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Introducao

A água é um elemento essencial para a vida na Terra, desempenhando um papel


fundamental em uma ampla gama de processos naturais e atividades humanas. A gestão
adequada dos recursos hídricos é crucial para garantir a disponibilidade de água limpa
para as necessidades humanas, a saúde dos ecossistemas aquáticos e a mitigação dos
impactos das mudanças climáticas.

Neste trabalho, exploraremos em detalhes os processos hidrológicos, que são os


mecanismos que regem o ciclo da água na natureza. Esses processos incluem a
evaporação, condensação, precipitação, infiltração, escoamento e muitos outros
fenômenos relacionados à água. Entender como esses processos funcionam é essencial
para compreendermos como a água é distribuída e circula pelo nosso planeta.

Além disso, abordaremos a importância dos processos hidrológicos na gestão dos


recursos hídricos, na prevenção de desastres naturais, na conservação dos ecossistemas
aquáticos e no enfrentamento dos desafios relacionados à água em um mundo em
constante mudança.

Ao longo deste trabalho, examinaremos cada um desses processos em detalhes,


destacando sua relevância e impacto em nossa vida cotidiana e no meio ambiente. Ao
fazê-lo, esperamos fornecer uma visão abrangente dos processos hidrológicos e de sua
importância no contexto atual.
Precipitação

A precipitação é um termo meteorológico que se refere à queda de água do estado gasoso


(vapor de água) para o estado líquido ou sólido na atmosfera da Terra. Em outras
palavras, é o processo pelo qual a água, na forma de chuva, neve, granizo ou saraiva, cai
da atmosfera para a superfície terrestre. A precipitação é uma parte fundamental do ciclo
hidrológico da Terra e desempenha um papel crucial no abastecimento de água para rios,
lagos, aquíferos e ecossistemas terrestres.

A precipitação ocorre quando o vapor de água na atmosfera se condensa em pequenas


gotículas de água ou cristais de gelo, formando nuvens. Essas gotículas ou cristais
continuam a crescer até atingirem um tamanho que não pode ser mantido pela suspensão
no ar, momento em que caem para a superfície da Terra devido à gravidade.

Em meteorologia, precipitação descreve qualquer tipo de fenómeno relacionado à queda


de água do céu. Isso inclui neve, chuva e chuva de granizo. A precipitação é uma parte
importante do ciclo hidrológico, sendo responsável por retornar a maior parte da água
doce ao planeta, sendo assim principal fonte de abastecimento dos sistemas hídricos,
representando uma variável climática importante para todos os ecossistemas e
principalmente para nós, seres humanos. A variabilidade temporal e espacial da
precipitação influencia o comportamento da disponibilidade hídrica de uma bacia,
constituindo como um importante factor nos processos de escoamento superficial directo,
infiltração, evaporação, transpiração, recarga dos aquíferos, sendo a base da vazão dos
cursos de água, entre outros.

FORMAS DE PRECIPITAÇÃO

Chuvisco – é uma forma de precipitação no estado líquido, constituídas por gotas de água
muito pequenas e numerosas que aparecem a flutuar no ar.

Chuva –é uma forma de precipitação, no estado líquido, de gotas de água de maiores


dimensões. A chuva é muito importante porque favorece o crescimento das plantas, nossa
base de alimentação e alimenta os rios e lagos por que por sua vez fornece-nos água para
consumo.

Neve – é uma forma de precipitação no estado sólido, em forma de cristais. Esta forma de
precipitação é característica das zonas polares e subpolares onde a temperatura do ar
encontra-se abaixo de 0º C.

Granizo – é uma forma de precipitação constituída por grão de gelo. Esta ocorre nas
zonas quentes e forma-se em altas altitudes devido a fortes correntes de ar ascendente.
MEDIÇÃO DA PRECIPITAÇÃO

A precipitação mede-se através dos seguintes aparelhos: Udómetro – serve para medir a
precipitação Pluviómetro – serve para medir a quantidade de chuva que cai numa da
região. Udógrafo – serve para registar a precipitação.

Pluviógrafo – serve para registar a quantidade de chuva caída numa região. A


precipitação exprime-se em milímetro (mm)

TIPOS DE CHUVAS

Existem três tipos de chuvas: Convectivas, Orográficas e Frontais.

