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Samsordino Ismael Massingue

Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana

Curso Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Samsordino Ismael Massingue

Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana


Curso Licenciatura em Ensino Básico

Trabalho de carácter avaliativo elaborado no âmbito


da cadeira da Psicologia Geral, do curso do Ensino
Básico, 1˚ ano, 1˚ semestre, lecionado pelo docente:

MA. Adolfo Brides

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
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Índice
Introdução …………………………………………………….……………………………….4

O homem como unidade Bio-Pisco-Sócio-Cultural...................................................................5

Fundamentos biológicos da conduta...........................................................................................5

Psicofisiologia do sistema nervoso.............................................................................................6

O Papel da Hereditariedade e do Meio na Conduta....................................................................8

Desenvolvimento filogenético do psíquico e suas teorias..........................................................9

Surgimento da consciência no processo da Actividade humana..............................................10

Diferença entre psique humana e psique animal.......................................................................10

Conclusão..................................................................................................................................11

Referências bibliográficas.........................................................................................................12
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Introdução

O presente trabalho de Psicologia Geral que tem como tema principal O Desenvolvimento
psíquico e da consciência humana, A psique como conjunto de reflexos da realidade no
cérebro dos homens caracteriza-se por possuir diferentes níveis. O mais alto nível da psique,
que é própria do Homem que forma a consciência, no entanto na elaboração do trabalho, fui
em busca do foco que são aspetos fundamentais do tema.

Objetivos Gerais:

 Conhecer a cerca do desenvolvimento psíquico e da consciência.

Objetivos específicos:

Para a realização do trabalho não só foi para conhecer a cerca do desenvolvimento psíquico e
da consciência, mas também saber os seus respetivos objetivos específicos tais como:

 O Papel da Hereditariedade e do Meio na Conduta;


 Desenvolvimento filogenético do psíquico e suas teorias;
 Surgimento da consciência no processo da Actividade humana.

Estrutura do Trabalho

O presente trabalho pela sua organização destaca-se: capa, folha de Rosto, índice, introdução,
desenvolvimento, conclusão e a respetiva referência bibliográfica.

Metodologias

Para o desenvolvimento deste trabalho cientifico foi usada uma metodologia bibliográfica,
que foi baseada na leitura de algumas obras que tratam da Psicologia.
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O homem como unidade Bio-Pisco-Sócio-Cultural


A evolução psíquica dos indivíduos depende da maturação e do desenvolvimento genético;
dos estímulos sociais e afetivos.
Todo ser humano à nascença já constitui-se como indivíduo, com qualidades de integridade
próprias, particularidades que o distinguem dos outros.
O mesmo não se pode dizer em relação à Personalidade. O ser humano forma sua
personalidade em resultado da sua constituição biológica (características herdadas), das
influências do meio social e cultural do contexto em que se encontra (aquisições do meio),
assim como das experiências de vida (desenvolvimento), e sempre considerando seu
desenvolvimento psicológico (estabilidade emocional, de sentimentos) (LEONTIEV, 1978).
 Bio (biológica) -O ser humano é uma criatura viva que nasce, cresce, respira,
alimenta-se, reproduz e morre
 Pisco (psicológica) -O ser humano é dotado de processos mentais (sensação, perceção,
pensamento, memória, linguagem, imaginação, atenção), o lhe permite usar o
raciocínio (razão) em todas as suas dimensões.
 Sócio (social) -O indivíduo influencia e é influenciado pela sociedade (família,
grupos, comunidade, igreja, creche, escola, empresa ou local de trabalho, meios de
comunicação) ao longo do seu processo vital (socialização)
 Cultural-Todo o ser humano é templo de e partilha valores étnicos, hábitos, tradições,
usos e costumes que o fazem ser semelhantes aos outros seres envolventes.
(aculturação, inculturação).
Fundamentos biológicos da conduta

Hereditariedade e comportamento

Em última instância, as diferenças entre as espécies dependem da hereditariedade, ou herança


física. A hereditariedade compartilhada por todas as pessoas permite uma série de actividades
humanas distintas. ″Por termos herdados polegares opostos e dedos móveis, aprendemos
facilmente a manipular ferramentas. As heranças de imensos córtices cerebrais permite-nos
processarmos vasta quantidade de informação (LOUREIRO)″.

