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Delegação de Chimoio
Licenciatura em Eng. Agropecuária
Tema:
Processo De Transporte Da Água Nas Células Vegetais
Discentes:
Cíntia da Márcia
João Rodrigues
Nélia Inês Cumuca
Dalton Da Conceição
Rubina Tenesse
Esmael Samuel
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Índice
Introdução......................................................................................................................1
Objectivos......................................................................................................................2
Gerais.............................................................................................................................2
Específicos.....................................................................................................................2
Metodologia...................................................................................................................2
Fluxo de massa...............................................................................................................4
Osmose ..........................................................................................................................5
Considerações Finais...................................................................................................15
Referencias Bibliográficas...........................................................................................16
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Introdução
Apesar da importância da água para o metabolismo vegetal, assim como para a sua
constituição, a quantidade de água existente na planta é pequena, quando comparada
com a quantidade de água que passa pela planta através da transpiração. Porém, a
transpiração tem efeitos importantes na agricultura tropical, como o resfriamento da
folha, pois, para evaporar-se na folha, a água absorve energia térmica desta (devido ao
seu alto calor de vaporização reduzindo a temperatura foliar em 2 a 3°C (Milburn,
1979). Além do resfriamento da folha, a transpiração tem também importância para a
aquisição e transporte dos nutrientes do solo para os diferentes tecidos do vegetal. Ainda
segundo Milburn (1979), o fluxo transpiratório auxilia o transporte e absorção de
nutrientes quando estes são abundantes, mas o principal efeito da transpiração é o
resfriamento de folhas, que pode cessar com o fechamento estomático, pois estas são
mais capazes de conviver com altas temperaturas que com a falta d’água. Em termos
químicos, a água é importante na reação fotossintética, por exemplo, pois seis moléculas
de CO2 reagem com uma molécula de H2O para formar uma molécula de glicose. Mas
deve-se ressaltar que, com a desidratação dos tecidos de vegetais superiores, em geral, a
morte da planta ocorre quando o conteúdo de água se situa em torno de 75% e, portanto,
ainda existe uma grande quantidade de água para a reação fotossintética (Kramer &
Boyer, 1995).
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Objectivos
Gerais
Compreender o Processo De Transporte Da Água Nas Células Vegetais.
Específicos
Descrever o Processos de transporte de água;
Falar dos Componentes do potencial hídrico;
Compreender o Transporte de água para a parte aérea;
Metodologia
Para elaboração deste trabalho utilizou-se ao método bibliográfico que consistiu na
consulta de obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na descrição
de informações recolhidas nas diferentes obras.
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Processo De Transporte Da Água Nas Células Vegetais
Apesar da necessidade de garantir uma percentagem tão elevada de água no seu corpo,
as plantas não podem deslocar-se para ir buscá-la. Assim, a compreensão da forma
como as plantas vão obter, distribuir pelos diferentes tecidos do seu corpo e como a
conseguem armazenar é um dos aspectos fundamentais da Fisiologia Vegetal.
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Diagrama da molécula de água. As duas ligações intramoleculares hidrogênio-oxigênio formam um
ângulo de 105º. As cargas parciais opostas (δ- e δ+) na molécula de água, levam à formação das pontes de
hidrogênio com outras moléculas de água. Fonte: TAIZ; ZEIGER (2009
Fluxo de massa
Fluxo de massa é o movimento em conjunto de grupos de moléculas em massa, mais
comumente em resposta a um gradiente de pressão (exemplos: água movendo-se em
uma mangueira de jardim ou em um rio, chuva caindo). O fluxo de massa da água
movido por pressão é responsável pelo transporte de água de longa distância no xilema,
pela maior parte do fluxo de água no solo e nas paredes celulares de tecidos vegetais.
Difusão
A difusão pode ser interpretada como movimento de moléculas por agitação térmica
aleatória de regiões de alta concentração (alta energia livre) para regiões de baixa
concentração (baixa energia livre). A difusão é calculada pela Lei de Fick:
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Em que Js= densidade de fluxo [mol m-2 s-1]; Ds= coeficiente de difusão; DCs=
diferença de concentração da substância “s”; ∆x = distância entre dois pontos. O sinal
negativo na equação indica que o fluxo ocorre em direção à menor concentração.