1. Chuvas Convectivas – resultam da subida do ar numa superfície quente e como


consequência o ar fica leve e sobe. Ao subir, arrefece, condensa e precipita. Este tipo de
chuva localiza-se na zona equatorial e durante atarde, sobre os continentes.

2. Chuvas Orográficas – resultam da subida forçada do ar em movimento (vento) ao


longo da encosta da montanha, arrefece e condensa e depois precipita.

3. Chuvas Frontais – resultam do contacto entre duas massas de ar diferente (quente e


fria), na qual ocorre a transferência das características das massas de ar. Nessa
transferência, se ascensão do ar quente, mais leve for suficiente, o ar condensa e ocorre a
precipitação. Este tipo de chuvas localiza-se nas latitudes médias, isto é, nas regiões das
baixas pressões subpolares e onde convergem, massas de ar quentes das zonas tropicais e
massas de ar frias das zonas polares.

Distribuição Geográfica Das Chuvas

A distribuição das chuvas na terra é muito irregular e depende dos factores: Latitude,
altitude, continentalidade e das correntes marítimas.

Latitude

Existem duas zonas com abundancia de chuvas: as de baixas pressões equatoriais e as de


baixas pressões subpolares. Contrariamente as zonas de altas pressões subtropicais e os
desertos onde as chuvas são raras.

Altitude

As chuvas são mais abundantes nas zonas montanhosas do que nas planícies.
Continentalidade As chuvas são mais frequentes perto da costa do que no interior porque
na medida que nos afastamos da costa o ar torna se mais seco.

Correntes Marítimas

As águas quentes (correntes quentes) libertam mais vapor de água para atmosfera,
provocando assim ocorrências de chuvas, oque é contrário com a corrente fria que
provoca aumento de secura.
Evapotranspiração

A evapotranspiração é um processo que pode ser definido como a evaporação da água


do solo mais a transpiração das plantas. Por meio desse processo, a água é devolvida à
atmosfera, portanto ele está diretamente relacionado com o ciclo da água.

O termo evapotranspiração foi utilizado pela primeira vez em 1944, por Thornthwaite &
Wilm, em referência à ocorrência simultânea da água presente no solo e a transpiração
dos vegetais.

Processo da evapotranspiração

"A evapotranspiração pode ser definida como a perda de água por evaporação do solo e
transpiração das plantas. Esse processo ocorre em maior quantidade em áreas com
temperatura mais elevada e com precipitação abundante. Para que a evapotranspiração
ocorra, factores como disponibilidade de água no solo e a fase de desenvolvimento da
vegetação devem ser considerados.

Em uma região de matas e florestas com árvores, a transpiração do vegetal pode variar de
acordo com a quantidade de folhas da planta, o estado de suas folhas e também a estação
do ano. No caso de culturas agrícolas, a taxa de transpiração varia durante as fases de
semeadura, crescimento do vegetal, maturidade e colheita."

Importância da evapotranspiração

A evapotranspiração é essencial para o ciclo da água, uma vez que é por meio desse
processo que uma grande quantidade de água retorna para a atmosfera. Ao retornar para a
atmosfera, o vapor de água pode ajudar na formação das nuvens, colaborando, portanto,
para a regulação do regime de chuvas. Além disso, a evapotranspiração afeta a umidade
atmosférica, o balanço hídrico de microbacias e o desenvolvimento e rendimento de
culturas."

Tipos de evapotranspiração

"Evapotranspiração potencial

A evapotranspiração potencial pode ser definida como o total de água transferida por
evaporação e transpiração para a atmosfera, em uma área com extensa superfície natural,
coberta totalmente por vegetação de porte baixo e bem suprida de água. Em outras
palavras, podemos dizer que evapotranspiração potencial é a máxima evapotranspiração
que ocorreria se o solo dispusesse de um suprimento de água suficiente.

Evapotranspiração de referência
A evapotranspiração de referência é um conceito usado para se referir à perda de água de
uma superfície cultivada com grama, que apresenta altura de 0,08 a 0,15 m, em fase de
desenvolvimento activo, cobrindo todo o solo e que não apresenta deficiência de água.

