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XXIII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HIDRÍCOS

CICLOS E TENDÊNCIAS NA PRECIPITAÇÃO DA BACIA DO RIO MADEIRA

Vinicius Alexandre Sikora de Souza 1; Isela Leonor Vásquez Panduro2; Daniel Medeiros Moreira3;
Otto Corrêa Rotunno Filho4; Anderson Paulo Rudke5 & Claudia Daza Andrade6

RESUMO – A detecção e a compreensão de ciclos e tendências nas séries históricas


hidrometeorológicas subsidia a identificação de padrões hidroclimáticos, contribuindo, assim, na
análise e na previsão do clima regional. Nesse sentido, o estudo propõe-se a caracterizar e a
concentrar esforços no estudo da variabilidade temporal da precipitação da bacia hidrográfica do rio
Madeira, evidenciando o seu comportamento ao longo do período 2000-2015. Dados de 37 estações
pluviométricas, provenientes do centro de dados da Agência Nacional de Águas (ANA), foram
reunidos para consolidar uma base de dados que foi tratada mediante o emprego do método
estatístico denominado de filtro de Hodrick-Prescott (HP), que permite a decomposição da série
temporal em componentes de tendência e de ciclos. Os resultados obtidos por meio dessa filtragem
evidenciam que os pluviômetros tiveram suas tendências alteradas por eventos meteorológicos
ocorridos no período analisado.

ABSTRACT– The detection and understanding of cycles and tendencies in the historical
hydrometeorological records supports the identification of hydroclimatic patterns, thus contributing
to the analysis and prediction of the regional climate. In this sense, this study aims to characterize
and to focus on the study of temporal variability of the precipitation of the Madeira river basin in
order to highlight its behavior along the time period 2000-2015. Data from 37 raingauges, extracted
from the Brazilian National Water Agency (ANA) data center, were gathered to consolidate a
database that was treated by using the Hodrick-Prescott (HP) filter statistic method, which allows
the decomposition of a time series in components of trends and cycles. The results obtained through
this filtering highlight that the rain gauges had their trends altered by meteorological events
occurred in the analyzed period.

Palavras-Chave – Séries temporais de precipitação, Tendências e ciclos, Filtro Hodrick-Prescott


(HP)

1) Estudante do Programa de Engenharia Civil, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - COPPE, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Av. Athos da Silveira Ramos, 149, Centro de Tecnologia - Bloco B, Ilha do Fundão, CEP: 21941-909, Rio de Janeiro – RJ,
(65) 99676-1227, vinicius@coc.ufrj.br,
2) Estudante do Programa de Engenharia Civil, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - COPPE, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Av. Athos da Silveira Ramos, 149, Centro de Tecnologia - Bloco B, Ilha do Fundão, CEP: 21941-909, Rio de Janeiro – RJ,
(21) 39387840, iselavp@gmail.com
3) Serviço Geológico do Brasil, CPRM, Divisão de Hidrologia Aplicada, Av. Pasteur, 404 – URCA – CEP 22.290-240, Rio de Janeiro – RJ, Brasil,
daniel.moreira@cprm.gov.br
4)Professor do Programa de Engenharia Civil, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia - COPPE, Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Av. Athos da Silveira Ramos, 149, Centro de Tecnologia - Bloco B, Ilha do Fundão, CEP: 21941-909, Rio de Janeiro – RJ,
(21) 39387840, otto@coc.ufrj.br
5) UFMG, rudke@alunos.utfpr.edu.br
6) UFRRJ, dazaclau@gmail.com

