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DISCIPLINA: HIDROLOGIA

URBANA E DRENAGEM URBANA


SEMESTRE: 2023.1

DOCENTE: ENG. CIVIL LÁIS JORGE


EMENTA

 Ciclo hidrológico;
 Precipitação;
 Bacias hidrológicas;
 Escoamento superficial;
 Evapotranspiração;
 Infiltração;
 Concepção e planejamento dos sistemas de drenagem urbana;
 Dispositivos do projeto de microdrenagem;
 Dispositivos do projeto de macrodrenagem;
 Dimensionamentos.
BIBLIOGRAFIAS

 PINTO, N. S.; HOLTZ, A. C. T.; MARTINS, J. A.; GOMIDE, F. L. S. Hidrologia


Básica. Editora Blucher. 1 ed, 2019.
 GARCEZ, L. N.; ALVAREZ, G. A. Hidrologia. Editora Blucher. 2 ed, 2019.
 SUZUKI, C. Y.; AZEVEDO, A. M.; JUNIOR, F. I. K. Drenagem subsuperficial
de pavimentos. Conceitos e dimensionamentos. Editora Oficina de textos, 1 ed.
CONCEITO

“Hidrologia e a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas
propriedades físicas e químicas, e sua reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com as formas
vivas.”
(Definição recomendada pela United States Federal Council for Science and Technology, 1962).
APLICAÇÃO DA HIDROLOGIA NA
ENGENHARIA

 Projeto de construção de obras hidráulicas;


a. Fixação das dimensões hidráulicas de obras, como: pontes, bueiros, etc
b. Projeto de Barragens: localização e escolha do tipo de barragem, de fundação e de extravasor; dimensionamento;
c. Estabelecimento de método de construção;
 Drenagem
a. Estudo das características do lençol freático;
b. Exame das condições de alimentação e de escoamento natural do lençol: precipitação, bacia de contribuição e nível d’água nos cursos d’água;
 Regularização de cursos d’água e controle de inundações;
a. Estudo das variações de vazão; previsão de vazões máximas;
b. Exame das oscilações de nível e das áreas de inundação;
 Controle de Poluição:
a. Analise da capacidade de recebimento de corpos receptores dos efluentes de sistemas de esgotos: vazão mínima de cursos d’água, capacidade de
regeneração e velocidade de escoamento;
 Aproveitamento Hidrelétrico:
a. Previsão das vazões máximas, mínimas e medias dos cursos d’ água para o estudo econômico e o dimensionamento das instalações;
b. Verificação da necessidade de reservatório de acumulação; determinação dos elementos necessários ao projeto e construção do mesmo: bacias
CICLO HIDROLÓGICO

“Denomina-se ciclo hidrológico o


processo natural de evaporação,
condensação, precipitação, detenção e
escoamento superficial, infiltração,
percolação da água no solo e nos
aquíferos, escoamentos fluviais e
interações entre esses componentes.”
(Righetto,1998)
BALANÇO HÍDRICO

O balanço hídrico nada mais é do que o computo das entradas e saídas de água de um sistema. Várias escalas
espaciais podem ser consideradas para se contabilizar o balanço hídrico. Na escala macro, o “balanço hídrico” é
o próprio “ciclo hidrológico”, cujo resultado nos fornecerá a água disponível no sistema (no solo, rios, lagos,
vegetação úmida e oceanos), ou seja, na biosfera (SENTELHAS & ANGELOCCI, 2009).

P = Qd + Qb + T + E, sendo:
 P = Precipitação (chuva);
 Qd = Escoamento direto (água que deixa a bacia durante a chuva ou poucas horas após o seu encerramento);
 Qb = Escoamento de base (água que infiltra no solo, alcançando camadas inferiores do solo, sendo
temporariamente armazenada até contribuir para o rio na forma de escoamento de base, nas nascentes e
áreas baixas);
 T = Transpiração da vegetação;
 E = Evaporação da água do solo e das superfícies líquidas.
EXEMPLO PRÁTICO

Na bacia hidrográfica de um determinado rio, durante o ano de 2010,


choveu (P) 1.400 mm (milímetros), tendo 50% como escoamento de
base (Qb), 18% como escoamento direto (Qd), 15% como transpiração
(T) e 17% como evaporação (E). Calcule o balanço hídrico em termos
quantitativos desta área.
BACIA HIDROGRÁFICA

 “A bacia hidrográfica pode ser entendida como uma área onde a precipitação é coletada e conduzida para seu
sistema de drenagem natural isto é, uma área composta de um sistema de drenagem natural onde o
movimento de água superficial inclui todos os usos da água e do solo existentes na localidade.”
(Magalhães, 1989)

 “Por definição, a bacia hidrográfica é a área de captação natural dos fluxos de água, originados a partir da
precipitação, que faz convergir os escoamentos para um único ponto de saída, seu exutório.”
(Rutinéia Tassi e Prof. Walter Collischonn)
ÁREA DE DRENAGEM