Evapotranspiração real ou actual

Evapotranspiração real ou actual se refere à quantidade de água transferida para a


atmosfera por evaporação e transpiração, considerando as condições reais de humidade
do solo e factores atmosféricos. Podemos definir a evapotranspiração real também como
a evapotranspiração que realmente ocorre em função da limitada disponibilidade de água
no solo e da variabilidade do ciclo do vegetal. Essa evapotranspiração deve ser sempre
igual ou menor que a evapotranspiração potencial."

"Transpiração no vegetal

A transpiração é um processo que consiste na perda de água pelo vegetal na forma de


vapor. Ela pode ocorrer em qualquer parte do vegetal, mas o principal órgão relacionado
com o processo são as folhas. Nas folhas, a presença de cutícula serve como uma barreira
efectiva contra a perda de água, entretanto uma pequena fracção de água é perdida por
esse revestimento. A maior perda, no entanto, ocorre por meio dos estómatos.

"A abertura e fechamento dos estómatos afectam directamente a taxa de transpiração de


uma planta. Quando estão fechados, os estómatos evitam a perda de água por
transpiração, mas também impedem a entrada de dióxido de carbono. Assim sendo, o
processo de transpiração está directamente ligado à absorção de gás carbónico pela folha,
um processo que é fundamental para a realização da fotossíntese. Desse modo, a
transpiração é considerada um mal inevitável. Vale salientar que a transpiração em
excesso é prejudicial ao vegetal, podendo até mesmo matar a planta por desidratação.

Outro ponto que merece destaque em relação à transpiração nos vegetais é a teoria da
tensão-coesão. De acordo com essa teoria, a água se move das raízes em direcção às
partes aéreas da planta, devido a uma tensão gerada pela transpiração e/ou uso da água
nas folhas e à coesão das moléculas de água, que permitem que essa tensão seja
transmitida ao longo de todo o xilema. Para saber mais, leia: Transporte de água pelo
corpo do vegetal."

Conceito de Interceptação:

Intercepção lida com a quantidade de água que é capturada e armazenada nas


folhas e caules da vegetação. O termo vegetação inclui cobertura de árvores
florestais, culturas e vegetação de baixo nível, como arbustos, grama, etc. Parte
da precipitação que cai como chuva ou neve é capturada pela cobertura vegetal
antes de atingir o solo.

Esta é uma questão de experiência comum quando as pessoas se abrigam


debaixo de uma árvore durante a chuva. A chuva cai ou flocos de neve são
retidos pelas folhas como gotículas ou camadas finas em sua superfície ou na
depressão das folhas.

Depois que esta capacidade de armazenamento é esgotada e a chuva ou a


neve começam a escorrer, um pouco de água também flui ao longo das hastes
da árvore ou da planta. A taxa de interceptação é alta no início da chuva no caso
de um dossel vegetal denso durante o verão. Conforme o tempo avança e se a
tempestade continua a chuva começa a cair através da copa das árvores.

A água capturada pela vegetação é descartada de três maneiras, a saber:

Eu. Através do outono;

ii. Fluxo ao longo do caule; e

iii. Evaporação.

Obviamente, após o esgotamento da capacidade de armazenamento, a taxa de


interceptação reduz-se consideravelmente e é igual àquela quantidade que se
evapora da vegetação. A quantidade de precipitação interceptada pode ser
medida colocando vários pluviômetros abaixo do dossel vegetal no solo. A
precipitação média que atinge este medidor pode ser comparada com a
precipitação medida a partir de um pluviômetro colocado em uma área aberta.

A diferença entre as duas leituras do medidor dá a precipitação interceptada pela


vegetação. Pode, no entanto, ser lembrado que toda a água interceptada não se perde
em evaporação. Dependendo das condições do local, parte da água cai, seja como
queda direta ou fluxo de haste. Estima-se que uma densa cobertura florestal intercepta
cerca de 10 a 25% da precipitação anual.

Fatores que afetam a interceptação:

A quantidade de água interceptada é muito variável e depende de muitas coisas. Como


a interceptação afeta a distribuição de chuva ou queda de neve e subsequente
escoamento, é necessário entender os fatores que afetam a interceptação.

(i) Tipo de Vegetação:

A interceptação varia com a espécie, sua idade e densidade de povoamentos.


