no âmbito deste trabalho foi
utilizado o teste Qui-Quadrado de Pearson (Viali, 2008). Esse teste compara estatisticamente um
grupo observado com um grupo esperado. O teste é determinado através da equação:

𝑘
(𝑂𝑖−𝐸𝑖)²
𝑋2 = ∑ , (6)
𝑖=1 𝐸𝑖
Onde:
Oi = n de casos observados na linha “i”;
Ei = n de casos esperados, sob H0, na linha “i”.

Os valores de X² obtidos possuem uma distribuição com grau de liberdade gl = k -1 onde k é o


número total dos dados. O nível de significância (𝛼), usualmente fixado em 5% (𝛼 = 0,05), é uma
probabilidade de rejeitar uma hipótese verdadeira. Após estabelecido o nível de significância (𝛼) e
determinado os graus de liberdade (gl), é possível encontrar o valor crítico X² na tabela de distribuição
Qui-Quadrado de Pearson.

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Para a aplicação deste teste estatístico, é preciso estabelecer uma a hipótese nula (H0): Não
existe diferença estatística entre as frequências observadas e esperadas para um determinado nível de
significância. Tendo formulado a hipótese nula deve-se estabelecer o nível de significância, que é a
probabilidade do erro acontecer, e o grau de liberdade da amostra, podendo assim encontrar o valor
crítico, que é tabelado. Desta forma, realiza-se uma comparação dos valores de X² e X²c. Se o valor
calculado estiver na região crítica, ou seja, for maior ou igual ao valor crítico, rejeita-se a hipótese
nula, caso contrário aceita-se a hipótese.

RESULTADOS
A aplicação da metodologia utilizada neste trabalho permitiu obter as curvas IDFs para a cidade
de São Leopoldo a partir de dados do produto de precipitação por satélite MERGE conforme mostra
a figura 2. Neste sentido, observa-se que, por exemplo, uma chuva com Tempo de Retorno de 2 anos
associada a um tempo de duração de 10 minutos (situação tipicamente encontrada no âmbito do
dimensionamento de estruturas de microdrenagem urbana), por exemplo, está associada a uma
intensidade de 115 mm/h.
Através da curva IDF da cidade de São Leopoldo da figura 2 e a curva IDF consolidada de
Porto Alegre obtida do 8º Distrito de Meteorologia, no Bairro Jardim Botânico, do município de Porto
Alegre da figura 3, possibilitou a verificação de diferenças entre as curvas. Estas particularidades
intrínsecas a cada curva IDF (São Leopoldo x Porto Alegre) são confrontadas na Figura 4 quanto aos
Tempos de Retorno de 10 e de 100 anos. Dessa forma, percebe-se que a curva IDF estimada para São
Leopoldo pelo método proposto apresenta intensidades ligeiramente maiores do que as que seriam
obtidas a partir da aplicação da IDF de Porto Alegre para tempos de retorno da ordem de 10 anos.
Isso significaria, no âmbito de dimensionamento de dispositivos de microdrenagem, que a utilização
da curva de Porto Alegre em detrimento da aqui proposta poderia estar vinculada à
subdimensionamentos da rede em São Leopoldo.
Por outro lado, observa-se que a IDF de São Leopoldo subestima valores de vazões para tempos
de retorno da ordem de 100 anos associados a pequenas durações de chuva. Neste sentido, deve ser
destacado que a utilização do produto aqui proposto considerando tempos de retorno de 50 e 100 anos
pode estar vinculada a incertezas não mensuradas, uma vez que existe a imprecisão relativa à
utilização de apenas 17 anos de dados diários para obtenção da IDF de São Leopoldo, ao passo que o
estabelecimento da IDF de Porto Alegre foi realizada com 40 anos de dados de observação segundo
o Atlas Pluviométrico do Brasil.
Por fim, para a comparação da curva IDF calculada neste estudo e a curva consolidada da cidade
de Porto Alegre, foi utilizado o cálculo estatístico pelo método Qui-Quadrado de Pearson para um
nível de significância de 5% e 7 graus de liberdade, encontrando um valor crítico de 14,07.

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Comparando o valor encontrado no cálculo Qui-Quadrado com o valor crítico, obtivemos o seguinte
resultado conforme a tabela 2.

300

250
TR 100
TR 50
INTENSIDADE (mm/h)

200
TR 25
150 TR 15
TR 10
100
TR 5
TR 2
50

0
0 20 40 60 80 100 120 140
DURAÇÃO (minutos)

Figura 2 – Curva IDF proposta para cidade de São Leopoldo

300

250
TR 100
TR 50
200
INTENSIDADE (mm/h)

TR 25
150 TR 15
TR 10
100
TR 5

50 TR 2

0
0 20 40 60 80 100 120 140
DURAÇÃO (minutos)

Figura 3 – Curva IDF consolidada da cidade de Porto Alegre

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Figura 4 – Comparação São Leopoldo (SL) x Porto Alegre (POA) consolidada

Tabela 2 – Teste Qui-Quadrado São Leopoldo x Porto Alegre consolidada


Tr /
d 5 10 15 30 60 360 720 1440 X² X²c Resultado
100 5.20 0.07 0.22 0.73 0.14 0.03 0.00 0.00 6.426 semelhante
50 10.49 1.36 0.13 0.02 0.03 0.15 0.05 0.01 12.271 semelhante
25 15.87 3.53 1.06 0.17 0.38 0.31 0.12 0.04 21.513 diferente
15 19.25 5.18 2.00 0.56 0.76 0.39 0.16 0.07 28.398 14.07 diferente
10 21.10 6.25 2.67 0.88 1.04 0.44 0.19 0.09 32.703 diferente
5 21.98 7.06 3.31 1.23 1.30 0.48 0.19 0.08 35.678 diferente
2 15.74 4.74 2.07 0.71 0.82 0.24 0.10 0.05 24.506 diferente

Podem ser observadas graficamente as diferenças e semelhanças das curvas de Tr 10 anos e Tr


100 anos, respectivamente, de São Leopoldo e Porto Alegre. No teste Qui-Quadrado as curvas de Tr
100 e 50 anos apresentaram semelhança estatística, enquanto as demais curvas apresentaram
diferença estatística.

CONCLUSÕES
Apesar das limitações da metodologia presentes na realização deste trabalho, a curva IDF
proposta para o município de São Leopoldo mostrou viabilidade em sua utilização, considerando
principalmente Tempos de Retorno entre 2 e 10 anos, desde que sejam considerados os resultados
apresentados, tomando-se uma postura conservadora. Os resultados mostraram-se relevantes, pois
verificou-se que as diferenças entre as IDFs são significantes, o que era esperado. As chuvas de
projeto para São Leopoldo se mostraram de intensidades superiores às chuvas de projeto fornecidas
a partir da IDF representativa da cidade de Porto Alegre. Neste sentido, essa diferença pode causar
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um subdimensionamento nas obras de drenagem urbana caso a curva IDF de Porto Alegre estudada
seja aplicada para os projetos na cidade de São Leopoldo.
É preciso salientar que as curvas IDFs desse estudo podem apresentar imprecisões para tempos
de retorno maiores, já que a amostra de dados de precipitação analisada foi de apenas dezessete anos.
Porém, a favor da segurança, sobretudo para obras onde o tempo de retorno adotado é menor do que
a amostra analisada, é recomendável a utilização da IDF calculada neste estudo.

REFERÊNCIAS

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http://ftp.cptec.inpe.br/modelos/io/produtos/MERGE/. Acesso em 12/02/2019.

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