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HIDROGRAMA UNITÁRIO TRIANGULAR DA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO IMBOASSÚ/ SÃO GONÇALO (RJ)

Jeferson de Azevedo (IBGE – UNIVERSO)


Alexandre Debonis (RIOÁGUAS)
Edison Dausacker Bidone (UFF)
E-mails de contato: jeffazevedo@ig.com.br ou jeffazevedo@oi.com.br

1 - RESUMO
A determinação da vazão de cheia de uma bacia urbana é de extrema importância para os
gestores públicos e os diversos segmentos da sociedade. Quanto à metodologia utilizada no
desenvolvimento do presente trabalho, constitui-se basicamente dos seguintes
procedimentos: Revisão da literatura; Demarcação da área da bacia; Levantamento de
campo; Entrevistas com técnicos da área em questão; Cálculo do Hidrograma Unitário
Triangular foi elaborado a partir do modelo desenvolvido pelo “U.S.Soil Conservation
Service”, para o tempo de recorrência de 2 anos; e, Análise e tratamento dos dados. Os
resultados obtidos demonstraram que: (a) No curso alto da bacia a vazão de pico e a
descarga específica, foram respectivamente de 23,01 m3/s e 5,25 m3/s/km2; (b) Já, no curso
médio da bacia a vazão de pico foi de 32,29 m3/s e a descarga específica ficou em 4,33
m3/s/km2 (c) Finalmente, no curso baixo da bacia a vazão de pico e a descarga específica,
ficaram respectivamente em 38,53 m3/s e 3,38 m3/s/km2. Por fim, as informações obtidas
no presente trabalho, são de vital importância para o desenvolvimento e acompanhamento
de estudos hidrológicos na bacia hidrográfica do Rio Imboassú e na sua área de influência.

1.1 - PALAVRAS CHAVES: Hidrograma Unitário Triangular; Hidrologia; Gestão


ambiental; Rio Imboassú; e, São Gonçalo.
Unitary Triangular Hydrogram of the hydrographic basin of the Imboassu River /
São Gonçalo / RJ

2 - ABSTRACT

The assessment of an urban basin is extremely important for public managers and also for
diverse segments of the society. As for the methodology used in this paper, basically these
are constituted by the following types of procedures: Literary Review; to establish the
limits of the basin in terms of area; interviews with local technicians; to calculate the
unitary triangular hydrogram it was necessary to start with the model developed by the

1
“U.S. Soil Conservation Service”, for a period of two years; and the analysis and treatment
of the data. The results obtained showed that: (a) In the high area of the basin the flow and
the specific charge, were respectively 23.01m³/s and 5.25 m³/s/km²; (b) in the medium
section of the flow in the basin the figures are 32.29 m³/s and the specific discharge was of
4.33 m³/s/km² (c) Finally, in the low section of the basin, the highest was 38.53 m³/s and
the specific discharge was of 3.38 m³/s/km². Definitely, all the information gathered with
this present document are vitally important to develop and to follow the hydrologic studies
of the hydrographic basin of the Imboassú River and its area of influence.

2.2 - KEY WORDS: Unitary Triangular Hydrogram; Hydrology; Environmental


Management; Imboassu River; and, São Gonçalo.

3 - INTRODUÇÃO
Segundo ESTEVES & MEDIONDO (S.A.) a intensa urbanização desordenada
dos últimos anos tem agravado muito os problemas de drenagem urbana e de
gerenciamento dos recursos hídricos. Ainda de acordo com os autores, um dos principais
impactos que tem ocorrido com maior freqüência e magnitude, são as inundações.
Pois, da quantidade da água da chuva que atinge o solo, parte infiltra, parte permanece
retida nas depressões do terreno ou como película em torno das partículas sólidas etc., e o
restante da água, escoa superficialmente (REIS, S.A.).

