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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLOGIA
GOIANO
CAMPUS RIO VERDE

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO

SEMINÁRIO AVALIATIVO

Resistência versus vulnerabilidade ao estresse hídrico


“Aspectos anatômicos”

Disciplina: Anatomia vegetal


Discente: Nathan Rosa Damasceno
Docente: Valdnéa Casagrande Dalvi

Rio Verde, Goiás.


21 de novembro de 2021.
SUMÁRIO

1. Introdução..................................................................................................................1
1.1. Corpo vegetativo.................................................................................................1
1.2. Desenvolvimento da planta e importância da água.........................................2
2. A interação da planta com o ambiente externo......................................................3
2.1. Estresse hídrico...................................................................................................3
2.2. A água no solo.....................................................................................................4
3. Impactos.....................................................................................................................4
4. Respostas anatômicas frente ao estresse hídrico....................................................5
5. REFERENCIAL................................................................................................... 6
Resistência versus vulnerabilidade ao estresse hídrico

“Aspectos anatômicos”

1.1. INTRODUÇÃO
1.1.1. Corpo Vegetativo

O corpo vegetativo (estrutura) da planta é composto de três órgãos principais:

1. Caule
2. Raiz
3. Folhas.

Cada um deles tem uma forma de desenvolvimento especializada, adaptando


de acordo com a função de cada estrutura ou órgão. Todo o corpo vegetativo da planta é
composto por estes órgãos, que por sua vez são constituídos por grupos de células
vegetais. Estes grupos celulares apresentam formas e funções diferenciadas, com sua
especificidade de acordo com a sua localização no corpo da planta.

Em geral todas as células vegetais são delimitadas por paredes rígidas de


composição celulósica, constituídas por celulose. As paredes celulares são divididas em
dois grupos, sendo: parede celular primária e parede celular secundária. No caso da
secundária, é encontrada nas células localizadas mais ao interior da planta; em função
da lignina presente em sua estrutura, suas paredes são resistentes e rígidas, conferindo
sustentação ao corpo da planta, objetivando sucesso no seu desenvolvimento e
crescimento corporal.
1.2. Desenvolvimento da planta e importância da água

De todos os recursos que as plantas necessitam para se desenvolver


adequadamente, a água é o mais abundante e, frequentemente, o mais limitante. A
disponibilidade de água, da mesma forma, que viabiliza o processo de desenvolvimento
e crescimento vegetal, também limita a produtividade de ecossistemas naturais, levando
a diferenças marcantes na vegetação ao longo de gradientes de precipitação.

Cerca de 97% da água absorvida pelas raízes é transportada pela planta e


evaporada pelas superfícies foliares via processo de transpiração. De todo esse
montante, apenas 2% da água absorvida pelas raízes realmente permanece na planta
para suprir o crescimento e 1% para ser consumida nas reações bioquímicas da
fotossíntese e em outros processos metabólicos.

O módulo volumétrico de elasticidade, simbolizado por ε (a letra grega


épsilon), pode ser determinado examinando-se a relação entre o Ψp e o volume celular:
ε é a variação em Ψp para determinada variação no volume relativo:

(ε = ΔΨp/Δ[volume relativo])
Células com um grande ε têm paredes rígidas e, portanto, exibem variação
maiores na pressão de turgor para uma mesma variação no volume celular que uma
célula com um ε menor e paredes mais elásticas.

As propriedades mecânicas das paredes celulares variam entre espécies e tipos


de células, resultando em diferenças significativas na extensão na qual os déficits
hídricos afetam o volume celular. Durante a seca, a água é preferencialmente perdida
dessas células mais internas, apesar de o potencial hídrico dos dois tipos de células
permanecer em equilíbrio (ou “muito próximo do equilíbrio”). Como isso acontece?

Células de armazenagem de água são maiores e têm paredes mais finas do que
as células fotossintéticas e, desse modo, são mais flexíveis (têm menor ε).
Ocorrendo um decréscimo em potencial hídrico, uma célula de armazenagem
de água perderá uma fração maior de seu conteúdo de água do que uma célula
fotossintética, e a disso, a concentração de solutos decresce durante a seca ou
fases de menor disponibilidade de água.

1.3. A interação da planta com o ambiente externo


1.3.1. Estresse hídrico

O que é o “estresse hídrico”?

Conceito: Influências desvantajosas exercidas em


uma planta por fatores externos abióticos ou bióticos,
como infecções ou calor, água e anoxia. Ele é medido
em relação à sobrevivência vegetal, à produtividade
de uma cultura, à acumulação de biomassa ou à
absorção de CO2.
1.3.2. A água no solo

O conteúdo de água e sua taxa de movimento no solo dependem em grande


parte do tipo e da estrutura do solo. Com o auxílio de substâncias orgânicas como o
húmus (matéria orgânica em decomposição), as partículas de argila podem agregar-se
em “torrões”, possibilitando a formação de grandes canais que ajudam a melhorar a
aeração do solo e a infiltração de água.

1.4. Impactos

Como o estresse influencia na manutenção da planta?

• Inibição do crescimento e da fotossíntese!

