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Espacialização da precipitação pluviométrica média anual da bacia


hidrográfica do rio Corrente, Bahia

Article · September 2020


DOI: 10.18677/EnciBio_2020C19

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5 authors, including:

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ESPACIALIZAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA MÉDIA ANUAL DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO CORRENTE, BAHIA

Rayssa Gomes Monteiro¹, Lorena Souza da Silva², Ana Luiza Silva Anjos³, Lorena Lima
Ferraz4, Esaul Lucas Oliveira5
¹Engenheira Ambiental. Mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia – UESB – Itapetinga, Bahia, Brasil.
E-mail:rayssagmonteiro1@gmail.com
²Engenheira Ambiental. Mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia – UESB– Itapetinga, Bahia, Brasil.
³Engenheira Ambiental. Mestranda em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente na
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC – Ilhéus, Bahia, Brasil.
4
Engenheira ambiental. Mestranda em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente na
Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC – Ilhéus, Bahia, Brasil.
5
Engenheiro ambiental. Mestrando em Ciências Ambientais pela Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia – UESB– Itapetinga, Bahia, Brasil.
Recebido em: 15/08/2020 – Aprovado em: 15/09/2020 – Publicado em: 30/09/2020
DOI: 10.18677/EnciBio_2020C19

RESUMO
A disponibilidade hídrica tem sido afetada pela crescente demanda de água, pelas
mudanças climáticas, bem como pela variabilidade espaço temporal das precipitações.
Conhecer e entender a espacialização de precipitações pluviométricas em uma bacia
hidrográfica, é vantajoso para o gerenciamento dos recursos hídricos. O objetivo do
presente estudo foi realizar a espacialização da precipitação pluviométrica média anual
da bacia hidrográfica do rio Corrente utilizando diferentes métodos, através dos
Sistemas de Informações Geográficas. Para obter a precipitação média foram
selecionadas 14 estações pluviométricas. Os dados de precipitação foram adquiridos
através da plataforma on-line para aquisição de dados hidrológicos, denominada
HidroWeb da Agência Nacional das Águas (ANA). Tendo como informações os dados
de chuvas de cada posto pluviométrico da área de estudo, determinou-se a precipitação
média anual total da bacia hidrográfica do rio Corrente por meio do método da Média
Aritmética. Em seguida, os pontos foram distribuídos por toda bacia hidrográfica,
possibilitando a realização do método da interpolação por IDW (Inverse Distance
Weighted – Ponderação do Inverso da Distância), a partir disso gerou-se as isoietas.
Posteriomente, outro método foi utilizado no cálculo da precipitação média, denominado
polígonos de Thiessen. O programa utilizado para manipulação dos dados foi o
software ArcGIS 10.3/ArcMap® do ESRI. A precipitação média total anual na bacia,
estimada pelos métodos empregados neste trabalho, sendo o Método Aritmético,
Polígonos de Thiessen e interpolação por IDW foram, respectivamente, 1070,17mm,
1007,25mm e 1037,46mm. Os métodos empregados apresentaram um panorama da
distribuição de chuvas ao longo de toda a bacia.
PALAVRA-CHAVE: chuvas, geoprocessamento, recurso hídrico.

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.17 n.33; p. 205 2020
SPATIALIZATION OF THE ANNUAL AVERAGE PLUVIOMETRIC PRECIPITATION OF
THE CORRENTE RIVER HYDROGRAPHIC BASIN, BAHIA

