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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO

DA BAHIA
Centro de Ciências Agrárias, biológicas e Ambientais
NÚCLEO DE ENGENHARIA DE ÁGUA E SOLO
Campus Universitário de Cruz das Almas

CCA 035
Meteorologia Precipitação
e Pluviométrica
Climatologia
- Chuva -
Agrícola

Aureo Oliveira, Prof, Titular


Conceito e Importância

É a forma principal pela qual a água retorna da


atmosfera para a superfície planetária,

 Abastece os reservatórios superficiais e subterrâneos de


água, estes garantindo a vazão de nascentes de rios e
córregos, etc,

 Abastece o “reservatório” do solo (espaço poroso),


disponibilizando água na zona radicular da vegetação
natural e culturas agrícolas,
Precipitação pluviométrica vs, Ciclo hidrológico,

Movimento horizontal Formação


de vpd e nuvens de nuvens
Formação
de nuvens Precipitação

Precipitação
Evaporação e
transpiração

Evaporação
Escoamento
superficial Continente

Água subterrânea
Oceano
Conceito e Importância

 Garante a produção vegetal e animal em regiões onde a


agricultura é dependente de chuva (agricultura de
sequeiro), A ausência de chuvas em períodos prolongados
reduz a oferta de alimentos e faz os preços aumentarem;

 Chuvas intensas provocam catástrofes com impactos


negativos (curto e longo prazos) sobre populações inteiras,
Formação da Chuva
- Etapas básicas -

Vapor d’água
O vpd na atmosfera condensa em torno de núcleos de
condensação → superfícies de contato,

Elementos de
nuvem
Elementos de nuvem evoluem para
elementos de chuva → coalescência,

Elementos de
chuva
Elementos de chuva
precipitam atraídos
gravitacionalmente,
Chuva
Núcleo de condensação x Elemento de nuvem x Elemento de chuva

Núcleos de
condensação
0,0002 mm

Elemento de
nuvem grande
0,05 mm

Elemento de
nuvem típico
0,02 mm

Elemento de
chuva típico
2 mm
Tipos de Precipitação Pluviométrica

1)Chuva convectiva:
• Convecção livre (ascenção de massa de ar quente)
• Convecção forçada (convergência de massas de ar)

2) Chuva orográfica

3) Chuva frontal
Chuva convectiva – Processo de formação: convecção livre (ascenção termal)

Ar frio Ar frio
Chuva

Ar quente
Chuva convectiva – Processo de formação: convecção forçada (convergência de
massas de ar na horizontal)
Chuva orográfica – Processo de formação: ascenção do ar úmido pelo encontro de
barrira física (cadeia de montanhas)

Ar em movimento
ascendente esfria
adiabaticamente até
o ponto de orvalho,
e o vpd condensa,

Ar em movimento
Chuva descendente se
aquece
adiabaticamente
Chuva frontal – Processo de formação: massa de ar frio + densa provoca ascenção do
ar + quente e úmido

Ar frio
e

Ar
t

Chuva
en

quente
Fr
Formas de Precipitação

1) Chuva: água no estado líquido atraída gravitacionalmente em


direção à superfície planetária,

2) Neve: água no estado sólido em decorrência da sublimação do


vpd à temperatura abaixo de 0°C,

3) Granizo: Água na forma sólida em decorrência do


congelamento de gotas de chuva ao passar um camada na
atmosfera com temperatura abaixo de 0°C,
Estimativa e Medição da Precip, Pluviométrica

1) Quantidade de chuva: expressa em altura de lâmina d’água,


O instrumento denominado pluviômetro mede a altura de
determinada chuva,

2) Duração da chuva: intervalo de tempo entre o início e o final


de um evento de chuva, O pluviógrafo fornece o tempo de
duração da chuva, além de também medir a altura da chuva,

3) Intensidade da chuva: lâmina d’água precipitada por unidade


de tempo,
 Para um coletor de água
qualquer é válida a relação a
seguir:
Volume de
água coletado
D (cm3 ou mL)

V
h  10
 A
h
Altura de
lâmina d’água
(mm) Área de
captação do
coletor (cm2)
Tipos comerciais de pluviometros

Ville de Paris
Ac = 400 cm2 Paulista Helmann
Pluviômetro de leitura automática
A intensidade da chuva (i) é a relação entre a lâmina
d’água precipitada medida no pluviômetro ou
pluviógrafo (h) e a duração da chuva (Δt):

Altura de
h lâmina d’água

i (mm)

t
Altura de Intervalo de
lâmina d’água tempo de
(mm/h) duração da
chuva (h)
Exemplo Prático 01
►Um coletor com diâmetro de captação de 20 cm coletou 1500
cm3 de água em 6,2 horas, Pede-se determinar:
(a) a altura de lâmina d’água;
(b) A intensidade da chuva;
(c) O volume de água precipitado numa área de 3,5 ha,
devidamente representada pelo coletor.