A difusão é rápida para curtas distâncias, mas extremamente lenta para longas
distâncias. O tempo médio de difusão para uma distância L é igual a L = L2/Ds, onde
Ds é o coeficiente de difusão, o qual depende da identidade da partícula e do meio onde
ela se difunde.
Osmose
Da mesma forma como ocorre com a difusão molecular e o fluxo de massa governado
por pressão, a osmose ocorre espontaneamente em resposta a uma força propulsora. A
osmose é definida como o movimento de água através de uma membrana seletivamente
permeável devido a um gradiente de potencial hídrico. Neste processo, os dois tipos de
gradientes (concentração de água e de pressão) influenciam o transporte, ou seja, a
direção e a taxa de fluxo de água sobre a membrana são determinados pela soma dessas
duas forças propulsoras. Durante anos, houve muitas dúvidas sobre o movimento da
água através de membranas vegetais. Com a descoberta das aquaporinas, essa incerteza
foi desfeita. As aquaporinas são proteínas integrais de membrana, as quais formam
canais seletivos à água através da membrana (Figura 1.2). Uma vez que a água se
difunde mais rapidamente por meio desses canais que pela dupla camada lipídica, as
aquaporinas facilitam o movimento de água para o interior das células vegetais.
Figura 1.2 Água atravessando a membrana celular de plantas. (A) por difusão de moléculas individuais através da
bicamada lipídica; (B) por fluxo em massa, através de poros seletivos formados por proteínas integrais da membrana,
como as aquaporinas. Fonte: Costa (2001).
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Potencial hídrico
O potencial hídrico (Yw) tem ganhado aceitação pelos fisiologistas vegetais como
medida fundamental do “status” energético da planta. É importante para permitir o
estudo do movimento da água no complexo solo-planta-atmosfera, uma vez que a água
circula nesse sistema sob a ação dos gradientes de potencial hídrico. É uma medida da
energia livre da água por unidade de massa (J kg-1) ou de volume (J m-3). Essas
unidades são equivalentes a unidades de pressão, onde: 0,987atm (atmosfera) = 1 bar =
0,1 MPa (megapascal).
Os termos ψp, ψs, ψg e ψm denotam os efeitos da pressão, dos solutos, das forças de
gravidade e de superfície, respectivamente, sobre a energia livre da água. Como o
estado de referência foi estabelecido como zero (Yw= 0), os fatores supracitados podem
aumentar ou diminuir o potencial hídrico, isto é, a energia livre capaz de realizar
trabalho.
Pressão – O termo ψp corresponde ao potencial de pressão ou pressão hidrostática.
Pressão positiva aumenta o ψw, pressão negativa o reduz. A pressão hidrostática
positiva dentro de células é aquela que se refere à pressão de turgor. O ψp também pode
ser negativo, tal como ocorre no xilema e nas paredes entre as células, ou pode ser igual
a zero, como nas células em estado de plasmólise incipiente.
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R = constante dos gases; T = temperatura absoluta (ºK); cs = concentração de soluto na
solução, expressa como osmolalidade (mol L-1). O sinal negativo (-) indica que os
solutos dissolvidos reduzem o ψw da solução em relação ao estado de referência da
água pura.
Gravidade
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Figura 1.3 Cinco exemplos ilustram o conceito de potencial hídrico e seus componentes.
(A) Água pura; (B) Solução contendo 0,1 M de sacarose; (C) Célula flácida (em
ar) é mergulhada na solução 0,1 M de sacarose (uma vez que Ψw inicial da célula é
menor que o Ψw da solução, a célula absorve água. Após o equilíbrio, o Ψw da célula
aumenta para igualar o Ψw da solução, e o resultado é uma célula com pressão de
turgor positiva); (D) O aumento da [sacarose] na solução faz a célula perder água,
reduzindo o Ψp no caso, o protoplasto é capaz de se afastar da parede celular ,isto é,
a célula plasmolisa, pois moléculas de sacarose são capazes de passar pelos poros
relativamente grandes das paredes celulares. Por outro lado, quando uma célula seca
ao ar, como a célula flácida no painel C, a plasmólise não ocorre, uma vez que a água
retida por forças capilares na parede celular impede a infiltração do ar para dentro de
qualquer espaço vazio entre a membrana plasmática e a parede celular; e (E) Outra
forma de fazer uma célula perder água é pressioná-la lentamente entre duas placas.