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INTRODUÇÃO
A bacia hidrográfica do rio Madeira insere-se no centro de intensa convecção acoplada à zona
do cavado equatorial quase permanente e possui grande importância no funcionamento do clima
global devido as suas florestas, que, por meio de intensa evapotranspiração, bombeiam calor latente
à atmosfera para equilibrar o forte calor radiativo à superfície (Nobre et al., 2009).
Tal mecanismo faz com que o ecossistema dessa região hidrográfica seja extremamente
ligado às variáveis hidroclimáticas, principalmente a precipitação. Reconhecida na literatura
hidrológica como forçante fundamental na ativação do ciclo hidrológico, a precipitação gera
diversos impactos nos mais diversos setores econômicos de uma sociedade, notadamente no que diz
respeito à ocupação e ao uso do solo de bacias hidrográficas. Por exemplo, diversos estudos, como
aqueles conduzidos por Rebello et al. (2016) e por Braga et al. (2010), entre outros, apontam que as
espécies de plantas e sua evolução fenológica dependem da quantidade de chuva e de sua
distribuição espaço-temporal. Complementarmente, a redução nos valores da precipitação torna a
região da bacia do Madeira, caso de estudo deste trabalho, mais propensa à savanização ou sujeita a
processos de desertificação. Sob a perspectiva de mais longo prazo, cabe também mencionar
pesquisas conduzidas na área de paleoclimatologia, como é o caso do trabalho de Wang et al.
(2017), entre outros, que examina séries temporais mais longas, reforçando os indícios de que a
cobertura do solo, quanto submetida à escassez permanente de água, tende a criar um bioma com
características de savana.
Diante desse contexto, entender o comportamento da chuva na região de estudo é primordial
para compreender como modificações na cobertura e uso do solo, potencialmente de origem
antrópica e climática, são por ela afetadas no domínio espaço-temporal. Nesse sentido, cabe
destacar análises produzidas no estudo de Panduro et al. (2018), que analisaram a distribuição
espaço-temporal da precipitação por meio de dados do produto de satélite TRMM (versão 3B43-
V6), com resolução temporal de 3 horas e espacial de 0,25̊ X 0,25̊, na área que abrange a bacia
amazônica, com enfoque na região da Amazônia legal do Brasil, ao longo do período 2001-2013.
Em particular, o estudo explora e avalia a evolução do desmatamento na região a partir de dados de
chuva e influências de fenômenos meteorológicos, contrastando, também, com resultados do projeto
PRODES e do sistema de alerta SAD do IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia).
Complementarmente, a série temporal pluviométrica pode ser analisada por meio de suas
componentes, que, segundo Spiegel (1969), poderia ser decomposta em 4 componentes
características - sinais ou variabilidades de longo prazo de tempo, de curto prazo, cíclicas e
aleatórias. Quanto à variabilidade de longo prazo, podem ser caracterizadas oscilações quase
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seculares e/ou interdecadais, enquanto as oscilações de curto prazo de tempo referem-se aos padrões
existentes e que são observados na escala anual e/ou sazonal da série. Os sinais cíclicos, por sua
vez, representam oscilações ou desvios de prazo interanual ou plurianual, existentes na curva da
tendência geral da série, e as oscilações aleatórias (irregulares) estão associadas aos deslocamentos
esporádicos que são provocados por eventos casuais.
Nesse sentido, merece menção o trabalho de Panduro et al. (2017) que desenvolve análise
extensiva e fundamentada para avaliar a seca que se desenvolveu na região sudeste do Brasil, em
especial nas bacias de contribuição do sistema Cantareira, principal manancial de água para a
cidade de São Paulo, com base em dados observacionais de chuva e do satélite TRMM em anos
recentes (2014-2016), conjuntamente com dados de vazões e índices hidrometeorológicos
hidroclimáticos diversos associados a fenômenos meteorológicos (El Niño/La Niña, Oscilação
Decadal do Pacíficio, temperatura da superfície do mar, Zona de Convergência do Atlântico Sul,
Oscilação Multidecadal do Atlântico, evidenciando as diferentes escalas presentes nas séries
coletadas, caracterizando a seca meteorológica e o consequente impacto hidrológica e escassez de
água na região. As análises conduzidas nesse trabalho mostraram a robustez do filtro Hodrick-
Prescott (Hodrick e Prescott, 1980) na identificação de componentes de tendência e ciclos presentes
em séries temporais.
Assim, o presente trabalho parte desse referencial para explorar o potencial de
aplicabilidade dessa metodologia na análise de séries temporais de pluviometria. Em particular, a
contribuição proposta concentra-se na abordagem diferenciada de identificar e revelar possíveis
tendências e ciclos presentes nas séries históricas de precipitação da bacia do rio Madeira por meio
do emprego do filtro Hodrick-Prescott.

MATERIAIS E MÉTODOS
A bacia hidrográfica do rio Madeira apresenta limites transfronteiriços internacionais,
estendendo-se pela Bolívia (51%), Brasil (42%) e Peru (7%), perfazendo área total de drenagem de
1.324.727 km2. Representa, assim, a maior sub-bacia amazônica (22%) (Guyot, 1993), com
localização no sudoeste da bacia amazônica, mais precisamente na margem direita do rio
Amazonas. Na porção brasileira da bacia do rio Madeira (Figura 1), área que é objeto deste estudo,
compreende os estados de Rondônia, Amazonas, Mato Grosso (porção noroeste) e Acre (pequena
faixa a sudeste do estado), com área aproximada de 607.033 km2.