.
Assim, das fases básicas do ciclo hidrológico, representado na Figura 1, talvez a mais
importante para o engenheiro seja exatamente essa, a identificada como escoamento
superficial, que é a fase que trata da ocorrência e do transporte da água na superfície
terrestre (REIS, S.A.).

2
Figura 1 - Ciclo hidrológico no meio natural
Fonte: UFBA/DHS (S. A.)
Por esses motivos, a hidrologia colocou a disposição dos projetistas uma série de
métodos para a estimativa de cheias de cursos d’água. Poder-se-ia, de um modo geral,
classificá-los em quatro grupos, que são (LISBOA, 2005): diretos, empíricos; hidrológicos; e
estatísticos.
Nesse sentido, vale a pena destacar que existem vários fatores que influenciam no
escoamento superficial, dentre os quais devem ser destacados os de natureza climática e
fisiográfica. Já, dentro desses fatores destacam-se (REIS, S.A.):

(a) Natureza climática Î a intensidade, a duração da chuva e a precipitação


antecedente, ou seja, a condição de umidificação da bacia.
(b) Natureza fisiográfica Î ou seja, os mais ligados às características físicas da
bacia, pode-se apontar a área da bacia de contribuição; a conformação
topográfica da bacia (declividades, depressões acumuladoras e retentoras de
água, forma da bacia), condições da superfície do solo e constituição
geológica do subsolo (existência de vegetação, florestas, capacidade de
infiltração, permeabilidade do solo, natureza e disposição das camadas
geológicas) e as obras de controle e utilização da água à montante (irrigação
ou drenagem do terreno, canalização ou retificação de cursos d’água,
construção de barragens).

3
Desse modo, verifica-se que o volume de água que passa pelos exutórios (fontes
do tipo depressão ou contato), na unidade de tempo é a vazão ou descarga da bacia. Pois,
após um evento chuvoso significativo, a vazão (Q) varia com o tempo de acordo com a
forma característica de cada bacia (NAGHETTINI, S.A.). Por essa razão, Q(t) com t, ao
longo de uma ocorrência chuvosa isolada, é chamado hidrograma e encontra-se
esquematicamente representado na Figura 2.

Tempo t
B
Q(t)
Volume de recarga dos
escoamentos sub-superficial
e subterrâneo
Chuva Qmax
P(t) Efetiva

C
A

Tempo t

Figura 2 – Hidrograma Característico de uma Bacia Hidrográfica.


Fonte: NAGHETTINI, S.A.

Dentro desse contexto, é importante citar outro conceito de Hidrograma, como


sendo a curva obtida correlacionando-se as vazões aos níveis de água, no tempo: Qƒ(H). A
maior parte de tempo representa a vazão de base do rio (cedida pelo aqüífero). Um evento
de cheia corresponde: ascenso, pico, descenso (recessão) (WREGE, 1995). Dessa forma, a
passagem de uma onda de cheia por uma dada seção de controle do rio nos fornece o
hidrograma de cheia (LISBOA, 2005).
Seguindo nessa linha de raciocínio e complementando as explicações sobre o
hidrograma, observa-se que as áreas que contribuem para a formação da vazão Q. Vão se
estendendo desde aquelas mais adjacentes aos cursos d’água até as mais distantes,
delineando as características da parte ascendente A-B do hidrograma (NAGHETTINI,
S.A.). Se a extensão espacial e a duração da chuva forem suficientemente grandes, todos os

