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(SEMESTRE DE 2023.2)
Introdução
• Hidrologia é a ciência que trata do estuda da água na natureza. É parte da
Geografia física e abrange, em especial, propriedades, fenômenos e distribuição
da água na atmosfera, na superfície da terra e no subsolo.
• No escopo da disciplina GTD, nosso interesse é sobre a distribuição superficial
da água e seu escoamento nos cursos de água visando um fim específico: a
geração de energia elétrica.
• Os conceitos modernos da utilização dos recursos hídricos indicam que nenhum
curso d’ água deve ser considerado como tendo uma única e específica
finalidade, de forma que seu uso múltiplo deve ser sempre observado.
• O aproveitamento das águas, simultaneamente para a geração de energia
elétrica, navegação, saneamento básico urbano e irrigação agrária, deve ser
considerado sem que, separadamente ou em conjunto, tenham consequências
danosas ao meio ambiente 1
Introdução (continuação)
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Introdução (continuação)
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Figura 2 - Pluviômetros e pluviógrafo
I.7.10.1 Pluviometria (continuação)
V .D 2
hc , sendo A
A 4
Sendo Di o diâmetro interno da proveta, o volume V de chuva determina uma
altura x [mm] na proveta, calculada por:
πD 2
A=
4
V V 4V 4. A.hc D 2
x 2 .hc
Ai .Di .Di .Di
2 2 2
Di
4
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I.7.10.1 Pluviometria (continuação)
• Pode-se, falar em uma altura média anual de precipitação e ver como esta varia de um local para outro.
Variações consideráveis ocorrem, pois são inúmeros os fatores que influenciam as alturas de
precipitações, tais como: latitude, altitude, orografia ( estudo do relevo – montanhas), direção e frequência
dos ventos, posição e distância do mar, entre outros, sendo que, cada um desses fatores pode ser
dominante em cada região. Na Tabela 1 são apresentados os valores médios mensais de precipitação
verificadas em Porto Velho no período de 1961 a 1990. Na Figura 3 são apresentadas as precipitações em
várias cidades, verificadas em 2002.
Tabela 1 – Precipitações médias mensais verificadas em Porto Velho no período de 1961 a 1990
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
346,8 295,7 312,7 205,9 118 38,8 22,6 21,6 86,5 185,3 207,3 332,5
Fonte: Normais climatológicas (1961-1990) – Ministério da Agricultura e Reforma Agrária – Secretaria Nacional de Irrigação,
Departamento Nacional de Meteorologia, 1992
600,00
500,00
Precipitação (mm)
400,00
300,00
200,00
100,00
0,00
Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
• Podemos, sobre cartas topográficas, traçar isoietas para valores de precipitações máximas, médias e
mínimas, e mesmo totais, considerando períodos diários, semanais, mensais ou anuais. A Figura 4 mostra
uma carta com isoietas contendo os totais anuais para alguns Estados do Brasil.
• Com efeito, designamos como bacia hidrográfica, ou imbrífera, de um curso de água, a área da
superfície do solo capaz de coletar a água das precipitações meteorológicas e conduzi-las a esse rio,
diretamente ou por meio de seus afluentes;
• A bacia hidrográfica, portanto, é definida pelos divisores de água que a circundam. Sua determinação é
feita, em geral, pelas cartas topográficas com curvas de nível nas quais se procuram marcar os espigões;
• Para determinação das bacias imbríferas deve-se considerar sempre áreas à montante do local onde se
analisa o aproveitamento. Sua superfície é também denominada área de drenagem;
• Existem vários fatores ligados à bacia hidrográfica que condicionam o fluxo d’água à seção desejada,
quais sejam:
• área da bacia hidrográfica;
• topologia da bacia: declividade, depressões;
• superfície do solo e condições geológicas: vegetação, cultivos, rochas, camadas geologia (rochas, camadas
geológicas);
• obras de controle e uso d’água a montante: irrigação, retificação do curso d’água, barragens.
