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HIDROLOGIA

PRECIPITAÇÃO
Definição

 A água da atmosfera, que atinge a superfície da terra, na forma


de chuva, granizo, neve, orvalho, neblina ou geada é
denominada precipitação.
 A precipitação é a descarga líquida ou sólida que se abate sobre
a superfície terrestre, resultante da condensação do vapor
d’água atmosférico.
Importância da precipitação

 A estimativa da precipitação em uma bacia dá ideia da


disponibilidade hídrica nela, servindo para avaliar a necessidade:
 de irrigação,
 a previsão de enchentes nos rios,
 a operação de hidroelétricas,
 o atendimento às demandas para
abastecimento público, etc.
Formação da precipitação

 Para a ocorrência de chuva, deve-se haver condições propícias


para o crescimento das gotas de água, até que elas possuam
peso superior às forças que as mantêm em suspensão na
atmosfera.
 Esse crescimento se dá principalmente devido à presença dos
chamados núcleos de condensação nas nuvens, que são
partículas orgânicas, sais, cristais de gelo, produtos resultantes da
combustão, entre outros.
 As gotas de chuva tendem a condensar sobre tais partículas e,
mediante alguns processos físicos, ocorre o crescimento das gotas,
em parte devido ao choque das primeiras com outras gotas
menores. Ao atingir peso suficiente, as gotas precipitam.
Ocorrência

 Garoa: precipitação líquida constituída por gotas com


diâmetro inferior a 0,5 mm, apresentando, em geral,
baixa intensidade (< 1 mm/h).
Ocorrência

 Chuva: Precipitação na forma líquida, todavia as


gotas apresentam diâmetro superior a 0,5 mm.
Intensidade > 1,2 mm/h.
Ocorrência

 Saraiva: precipitação sob forma de pedras de gelo de pequeno


diâmetro (< 5 mm).
Ocorrência

 Granizo: precipitação sob forma de pedras de gelo de grande


diâmetro (> 5 mm), decorrente do congelamento da água na
forma líquida.
Ocorrência

 Neve: precipitação de cristais de gelo a partir do vapor de água


quando a temperatura do ar é inferior a 0ºC.
Ocorrência

 Orvalho (T>0°): precipitação sob a forma de vapor d’água, ocorre


condensação do vapor em superfícies sólidas que se resfriam
durante a noite (folhas, por exemplo).
Ocorrência

 Geada (T<0°): precipitação sob a forma de vapor d’água,


formam‐se cristais de gelo em superfícies que se resfriam à noite.
Ocorrência

 Nevoeiro: gotículas de vapor d’água em suspensão na atmosfera.


Tipos de precipitação

 Três tipos básicos de precipitação:


 CONVECTIVAS
 OROGRÁFICA
 SISTEMAS FRONTAIS OU CICLÔNICOS (FRENTES)
Tipos de precipitação

 CONVECTIVAS
O aquecimento desigual da superfície do solo provoca a elevação
da massa de ar sobre essas regiões. Ao subirem, se resfriam e
precipitam.
Tipos de precipitação

 OROGRÁFICA
Ventos quentes e úmidos que sopram na direção da terra, vindos do
mar, são elevados ao encontrarem obstáculos (montanhas). Ao
subirem, resfriam e precipitam.
Tipos de precipitação

 SISTEMAS FRONTAIS OU CICLÔNICOS (FRENTES)


Grandes massas de ar homogêneas adquirem a temperatura da
região em que se formam. Frontais frias têm sua origem nos pólos e as
frontais quentes têm suas origens no Equador. Alguma instabilidade
provoca o deslocamento da massa de ar. A interface dos sistemas
têm o nome de “frente”.
Precipitação e escoamento

 Para o dimensionamento dos sistemas de drenagem pluvial, as


fases que compõem o ciclo hidrológico e que devem ser
avaliados ou determinados pelos projetistas são:

 Precipitação: é a queda de água na superfície do solo, não


somente na forma de chuva;
 Escoamento superficial: fração da água de chuva que escoa pela
superfície da terra, indo atingir os fundos de vale, lagos e cursos
d’água.
 Infiltração e escoamento subterrâneo: fração da água de chuva
que não escoa superficialmente, infiltrando-se no terreno e
proporcionando a recarga do lençol freático e dos cursos d’água.
Chuva

 As chuvas representam o elo de ligação entre a fase atmosférica


e a fase terrestre do ciclo hidrológico.
 A variabilidade temporal e espacial da precipitação influencia o
comportamento da disponibilidade hídrica de uma bacia e a
ocorrência de enchentes. Esta variabilidade é aleatória.
 A precipitação está relacionada com o total ocorrido num tempo
definido. Sendo que o valor isolado não tem significado.
 Por ex.: Se em 1 m² chover pelo menos 25 mm por hora, a chuva é
considerada forte e se chover 4 mm é muito pouco num ano.
Chuvas de curta duração e alta
densidade

 Enchentes;
 Danos a obras hidráulicas;
 Prejuízos à agricultura.
Chuvas de baixa intensidade e longa
duração

 Promovem aumento da infiltração;


 Favorecem recarga de aquíferos;
 Podem causar problemas à agricultura e à conservação do solo.
Falta de chuva por longo tempo

 Redução de vazão;
 Redução de nível de reservatórios;
 Prejuízos à geração de energia;
 Prejuízos à agricultura;
 Abastecimento público.
Caracterização da precipitação

Uma precipitação, no caso chuva, é caracterizada pelas seguintes


grandezas:
 Lâmina precipitada;
 Duração da precipitação;
 Intensidade de precipitação;
 Período de retorno e frequência de probabilidade.
Lâmina precipitada

 Altura pluviométrica ou total precipitado: espessura média da


lâmina de água precipitada que recobriria a região atingida pela
precipitação, admitindo‐se que essa água não se infiltra, não
evapora, nem se escoa para fora dos limites da região (plana e
impermeável).
 A altura pluviométrica é uma medida pontual, feita pelo
pluviômetro, representativa da água precipitada por unidade de
área horizontal (mm).
Tempo de duração

 Período de tempo durante o qual a chuva cai.


 Define, juntamente com a lâmina precipitada a intensidade da
chuva.
 Unidade: minuto ou hora.
Intensidade da precipitação

 Intensidade: fazendo-se a relação da lâmina de água precipitada


com o intervalo de tempo transcorrido, obtém-se a intensidade
dessa precipitação, geralmente em mm/h ou mm/min.
 Apresenta grande variabilidade temporal, mas, para análise dos
processos hidrológicos, geralmente são definidos intervalos de
tempo nos quais é considerada constante.
Tempo de recorrência ou período de
retorno

 Tempo de recorrência: representa o número médio de anos


durante o qual se espera que uma determinada precipitação seja
igualada ou superada.
 Uma chuva com período de retorno de 10 anos (100 mm/h) apresenta
uma frequência média de ocorrência (de um evento igual ou superior) de
0,1 ou 10 %. Isso significa que em média a cada 10 anos ocorre um evento
igual ou superior a chuva de 100 mm/h.
Classificação

 Classificação da intensidade de precipitação de acordo com o intervalo


Pluviometria

 A chuva que se abate sobre uma determinada área pode ser


medida pontualmente através de aparelhos denominados:
 pluviômetros;
 pluviógrafos;
 radar meteorológico e
 satélite.
Pluviômetros

 O pluviômetro consiste em um cilindro receptor de


água com medidas padronizadas, com um receptor
adaptado ao topo.
 A base do receptor é formada por um funil com uma
tela fechando sua abertura menor.
 No fim do período considerado, a água coletada no
corpo do pluviômetro é despejada, através de uma
torneira, para uma proveta graduada, na qual se faz
leitura. Essa leitura representa, em mm, a chuva
ocorrida nas últimas 24 horas.
Pluviômetros