“É a área plana (projeção horizontal) inclusa entre


seus divisores topográficos. A área e o elemento
básico para o calculo das outras características físicas.
É geralmente expressa em km². Na pratica,
determina-se a área de drenagem com o uso de um
aparelho denominado planímetro, porem pode-se
obter a área com uma boa precisão, utilizando-se o
“método dos quadradinhos”.
FORMA DA BACIA

“A forma de uma bacia pode classificar-se em


arredondada, alongada e mista, indica a maior ou
menor tendência para a ocorrência de cheias. A
sua forma influencia o hidrograma de cheia,
especialmente em pequenas bacias de drenagem,
como as bacias urbanas.”
ORDEM DA BACIA

“O sistema de drenagem de uma bacia e constituído pelo rio principal e


seus tributários. A classificação dos rios quanto a ordem reflete o grau de
ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia. Os cursos d´agua
maiores possuem seus tributários, que por sua vez possuem outros ate
que chegue aos minúsculos cursos d´agua da extremidade.
Normalmente, quanto maior o numero de ramificações maior serão os
cursos d´agua. Dessa forma, podem-se classificar os cursos d´agua de
acordo com o numero de bifurcações.”
(PEDRAZZI, 2003).

“O estudo das ramificações e do desenvolvimento do sistema e


importante, pois ele indica a maior ou menor velocidade com que a agua
deixa a bacia hidrográfica. O padrão de drenagem de uma bacia depende
da estrutura geológica do local, tipo de solo, topografia e clima. Esse
padrão também influencia no comportamento hidrológico da bacia.”
EXEMPLO
EXEMPLO
PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA E
FORMAS DE MEDIÇÃO

 A precipitação é um fenômeno através do qual o vapor de água presente na atmosfera se condensa em


microgotículas, que se aglutinando podem assumir peso suficiente para que a gravidade vença o transporte
ascensional. Essa aglutinação pode ser induzida por partículas de poeira, gelo ou gotas maiores.
(PINTO et al., 1990 apud LUGON JR & RODRIGUES, 2008)
 Entende-se por precipitações atmosféricas como o conjunto de águas originadas do vapor de água
atmosférico que cai, em estado líquido ou sólido, sobre a superfície da terra. O conceito engloba, portanto,
não somente a chuva, mas também a neve, o granizo, o nevoeiro, o sereno e a geada.
(GARCEZ & ALVAREZ, 1988)
PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA E
FORMAS DE MEDIÇÃO

De maneira prática para o curso, as chuvas serão o tipo de precipitação atmosférica que estudaremos. A chuva é o
principal tipo de precipitação que ocorre no Brasil, uma vez que a precipitação de neve está restrita a áreas serranas
da região sul em ocorrências ocasionais. Por isso é comum o termo precipitação ser utilizado para a chuva, o
elemento climático que deflagra os principais desastres naturais no Brasil: as inundações e os escorregamentos. A
precipitação pluviométrica, ou chuva, tem sido o elemento do clima que provoca as transformações mais rápidas na
paisagem no meio tropical e subtropical, sobretudo durante o verão, em episódios de chuvas concentradas (chuvas
intensas ou aguaceiros), que ocorrem anualmente (TAVARES, 2009).
TIPOS
MEDIÇÃO DAS CHUVAS

A medição do volume de chuvas de determinado local pode ser realizada por instrumentos meteorológicos,
como o pluviômetro ou o pluviógrafo. A unidade de medida é o milímetro (mm), sendo que cada milímetro de
chuva equivale a 1 litro por metro quadrado. Exemplo: quando ouvimos nos telejornais que choveu mais de 100
mm em determinado local, quer dizer que choveu mais de 100 litros de água por metro quadrado neste local.
Algumas grandezas e unidades de medida são muito utilizadas, vejamos:
 Altura pluviométrica ou altura de precipitação (P): quantidade de água precipitada por unidade de área
horizontal. Geralmente é expressa em milímetros (em polegadas nos Estados Unidos e Inglaterra);
 Duração (t): intervalo de tempo decorrido entre o instante em que se iniciou a precipitação e seu término. É
medida em geral em minutos (ou em horas);
 Intensidade (i): precipitação por unidade de tempo. Geralmente expressa em mm/h (milímetro por hora) ou
mm/min (milímetro por minuto);
MEDIÇÃO DAS CHUVAS

 Período de Retorno (T): intervalo médio de tempo, em anos, onde uma determinada chuva pode ser
igualada ou superada pelo menos uma vez, em um ano qualquer;
 Frequência (F): número de ocorrências de uma determinada precipitação (definida por uma altura
pluviométrica e uma duração) no decorrer de um intervalo de tempo fixo (GARCEZ & ALVAREZ, 1988).
Pode ser expressa pela equação abaixo:

F = 1 / T, onde (/) representa o sinal de divisão, e:


F = Frequência;
T = Período de Retorno.
TIPOS DE APARELHOS

O pluviômetro é o dispositivo que se destina a registrar a


quantidade de precipitação ocorrida em um determinado espaço
de tempo, são normalmente observados uma ou duas vezes por
dia, todos os dias, em horas certas e determinadas (importante);
não indicam, portanto, a intensidade das chuvas ocorridas, mas
tão somente a altura pluviométrica diária (ou a intensidade média
em 12 h).
TIPOS DE APARELHOS