1 mm = 1 L / m2 = 10 m3 / ha
Pluviógrafo
Tubo flexível para
Área de captação condução da água
da água de chuva ao reservatório

Cilindro giratório com gráfico Haste do flutuador


(pluviograma) registrador da
altura de chuva
Cilindro de acumulação
(reservatório) com sifão
acoplado para descarga
Agulha registradora da água

Sifão

Tubo flexível para


drenagem da água
de chuva
Precipitação Média

1) Precipitação média temporal: soma-se para um determinado


local, a altura da chuva e divide-se pelo número de intervalos de
tempo (intervalo constante) aos quais correspondem as respectivas
alturas, Ex: mm/dia; mm/semana; mm/mês ou mm/ano

2) Precipitação média espacial: corresponde à chuva média


verificada numa determinada área (bacia hidrográfica, por exemplo),
num dado intervalo de tempo (dia, semana, mês ou ano),

A única forma de determinar a distribuição da chuva mais próxima da


real seria instalar um número muito grande de aparelhos de medição
=> CUSTOS!!
Análise Espacial
Análise Espacial
Precipitação total anual (mm)
Brasil e Nordeste

1961-2014
44°0'0"W 40°0'0"W

A! A!
10°0'0"S 10°0'0"S
A! A!

A! A! A! A! A! A!
A!
A! A! A! !
A! A! A
A!
Análise A! A!
A!
A!
A!

Espacial 14°0'0"S
A! A!
A!
14°0'0"S

A! A!

18°0'0"S
A! Estações Meteorológicas do INMET
Estações Meteorológicas da ANA
Bahia
A!

A! ª 18°0'0"S

Km
0 250 500
44°0'0"W 40°0'0"W
Análise
Espacial

Precipitação total mensal (mm)


Bahia
1961-2014
99.8 - 117

Novembro
Agosto
Setembro
Dezembro
Fevereiro
Julho
Janeiro
Outubro
Junho
Maio
Março
Abril
Análise
Espacial

³
Precipitação total mensal (mm)
Bahia
1961-2014

8 P
PPJan
P Nov(mm)
Ago (mm)
(mm) 118134- -127
10.5
149
- 20.8
PFev
Mar
POut
PJul(mm)
(mm)
Dez
PPPMai
Jun (mm)
(mm)
(mm)
(mm)
96.3
110
57.6
23127-
11.7 -
---116
36.8
-
107
65.4
137
29.3
Set
P Abr (mm)
(mm)
20.4 - 53.7 26.3
16.9
74.6 - -
150-- -140 38.7
20.2
82.7
158
3 38.5 - 62.3
00.249
- 0.65 128 20.9
108
65.5 -
-- -121 31.3 P
40.4
7.56
59.8 ----67.6
35.8
0.377
2.31
3.72
20.9
78.7 - 63.7
5.66 117
36.9
20.3138
29.4
38.8 ---24.1 -75.7
129
50.8
52.5151
46.2
37.9
53.8 -- -53.1
7.47
74 82.8
159 - 169 88.8
5 62.4 ---76.8
0.651 -1.12
2.27 141 31.4
75.8 ---153 -183
47.5
21
0.25
67.7
78.863.8
0.378
5.67
7.48 --28.2
-
-8.45
77.6
86.3
9.97-- 1.31
82.3 50.9
122
24.2152
130
46.3
52.6 - - -95.8
74.3
-145
-96.9
146
36.4
73.763
53.2 -
74.1 - 95.1 58.2 88.9 -
170 - 190
6 76.9
2.28- -88.7
1.13
28.3 -- 38
4.96
2.86 154 47.6
95.9
74.4 - -179 -223
-115
107 71.6
77.782.4
1.32
8.46
86.4
9.98
58.3 ----82.9
92.7
12.5
63.3
-2.25
-10.7 99.1 36.5
97
184
146
147
73.8- 118
-166
- --70.5
63.1 - 109
16597.5
95.2 - 112 191 - 227
4.97
88.8 -88.9
2.87
38.1 ----14
99.7 6.35
8.96
48.3 180 71.7
108
116
224-----144--273
254
222
163 166
83 -99.2
10.8
2.26
92.8
12.6
63.4 -- 68.4
100
16.2
-4.11
112 70.697.6
167
166
110
119 - 298- -210
323221239
113 - 133
6.36
8.97
48.4 -----16.8
10.4
22.9
-57.5
99.8
89 -113
14.1
16.3
101
68.5
-96.2
4.12 117
-- 109 26.2
74.5
126
11.6