 Os pluviômetros são normalmente observados


uma ou duas vezes por dia, todos os dias, nos
mesmos horários, eles indicam a altura
pluviométrica diária (ou a intensidade média em
12 horas).
Pluviógrafos

 Quando é necessária informação mais detalhada


da precipitação, como sua distribuição temporal ou
a variação das intensidades, usa-se o pluviógrafo.
 São aparelhos automáticos que registram
continuamente a quantidade de chuva que
recolhem.
 Estes equipamentos permitem medir as intensidades
das chuvas durante intervalos de tempo inferiores
àqueles obtidos com as observações manuais feitas
nos pluviômetros.
Pluviógrafos

 Pluviógrafo de cubas basculantes: a água recolhida é


dirigida para um conjunto de duas cubas articuladas por
um eixo central.
 A água é dirigida inicialmente para uma das cubas e
quando esta cuba recebe uma quantidade de água
equivalente a 20 g, aproximadamente, o conjunto
báscula em torno do eixo, a cuba cheia esvazia e a
cuba vazia começa a receber água.
 Cada movimento das cubas basculantes equivale a uma
lâmina precipitada (por exemplo 0,25 mm), e o aparelho
registra o número de movimentos e o tempo em que
ocorre cada movimento.
Pluviógrafos

 Pluviógrafo de peso: Neste instrumento, o


receptor repousa sobre uma escala de
pesagem que aciona a pena e esta traça
um gráfico de precipitação sob a forma
de um diagrama (altura de precipitação
acumulada x tempo) ou pode armazenar
em uma memória em suporte eletrônico.
Pluviógrafos
Radar

 A medição de chuva por radar está baseada na


emissão de pulsos de radiação eletromagnética que
são refletidos pelas partículas de chuva na atmosfera,
e na medição da intensidade do sinal refletido.
 A relação entre a intensidade do sinal enviado e
recebido, denominada refletividade, é
correlacionada à intensidade de chuva que está
caindo em uma região.
 A principal vantagem do radar é a possibilidade de
fazer estimativas de taxas de precipitação em uma
grande região no entorno da antena emissora e
receptora, embora existam erros consideráveis
quando as estimativas são comparadas com dados
de pluviógrafos.
Satélite

 Também é possível fazer estimativas da precipitação


a partir de imagens obtidas por sensores instalados
em satélites.
 A temperatura do topo das nuvens, que pode ser
estimada a partir de satélites, tem uma boa
correlação com a precipitação (quanto mais quente
a nuvem, mais água ela contém).
 Além disso, existem experimentos de radares a bordo
de satélites que permitem aprimorar a estimativa
baseada em dados de temperatura de topo de
nuvem.
Variabilidade da precipitação

 Espacial – influenciada pelo relevo;


 Temporal – diferentes regiões.

 Influenciada por:
 Latitude;
 Distância do mar ou outras fontes de umidade;
 Altitude;
 Orientação das encostas; e
 Vegetação.
Variabilidade da precipitação

 Variabilidade espacial das precipitações


A chuva não cai uniformemente distribuída por toda a bacia, principalmente
quando se trata de grandes bacias.
Assim os pluviômetros e pluviógrafos indicam valores diferentes entre si e
para determinar a precipitação média da bacia alguns métodos são
usados:
 Thiessen
 Isoietas
 Média aritmética simples
 Média ponderada por alguma variação característica da bacia
 Interpoladores ponderados pela distância
 Coeficientes de abatimento
Variabilidade da precipitação

 Variabilidade temporal das precipitações


A chuva também não cai uniformemente distribuída no tempo,
principalmente em casos de chuva de pequena e média duração. Em
outras palavras a chuva nem sempre ocorre a uma taxa (ou intensidade
pluviométrica) constante.

Existem várias maneiras que uma chuva pode se


desenvolver.

Hietogramas: é o registro gráfico da precipitação


durante um determinado período de tempo.

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