No entanto para além das estruturas influenciadoras e dos comportamentos comuns a todas as
pessoas, a hereditariedade modela o que é exclusivo a cada pessoa. Seus genes têm algo a
dizer sobre uma capacidade de aprendizagem e se somos ou não propensos á depressão.
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Genética do comportamento
A genética do comportamento, um ramo da psicologia e também da genética, estuda as bases
herdadas da conduta e da cognição. Abrange diferenças individuais e de espécie (evolutivas).
Os geneticistas do comportamento pressupõem que tudo o que as pessoas fazem depende, em
algum grau, das estruturas físicas subjacentes. Sua tarefa é definir exatamente quanto de um
determinado acto é modelado pela hereditariedade e quanto o é pelo ambiente. Eles
pesquisam também os mecanismos biológicos pelos quais os genes afetam o comportamento
e a cognição.

Psicofisiologia do sistema nervoso


A comunicação no sistema nervoso é central para o comportamento. Em breves anotações
examinaremos a organização do sistema nervoso. Especialistas acreditam que há de 85 a 180
bilhões de neurônios no cérebro humano (Herculano).

Isto é apenas uma estimativa. Se os contássemos sem parar a proporção de um por segundo,
estaríamos contando por cerca de 6 mil anos! Multidões de neurônios no sistema nervoso
têm de trabalhar junto para manter a informação fluindo eficientemente. Para fazer isso, eles
estão organizados em equipas, várias das quais têm funções e deveres especializados que
dependem, antes de tudo, de sua localização. (LEONTIEV, 1978).

Sistema nervoso central (SNC)

O Sistema Nervoso Central (SNC) é a porção do sistema nervoso que fica dentro do crânio e
da coluna espinhal. Assim, o SNC compreende o cérebro e a medula espinhal. O SNC é
banhado na sua “sopa” nutritiva especial chamada fluido cérebroespinal (FCE). Este fluido
alimenta o cérebro e fornece-lhe uma proteção. Embora derivado do sangue, o FC é
cuidadosamente filtrado (fonte autor 2016).

Para entrar no fluido cérebroespinal, as substâncias do sangue têm de passar pela barreira
cérebro-sanguínea, um mecanismo membranoso semipermeável que impede a passagem de
certas substâncias químicas entre a corrente sanguínea e o cérebro. Esta barreira evita que
algumas drogas entrem no FCE e afetem o cérebro.

A Medula Espinhal

A medula espinhal liga o cérebro ao resto do corpo através do sistema nervoso periférico.
Embora se pareça com um cabo do qual os nervos somáticos saem, ela é parte do sistema
nervoso central e vai desde a base do cérebro até um nível abaixo da cintura, abrigando
aglomerados axônios que carregam os comandos do cérebro aos nervos periféricos e
conduzem sensações de periferia do corpo cérebro. Muitas formas de paralisia resultam de
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danos na medula espinhal, facto que ressalta o papel crítico que ela representa na transmissão
de sinais do cérebro aos neurônios que movem os músculos do corpo.

O Cérebro
Evidentemente, a glória suprema do sistema nervoso central é o cérebro, que,
anatomicamente, é a parte do sistema nervoso central que preenche a porção superior do
crânio. Embora pese apenas cerca de 2 quilos e possa ser carregado em uma das mãos, ele
contém bilhões de células que interagem, integram informação de dentro, coordenam as ações
do corpo e nos capacitam a falar, pensar, recordar, planear, criar e sonhar. (fonte P.G-UP-
MTZ-2016).

O Sistema Nervoso Periférico

Constitui o primeiro e o mais importante corte que separa o sistema nervoso central (cérebro e
medula espinhal) do sistema nervoso periférico. O sistema nervoso periférico é formado por
todos os nervos que ficam fora do cérebro e da medula espinhal. Nervos são aglomerados de
fibras de neurônios (axônios) que estão no sistema nervoso periférico. Essa porção do sistema
nervoso é exatamente o que parece, a parte que se estende para a periferia (parte de fora) do
corpo. O sistema nervoso periférico pode ser subdividido em dois: somático e autônomo.

Sistema nervoso somático

O sistema nervoso somático é formado por nervos que se conectam aos músculos esqueléticos
voluntários e aos recetores sensoriais. Estes nervos são os cabos que carregam informação dos
recetores na pele, músculos e juntas ao sistema nervoso central e também ordens do sistema
nervoso central aos músculos. Estas funções requerem dois tipos de fibras nervosas:

Aferentes, que são axônios que carregam informação para dentro do sistema nervoso central
da periferia do corpo; Os eferentes, que são axônios que carregam informações para fora do
sistema nervoso central até a periferia do corpo. O sistema nervoso somático permite que nos
sintamos e movamos no mundo (LOUREIRO, 2015).