4
pontos da bacia irão contribuir, concentrando a totalidade do escoamento superficial no
exutório. Nesse ponto, forma-se um estado de equilíbrio na bacia e a vazão Q ,encontra-se,
em seu ponto máximo (vazão de pico = Q max); se a chuva efetiva continuar com a mesma
intensidade, a vazão ficará estacionária nesse ponto máximo. Caso contrário, as áreas de
contribuição irão diminuir gradativamente, iniciando a fase descendente B-C do
hidrograma (NAGHETTINI, S.A.).
Pelo que foi colocado, a determinação do HU (Hidrograma Unitário) é função dos
dados observados de precipitação e vazão com intervalo de tempo compatível com o tempo
de concentração da bacia. Entretanto, em vários locais do país a disponibilidade destes
dados é muito pequena, principalmente em áreas urbanas (TUCCI, S.A.). Nesse ponto há de
se considerar que mesmo os dados estejam disponíveis, as bacias sofrem freqüentes
alterações do solo, tornando as séries de dados não estacionárias.
Para resolver este tipo de problema e poder simular alguns cenários de
desenvolvimento urbano futuros, foram desenvolvidos os HU sintéticos baseados em
características morfológicas, de tipo e de uso do solo das bacias (TUCCI, S.A.).
Nesse ponto vale a pena destacar que esses modelos hidrológicos geralmente
utilizam da teoria dos sistemas lineares, ou seja, do hidrograma unitário (HU) (TUCCI,
1993).
Dentre os tipos de hidrogramas unitários sintéticos estabelecidos, vale a pena
destacar:
(a) SNYDER (1938) Î Foi um dos primeiros a estabelecer um HU sintético
com dados dos Apalaches (USA) com bacias de 10 a 10.000 milhas² de área de drenagem
(USACE, S.A.). Segundo DENIT (2005), esse modelo possui uma formulação muito
complexa e as suas principais características, são definidas a partir do comprimento e da
declividade do curso d’água. Sendo por isso, de validade duvidosa em regiões onde os
modelos não tenham sido suficientemente comprovados.
(b) Soil Conservation Service – SCS (1957) Î O Departamento de Conservação
do Solo norte-americano (SCS), realizou inúmeros experimentos em bacias de pequeno
porte, com o objetivo de estabelecer as ralações entre a precipitação, o deflúvio superficial,
grau de vegetação, tipo de ocupação do solo (LISBOA, 2005). Onde propôs um modelo
bastante simples, expresso por uma equação que relaciona a altura precipitada, à altura da

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lâmina escoada, e um índice de armazenamento de água na bacia. Com a determinação do
volume escoado, o hidrograma resultante é especificado, considerando-o triangular
(LISBOA, 2005). Segundo ROBERTO (S.A.), o hidrograma sintético do SCS oferece
qualidade nos resultados fornecidos.
Com relação aos trabalhos desenvolvidos em nosso país, o hidrograma SCS é o
mais utilizado no cálculo do escoamento superficial.
Portanto, a estimativa do HU de cada bacia é obtida com algum grau de
subjetividade e depende dos objetivos para o qual o mesmo será usado (TUCCI, S.A.).
Quando o HU é utilizado para estimar uma inundação freqüente (tempo de retorno < 2
anos), a sua determinação é realizada com base em eventos observados de pequena e média
magnitude (TUCCI, S.A.). Ainda de acordo com o autor, o mesmo pode ser utilizado para
estimativa de eventos raros (tempo de retorno > 50 anos) e nesse caso, devem-se utilizar os
dados de um ou dois dos maiores eventos registrados. Além disso, não devem ser utilizados
na estimativa do HU, eventos pequenos que possam introduzir abatimentos no hidrograma.

4 - OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi estabelecer o hidrograma triangular SCS da bacia
hidrográfica urbana do Rio Imboassú.

5- MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 - Área de estudo
O município de São Gonçalo está situado no Estado do Rio de Janeiro, é formado
por cinco distritos (São Gonçalo, sede do município; Ipiíba; Monjolos; Neves e Sete
Pontes) e 90 bairros (SÃO GONÇALO, 2002). O município possui uma área de 228 km2 e
têm como limites a Baía de Guanabara e os municípios de Niterói, Maricá e Itaboraí
(BRAGA, 1998). Quanto à hidrografia, está situado na quinta região hidrográfica do país,
que contribui para a bacia da baía de Guanabara (PROTETORES DA VIDA, 2004).
De acordo com a publicação de BRAGA (1998), o Município de São Gonçalo é
drenado pelos rios Alcântara, Imboassú, Aldeia e Bomba. De todas essas bacias
hidrográficas, foi a do rio Imboassú que teve a maior importância para a ocupação da
cidade, por ter cotas altimétricas menores no seu entorno (MOLINA & SILVA, 1995).
Segundo BRAGA (1998), o rio Imboassú nasce no bairro do Engenho Pequeno, em
Sete Pontes, atravessando esse distrito e os de São Gonçalo e Neves. O Imboassú atravessa