Nesse caso, metade da água celular é removida, de forma que o potencial osmótico
aumenta por um fator 2. Fonte: TAIZ; ZEIGER (2009)
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Avaliação do “status” hídrico da planta
Determinação do potencial hídrico (Yw)
O conceito de potencial hídrico tem dois usos principais: governa o transporte, através
de membranas celulares, e é comumente utilizado como uma medida do “status” hídrico
de uma planta. Pode ser determinado por vários métodos: bomba à pressão ou de
Scholander (método mais utilizado, o qual mede a pressão hidrostática negativa - tensão
- no xilema de muitas plantas, onde ψw = ψp xilema); mudança de peso ou de volume
(ausência de mudanças no peso ou no volume do tecido significa que o ψw da solução
em questão é igual ao do tecido); entre outros.
Outras características
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numa formação vegetal, quanto para as mesmas espécies em diferentes estações.
Algumas das primeiras respostas à deficiência hídrica parecem ser mediadas,
predominantemente, por eventos biofísicos, mais do que por alterações de reações
químicas causadas pela desidratação. Na Figura 1.4, podemos observar a sequência de
eventos que vão surgindo gradualmente à medida que o estresse hídrico vai se
desenvolvendo.
Figura 1.4 Respostas das plantas ao estresse hídrico. a) A sensibilidade das várias
funções e processos celulares durante a deficiência hídrica. As linhas horizontais
contínuas mostram a gama de potencial hídrico para a qual, na maioria das plantas,
ocorre uma resposta clara; a linha tracejada vertical mostra o início do fechamento
estomático; b) Curso temporal das respostas metabólicas devido à perturbação da
turgidez. Fonte: Larcher (2000); Costa (2001)
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Absorção de água pelas raízes
Nas raízes, o movimento de água dá-se das células epidérmicas até o cilindro central.
Existem três rotas pelas quais a água pode fluir (Figura 1.5): a apoplástica, a simplástica
e a transcelular (ou transmembrana). Na endoderme, o fluxo de água através do
apoplasto é obstruído pela estria de Caspary, rica em suberina (substância cerosa e
hidrofóbica), forçando a água e os solutos a atravessarem pela membrana plasmática.
Figura 1.5 Rotas para absorção de água pelas raízes. Na rota simplástica, a água
flui entre células pelos plasmodesmas, sem atravessar a membrana plasmática. Na
transcelular, a água move-se através das membranas plasmáticas. Na apoplástica,
a água move-se pela parede celular sem atravessar a membrana, sendo bloqueada
pela estria de Caspary. Fonte: COSTA (2001)
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é maior em
plantas bem hidratadas e sob condições de alta umidade relativa do ar quando a
transpiração é baixa. A maior evidência da ocorrência da pressão positiva nas raízes é
um fenômeno conhecido por gutação, o qual acorre frequentemente em plantas de
florestas pluviais tropicais e nos ápices de folhas quando a umidade relativa do ar é alta
(Figura 1.6). Em plantas com alta taxa transpiratória, a absorção, o transporte e a
perda de água para a atmosfera são tão rápidas que a pressão positiva no
xilema não se desenvolve. Nesses casos, ocorre o estabelecimento de uma
pressão hidrostática negativa, gerada pela transpiração foliar, que puxa a
água através do xilema.
Figura 1.6 Exemplo de gutação indica gotas de solução xilemática exsudadas através de
hidatódios em folhas de plântulas de milho (Zea mays L.). Fonte: COSTA (2001)
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Figura 1.7 Trajetória da água pela folha. A água é puxada do xilema para as paredes
celulares do mesófilo, de onde evapora para os espaços intercelulares dentro da folha. O
vapor da água difunde-se, então, pelos espaços intercelulares da folha, através
do poro estomático e da camada limítrofe de ar parado, situada junto à superfície foliar.