Sistema nervoso autônomo

O sistema nervoso autónomo é formado de nervos que se ligam ao coração, aos vasos
sanguíneos, aos músculos lisos, e s glândulas. Como o próprio nome indica, é um sistema
separado (autónomo), embora seja principalmente controlado pelo sistema nervoso central. O
sistema nervoso autónomo controla funções automáticas, involuntárias, em que normalmente
as pessoas não pensam, como a batida cardíaca, a digestão e a transpiração. Ele intermédia
muito de o despertar fisiológico, que ocorre quando as pessoas experimentam emoções.
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Imagine-se, por exemplo, caminhando para casa sozinho a noite, quando uma pessoa, de
aparência pobre aparece atrás de nós e começa a seguir-nos. Caso sintamo-nos ameaçados, a
nossa batida cardíaca e respiração intensar-se-ão. A nossa pressão sanguínea poderá subir,
possivelmente sentiríamos arrepios, e as palmas das mãos poderão começar a transpirar. Estas
reações difíceis de controlar são aspectos do despertar autónomo. O sistema nervoso
autónomo pode ser dividido em dois ramos: simpático e parassimpático.

Sistema nervoso simpático

É o ramo do sistema nervoso autónomo que mobiliza os recursos do corpo para a emergência.
Ela cria a reação de luta ou fuga. A ativação deste sistema desacelera processos digestivos e
drena o sangue da periferia, diminuindo o sangramento em caso de ferimento.

Os nervos simpáticos principais enviam sinais às glândulas suprarrenais, liberando as


hormonas que preparam o corpo para o esforço.

Sistema nervoso parassimpático

É o ramo do sistema nervoso autónomo que geralmente conserva os recursos corporais e


ativas os processos que permitem ao corpo economizar e armazenar energia. Por exemplo,
acções dos nervos parassimpáticos diminuem o ritmo cardíaco, reduzem a pressão sanguínea e
promovem a digestão.

O Papel da Hereditariedade e do Meio na Conduta

De acordo com ROBERT PLOMIN (1993),

Talvez o principal sobre a genética do comportamento na última década, o que os cientistas


verificaram a repetidas vezes foi que hereditariedade e experiência influenciam
conjuntamente muitos aspectos do comportamento. Além disto seus efeitos são interativos
elas jogam uma com a outra.
Por exemplo, em relação a esquizofrenia, embora a evidencia indique que factores genéticos
influenciam o desenvolvimento da esquizofrenia, do outro lado não parece que alguém herde
diretamente o distúrbio mas um certo grau de vulnerabilidade a ela. Portanto, se a
vulnerabilidade vai ou não se transformar num distúrbio real, isso dependerá das experiências
de cada pessoa na vida.

O herdado e o meio

O organismo e o ambiente fazem parte de um todo no qual são inter-relacionados e em


constante interação. O meio mobiliza ou favorece disposições hereditárias, mas por sua vez a
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acção do meio não é independente dessas disposições. Por um lado, qualquer fator hereditário
opera de modo diferente quando as condições do meio ambiente variam. Por outro lado, as
condições do meio ambiente exercem diferentes influências sobre as características
hereditárias.

As disposições hereditárias traçam o marco do desenvolvimento e oferecem-nos um plano de


construção do organismo. Os genes exercem um papel ou acção diretiva nos fenómenos do
desenvolvimento embrionário e, especialmente, dos primeiros anos de vida, isto é, não se
transmitem qualidades já desenvolvidas, mas apenas disposições ou possibilidades para
configurar essas qualidades. Por exemplo, a estatura de um indivíduo depende de toda a
carga genética, mas além disso, variará, entre outros factores de acordo com a alimentação
recebida nos primeiros anos de vida e com as vicissitudes do desenvolvimento glandular
posterior (Plomin,1993).
Herança e meio são factores que contribuem para a formação do novo ser e se misturam de tal
modo que é difícil distinguir o que corresponde a um e ao outro;

Não podem ser considerados opostos ou antagónicos mas complementares;

Era comum considerar a herança é rígida, fixa, imutável, irreversível algo como código ou
lista de instruções e procedimentos que não admite modificações e na qual cada “instrução”
age de modo independente das demais mas hoje tal posição não se sustenta por que também
os genes podem sofrer uma mutação, brusca ou não.

Portanto, Dizer que um os “genes influenciam x ou y” não quer dizer que os “genes
determinam x ou y”. Tão pouco quer dizer que o ambiente tenha pouca influência sobre a
qualidade em questão. Do início até ao fim da vida, os organismos estão densos
constantemente moldados tanto pela hereditariedade como pelo ambiente. A natureza e a
extensão de uma influência sempre dependem da contribuição da outra.