6
toda a zona urbana ao norte do município até o bairro de Boaçú, onde desemboca no canal
do Imboassú, que deságua na baía de Guanabara (BRAGA, 1998) (Figura 3).
SIQUEIRA (1999) salienta que em alguns locais do Rio Imboassú podem ser
encontrados extração de areia para a construção civil. Já, em outros pontos desse recurso
hídrico, constata-se que o mesmo encontra-se retificado e/ou canalizado para aumentar a
velocidade de escoamento das suas águas e para a prevenção de enchentes (AZEVEDO,
2005a).

5.2 - Metodologia

A metodologia utilizada no desenvolvimento do trabalho consistiu


essencialmente: (1) Revisão da literatura; (2) Delimitação da bacia de drenagem do rio
Imboassú, foi realizada a partir do mapa do CIDE (Centro de Informações e Dados do Rio
de Janeiro) 1:10.000 e da Malha digital do município de 2000 da Prefeitura Municipal de
São Gonçalo contida no CD-Rom; (3) Identificação e levantamento das informações das
estações pluviométricas e metereológicas mais próximas da Bacia do Rio Imboassú; (4) Os
dados pluviométricos de junho/1993 a maio/2003 utilizados, da Estação do Horto Florestal
de Niterói (Código: 5396.9.220-EP – Latitude: 22º52'58" e Longitude: 42º52'58"). Esses
dados foram fornecidos pela técnica Marilena Coreixas, da SERLA. (5) O cálculo do
hidrograma foi realizado através da metodologia do “Hidrograma Unitário Triangular”
desenvolvida pelo U.S.Soil Conservation Service, e que disponível no “Manual de
Hidrologia Básica para Estruturas de Drenagem” de autoria do DENIT (2005). (6) Quanto
aos dados utilizados nos cálculos, utilizaram-se as informações do monitoramento
pluviométrico da Estação do Horto Florestal de Niterói (Código: 5396.9.220-EP)
(COREIXAS, 2006), referente ao período de junho/1976 a dezembro/1993. Quanto ao
tratamento desses dados, foram realizados através da “Equação de Chuvas Intensas para
Niterói”, de autoria do Engenheiro Otto Pfafstetter 1 (S.A.); e, (7) Análise e tratamento dos
dados.

1
A SERLA (Fundação Superintendência de Rios e Lagoas) disponibilizou as informações da Estação do
Horto Florestal de Niterói e forneceu uma planilha em excel com a fórmula de Otto Pfastetter que foi utilizada
para o tratamento dos dados.

7
Figura 3 – Localização da Bacia de drenagem do Rio Imboassú e outras informações

6 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 – HU triangular do curso alto da bacia do Rio Imboassú


Observando-se a planilha de cálculo do curso alto e o hidrograma, observa-se que
a vazão de pico (23,01 m3/s) ocorrerá para uma chuva com duração 0,7 horas, resultando
em uma descarga específica de 5,25 m3/s/km2 (Tabela 1 e Figura 4).

