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1.1 ENQUADRAMENTO
As cheias contam-se entre as catástrofes naturais que ao longo dos tempos maiores
prejuízos materiais e perda de vidas humanas têm provocado em várias zonas do
globo, entre as quais se pode incluir Portugal.
1
a intensidade de precipitação, para uma dada duração e frequência de ocorrência, e a
sua distribuição temporal.
1.2 OBJECTIVOS
2
Para se conhecer estas relações é necessário dispor de registos contínuos (registos de
udógrafos), que possibilitem leituras com grande resolução temporal, abrangendo um
período alargado de observação. Com estas observações pertende-se estabelecer uma
base de dados, actualizável ao longo do tempo, de forma a permitir uma análise
automática e uma consequente actualização periódica das referidas relações.
3
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 INTRODUÇÃO
O ciclo hidrológico é a sequência fechada dos fenómenos por meio dos quais a água
passa da superfície do globo terrestre para a atmosfera, na fase gasosa, e volta a
atingir aquela superfície nas fases líquida ou sólida (Quintela, 1984). Designa-se por
precipitação a água que cai da atmosfera para a superficie da terra sob a forma líquida
(chuva e orvalho) ou sólida (neve, geada e granizo). Enquanto os meteorologistas se
preocupam com o modo como esta ocorre, os hidrólogos interessam-se pelas suas
transformações após atingir a superficie terrestre.
4
ou pluviógrafos, que registam continuamente a precipitação caída num dado
acontecimento pluvioso. Existem sete tipos de udógrafos: de boia sem sifão
automático, de boia com sifão automático, de balança, basculante, balança-basculante,
de intensidade-registador de JARDI, teletransmissores (Loureiro, 1984).
5
para a secção considerada (Quintela, 1984). A duração deve ser pelo menos igual ao
tempo de concentração da referida bacia - tempo de escoamento do ponto
cinematicamente mais afastado da secção de referência - devendo ser
consideravelmente aumentada em estudos onde o volume de cheia tenha grande
importância (Corps of Engineers, 1982).
A análise de custos benefícios pode ser efectuada através de um gráfico coaxial onde
se relacionam os caudais de cheia, com as alturas hidrométricas ou níveis de
superfície da água, com os prejuízos provocados e com a probabilidade de ocorrência
(Figura 2.1).
6
2.2 CURVAS DE POSSIBILIDADE UDOMÉTRICA
7
Quadro 2.1 Recordes mundiais da precipitação (adaptado de Ponce, 1990).
8
onde P é a precipitação (mm) de duração D (min), a partir da qual se
considerou a existência de uma precipitação intensa.
2- Ordenar por ordem decrescente os valores da precipitação, para cada
duração, ou seja, para cada série.
3- Calcular para cada valor, de cada série, a frequência absoluta no período de
80 anos, isto é, determinar o número de anos que neste período o valor foi
igualado ou excedido.
4- Determinar a frequência média anual dessas precipitações, isto é, o
quociente entre o valor obtido anteriormente e o comprimento da série
(frequência relativa).
5- Escolher os valores de precipitação e intensidade correspondentes às
frequências absolutas de 80, 50, 25, 10, 5, 2 e 1 ano para as durações 5, 10, 15,
20, 30, 45, 60, 80, 100 e 120 min.
e
I = 3000D -0.700 (90min < D ≤ 240min) (2.6)
400
Uma vez em 80 anos
360
Período de retorno de 50 anos
320 Período de retorno de 25 anos
18/11/45 (O.C.M.)
Intensidade (l/ha/s)
280
18/11/45 (D.G.S.H)
240
Provável envolvente
200
160
120
80
40
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 240
Duração (min)
Figura 2.2 Curvas de possibilidade udométrica referentes a vários períodos de observação em Lisboa,
Aguaceiro de 18/11/45, acontecimentos pluviosos com período de retorno de 50 e 25 anos,
acontecimento pluvioso ocorrido 1 vez em 80 anos e provável envolvente (adaptado de Garcia,
1946).
Azevedo (1953) utilizou os valores tabelados por Oliveira (1942) para determinar as
curvas de frequência da intensidade pluviométrica intensa, para Lisboa. O autor
procedeu de acordo com a seguinte metodologia:
1- Estudar os elementos tabelados, segundo o método sugerido por Yarnell
(1935).
10
2- Ajustar, aos dados, curvas do tipo:
I = aT n (2.7)
propostas por Supino (1938), em que I e T são respectivamente intensidade de
precipitação (mm/h) e período de retorno (ano), para cada duração
considerada. Deste ajustamento obteve os parâmetros a e n indicados no
Quadro 2.3.
11
sendo I a intensidade de precipitação (l/s/ha) e D a duração (min), para cada
período de retorno. Os parâmetros das equações estão indicados no Quadro
2.5.