Desenvolvimento filogenético do psíquico e suas teorias

Dependência da psique ao meio

A extraordinária variedade que o meio ambiente tem (clima, condições de vida) suscitou a
diferenciação dos organismos (na terra vivem milhões de espécies de animais). Entre toda a
multiplicidade de fenómenos terrestres, existem suas mudanças cíclicas anuais, a mudança do
dia e da noite, as mudanças de temperatura etc., e todo o organismo vivente adapta-se as
condições existentes.

Uma modificação brusca do ambiente provoca no animal ou o seu desaparecimento. O meio e


a condição de existência do organismo vivo, e o fator mais importante para determinar a vida
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dos seres viventes, ou seja, dito em outras palavras, a existência dos organismos viventes esta
condicionada causalmente pelo meio ambiente. Quanto mais alta e a capacidade do reflexo
dentro de um determinado meio, mais livre e a espécie do influxo do meio.

A psique e a evolução do sistema nervoso


Para que haja um reflexo adequado e necessário antes de mais uma estrutura dos órgãos de
sentido e do sistema nervoso. O grau de desenvolvimento dos órgãos de sentido e do sistema
nervoso determina constantemente o grau e a forma do reflexo psíquico. Em corresponderia
com o desenvolvimento do sistema nervoso se tem mais completas as formas do reflexo
psíquico ou seja quanto mais completo e o sistema nervoso tanto mais perfeito e a psique. A
evolução da psique não ë linear, ate que se aperfeiçoe em diferentes direções. Num mesmo
meio habitam animais com os mais variados níveis de reflexo e ao contrário, em meios
diferentes podem-se encontrar diferentes tipos de animais com níveis de reflexos semelhantes.

O meio, como a mateira, não e invariável, ele evolui. A este meio em evolução adapta-se a
espécie animal que nele habita. Pode acontecer, sem dúvidas, que o meio radicalmente se
modifique para alguns animais e isto influencia no desenvolvimento das funções psíquicas,
ao mesmo tempo, a mudança ocorrida não exerce uma influência determinante no
desenvolvimento das funções dos outros animais (DAVIDOFF, 1987).
Surgimento da consciência no processo da Actividade humana

Consciência

A psique como conjunto de reflexos da realidade no cérebro dos homens caracteriza-se por
possuir diferentes níveis. O mais alto nível da psique, que é próprio do Homem, forma a
consciência. A consciência e a forma superior integrante da psique do Homem que se forma
como resultado das condições histórico-sociais na actividade laboral e na permanente
comunicação oral com as demais pessoas. Neste sentido, pode-se dizer que a consciência é
última instância, um produto social, a consciência e a existência consciente.

Diferença entre psique humana e psique animal

Sem dúvidas existe uma imensa diferença qualitativa entre a psique humana mais altamente
organizada e a psique animal. Assim não e possível fazer uma comparação entre “linguagem”
dos animais e a linguagem humana, pois enquanto o animal com a sua linguagem pode
somente emitir sinais a seus congéneres, em relação a fenómenos limitados por uma situação
imediata, directa, pelo contrario o Homem pode informar a outras pessoas com ajuda da
linguagem, sobre o passado, o presente, o futuro e transmitir aos outros a experiência.
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Conclusão

Chegando a esta fase concluo que todo ser humano à nascença já constitui-se como indivíduo,
com qualidades de integridades próprias, particularidades que o distinguem dos outros,
biologicamente o ser humano é uma criatura viva que nasce, cresce, respira, alimenta-se,
reproduz e morre, psicologicamente o ser humano é dotado de processos mentais (sensação,
perceção, pensamento, memória, linguagem, imaginação, atenção), o que lhe permite usar o
raciocínio (razão) em todas as suas dimensões.
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Referências bibliográficas
DAVIDOFF, L. (1987), Introdução à Psicologia. São Paulo, Brasil, Editora, McGraw-Hill
Lda.

DIAS Almedina, Rui dos Anjos. Psicologia, Coimbra, 1972.

LEONTIEV, A. (1978), O desenvolvimento do Psiquismo. Lisboa-Portugal, Editora,


Progresso. LOUREIRO, Filipe. Emoção, Sentimento e Afeto. Disponível em
http://pt.slideshare.net/guested634f/emoes-sentimentos-e-afecto. 24/03/2015/16h.

MICHEL e FRANÇOIS, Gauquelin. (1978), Dicionário de Psicologia. São Paulo, Verbo,

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