Pluviógrafo: instrumento que mede e registra


automaticamente a quantidade de chuva precipitada em
um determinado local e a duração da chuva, podendo
ser de 3 tipos: flutuador (o mais utilizado no Brasil),
balança e basculante, geralmente registram os volumes
de chuva de hora em hora, possibilitando conhecer a
intensidade da chuva, importante, por exemplo, na
elaboração de equações de chuva intensa, que
estudaremos mais à frente, e no estudo de escoamento
de águas pluviais e vazões de enchentes de pequenas
bacias.
 Instalação: o pluviômetro deve ser instalado em local aberto, distante de qualquer obstáculo que possa causar
interferência na coleta da chuva pelo recipiente. Na instalação, o pluviômetro deve ser colocado fixado a uma
haste de madeira, a 1,5 de altura do solo. No caso de ser uma área densamente habitada, sem estas condições, o
pluviômetro pode ser instalado no telhado da residência, fora de qualquer obstáculo.
 Operação: a medição do volume de chuvas deve ser realizada em horário fixo, de preferência toda manhã, às
07:00 hs ou 08:00 hs. O mesmo deve ocorrer com todos os pluviômetros da rede em uma determinada área. O
operador deve tomar todo o cuidado na leitura, principalmente no tocante a erros grosseiros (golpe de vista).
 Manutenção: no geral, os pluviômetros não exigem manutenção constante. Apenas vistorias de
acompanhamento.
 Distribuição: os pluviômetros devem ser distribuídos por bacia hidrográfica, de forma a se obter uma melhor
cobertura de toda a área da bacia, uma melhor precisão nos resultados e evitar “zonas em branco” – sem qualquer
tipo de medição.
Análise de dados de uma estação pluviométrica

 A rede de estações pluviométricas distribuídas no


Brasil fornece dados de vários anos que necessitam
ser analisados. Os dados colhidos pelos aparelhos
de medida devem ser submetidos inicialmente a
uma depuração prévia e a um preparo que
possibilite seu emprego posterior.
 Para o nosso curso, vamos trabalhar com a
precipitação média como principal dado fornecido
por um pluviômetro. A média aritmética simples
pode ser definida como o quociente do resultado
da divisão da soma dos números dados pela
quantidade de números somados.
EXEMPLO

Calcule a precipitação média dos anos 90 no município de Joanópolis/SP, com os dados fornecidos pelo Posto
Pluviométrico DAEE D3-054, instalado na altitude 955 metros (conforme tabela abaixo).
Vários postos pluviométricos numa bacia
hidrográfica

Em alguns casos encontramos vários postos pluviométricos distribuídos dentro e fora da bacia hidrográfica,
sendo que cada posto fornecerá um volume de chuvas. Isto é evidente, pois não chove de maneira uniforme em
toda a bacia, um exemplo é que nas partes altas da bacia chove um determinado volume e nas áreas baixas outro.
Para algumas análises existe a necessidade de apresentação de um único dado e existem basicamente 3
metodologias para o cálculo:
 Método da Média Aritmética Simples;
 Método Simplificado de Thiessen;
 Método das Isoietas.
Método da Média Aritmética Simples

É o método mais simples e consiste em se


determinar a média aritmética entre as quantidades
medidas na área. Esse método só apresenta boa
estimativa se os aparelhos forem distribuídos
uniformemente e a área for plana ou de relevo muito
suave. É necessário também que a média efetuada
em cada aparelho individualmente varie pouco em
relação à média.
Método de Thiessem

Esse método subdivide a área da bacia em áreas


delimitadas por retas unindo os pontos das estações,
dando origem a vários triângulos. Traçando
perpendiculares aos lados de cada triângulo, obtêm-se
vários polígonos que encerram, cada um, apenas um
posto de observação. Admite-se que cada posto seja
representativo daquela área onde a altura precipitada é
tida como constante. Cada estação recebe um peso pela
área que representa em relação à área total da bacia. Se
os polígonos abrangem áreas externas à bacia, essas
porções devem ser eliminadas no cálculo.
Método das Isoietas

No mapa da área são traçadas as isoietas ou curvas que unem pontos


de igual precipitação. Na construção das isoietas, o analista deve
considerar os efeitos orográficos e a morfologia do temporal, de
modo que o mapa final represente um modelo de precipitação mais
real do que o que poderia ser obtido de medidas isoladas. Em
seguida calculam-se as áreas parciais contidas entre duas isoietas
sucessivas e a precipitação média em cada área parcial, que é
determinada fazendo-se a média dos valores de duas isoietas.
Usualmente se adota a média dos índices de suas isoietas sucessivas.
VAMOS PRATICAR!!

 CALCULE USANDO O MÉTODO DAS ISOIETAS


Processamento de dados pluviométricos

Análises de consistência dos dados

 Detecção de erros grosseiros


 Preenchimento de falhas
 Verificação de homogeneidade dos dados
a) Detecção de erros grosseiros
b) Preenchimento de falhas
EXEMPLO
EXEMPLO

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