ABSTRACT
Water availability has been affected by the growing demand for water, climate change,
as well as the temporal space variability of rainfall. Knowing and understanding the
spatialization of rainfall in a hydrographic basin is advantageous for the management of
water resources. The objective of the present study is to perform the spatialization of the
mean annual rainfall in the current river basin using different methods, using Geographic
Information Systems. In order to obtain the average precipitation, 14 pluviometric
stations were selected. Precipitation data was acquired through the online platform for
the acquisition of hydrological data, called HidroWeb of the National Water Agency
(ANA). Using the rainfall data for each rainfall station in the study area as information,
the average annual total precipitation of the current river basin was determined using the
Arithmetic Average method. Then, the points were distributed throughout the
hydrographic basin, making it possible to perform the interpolation method by IDW
(Inverse Distance Weighted - Weighting of the Inverse Distance), from which the isoietas
were generated. Subsequently, another method was used to calculate average
precipitation, called Thiessen polygons. The program used for data manipulation was
ESRI's ArcGIS 10.3 / ArcMap® software. The average annual total precipitation in the
basin, estimated by the methods employed in this work, being the Arithmetic Method,
Thiessen Polygons and interpolation by IDW were, respectively, 1070.17mm, 1037,
46mm and 1007.25mm. The methods employed presented an overview of the
distribution of rainfall throughout the entire basin.
KEYWORDS: rainfall, IDW, geoprocessing, Thiessen polygon, water resource.

INTRODUÇÃO
A precipitação é de extrema importância e um recurso fundamental nos estudos
climáticos e ambientais. A precipitação pluviométrica pode ser considerada como a
variável do ciclo hidrológico que apresenta maior variabilidade espacial, sendo esta
dependente, na maioria dos casos, das estações pluviométricas para sua
representação (ANJOS et al., 2020).
Por ser um elemento natural aleatório, a distribuição da precipitação no espaço
não se repete exatamente igual em diferentes períodos anuais numa perspectiva
quantitativa, embora aponte para os locais onde se deve esperar as maiores
frequências e incidências (RODRIGUES, 2020). Uma avaliação quantitativa de
precipitação pluvial é sempre importante em qualquer contexto físico, principalmente
quando direcionado a questões como cultura e manejo dos recursos hídricos e
identificação de períodos chuvosos. É importante salientar que o custo para obter uma
grande rede de instrumentos instalados que forneçam suporte à coleta de dados sobre
precipitação é elevado, tornando necessária a utilização de procedimentos de
manipulação para obter dados em áreas não amostradas (RIGHI; BASSO 2016).
Segundo Marciano et al. (2018), há alguns métodos para facilitar o cálculo da
chuva média, dentre estes existem: o método da média aritmética, método de Thiessen
e método das isoietas. O da média aritmética é muito simplório por não levar em
consideração a distribuição de estações pluviométricas e o relevo; o método das
isoietas é implementado por curvas que unem os pontos de precipitação homogênea
ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.17 n.33; p. 206 2020
em determinado período; o método de Thiessen aplica a teoria do diagrama de Voronoi
para o cálculo da precipitação média na região de estudo. Além desses métodos, as
técnicas de interpolação podem ser utilizadas para cálculos de precipitação média.
A técnica de interpolação permite elaborar um novo conjunto de dados, a partir
de um conjunto discreto de dados pontuais já conhecidos, permitindo a análise para
regiões que não dispõem de registros, em decorrência da ausência de estação de
medição, ou que apresentem falhas em seu banco de dados (COSTA et al., 2020).
Os métodos de espacialização da precipitação podem ser aplicados através de
ferramentas como os Sistemas de Informações Geográficas (SIG). O sensoriamento
remoto juntamente com o geoprocessamento e o SIG, têm se mostrado como
ferramentas imprescindíveis nos estudos, monitoramentos e gerenciamento de bacias
hidrográficas, gerando resultados eficientes. Os SIG possibilitam o desenvolvimento e
aperfeiçoamento de técnicas de delimitação automática, uso e ocupação do solo, assim
como a espacialização da precipitação pluvial de uma bacia hidrográfica (SOBRINHO et
al., 2010).
Visto que a precipitação pluviométrica é de elevada importância nas atividades
antrópicas, o objetivo deste estudo foi realizar a espacialização da precipitação
pluviométrica média anual da bacia hidrográfica do rio Corrente utilizando diferentes
métodos, através dos Sistemas de Informações Geográficas.

MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização e Localização da Área de Estudo
A bacia do rio Corrente está localizada na região oeste da Bahia, situada no
médio São Francisco, contida na zona 23 S, entre as coordenadas geográficas de
latitudes sul 12°52'30,461" e 14°53'47,947" e longitudes oeste 43°25'28,201" e
46°6'7,936", em uma das extremidades do estado, limitando-se ao Sul com a bacia do
rio Carinhanha (divisa com Minas Gerais), ao norte com a bacia do rio Grande, a leste
com o rio São Francisco e a oeste com a bacia do rio Tocantins (BAHIA, 2010).
O clima do Território da bacia do rio Corrente é seco, sub-úmido e semiárido.
Existem duas estações bem definidas. Uma chuvosa, com períodos que perduram de
quatro a cinco meses (entre outubro e março). A outra, a estação da seca, traz o
período de estiagem em todo o restante do ano (BAHIA, 2010). O mapa de localização
da bacia hidrográfica do rio Corrente e as estações pluviométricas utilizadas nesse
estudo encontram-se na Figura 1.

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.17 n.33; p. 207 2020
FIGURA 1 – Localização da bacia hidrográfica do rio Corrente e das
estações pluviométricas.

Fonte: Autores (2020).

Determinação da precipitação média da bacia hidrográfica


Para obter a precipitação média da bacia hidrográfica do rio Corrente, foram
selecionadas 14 estações pluviométricas, localizadas tanto no interior da bacia quanto
no seu entorno. Os dados de precipitação foram adquiridos através das séries
históricas, de cada estação selecionada, disponíveis na plataforma de estudos on-line
para aquisição de dados hidrológicos, denominada HidroWeb da Agência Nacional das
Águas (BRASIL, 2020).
Os cálculos das precipitações médias foram realizados em planilha eletrônica do
Programa Microsoft Office Excel 15, levando em consideração os períodos com nível de
consistência dois em cada estação avaliada. Em seguida, criou-se uma planilha
contendo dados de latitude e longitude, código de cada estação pluviométrica e a
respectiva média de precipitação. Essa planilha foi importada para o ArcGIS
10.3/ArcMap® da ESRI e por meio de ferramentas do software gerou-se um shapefile
de pontos, relacionado a cada um dos dados da planilha.
A partir dos dados de chuvas de cada posto pluviométrico disponível,
determinou-se a precipitação média anual total da bacia hidrográfica do rio Corrente por
meio do método da Média Aritmética, através da equação 1.

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.17 n.33; p. 208 2020
(Equação 1)
Sendo:
: Precipitação média na bacia hidrográfica
: Precipitação média anual de cada estação
n: Número de estações analisadas

Com os pontos espacializados na bacia hidrográfica, foi realizado o método da


interpolação por IDW (Inverse Distance Weighted – Ponderação do Inverso da
Distância) através do software, ArcGIS 10.3/ArcMap® da ESRI. A interpolação por IDW
define os valores dos pontos utilizando uma combinação linear ponderada dos pontos
amostrados. O peso de cada ponto é o inverso de uma função da distância
(MARCUZZO et al., 2011).
Em seguida, foram geradas isoietas em ambiente SIG. As isoietas são curvas
que unem pontos cujo volume de precipitação são iguais (MARCUZZO et al., 2011). As
curvas de isoietas são traçadas pela ferramenta Contour, utilizando o mapa de
precipitação especializada obtido pela interpolação por IDW.
Outro método utilizado no cálculo da precipitação média da bacia hidrográfica do
rio Corrente foi a geração dos polígonos de Thiessen. Este método consiste em traçar
linhas retas no mapa, que unem as estações pluviométricas próximas e em seguida,
traçam-se linhas médias perpendiculares, definindo as áreas de influência de cada
estação pluviométrica, que são os polígonos de Thiessen. A precipitação média foi
calculada pela média ponderada entre a precipitação Pi de cada estação e o peso a ela
atribuído Ai, sendo este a área de influência de Pi (MARCIANO et al., 2018).
O cálculo da precipitação média anual da bacia pelos polígonos de Thiessen
baseia-se na ponderação entre a área de influência de uma dada estação pluviométrica
e sua respectiva precipitação média, como mostra a Equação 2.

(Equação 2)
Em que:
: Área de influência de cada estação pluviométrica.
: Precipitação média anual de cada estação.