• Em uma visão mais simples, a bacia hidrográfica de um rio é formada por toda área de terra que conduz
as precipitações ao mesmo rio e a seus afluentes;
• Pode-se definir bacia hidrográfica para qualquer rio, sendo a mesma tanto menor quanto menos água e
afluentes tiver o rio considerado
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Vazão em um curso d’água
• A fluviometria trata da determinação da vazão de um curso de água em várias de suas seções durante
um longo tempo;
• Neste sentido, os valores das vazões médias diárias ou mensais podem ser apresentados sob forma de
diagramas tais como as curvas chave, os fluviogramas, as curvas de permanência, as curvas de massa e
outras que colocam em evidência, em cada caso, aspectos distintos do regime do curso de água e
facilitam a compreensão das características da bacia hidrográfica e a solução de problemas específicos,
tais como estudos da regularização das vazões dos rios para os mais variados fins, particularmente para a
hidroeletricidade;
• Denominamos curva-chave, ou de descarga de um rio em uma determinada seção, a curva que contém
como ordenadas as alturas do nível de água e, como abscissas, as respectivas vazões. Ver Figura 5
abaixo:
• A obtenção da curva-chave inicia-se com a medida das
alturas da água para uma determinada seção do rio, a partir
de uma referência prefixada, por exemplo, com auxilio de
uma régua graduada, de um limnímetro ou um limnígrafo
( instrumento para medir o nível dos lagos). Para cada uma
dessas alturas é medida a vazão por um dos processos
normalizados. Essas medições devem ser feitas em épocas
oportunas de modo a permitir o traçado da curva com auxílio
de um grande número de pontos. Uma vez traçada a curva
por pontos podemos, com auxilio de um método apropriado,
Figura 5 - Curva-chave equacioná-Ia.
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I.7.10.2 - Fluviometria
LINÍGRAFO VERTICAL: Limnígrafo analógico Vertical sistema bóia e contra peso
é destinado ao registro gráfico continuo da medição de níveis d`água para
qualquer amplitude de variação do nível amplamente utilizado em rios,
canais, açudes e reservatórios sendo utilizado como marégrafo.
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Fluviograma
• As vazões naturais dos cursos de água tem uma natureza extremamente variável. As grandes
variações, no entanto, ocorrem em intervalos de tempo maiores, sendo que em um ano podem-se registrar
tanto vazões muito pequenas como muito grandes e, se observarmos períodos de um número razoável de
anos, veremos uma variação ainda maior, com registros de vazões mínimas e também de vazões
enormes, que podem apresentar características catastróficas.
• Nessas condições, será muito difícil projetar um aproveitamento hidráulico pois, se escolhermos turbinas
para vazões iguais às mínimas, grandes quantidades de energia não seriam aproveitadas. Por outro lado,
turbinas dimensionadas para vazões maiores ficariam sem produzir sua capacidade durante longos
períodos.
• Como é, em geral, possível substituir as sucessões de vazões naturais, altamente variáveis, por uma
sucessão de vazões mais regulares, e portanto mais úteis, efetua-se a regularização, ou regulação das
vazões;
• A fim de se efetuar a regularização das vazões de um rio e necessário que se disponha de um
reservatório para acumular a água nos períodos das chuvas e restituí-la, juntamente com as vazões
naturais que chegam ao reservatório, na época das secas;
• Dependendo do volume de água armazenável, ou seja, da capacidade do reservatório, podemos
conseguir uma regulação total, anual ou plurianual, pela qual podemos substituir a sucessão de vazões
naturais anuais ou plurianuais por uma única vazão, constante durante todo o período abrangido;
• Essa regulação, para fins de aproveitamentos hidrelétricos, é a mais conveniente, pois permite um
dimensionamento das turbinas para um melhor aproveitamento da energia hidráulica, que será toda
aproveitada, de forma regular, com um mínimo de potência instalada. Contudo, esse tipo de regulação é
raramente possível, pois requer grandes reservatórios, com inundação de extensas áreas.
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I.7.10.3 – Regularização das vazões (continuação)
• Com o emprego de reservatórios menores é ainda possível conseguir uma Regulação total.
Nesse caso, não teremos uma única vazão regularizada, porém uma sucessão delas, de
durações variáveis;
• Somente um apurado estudo de viabilidade econômica é que poderá indicar qual a potência
a ser instalada, visando primordialmente a obtenção do menor preço por kWh gerado;
• Pode-se, por outro lado, admitir a perda periódica de vazões acima de um máximo
derivável. Esse tipo de regularização é denominado parcial. Em geral, é feito admitindo-se
como certos as perdas de vazões e déficits nas vazões deriváveis em épocas de seca. A
regulação parcial está associada a reservatórios de pequena capacidade;
1
Pm Pdt
t
0
Pm
• Designamos como fator de carga a relação: fc 18
Pmáx
I.7.10.4 - Regularização das potências – Diagrama de carga (Continuação)
• O fator de carga indica o grau de utilização da energia elétrica. Em sistemas altamente industrializados,
com grande número de indústrias de ciclo contínuo, seu valor pode atingir de 0,75 a 0,85 enquanto
sistemas em zonas predominantemente urbanas residenciais e agrícolas seu valor dificilmente atinge 0,5;
• A empresa concessionária deve, evidentemente, atender à demanda da ponta de carga, para o que são
necessárias instalações com potência de geração suficiente;
• Os fatores de carga semanais são influenciados pela presença dos sábados e domingos em que a
demanda diminui consideravelmente, decrescendo, portanto, o valor da demanda media. Isso traz como
consequência uma redução no fator de carga. O fator de carga semanal é menor que o de carga diário;
• Quando as capacidades dos reservatórios são muito pequenas, uma regulação semanal é então feita.
