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Priscilla Teles de Oliveira, Cláudio Moisés Santos e Silva, Kellen Carla Lima
Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC), UFRN, Natal – RN, Brasil.
priskateles@yahoo.com.br
1. Introdução
Devido a sua grande extensão territorial são vários os sistemas meteorológicos atuantes no
NEB, sendo os principais: a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT); os Vórtices Ciclônicos
de Altos Níveis (VCAN); os Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL) e as Linhas de
Instabilidade (LI). Ao sul da Bahia ainda há a atuação dos Sistemas Frontais (SF) e da Zona de
Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Apesar destes diferentes sistemas atmosféricos atuantes
em todo o NEB, climatologicamente o período mais chuvoso é durante a estação do outono, nos
meses de Março, Abril e Maio (Silva, 2004).
A ocorrência de seca no NEB é uma característica comum para grande parte da região,
climatologicamente cerca de 70% de sua precipitação é igual a zero, causando grandes prejuízos
sociais e econômicos à população, gerando diversas pesquisas no tema nos mais diferentes
contextos. No entanto, os EPI sobre o NEB são pouco estudados mesmo causando grandes
prejuízos à população; portanto, acredita-se que se faz necessário um estudo mais abrangente
sobre esses eventos.
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2. Material e Métodos
2.2. Metodologia
Os eventos de precipitação foram definidos com base no cálculo dos percentis (Wilks, 2006) da
distribuição de precipitação. Definiu-se como evento de precipitação intensa (EPI) aquele que
apresentou precipitação acima do percentil 95º; como evento de precipitação normal (EPN)
aquele que apresentou precipitação em torno do valor médio, ou seja, entre o percentil 45º e 55º;
como evento de precipitação fraca (EPF) aquele que apresentou precipitação abaixo do percentil
5º. Após o cálculo dos percentis e a identificação dos eventos, dividiram-se os dados por
estações do ano: verão, DJF (Dezembro, Janeiro e Fevereiro); outono, MAM (Março, Abril e
Maio); inverno, JJA (Junho, Julho e Agosto); primavera, SON (Setembro, Outubro e
Novembro). Calculou-se a quantidade de EPF, EPN e EPI e a intensidade da precipitação média
diária destes eventos, durante o período de estudo (1972 a 2002).
Gráficos com a distribuição interanual da quantidade dos eventos serão elaborados também por
estação sazonal, enquanto que os gráficos da intensidade da precipitação serão elaborados pelo
tipo do evento, devido à diferença de grandeza entre a intensidade da precipitação.
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3. Resultados preliminares
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Tabela 1 – Valores da confiança estatística (Conf.) e tendência (Tend.) positiva (+) ou negativa
(-), resultante do teste de Mann-Kendall sobre a variação da quantidade e da intensidade da
precipitação média diária dos Eventos de Precipitação.
Eventos Precipitação
Conf. Tend Conf. Tend
Anual - +
DJF + -
MAM - 95% +
JJA + -
SON 90% - 95% +
Referências
GRIMM, A.M. and TEDESCHI, R.G. ENSO and extreme rainfall events in South
America.Journal of Climate, v. 22, n. 7, p. 1589-1609, 2009.
KENDALL, M. G. Rank correlation methods. London: Charles Griffin, 1975. 120p.
MANN, H. B. Nonparametric tests against trend. Econometrica, v.13, p.245-259, 1945.
RODRIGUES, R.R., R.J. HAARSMA, E.J.D. CAMPOS and T. AMBRIZZI, The impacts of
inter-El Nino variability on the Tropical Atlantic and Northeast Brazil climate. Journal of
Climate, v. 24, p. 3402-3422, 2011.
WILKS, D. S. Statistical methods in the atmospheric sciences. 2. ed. Amsterdam: Elsevier
Academic Press, 2006. 627 p.
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