A manipulação dos dados para obtenção do mapa de polígonos de Thiessen da


área de estudo foi realizada através do software, ArcGIS 10.3/ArcMap® da ESRI.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados das 14 estações pluviométricas consideradas neste estudo para a
obtenção da precipitação média anual da bacia hidrográfica do rio Corrente estão
dispostos na Tabela 1, a seguir. O período considerado neste estudo foi de 1945 a
2006.

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.17 n.33; p. 209 2020
TABELA 1 - Caracterização das estações pluviométricas da bacia hidrográfica do rio
Corrente.
Código Longitude Latitude Média (mm) Período Nº de anos
1344015 575455,1 8499911,873 958,96 1962 - 2006 44
1344014 537612,842 8527491,824 963,7 1972 - 2006 34
1346006 377264,291 8480670,047 1278,48 1981 - 2006 25
1346007 386243,81 8526209,036 1330,72 1981 - 2006 25
1243019 612655,964 8587141,485 965,96 1984 - 2006 22
1245007 492073,854 8624983,743 1120,21 1952 - 2000 48
1446004 365077,801 8364577,696 1166,49 1984 - 2001 17
1343019 668457,26 8533264,372 817,19 1945 - 1970 25
1243000 674871,202 8575596,39 771,94 1962 - 2006 44
1445000 481170,152 8358163,754 1256,27 1981 - 2005 24
1444017 550440,726 8422944,569 1012,17 1946 - 1999 53
1245015 397147,511 8589065,668 1297,07 1984 - 2000 16
1546010 361870,83 8283120,632 1194,4 1993 - 2005 12
1345000 456797,172 8482594,23 848,78 1981 - 2006 25

PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL 1070,17mm

A Figura 2 apresenta o mapa de chuvas especializadas, obtido por meio do


método de interpolação por IDW, a partir dos dados da Tabela 1. A precipitação média
encontrada por este método foi de 1.037,46mm. Nota-se que a região da bacia com
baixa pluviosidade encontra-se próxima a sua foz, cuja média de precipitação é a menor
dentre todas as estações observadas. Foi possível observar ainda que a maior
pluviosidade se encontra na região de cabeceiras da bacia hidrográfica, onde localiza-
se a estação pluviométrica de código 1346007, que possui a maior precipitação média
anual. O intervalo de precipitação referente a 923 mm–1025 mm apresenta uma
elevada representatividade na bacia hidrográfica, ou seja, maior área desta bacia é
abrangida pela lâmina precipitada contida neste intervalo.

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FIGURA 2 - Mapa da precipitação pluviométrica espacializada da bacia
hidrográfica do rio Corrente, gerado pelo método IDW.

Fonte: Autores (2020).

De acordo com os resultados apresentados por Pruski et al. (2004), em estudo


da precipitação média anual e vazão específica média de longa duração, na Bacia do
São Francisco, as precipitações médias apresentaram comportamento semelhante ao
presente estudo. As precipitações diminuem da nascente para a foz do São Francisco,
sendo a maior precipitação média anual observada, igual a 1.506 mm e a mínima
precipitação média anual observada, foi igual a 902 mm. Essa comparação possibilita
compreender de forma mais aprimorada o comportamento espacial de precipitações
médias anuais ao longo dos cursos d’água, dentro dos limites das bacias hidrográficas.
A Figura 3 apresenta o mapa de isoietas, onde estão dispostos os valores de
precipitação média, intercalados a cada 30mm de lâmina precipitada. É notório que
houve uma variação da precipitação por toda extensão da bacia hidrográfica do rio
Corrente.

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FIGURA 3 - Mapa de isoietas contendo a distribuição de curvas que delimitam
regiões de mesma pluviosidade, com intervalos de 30mm.

Fonte: Autores (2020).

Esses resultados referentes à bacia hidrográfica do rio Corrente, inserida no


estado da Bahia são condizentes com os resultados apresentados por Cardoso et al.
(2018), onde é possível observar que a maior proporção do estado da Bahia apresenta
precipitação média anual inferior a 1500 mm (aproximadamente 76% do território
do estado). Valores superiores a estes são encontrados na porção litorânea do
estado e em algumas áreas de maiores altitudes.
Na Tabela 3, estão apresentados os valores das áreas de influência das estações
consideradas neste estudo e suas respectivas precipitações médias anuais, bem como
a precipitação média anual da bacia hidrográfica do Rio Corrente, encontrada pelo
método dos polígonos de Thiessen. Observou-se que a maior área de influência
(Código 1345000), compreende a menor precipitação média anual. A precipitação
média anual total obtida pelo método de Thiessen foi de 1007, 25 mm.