As plantas perdem água continuamente por evaporação e evolutivamente, elas


desenvolveram mecanismos especializados que permitem evitar uma eventual
dessecação. Durante a seca, a fotossíntese e o crescimento do corpo vegetativo, tão
como das estruturas da planta são inibidos, enquanto as concentrações de ácido
abscísico e de solutos aumentam. Estas plantas tendem a utilizar energia para manter a
pressão de turgor através da acumulação de solutos, tão como para sustentar o
funcionamento das estruturas radiculares e vasculares.

Existem moléculas sinalizadoras que são ativadas por extensão, na membrana


plasmática podem permitir às células vegetais perceber mudanças em seu status hídrico
por meio de alterações no volume, possibilitando assim uma espécie de sinalização que
auxilia no controle de turgor, tão como na manutenção das estruturas responsáveis pela
regulação dos processos ligados a entrada e saída de solutos e de água. Estas
funcionalidades, apesar de não serem estritamente anatômicas, constituem parte dos
processos funcionais da planta, que estão envolvidos diretamente com a anatomia das
estruturas vegetais. É importante ressaltar isto para que seja mais compreensível a
visualização da importância das características anatômicas relacionadas logo em
seguida.
O estresse hídrico, em geral, conduz a uma acumulação de solutos no
citoplasma e no vacúolo das células vegetais, permitindo, desse modo, que elas
mantenham a pressão de turgor a despeito dos baixos potenciais hídricos. Uma vez que
as células vegetais têm paredes relativamente rígidas, pequenas alterações no volume
delas causam grandes variações na pressão de turgor. Desta forma, percebe-se que
inicialmente, a composição da parede celular, é de fundamental importância, não
somente para funcionalidade estrutural e de resistência do corpo vegetal, além disso, ela
representa um elemento chave no equilíbrio dos processos da planta.

1.5. Respostas anatômicas frente ao estresse hídrico.

Inicialmente, a partir do momento em que ocorre mudanças e alterações


externas, especialmente, seja pelas altas temperaturas, redução no potencial hídrico,
da quantidade de água disponível no solo, a planta dispara uma cadeia de sinalizações
responsáveis por “ativar” respostas na planta em razão do estresse hídrico. Quando
em situações de seca, a primeira resposta das plantas é o fechamento estomático, pois
além de afetar nas condições fisiológicas, ele também influencia na quantidade de
água presente dentro da planta, oque vai afetar diretamente na estrutura física, e
condicionalmente na resistência das células vegetais. Apesar deste comportamento
prevenir a perda de água, ele previne a entrada de CO2, que pode afetar diretamente
na anatomia foliar, no número de tricomas, na quantidade de cera e outras questões
que são responsáveis pela estrutura mecânica da planta, e estão aliados ao processo
de resistência do corpo vegetal.

Outro resultado de respostas da planta, frente ao estresse hídrico, é a


desidratação do protoplasma, visto que há interferência no ciclo de trocas gasosas, e
consequentemente no ciclo fisiológico, responsável pela manutenção do vegetal.
Neste caso, um exemplo específico da desidratação, é quando a folha adquire uma
tonalidade mais escurecida em relação à sua tonalidade anterior, sem contar que há
frequentemente, dependendo da intensidade da exposição ou do tempo de duração do
estresse, a murcha foliar, evidenciando parte da desidratação e demais respostas da
planta.

A redução do turgor, é a primeira resposta mais visível, visto que ocorre a


diminuição do conteúdo celular., neste caso, afetando a expansão celular, e
consequentemente na estrutura vegetal. É fundamental entender que estas respostas
se interligam continuamente com processos fisiológicos, e evidentemente atuam
negativamente, em caso de estresse hídrico. No caso do sistema vascular, há o
decréscimo do transporte de solutos, ocasionado devidamente pela redução do turgor,
que diminui o potencial hídrico e induz esta resposta fisiológica. No caso da
deposição de cera na lâmina foliar, é em razão da espessura da cutícula que impede a
perda de água via epiderme, quanto mais espessa for essa camada, menor será essa
perda hídrica: outra resposta anatômica ocorrente em prol da saúde dos processos
fisiológicos da planta.

REFERENCIAL

Du, Y.; Zhao, Q.; Chen, L., Yao, X., Zhang, W., Zhang, B., Xie, F.. Efeito do
estresse da seca no metabolismo do açúcar nas folhas e raízes das mudas de soja.
Plant Physiol. Biochem, 2020.

FARIAS, J. R. B.. Dinâmica da água no sistema solo-água-atmosfera: déficit


hídrico em culturas. ITEM. n. 68, p. 32-37, 4º trimestre, 2005.

SALAMONI, Adriana Tourinho. Apostila de aulas teóricas de Fiosiologia Vegetal.


Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria. sem.2,
2008.

Taiz, L. e Zeiger, E. Fisiologia e desenvolvimento vegetal. 6ª Edição, Porto Alegre :


Artmed, 2017.

RODRIGUES, A. C.; AMANO, E.; ALMEIRA, S. L.. Anatomia vegetal.


Florianópolis: Departamento de Biologia – UFSC, 2015, 152p.

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