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DOI:10.34117/bjdv6n9-376
RESUMO
Uma das formas de se estudar o comportamento da precipitação pluvial é através do Índice de
Anomalia de Precipitação (IAC), esse índice ajuda no monitoramento do comportamento
pluviométrico e permite avaliar anos com escassez ou abundância no regime pluviométrico. O
objetivo da presente pesquisa visa analisar a ocorrência de eventos extremos de precipitação usando
o IAC para cidade de Recife-PE associando com o fenômeno climático extremo El Niño Oscilação
Sul (ENOS) e com sistemas meteorológicos. Foram utilizados 58 anos de dados mensais de
precipitação pluvial durante o período de 1961 a 2019 para os meses de junho e julho, que foram
escolhidos por apresentar o maior índice pluviométrico anual. Através do IAC foi calculado
períodos chuvosos e secos para compreensão da pesquisa. O índice apresentou grande variabilidade
nos eventos extremos de precipitação para anomalias positivas. Para mês de junho, o IAC detectou
em 35 anos com precipitação pluvial e em 25 anos classificados como período seco. Houve uma
variação no índice de -2,52 a 3,24. Para o mês de julho foram detectados em 30 anos com anomalia
de precipitação positiva e 29 de anomalia negativa, portanto para esse período os eventos extremos
tanto de precipitação quanto para secas extremas o índice variou entre -2,70 a 2,79. Portanto, espera-
se que a presente pesquisa possa colaborar com com o entendimento e análise do comportamento
dos eventos extremos de precipitação pluvial em capitais do nordeste brasileiro.
ABSTRACT
One of the ways to study rainfall behavior is through the Precipitation Anomaly Index (IAC), this
index helps to monitor rainfall behavior and allows to evaluate years with scarcity or abundance in
the rainfall regime. The objective of this research is to analyze the occurrence of extreme rainfall
events using the IAC for the city of Recife-PE associated with the extreme climate phenomenon El
Niño South Oscillation (ENOS) and meteorological systems. We used 58 years of monthly rainfall
data from 1961 to 2019 for the months of June and July, which were chosen because they presented
1 INTRODUÇÃO
Uma das variáveis meteorológicas que tem um forte impacto no cotidiano de uma sociedade
é a precipitação pluvial, sua influência afeta diretamente a atividades humanas, em períodos de
escassez causam problemas sociais e ambientais ou e excesso, causam enchentes, escorregamento
de encostas (DINIZ, 2013). Estudos relacionados a chuvas extremas sempre foi alvo de
investigações no meio científico. A irregularidade nos índices pluviométricos tem como
característica a variação interanual na região tropical oscilando entre anos secos e chuvosos. Um
dos fatores que pode explicar essas irregularidades na precipitação pluvial da região Nordeste do
Brasil (NEB) é a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) dos Oceanos Pacífico Tropical e do
Oceano Atlântico (MARENGO et al., 2011. A precipitação pluvial é determinada pela formação
de fenômenos atmosféricos em diferentes escalas tanto no tempo quanto no espaço associadas com
as interações com a superfície e gases constituintes atmosféricos (CALVETTI et al., 2006). Os
episódios de chuvas extremas na maioria das vezes podem se enquadrar como desastres naturais,
devido a sua magnitude e extensão espacial (BRANDÃO, 2001). De acordo com Santos e Manzi
(2011), é possível afirmar que as mudanças no clima acarretam problemas significativos nos setores
natural, social e econômico. A variabilidade da precipitação pluvial da região do NEB é uma das
causas da intensidade dos eventos extremos relacionados a chuva e ventos. De acordo com Molion
e Bernardo (2002), os principais sistemas meteorológicos atuantes na região do NEB são: Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT), Vórtices Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), Linhas de
Instabilidade (LI), Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), Brisas Marítima e Terrestres e
as Perturbações Ondulatórias nos ventos Alísios (POAS). Uma das metodologias para compreensão
e estudo da precipitação pluviométrica é o Índice de Anomalia de Precipitação (IAC), que visa
proporcionar análises em anos de seca e chuva em excesso. Através de uma série de dados históricos
de precipitação pluvial o IAC realiza comparações no regime pluviométrico de uma determinada
2 MATERIAL E MÉTODOS
Foram realizados os cálculos da série de dados, obtidas através das médias mensais
compreendendo o período de análise para área de estudo. A determinação do IAC foi baseada na
metodologia de por Rooy (1965) adaptada por Freitas (2004, 2005), que é obtida a partir de
anomalias positivas e negativas de precipitação pluvial. De acordo com Sena et al., (2017) o cálculo
do IAC descrito através das seguintes equações 1 (anomalia positiva) e 2 (anomalia negativa), se
> 0, usa-se a equação 1 no caso contrário é utilizada a equação 2:
Em que:
N precipitação observada do mês em questão. precipitação média mensal da série histórica (mm).
médias das dez maiores precipitações mensais da série histórica (mm). média das dez menores
precipitações mensais da série histórica (mm). A representação das anomalias é dita positiva, visto
que os valores estão acima da média histórica dos dados e é dita negativa quando estão abaixo da
média histórica. As classificações dos valores dos índices estão ordenadas de acordo com a Tabela
1, variando de extremamente chuvoso para extremamente seco.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para melhor compreensão do comportamento da precipitação pluvial de Recife-PE, é
exposto na Figura 2 o meses com maiores índices de pluviosidade registradas para o período de
análise, onde é possível constatar o que já foi mencionado anteriormente, que são os meses de maior
registro pluviométrico que representa 32,6% do acumulado anual.
Figura 2. Precipitação média mensal para cidade entre os anos de 1961-2019 com destaque para o mês de junho e julho.
Figura 3. Valores do Índice de Anomalia de Chuva (IAC) positivos de negativos, referente a todos os meses de Junho
de (1961-2019), para cidade de Recife-PE.
Figura 4 – Imagens de satélite do GOES 10, no canal infravermelho para o dia 20/06/2006. Fonte: Adaptado de Pereira
(2011).
Figura 6. Valores do Índice de Anomalia de Chuva (IAC) positivos de negativos, referente a todos os meses de Julho
de (1961-2019), para cidade de Recife-PE.
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