Cerca de 10 a 20% da precipitação ocorrendo na estação de crescimento é
interceptada. Perde-se substancialmente pela evaporação das folhas. Na densa
vegetação alta a interceptação é bastante substancial.
Portanto, a interceptação por vegetação baixa geralmente é insignificante para
estudos hidrológicos. Mas se essa cobertura vegetal existe abaixo do dossel da
floresta, isso afeta substancialmente o escoamento. Ervas densas e ervas que
se aproximam do crescimento total interceptam tanta precipitação quanto a
cobertura florestal. No entanto, como a estação é curta, a quantidade total
interceptada é consideravelmente menor do que a cobertura florestal.

(ii) velocidade do vento:

Se o vento acompanha a precipitação, as folhas tornam-se incapazes de reter


muita água em comparação com o ar parado. Por outro lado, devido ao vento, a
taxa de evaporação também aumenta. Vê-se assim que durante a curta
interceptação da tempestade diminui, mas durante a longa interceptação da
tempestade é aumentada devido ao aumento da evaporação.

(iii) Duração da Tempestade:

O armazenamento de interceptação é preenchido na primeira parte de uma


tempestade de chuva. Portanto, se a precipitação anual é composta por várias
tempestades de pequena duração separadas por períodos de seca, a
evaporação será alta e a intercepção será consequentemente maior. No entanto,
se tempestades de longa duração ocorrerem e se o tempo permanecer nublado,
a perda de interceptação relativa será menor.

(iv) Intensidade da Tempestade:

Quando a precipitação ocorre em condições de ar calmo com intercepção de


baixa intensidade, haverá mais. Pelo contrário, se as gotas de chuva vierem com
grande rapidez, seu impacto desloca as gotas interceptadas e as folhas não
podem reter muita água.

v) Época do ano:

Durante o verão ou a estação seca, a taxa de interceptação é bastante alta


devido à alta evaporação. A interceptação de verão é de 2 a 3 vezes mais que a
interceptação da estação de inverno.

(vi) Clima da Área:

Em regiões áridas e semi-áridas, devido às condições de seca predominantes, a


perda de interceptação é maior do que aquela que ocorre em regiões húmidas.
Escoamento Superficial

Quando falamos em ciclo hidrológico devemos diferenciar vários


eventos que são aqueles que estão marcando o escoamento da água.
Um desses eventos é o escoamento. É conhecido pelo nome de
escoamento superficial e é o conceito que descreve o fluxo de água,
chuva, neve ou outros fluidos no solo. Esta parte constitui uma peça
fundamental no ciclo da água.

Neste artigo, vamos dizer a você o que é o escoamento superficial, sua


importância e de onde é gerado.

uando falamos de escoamento superficial, falamos que ele ocorre na


superfície e antes de chegar a um canal como um rio ou lago. Nesse
escoamento, encontramos tanta água da chuva quanto qualquer outro
fluido de descargas poluentes. Quando se trata de escoamento
superficial, se ocorre antes de atingir um canal, é denominado fonte
difusa. Se esta fonte difusa tiver poluentes artificiais, é conhecida como
poluição de fonte difusa.
Toda a área responsável por produzir a drenagem desse escoamento
para se tornar lençol freático e base de grande quantidade de recursos
hídricos é conhecida como bacia hidrográfica. Sabemos que as
descargas feitas pelo homem são produzidas tanto a partir de
fertilizantes químicos quanto de outras descargas industriais em águas
superficiais. Por isso, é necessário analisar se o escoamento que flui ao
longo do solo pode coletar os poluentes encontrados no solo. Esses
contaminantes podem sejam óleos, pesticidas, herbicidas, inseticidas e
fertilizantes, entre outros.
Origem e geração de escoamento

Como já mencionamos, a origem do escoamento pode ser gerada pela


precipitação ou pelo derretimento da neve, hoje gelo nas geleiras.
Quando ocorre o derretimento da neve das geleiras, quando chega a
estação de derretimento, geralmente ocorre apenas em áreas bastante
frias. Este escoamento de neve geralmente atinge um pico na primavera,
quando as temperaturas sobem. As geleiras derretem completamente no
verão e produzem vazão máxima e o fluxo dos rios é afetado por elas.
Toda essa água acaba aumentando o fluxo dos rios e a erosão das
terras. O fator determinante da taxa de derretimento da neve ou das
geleiras é a temperatura do ar e a duração da radiação solar incidente.
Falamos dos vales em V quando são vales glaciais desde uma grande
quantidade de fluxo é coletada no rio em um curto espaço de
tempo. Somente durante a estação do degelo encontramos um fluxo
forte o suficiente para erodir e transformar a terra. Por outro lado,
quando falamos de um vale em forma de U, estamos falando de um vale
convencional. Esta formação se deve ao fato de a vazão do rio ser
constante ao longo do ano. Nestes casos, também temos períodos de
menor fluxo de água durante o verão.