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Figura 1 – Localização da bacia hidrográfica do rio Madeira

As informações de precipitação utilizadas foram obtidas por meio do banco de dados


disponibilizados pela Agência Nacional de Águas (ANA). A agência mantém, em seus registros,
dados de precipitação pluviométrica acumulada em períodos de um dia para 613 estações
pluviométricas na área de estudo.
Realizando-se, primeiramente, uma triagem desses dados, verificou-se que o intervalo entre
os anos de 2000 a 2015 era o que possuía mais estações com menor número de falhas com periodos
superiores a 10 anos. O presente trabalho analisou as séries históricas de 37 estações
pluviométricas demarcadas na Figura 1.
Para analisar o comportamento das séries históricas desses pluviômetros e possíveis
influências de eventos climáticos, no nível mensal, empregou-se o filtro Hodrick-Prescott – HP.
O filtro Hodrick-Prescott (HP) (Hodrick e Prescott, 1980) busca extrair a tendência, que é
considerada estocástica, mas com variações suaves ao longo do tempo e não correlacionadas com o
ciclo. Dessa forma, propõe-se a decomposição de uma série temporal em duas, das quais uma é
formada pelos componentes de sua tendência, enquanto a outra pela parte cíclica e aleatória do sinal
original.

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A decomposição pode ser escrita como
𝑦𝑡 = 𝜏𝑡 + 𝑐𝑡 (1)
onde: y é a série original; τ é a tendência extraída com o filtro HP; e c é a parte cíclica/aleatória
extraída com o filtro HP.
A extração do componente de tendência dá-se por procedimento de otimização (minimização)
segundo a expressão (com t=1,2,3...) dada por
2

𝑚𝑖𝑛 {∑𝑟𝑡=1 (𝑦
⏟𝑡 − 𝜏𝑡 )2 + 𝜆 ∑𝑇−1
𝑡=2 [(𝜏
⏟ 𝑡+1 − 𝜏𝑡 ) − (𝜏𝑡 − 𝜏𝑡−1 )] } (2)
1 2

onde: o primeiro termo da equação é a soma da série dos desvios entre os valores da série original e
os respectivos valores da série da tendência, elevados ao quadrado, representando uma medida do
grau de ajuste; e o segundo termo é a soma do quadrado da segunda diferença entre os componentes
da tendência e indica seu grau de suavidade.
O parâmetro de suavização ou penalização (λ) controla as variações da taxa de crescimento da
componente tendência e deve assumir valores positivos, pois, se λ = 0, a série da tendência seria
igual à série original. Por outro lado, quanto maior for λ, maior é a suavização da tendência, tal que
se λ→ ∞, a tendência aproxima-se de uma linha reta (Hodrick e Prescott, 1980).
Hodrick e Prescott (1980), em seu trabalho, assumem que o fator penalizador (Equação 3) é
função da relação entre a variância do primeiro termo (θc) e a variância do segundo termo (θτ).
𝜃
𝜆𝑡 = (𝜃𝑐 ) (3)
𝜏

Por outro lado, o trabalho de Maravall e Del Rio (2001) investigou os efeitos do fator
penalizador para diferentes frequências, constatando que a maior parte dos ciclos superiores
(inferiores) ao valor de referência (P) são mantidos na série tendência (cíclica/aleatória). Uma
sumarização dos dados desse trabalho encontra-se na Tabela 1.

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Tabela 1 – Valores dos parâmetros penalizadores para séries de dados anuais (λa), trimestrais (λt) e
mensais (λm) e o correspondente ciclo de referência (P).
(λa) (λt) (λm) P (anos)
1 179 14400 5,7
5 1190 95972 9,2
6 1437 115975 9,7
7 1600 129119 9,9
10 2433 196474 11,0
15 3684 297715 12,2
20 4940 399339 13,2
25 6199 501208 13,9
30 7460 603250 14,6
35 8723 705424 15,2
40 9.986 807702 15,7
70 17585 1422774 18,1
100 25.199 2.039248 19,8
200 50633 4.098632 23,6
400 101599 8225728 28,0
Fonte: adaptada de Maravall e Rio (2001).

Assim, para os dados deste estudo, adotou-se o efeito penalizador (λ) de 14400, tal como
preconiza Maravall e Del Rio (2001), devido ao fato dos dados serem mensais e pelo fato de que,
nas buscas de eventos, optou-se por períodos de ocorrência menores do que 6, uma vez que o
período analisado foi restrito aos anos de 2000 a 2015.
Posteriormente, uma vez executada a separação das condições de ciclo e tendência, as
inflexões de diminuição e elevação de pico na tendência da série foram comparadas com
ocorrências climáticas na região de estudo e no seu entorno para vislumbrar as relações de possíveis
perturbações e poder melhor identificá-las.

RESULTADOS
As séries de dados mensais dos pluviômetros analisados para o ano de 2000 a 2015 foram
segregadas por meio do filtro HP em ciclo e tendência para identificar as ocorrências de fenômenos
climáticos nesse período e como afetaram essas séries.