8
Tabela 1 – Planilha de cálculo do hidrograma no curso alto da Bacia Hidrográfica do Rio
Imboassú e os resultados obtidos
Valor
Variáveis OBS Abreviatura adotado Unidade
Tempo Recorrência TR 2 anos
Área de Drenagem Ad 4,39 km²
Comprimento L 2,350 m
Desnível H 257 m
Declividade S 0,1094 m/m
Percentagem de vegetação p 0,2
Tempo concentração
Equação de George Ribeiro tc 0,56 h
Adotado tc 0,56 h
Curve Number CN 87
Duração Unitária calculada Du 0,07 h
adotada Du 0,07 h
Tempo pico tp 0,37 h
Fator de decaimento X 1,67
Tempo recessão tr 0,62 h
Tempo base (tb) tb 1,00 h
Descarga Ponta HUT qu 2,44 m³/s/mm
Estação de Chuva: Niteroi
Parâmetros da Equação a 706,00
b 0,330
to 10
c 0,704
Valor calculado Unidade
Vazão de pico 23,01 m3/s
Descarga específica 5,25 m3/s/km2
Fonte: Este estudo
Hidrograma para TR = 2
25,0

20,0
Vazões em m3/s

15,0

10,0

5,0

0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8
Tempo em horas

Figura 4 - HU triangular do curso alto da bacia do Rio Imboassú

9
Fonte: Este estudo

6.2 – HU triangular dos cursos alto e médio da bacia do Rio Imboassú


Analisando-se a planilha de cálculo do curso médio e o hidrograma, tem-se que a
vazão de pico (32,39 m3/s) ocorrerá para uma chuva com duração de 1,71 horas, resultando
em uma descarga específica (fluxo por unidade de área) de 4,33 m3/s/km2 (Tabela 2 e a
Figura 5).
Comparando-se agora, o resultado da vazão de pico no curso alto, com a do curso
médio, verifica-se que essa vazão teve um aumento de 67,07%. Por outro lado, a descarga
específica teve uma redução de 17,52%.

10
Tabela 2 – Planilha de cálculo do hidrograma dos cursos alto e médio da bacia
Hidrográfica do Rio Imboassú e os resultados obtidos
Valor
Variáveis OBS Abreviatura adotado Unidade
Tempo Recorrência TR 2 anos
Área de Drenagem Ad 7,46 km²
Comprimento L 5,850 m
Desnível H 267 m
Declividade S 0,0456 m/m
Percentagem de vegetação p 0,15
Tempo concentração
Equação de George Ribeiro tc 1,44 h
Adotado tc 1,44 h
Curve Number CN 87
Duração Unitária calculada Du 0,19 h
adotada Du 0,19 h
Tempo pico tp 0,96 h
Fator de decaimento X 1,67
Tempo recessão tr 1,60 h
Tempo base (tb) tb 2,56 h
Descarga Ponta HUT qu 1,62 m³/s/mm
Estação de Chuva: Niteroi
Parâmetros da Equação a 706,00
b 0,330
to 10
c 0,704
Valor calculado Unidade
Vazão de pico 32,39 m3/s
Descarga específica 4,33 m3/s/km2
Fonte: Este estudo

11
Hidrograma para TR = 2
35,0

30,0

25,0
Vazões em m3/s

20,0

15,0

10,0

5,0

0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Tempo em horas

Figura 5 - HU triangular dos cursos alto e médio da bacia do Rio Imboassú


Fonte: Este estudo

6.3 – HU triangular dos cursos alto, médio e baixo da bacia do Rio Imboassú

Finalmente, verificando-se os resultados da planilha de cálculo do hidrograma da


bacia, constata-se que a vazão de pico nessa área era de (38,53 m3/s) e ocorrerá para uma
chuva com duração de 2,7 horas, resultando numa descarga específica de 3,38 m3/s/km2
(Tabela 3 e a Figura 6).
Complementando essas informações, é importante mencionar que os valores da
descarga específica variam consideravelmente nos cursos da bacia, em função da
topografia, solo etc.