As regiões de alta montanha têm riachos que aumentam em dias


ensolarados e diminuem em dias nublados devido à menor radiação
solar. Em áreas onde não há neve, o escoamento provém da
precipitação. Deve-se mencionar que nem todas as chuvas geram
escoamento. O escoamento de precipitação é gerado quando o solo
não pode armazenar uma grande quantidade de água devido a fortes
chuvas.

Por exemplo, existem solos muito antigos na Austrália e na África do Sul


onde existem raízes proteóides. Essas raízes são tão densas e têm tantos
pelos que são capazes de absorver grandes quantidades de água da
chuva. Por ele, É difícil que exista água de escoamento porque são
capazes de absorver quantidades substanciais de chuva. Além disso,
deve haver um baixo potencial de evaporação para que o escoamento
superficial dure mais.

Fluxo de água superficial com infiltração excessiva


Um aspecto importante a considerar no escoamento superficial é o
processo de infiltração. É o processo pelo qual a água se infiltra na parte
subterrânea da terra. Aqui, a água é armazenada em aquíferos e serve
como recurso hídrico. Quase qualquer bacia, existem pequenos
depósitos de água subterrânea. Essa infiltração ocorre com menos
frequência em regiões áridas e semi-áridas onde as intensidades de a
precipitação é maior e a taxa de infiltração menor devido à
impermeabilização da superfície.

Há também uma maior quantidade de escoamento superficial e uma


menor taxa de infiltração em solos pavimentados. Outro aspecto é o
fluxo superficial supersaturado. Essa é uma condição que ocorre para
que haja um maior escoamento superficial. Neste caso, o solo está
saturado de água e a bacia armazenou o máximo possível. Nestes casos,
ocorrerá mais escoamento superficial devido à grande quantidade de
chuvas. O nível de umidade do solo também é um fator que afeta
quanto tempo levará para o solo ficar saturado. Quanto mais umidade o
solo tiver, mais rápido ficará saturado de água. Como resultado, você
pode armazenar menos água e acabar criando mais escoamento
superficial.

Impacto humano no escoamento superficial


Deve-se notar que os humanos influenciam muito a quantidade de
escoamento existente. E é que estamos continuamente criando
superfícies que são à prova d'água, como pavimentos e edifícios. Essas
impermeabilizações significam que a água não pode se infiltrar no
aquífero. Em vez de infiltrar-se no solo, a água é forçada diretamente
para os riachos ou drenagem, onde há maior erosão e sedimentação.
Essas condições são o que causam as inundações na cidade.

O aumento do escoamento superficial reduz a recarga da água


subterrânea e diminui o lençol freático.

Estas são condições que agravam a seca principalmente para o


campo da agricultura e todas aquelas pessoas que dependem de
poços de água. Soma-se a essa situação a presença de poluentes
antrópicos dissolvidos no escoamento superficial que afetam a saúde
das pessoas. Essa carga de poluentes pode atingir as águas de rios,
lagos e oceanos e contaminar as águas.

Agua no solo

Conceitos da Energia da Água no Solo A retenção e o movimento da água no solo, sua


absorção e translocação nas plantas, e sua perda para a atmosfera são fenômenos
relacionados à energia. Diferentes tipos de energia estão envolvidos, incluindo energia
potencial e cinética. A energia cinética é certamente um fator importante no movimento
da água em um rio, mas o movimento da água nos solos é tão lento que o componente da
energia cinética pode ser desprezado. A energia potencial é a mais importante na
determinação do estado e movimento da água no solo. Por questão de simplicidade,
usaremos neste texto o termo energia em referência à energia potencial. Ao
considerarmos a energia, devemos ter em mente que todas as substâncias, incluindo a
água, tendem à se mover ou mudar de um estado de maior energia para um de menor.
Portanto, se conhecermos os níveis de energia em diferentes pontos no solo, pode-se
prever a direção do movimento. São as diferenças nos níveis de energia entre locais
vizinhos que influenciam o movimento da água.