Novembro
Agosto Km
Outubro
Setembro
Dezembro
Maio
Abril
Julho
Junho
0 500 1,000
Tabela 1: Amplitude da precipitação mensal nas mesorregiões do estado da Bahia
1961-2014
Vale do Extremo Centro Centro
Sul Nordeste Metropolitana
são oeste sul norte
Meses baiano baiano de Salvador
Francisco baiano baiano baiano
Precipitação (mm)
Min 51,1 102,3 38,5 59,8 134,3 79,1 58,3
Janeiro
Max 158,4 164,4 82,0 126,2 255,2 160,0 152,2
Min 50,4 85,2 40,4 62,3 115,1 71,6 57,6
Fevereiro
Max 152,6 178,7 104,0 139,5 209,7 135,4 131,2
Min 75,2 102,4 59,8 74,4 109,2 67,0 66,0
Março
Max 155,7 221,1 137,5 167,6 214,8 160,7 135,9
Min 43,3 77,9 46,6 68,5 56,4 39,5 37,9
Abril
Max 91,6 243,2 235,1 297,6 127,5 189,4 163,7
Min 3,7 51,5 20,4 53,5 7,1 4,8 4,0
Maio
Max 60,1 248,6 295,1 322,6 20,6 179,7 187,6
Min 0,8 51,7 16,0 62,2 0,8 0,4 1,9
Junho
Max 55,5 228,1 209,5 238,6 7,1 172,3 147,9
Min 0,3 60,2 11,6 60,1 0,4 0,2 1,0
Julho
Max 51,7 222,3 167,1 210,1 4,0 178,4 126,3
Min 0,0 41,1 6,5 43,7 0,1 0,4 0,6
Agosto
Max 29,1 166,0 128,6 153,1 9,6 132,1 88,8
Min 2,3 49,1 6,3 33,5 9,2 5,5 4,4
Setembro
Max 18,6 144,8 87,8 122,1 26,8 108,1 65,6
Umidade Relativa do ar
Análise Espacial/Temporal Precipitação

86 4500
4000
84
3500
82
3000
80 2500
Urm (%)

P (mm)
78 2000
1500
76
1000
74
500
72 0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Intervalo de tempo Intervalo de tempo

Aracaju – SE
1961-2015
Umidade Relativa do ar
Análise Espacial/Temporal Temperatura do ar

Tendência temporal UR Tendência temporal Tm


28.5

28
65
27.5

60 27

Tm (°C)
UR (%)

26.5

55
26

25.5
50
0 5 10 15 20 25 30 35 25
0 5 10 15 20 25 30 35
Numero de Anos Numero de Anos

Cidade de Barra – BA
1977-2015
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL

Método de Thiessen
Recomendado para regiões relativamente planas, onde as estações não
se encontram uniformemente espaçadas,

Consiste nas seguintes etapas:

1) Ligar os pontos (estações) por trechos retilíneos;


2) Traçar linhas perpendiculares aos trechos retilíneos passando pelo
meio da linha que liga dois pontos;
3) Prolongar as linhas perpendiculares até encontrar outra, O polígono é
formado pela interseção das linhas correspondendo à área de influência
de cada posto,
4) Calcular a precipitação média,
Precipitação média espacial

• Método de Thiessen

1 n
Pm  n
   Ai  Pi 
 Ai
i 1
i 1

Pm - Precipitação média (mm)

Ai - Área de influência de cada posto i (ha);

Pi - Precipitação registrada no posto i (mm);


PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL

Definição dos polígonos de Thiessen


PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
1 – Linha que une dois postos pluviométricos próximos
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
2 – Linha que divide ao meio a linha anterior
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
2 – Linha que divide ao meio a linha anterior
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
3 – Linhas que unem todos os postos pluviométricos vizinhos
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
4 - Linhas que dividem ao meio todas as anteriores
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen

5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos


PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
PRECIPITAÇÃO MÉDIA ESPACIAL
Definição dos polígonos de Thiessen
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
FIM

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