Escolhe-se uma semana de vazões médias e as vazões deriváveis são determinadas tendo-se em vista
que aos sábados e domingos pode haver economia de água, que ficará armazenada para ser turbinada
durante os dias úteis da semana como reforço às vazões naturais;
• Os fatores de carga mensais são aproximadamente semelhantes aos semanais, desde que se refiram ao
mês em que os semanais foram computados. Podem apresentar substanciais diferenças dependendo da
estação do ano e estão sujeitos às influências das variações das atividades econômicas sazonais: numa
zona canavieira (produção de açúcar ou álcool), a demanda média cresce na época das safras (meses de
junho a dezembro na Região Sudeste do Brasil).
• Uma central hidrelétrica deve-se situar no contexto do sistema. Tratando-se de uma central única, ela
deverá, evidentemente, atender a toda a demanda, seja nas horas de pouca carga, seja nas horas de ponta
de carga. Deve possuir, pois, uma potência instalada maior ou igual a Pmax.
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I.7.10.4 - Regularização das potências – Diagrama de carga (Continuação)
• Admitamos, por exemplo, que a central possua uma vazão regularizada Q que garanta
uma potência firme igual a Pm. Evidentemente, esta será insuficiente para atender à
demanda de valores maiores que Pm se esta for a potência instalada;
• Mas, nas horas de demandas menores, essa vazão não seria integralmente utilizada. É
pois necessário utilizar turbinas com uma potência total maior sem que a utilização do
reservatório seja modificada, pois isso alteraria a regulação do rio;
• O problema ficará resolvido com a instalação de turbinas para uma vazão total:
Q
Qmáx [m 3 / s]
fc
que serão capazes de fornecer a potência Pmáx necessária ao atendimento de toda
demanda, sem falta ou sobra de água;
• A segunda zona (B) é aquela de fatores de carga relativamente elevados e poderá ser atendida por
centrais hidrelétricas com regulação parcial;
• A terceira zona (C) é a de fator de carga muito baixo, exigindo potências instaladas relativamente
grandes, porém com um consumo de água relativamente pequeno;
• As zonas (B) e (C) podem ser atendidas também pelas mesmas centrais. O fator de carga é razoável e a
demanda média da vazão pode ser atendida por reservatórios de regulação parcial;
• A zona (D) é a de ponta da carga e a mais desfavorável por sua curta duração. Pode ser atendida por
centrais dos seguintes tipos:
a) centrais térmicas a motor Diesel;
b) centrais térmicas com turbinas a gás;
c) centrais hidrelétricas de recalque, ou reversíveis. 21
I.7.10.4 - Regularização das potências – Diagrama de carga (Continuação)
• A tendência nos sistemas térmicos e mistos (hidrotérmicos) é estender a zona de base do diagrama de
carga a valores maiores de Pmin, como mostra a Fig. 12, gerando-se nas horas de baixa demanda um
excesso de energia que será aproveitado para recalcar água para armazenamento em reservatórios
elevados, que será então turbinada nas horas de ponta de carga. Instalação desse tipo são denominadas
centrais reversíveis, pois as próprias turbinas são operadas como bombas, acionadas pelos geradores, e
estes operados como motores.
• A regulação das potências de cada
central é estabelecida pelo despacho de
carga do sistema que, no entanto, terá de
obedecer ao plano de operação de cada
reservatório, obtido do diagrama das vazões
regularizadas, pois caso contrário, poderá
haver uma subutilização do mesmo ou sua
depleção antecipada;
• Deve-se, no entanto, obedecer a um
plano geral que engloba todos os
reservatórios que devem formar um todo;
• Eventuais excessos de disponibilidades
em uma central podem ser usados para
economia de água em outra, na qual poderá
Figura 12 - Utilização das centrais hidrelétricas reversíveis ocorrer déficit. Principalmente se as centrais
se encontram em regiões de regimes
EXEMPLO: Admitindo-se que a vazão regularizada em pluviométricos diferentes.
uma central hidrelétrica seja de 64 m3/s e o fator de carga
do sistema alimentado igual a 56%, qual deve ser a
vazão das turbinas a serem instaladas? Q 64
SOLUÇÃO: Qmáx 114,3 [ m 3 / s ] 22
fc 0,56
I.7.10.5 - Energia disponível de um aproveitamento hidrelétrico regularizado
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BIBLIOGRAFIA
• REIS, Lineu Belico dos. Geração de energia elétrica. São Paulo: Tec-Art,
1998.
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