Ascensão capilar no solo Forças capilares são atuantes em todos os solos úmidos.
Entretanto, a taxa de movimento e a ascensão são menores do que se espera,
considerando apenas o diâmetro dos poros do solo. Uma razão é que os poros do solo não
são uniformes como tubos de vidro. Além disso, alguns poros contêm ar aprisionado
diminuindo ou impedindo o movimento capilar da água. O movimento ascendente devido
à capilaridade no solo. Normalmente, a ascensão é resultante da capilaridade é maior em
solos com textura fina, mas a taxa de fluxo pode ser muito baixa, devido à força de atrito
nos pequenos poros. Os poros maiores encontrados em solos arenosos apresentam pouca
resistência por atrito ao rápido movimento capilar da água. Entretanto, como pode ser
observado na discussão sobre a equação da capilaridade, o maior raio dos poros entre
partículas de areia resulta numa pequena ascensão capilar.

Forças que afetam a energia potencial

A discussão sobre estrutura e propriedades da água nas seções anteriores, sugere três
importantes forças afetando o nível de energia da água no solo.

Em primeiro lugar a adesão ou a atração da água pelos sólidos do solo (matriz),


promovem uma força mátrica (responsável pela adsorção e capilaridade) que reduz
consideravelmente o estado de energia da água próximo às superfícies das partículas.

Em segundo lugar, a atração da água aos íons e outros solutos, resulta em forças
osmóticas, que tendem a reduzir o estado de energia da água na solução do solo. O
movimento osmótico da água pura através de uma membrana semipermeável em direção
a uma solução (osmose) é uma evidência do menor estado de energia da água na solução.

A terceira principal força que atua sobre a água no solo é a gravidade, que sempre puxa a
água para baixo. O nível de energia da água no solo a uma dada elevação no perfil é
maior do que da água a um nível inferior. Essa diferença de energia faz com que a água
flua descendentemente.

Potencial da água no solo

A diferença entre os níveis de energia de um local ou condição (por exemplo, solo


úmido) para outro (por exemplo, solo seco) determina a direção e a taxa de movimento da
água no solo e nas plantas. Em solo úmido, a maior parte da água é retida nos poros
maiores ou como filmes espessos de água envolvendo as partículas. Assim, a maioria das
moléculas de água em um solo úmido não estão muito próximas da superfície das
partículas e, desse modo, não são fortemente retidas pelos sólidos do solo (matriz).

Nessa condição, as moléculas de água possuem uma considerável liberdade de


movimento, então seu nível de energia é próximo ao da água pura. Por outro lado, em um
solo seco, a água remanescente é localizada nos poros menores e em finos filmes de água,
sendo fortemente retida pelos sólidos do solo. Assim as moléculas de água em um solo
seco possuem pouca liberdade de movimento, e o seu nível de energia é muito menor que
o da água em solos úmidos. Se amostras de solo úmido e seco são colocadas em contato,
a água se movimentará do solo úmido (maior estado de energia) para o solo seco (menor
estado de energia).

A determinação do nível absoluto de energia da água no solo é uma tarefa difícil e muitas
vezes, impossível. Felizmente, não é necessário conhecer o nível absoluto de energia da
água para predizer como será seu movimento no solo e no ambiente. O conhecimento dos
valores relativos de energia da água no solo é suficiente.

Normalmente, o estado de energia da água num determinado local do perfil é comparado


ao da água pura a pressão e temperatura constantes, sem a influência do solo e localizada
em uma altura de referência. A diferença entre os níveis de energia da água pura no
estado de referência e a água no solo é chamada potencial da água no solo, o termo
potencial, do mesmo modo que o termo pressão, implica em uma diferença no estado de
energia. Se todos os valores do potencial da água considerados têm um ponto de
referência comum, (o estado de energia da água pura), as diferenças no potencial da água
entre duas amostras de solo refletem a diferença em seus níveis absolutos de energia. Isso
significa que a água se moverá de uma zona do solo possuindo um alto potencial para
outra que tenha menor potencial. Este fato deve ser considerado sempre que se abordar o
comportamento da água do solo.

Conteúdo de Umidade e Potencial da Água no Solo A discussão prévia sugere uma


relação inversa entre o conteúdo de água no solo e a energia com que a água é retida no
solo. A água flui mais facilmente de um solo úmido para outro com menor umidade.
Muitos fatores afetam a relação entre o potencial da água no solo (Ψ) e o conteúdo de
umidade (θ).