O CO2 difunde-se na direção oposta, ao longo de seu gradiente de concentração
(baixa no interior, mas alta no exterior). Fonte: TAIZ; ZEIGER (2009)
Transpiração
De toda a água absorvida pelas plantas, aproximadamente 95% é perdida pela
transpiração, e o restante é utilizado no crescimento e no metabolismo. A
transpiração pode ocorrer pelos estômatos (transpiração estomática), pela epiderme
cutinizada (transpiração cuticular) e pelas superfícies suberizadas (transpiração
peridérmica).
A sua importância tem sido bastante discutida. Acredita-se que pode contribuir
para a absorção e a distribuição de água e de sais minerais, para o resfriamento da
planta e a turgidez ótima (vantagens), tornando-se a principal causa da perda da
turgescência dos tecidos (desvantagem).
A transpiração depende de dois fatores principais: a diferença na concentração de vapor
d’água entre a folha e a atmosfera externa, e a resistência difusional (r) dessa rota. Essa
resistência consiste de dois componentes: resistência estomática (rs) e resistência da
camada de ar limítrofe (rar). Assim, a taxa transpiratória (T), em mol m-2 s-1, é
determinada pela seguinte equação:
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Causas da deficiência hídrica
A deficiência hídrica na planta ocorre basicamente por duas causas:
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Considerações Finais
Chegando ao fim do trabalho concluiu-se que a água é uma das mais importantes
substâncias do nosso planeta. A vida evoluiu na água, que é o solvente ideal para a
ocorrência dos processos bioquímicos. Sem água, a vida como nós conhecemos não
existiria. As plantas vasculares estão entre os primeiros organismos de que se tem
registro fóssil, aproximadamente 450 milhões de anos atrás; no entanto, isso
corresponde apenas a 10% da idade da Terra. Provavelmente, essa demora na conquista
do ambiente terrestre tenha sido causada pela dificuldade na obtenção de água em um
ambiente inerentemente seco. O desenvolvimento de raízes e um sistema vascular
avançado foram necessários para absorver e transportar água, enquanto epiderme e
estômatos foram necessários para conservá-la. Em tecidos metabolicamente ativos de
plantas em crescimento, a água constitui 80 a 95% da massa, enquanto, em tecidos
lenhosos, alcança de 35 a 75%. Embora certas plantas tolerantes a dessecação possam
experimentar conteúdo de água de somente 20%, e sementes secas possam conter 5 a
15%, ambas, nessas condições, estão metabolicamente inativas e reassumem atividade
metabólica somente após a absorção de uma considerável quantidade de água. A água é
absorvida do solo, movimenta-se através da planta e boa parte é perdida para a
atmosfera na forma de vapor, processo esse conhecido como transpiração. Sob o calor
de um dia ensolarado, a folha pode trocar 100% de seu conteúdo de água apenas em 1
hora. Para cada 2 g de matéria orgânica produzida pela planta, aproximadamente 1 litro
de água é absorvido pelas raízes, transportado através do corpo da planta e perdido para
a atmosfera. Em plantas mesófilas (plantas adaptadas a ambientes com relativa
disponibilidade de água, no solo e na atmosfera), num solo húmido e atmosfera com
baixa umidade relativa (UR), cerca de 82% da água absorvida é transpirada e 18% é
armazenada. Já em plantas xerófilas (plantas adaptadas a ambientes secos) suculentas,
apenas 50% da água absorvida é transpirada. A água nas células é armazenada nos
vacúolos e protoplasma (90 a 95%) e paredes (5 a 1D%). A importância de estudar as
relações hídricas em plantas se deve à diversidade de funções fisiológicas e ecológicas
que a água exerce. Entre os recursos de que a planta necessita para crescer e funcionar, a
água é o mais abundante e, também, o mais limitante.
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Referencias Bibliográficas
COSTA, A. R. As relações hídricas das plantas vasculares. Portugal: Universidade de
Évora, 2001. 107 p.
TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. Trad.: Eliane R. Santarém et al., 4 ed.
Porto Alegre: Artmed, 2009. 848p.
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