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.17 n.33; p. 212 2020
TABELA 2 - Área de influência e precipitação média de cada estação
pluviométrica para cálculo do Método de Thiessen.
Código da Área de influência (km2) Precipitação média anual (mm)
estação
1345000 9623,821972 848,7833
1444017 769,4741984 1012,168
1243019 3070,510442 965,9625
1245015 74,6756151 1297,075
1445000 824,2695509 1256,2667
1446004 1528,498219 1166,4937
1346007 2129,957833 1330,72
1346006 3857,615996 1278,4842
1344015 4922,45914 958,9645
Precipitação média anual total= 1007,25 mm

A Figura 4 dispõe o mapa dos polígonos de Thiessen obtidos na bacia


hidrográfica do rio Corrente. Pelo método de Thiessen, nota-se que os valores de
precipitação para as áreas delimitadas variam de 848,78 a 1330,72 mm.

FIGURA 4 - Mapa dos Polígonos de Thiessen.

Fonte: Autores (2020).

Comparando os valores da precipitação média anual obtida pelos diferentes


métodos, percebeu-se que, para a bacia em questão, ambos os métodos resultam em
valores bem próximos. O método da Média Aritmética considera que houve uma
distribuição homogênea da precipitação em toda a bacia. O método de Thiessen

ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer – Jandaia-GO, v.17 n.33; p. 213 2020
pondera a não uniformidade da distribuição espacial das estações pluviométricas,
entretanto, não considera o relevo da bacia. O método de interpolação por IDW estima
a pluviosidade distribuída de maneira contínua, variando gradativamente por toda bacia
hidrográfica.
As médias obtidas pelos métodos utilizados estão dentro do esperado para a
região estudada. Segundo Campos e Chaves (2020), em um estudo cujo tema foi as
tendências de precipitação média anual na região Cerrado, região a qual a bacia
hidrográfica do rio Corrente está inserida, a precipitação média anual em todo o bioma
Cerrado, no período compreendido entre 1977 e 2010, variou entre as máximas e
mínimas de 1.486 mm, 146,8 mm respectivamente. O bioma apresenta uma alta
variabilidade espacial na precipitação anual, observando-se, entretanto, grupos de
estações com valores médios semelhantes. Na Bahia, são encontrados valores
inferiores à média regional de precipitação que compreende a faixa de transição com o
bioma Caatinga.
Diante do exposto, constata-se que estudos sobre a distribuição espacial da
precipitação pluviométrica têm impacto direto sobre a sustentabilidade natural de
diferentes ecossistemas. Na agricultura, por exemplo, estudos desta natureza fornecem
importantes indicativos sobre a aptidão de áreas para determinadas culturas, bem como
permitem explicar variações em índices médios de produtividade (OLIVEIRA;
MARCUZZO, 2016), auxiliando a tomada de decisão para manejos agrícolas e para a
gestão territorial.

CONCLUSÕES
Os métodos empregados na espacialização e na determinação da precipitação
média anual na bacia hidrográfica do rio Corrente possibilitou gerar um panorama da
distribuição de chuvas ao longo de toda a área entre os anos de 1945 e 2006. A análise
da precipitação média anual da bacia hidrográfica do rio Corrente, realizada pelos
métodos de média Aritmética, Polígonos de Thiessen e IDW apresentaram valores bem
semelhantes, sendo eles respectivamente 1070,17mm, 1007,25mm e 1037,46mm.
As técnicas de geoprocessamento aplicadas em ambiente de SIG se mostraram
eficientes na espacialização da precipitação média anual da bacia do rio Corrente
apresentando-se favorável às ações de planejamento e gerenciamento de recursos
hídricos e ambientais.

REFERÊNCIAS
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Precipitação e Possíveis Fatores que Contribuem para sua Espacialização em Recife-
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