Umidade do Solo versus Potencial Mátrico

A relação entre o potencial da água no solo (Ψ) e conteúdo de água (θ) de três solos com
diferentes texturas. Tais curvas são também conhecidas como curva característica de
retenção de água no solo ou simplesmente curva característica. A forma suavizada das
curvas indica uma mudança gradual no potencial da água no solo, com o aumento do
conteúdo de água e vice-versa.

O solo argiloso retém muito mais água, a um determinado potencial, do que o solo franco
ou o arenoso. Deste modo, a um dado conteúdo de água, ela é retida mais fortemente no
solo argiloso do que nos outros dois, (note que o potencial da água no solo é plotado em
escala logarítmica). A quantidade de argila no solo determina a proporção de microporos.
Como veremos, quase metade da água retida por solos argilosos, está firmemente retida
nos microporos e não está disponível para as plantas. A textura do solo exerce uma
influência significativa sobre a retenção de umidade no solo.
A estrutura do solo também influencia a relação entre o conteúdo de água e energia. Um
solo bem estruturado possui maior porosidade total e maior capacidade de retenção de
água do que um mal estruturado ou que tenha sido compactado. Quanto maior a
porosidade total maior a capacidade de retenção de água. Além disso, o aumento na
porosidade de solos bem estruturados é resultado principalmente de uma maior
quantidade de macroporos, nos quais a água é retida com pouca energia. Solos
compactados retêm menor quantidade total de água, tendo maior proporção de poros
pequenos e médios que retém água com maior energia do que os poros maiores. Assim, a
estrutura do solo influencia predominantemente o formato da curva característica, nos
potenciais entre 0 e 100 kPa.

O formato da porção restante da curva é geralmente influenciado pela textura do solo. As


curvas características de água no solo possuem significado prático para vários processos e
medidas de campo. Estas curvas serão úteis quando considerarmos os aspectos aplicados
do comportamento da água no solo, nas seções seguintes.

Histerese

A relação entre conteúdo de água no solo e potencial, determinada à medida que o solo
seca, será diferente da mesma relação determinada à medida que o solo é reumedecido.
Esse fenômeno, conhecido como histerese.

A histerese é causada por vários fatores, incluindo a desuniformidade dos poros do solo.
Quando o solo é umedecido, alguns dos poros de menor tamanho não são preenchidos,
deixando ar aprisionado, o que impede a entrada da água. Alguns macroporos em um solo
podem estar cercados apenas por microporos, criando um efeito gargalo de garrafa. Neste
caso, o macroporo não será drenado até que o potencial mátrico seja baixo o suficiente
para esvaziar os poros menores que o cercam. Também a expansão e contração de argilas,
à medida que o solo seca e é reumedecido, provoca mudanças na estrutura do solo que
afetam as relações entre solo e água. Devido ao fenômeno da histerese, é importante
saber se o solo está sendo seco ou umedecido, ao comparar suas propriedades com as de
outro solo.
Conclusão

Em conclusão, os processos hidrológicos desempenham um papel fundamental em nossa


vida quotidiana e na saúde do planeta. Ao compreendermos esses processos, podemos
tomar decisões mais informadas sobre o uso sustentável dos recursos hídricos, a gestão de
riscos de inundação, a conservação dos ecossistemas aquáticos e o planejamento urbano.
O ciclo hidrológico, que inclui processos como evaporação, condensação, precipitação,
infiltração e escoamento, é uma representação dinâmica da forma como a água se move
pela Terra.

Além disso, a compreensão dos processos hidrológicos é essencial para abordar desafios
globais, como as mudanças climáticas, que afectam directamente a disponibilidade e a
distribuição da água em todo o mundo. À medida que enfrentamos uma crescente
demanda por água e o aumento da variabilidade climática, a gestão sustentável dos
recursos hídricos se torna cada vez mais crítica.

Portanto, a pesquisa e o entendimento contínuos dos processos hidrológicos são


essenciais para a conservação e o uso responsável da água, garantindo que esse recurso
vital esteja disponível para as gerações futuras e que possamos enfrentar os desafios
relacionados à água que o nosso planeta enfrenta.

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