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A frequência penalizou a parte da tendência interdecadal da série, separando-a da parte cíclica
e aleatória (variabilidade interanual). Assim, o procedimento permitiu observar a duração e a
variação dos ciclos nas séries temporais, em especial, a variabilidade de longo prazo observada nos
dados mensais da precipitação.
Como pode ser constatar nos exemplos da Figura 2, em que se observa dois pluviômetros
escolhidos aleatoriamente, que não há um comportamento único para todas as estações. Logo, cada
pluviômetro reage de forma única a um mesmo evento. Esse fato está associado a uma grande
variabilidade espacial da chuva e à baixa densidade de pontos amostrados por essas estações.

Figura 2 – Aplicação do filtro HP nas séries históricas de duas estações amostradas.

A variação na linha de tendência de todas as estações ao longo dos meses e anos está
delineada na Figura 3.

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-0.1
-0.05
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
0.5
0.55
Figura 3 – Variação na tendência dos dados das estações amostradas.

Os resultados foram confrontados com as análises nos boletins Climanálise do Centro de


Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Tais documentos relatam quatro grandes
fenômenos na região amazônica entre os períodos de 2000 a 2015, sendo dois grandes períodos de
seca (2005 e 2010) e dois de altas intensidades pluviométricas (2009 e 2012).
Na imagem da Figura 3, pode-se perceber que a maior depleção na tendência dos eventos
pluviométricos, de forma generalizada, em todos os meses de um mesmo ano, ocorreu em 2010.
Nesse período, segundo Lewis et al. (2011), ocorreu uma seca que atingiu a Amazônia e foi a mais
severa em 100 anos.
No ano de 2005, não houve variação significativa na tendência, todavia os anos anteriores
foram marcados por períodos em que a variação foi negativa nos meses chuvosos, sugerindo que os
efeitos climáticos atenuaram a depleção na variação para esse ano. Sobre o fenômeno de seca de
2005, Sales et al. (2011) revela que foi causado pelo movimento ascendente do ar, que,
normalmente, ocorre no Atlântico tropical norte, associado à célula de Hadley, quando ficou mais
intenso. Consequentemente, a intensificação da circulação atmosférica fez com que os movimentos
descendentes, especialmente sobre o sudoeste da Amazônia, fossem mais intensos do que a média,
o que dificultou a formação de nuvens e, portanto, de chuva na região.

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Nos anos de 2009 e 2012, observa-se tendência de variações positivas, associadas à
ocorrência do fenômeno La Niña, que, conforme Sales et al. (2011), é gerado pelo resfriamento da
superfície do oceano Atlântico sul.

CONCLUSÃO
O presente trabalho estabeleceu com diretriz examinar o comportamento pluviométrico na
bacia do rio Madeira a partir da identificação de ciclos e tendências presentes nos registros de
estações meteorológicas disponíveis na região abrangendo o período 2000-2015.
Entre outras observações, revelou-se que os efeitos de variações positivas ocorreram de
2009 a 2012, verificando-se, assim, influência do fenômeno de La Niña, o que confirma que a
metodologia proposta foi capaz de identificar as singularidades decorrentes desse tipo de evento. O
ano de 2010, por outro lado, foi maior gerador de uma tendência negativa nas séries históricas da
bacia para todos os meses desse ano. Observou-se, em particular, que o evento gerador dessa
redução se propagou por todo o ano de 2010, tendo culminado em um evento de seca com alto
tempo de recorrência. O evento de seca do ano de 2005, por sua vez, não apresentou grande
alteração na tendência das séries, todavia, nos anos anteriores, foi observada sua redução, o que
indica a presença de fenômeno atuante e condicionante da redução constatada.
Em síntese, constatou-se, inicialmente, que o filtro de Hodrick-Prescott (HP) foi capaz de
permitir estabelecer associações de comportamentos das séries temporais de chuva, notadamente no
que concerne a ciclos e tendências, com perturbações nos fenômenos climáticos atuantes na região
da bacia hidrográfica do rio Madeira.

AGRADECIMENTOS
Inicialmente, os autores agradecem a bolsa de estudos concedida ao primeiro autor fornecida pelo
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Agradecimentos são
estendidos à FAPERJ, por meio dos projetos FAPERJ – Pensa Rio – Edital 34/2014 (2014-2017) –
E-26/010.002980/2014, FAPERJ no E_12/2015 e FAPERJ no E_22/2016 , bem como ao suporte
oferecido pelo CNPq por meio do projeto Edital no 12/2016 – Processo 306944/2016-2 e projetos
Edital Universal no 14/2013 – Processo 485136/2013-9 e no 28/2018 – Processo 435714/2018-0
bem como pelo apoio da CAPES - Código de Financiamento 001.

REFERÊNCIAS

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