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Tabela 3 – Planilha de cálculo dos cursos alto, médio e baixo da bacia Hidrográfica do Rio
Imboassú e os resultados obtidos
Valor
Variáveis OBS Abreviatura adotado Unidade
Tempo Recorrência TR 2 anos
Área de Drenagem Ad 11,41 km²
Comprimento L 9,100 m
Desnível H 286 m
Declividade S 0,0314 m/m
Percentagem de vegetação p 0,2
Tempo concentração
Equação de George Ribeiro tc 2,30 h
Adotado tc 2,30 h
Curve Number CN 86
Duração Unitária calculada Du 0,31 h
adotada Du 0,30 h
Tempo pico tp 1,53 h
Fator de decaimento X 1,67
Tempo recessão tr 2,56 h
Tempo base (tb) tb 4,09 h
Descarga Ponta HUT qu 1,55 m³/s/mm
Estação de Chuva: Niteroi
Parâmetros da Equação a 706,00
b 0,330
to 10
c 0,704
Valor calculado Unidade
Vazão de pico 38,53 m3/s
Descarga específica 3,38 m3/s/km2
Fonte: Este estudo

13
Hidrograma para TR = 2

45,0
40,0
35,0
Vazões em m3/s

30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0
Tempo em horas

Figura 6 - HU triangular do curso baixo da bacia do Rio Imboassú


Fonte: Este estudo

7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho mostra a preocupação de vários autores (DENIT, 2005;
LISBOA, 2005; e, TUCCI, 1993) têm com o desenvolvimento de estudos sobre os regimes
hídricos dos cursos d’água. Pois estes estudos podem eliminar e/ou minimizar os vários
tipos de problemas que podem ocorrer nos dias de chuva, provocando enchentes, riscos
materiais e humanos.
Por essas razões, é importante destacar que a análise potencial das cheias nesse
recurso hídrico, permitiu o conhecimento de dados importantes da drenagem urbana para o
estabelecimento de políticas e tomada de decisões.
Pois, no levantamento bibliográfico realizado não se encontrou nenhum trabalho
atualizado com esses tipos de dados. Tendo em vista, ser um dos fatores que aliado à infra-
estrutura, pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população da bacia
ambiental (bacia hidrográfica e do seu entorno).
Já que na bacia ambiental do Rio Imboassú em 2000, existiam 147.488 habitantes
(AZEVEDO et al, 2005a) e que possivelmente em 2005 e 2010, poderiam ser encontrados
respectivamente nessa região 156.422 e 169.838 habitantes AZEVEDO et al (2005b).

14
Finalmente, recomenda-se que sejam elaborados outros hidrogramas para a bacia
de drenagem do Rio Imboassú, através de outras metodologias. Com a finalidade com a
finalidade de se comparar os resultados obtidos no presente estudo.

8 -REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ambientais para planejamento e definição de políticas públicas. Cadernos
EBAPE.BR/Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. Rio de
Janeiro: Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas. V. 3 Número 4. 2005a
(Disponível: http://www.ebape.fgv.br/cadernosebape/asp/dsp_lst_artigos_edicao.asp).

AZEVEDO, J. de et al. Avaliação dos serviços de saneamento básico prestados entre


1980 e 2000 e os recursos financeiros necessários para a universalização desses
serviços em 2005 e 2010: Estudo de caso da Bacia Ambiental do Rio imboassú, São
Gonçalo, RJ. Rio de Janeiro: Cadernos EBAPE.BR (meio digital; relatório de pesquisa
encaminhado para submissão em 30/11/2005b através do E-mail: cadernosebape@fgv.br)

BRAGA, Maria Nelma Carvalho. O Município de São Gonçalo e sua história. Rio de
Janeiro: BRAGA, Maria Nelma Carvalho, 1998. 216 p.

COREIXAS, Marilena. Dados da estação pluviométrica do Horto Florestal de Niterói


(Código: 5396.9.220-EP), referente ao período de junho/1976 a dezembro/1993. [on
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DNPM. Manual de hidrologia básica para estrurturas de drenagem.Rio de Janeiro:


Coordenação Geral de estudos e Pesquisa/Instituto de Pesquisas Rodoviárias.2 ed., 2005.
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MOLINA , Evadyr & SILVA, Salvador Mata e. São Gonçalo no Século XVI. Rio de
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