Taveira (1959) efectuou um estudo similar ao anterior visando a região do Porto com
a finalidade de obter uma expressão matemática que permitisse determinar a
intensidade da precipitação em função da duração e do período de retorno. Este autor
utilizou udogramas referentes ao período compreendido entre 1930 e 1954 do
Observatório da Serra do Pilar. A metodologia seguida foi:
1- Procurar, em cada ano, os valores máximos de intensidade em cada
duração.
2- Realizar a análise de frequência das séries obtidas, baseada numa expressão
que resulta de uma simplificação da lei de valores extremos apresentada em
1928 por Fisher e Tippett, conhecida, também, como a distribuição de Gumbel
(1951), autores referidos em Taveira (1959), e que Chow (1953) mostrou que
poderia ser representada pela equação do tipo
x T = x + k T sx (2.10)
em que xT é o valor da grandeza para o período de retorno T, sx o
desvio-padrão da série, x a média da série e kT o factor de frequência definido
por
k
T
=−
π
6
[γ + ln(lnT − ln(T − 1))] (2.11)
12
N +1
T= (2.12)
i
sendo i o número de ordem não crescente da grandeza e N o tamanho da série.
A expressão
x T = b + ak T (2.13)
resultou da utilização do método do mínimo dos quadrados para determinar os
parâmetros (a e b), possibilitando a determinação dos valores das precipitações
para as diferentes durações, referentes a um dado período de retorno.
3- Aplicar a expressão matemática
I=k(T-g)r(D+d)f (2.14)
para relacionar intensidades de precipitação I (mm/h), duração D (min) e
períodos de retorno T (ano). k, g, r, d e f são parâmetros determinadas pelo
método do mínimo dos quadrados.
Chow (1964) apresenta dois métodos possíveis para efectuar uma análise de
frequência das precipitações intensas. Um dos métodos utiliza séries anuais de
precipitação intensa, necessita, portanto, de seleccionar o valor máximo de cada
registo anual. O outro método utiliza séries de duração parcial , necessita, portanto, de
seleccionar pelo menos N valores máximos, valores esses superiores a determinado
valor previamente fixado para cada duração a partir de N anos de registo.
13
A distribuição de extremos utilizada para análise de frequência da série é
parcialmente empírica: para período de retorno até 10 anos recorre a uma distribuição
empírica, baseada nas séries de duração parcial; para períodos de retorno superiores a
20 anos recorre à distribuição de Gumbel, baseada na série anual. No Quadro 2.6
apresentam-se os factores empíricos para conversão das séries parciais a séries anuais.
Não é necessário qualquer ajuste para períodos de retorno superiores a dez anos.
Quadro 2.6 Factores empíricos para conversão de séries parciais em série anuais (extraído de
Hershfield, 1961).
Período de retorno (ano) Factor de conversão
2 0.88
5 0.96
10 0.99
14
6- Determinar a série de máximas intensidades pluviométricas anuais, no
período estudado de 36 anos, isto é, determinar as 36 máximas intensidades
pluviométricas anuais para cada um dos intervalos de duração fixados.
7- Tratar estatisticamente as séries anuais de intensidades máximas, referentes
a cada duração. A análise probabilística das máximas intensidades
pluviométricas foi efectuada através do método de Chow-Gumbel. Admitindo
que a distribuição de frequências dos máximos de precipitação seja de acordo
com Gumbel (1951), autor referido por Occhipinti e Santos (1965) e que de
acordo com Chow (1953) essa distribuição possa ser representada pela
equação 2.10, determinou-se a frequência de ocorrência da série amostral
observada.
8- Para as diferentes séries de intensidades máximas, correspondentes às
durações escolhidas, calcular a intensidade média, o desvio-padrão e a
intensidade (mm/min, para durações inferiores a 60 min, ou mm/h, para
durações superiores a 60 min) correspondentes aos períodos de retorno de 5,
10, 20, 25, 30, 40, 50, 75 e 100 anos.
9- Representar, em coordenadas logarítmicas, no eixo das ordenadas a
intensidade e nas abcissas as durações. Os pontos com igual período de
retorno são agora unidos.
10- Analisar o gráfico resultante e relacionar as características das
precipitações intensas através das equações intensidade-duração-frequência de
dois tipos: para durações iguais ou inferiores a 60 min e para durações
superiores a 60 min.
11- Ajustar, a estas curvas, uma equação do tipo
I = C( D + 15)
−n
(2.16)
15
Quadro 2.7 Parâmetros n e C , para durações inferiores a 60 min (extraído de Occhipinti e Santos,
1965).
Período de retorno n C
5 0.840 33.13
10 0.830 36.55
25 0.820 40.30
50 0.810 43.38
75 0.805 45.11
100 0.800 46.68
Quadro 2.8 Parâmetros n e C , para durações superiores a 60 min (extraído de Occhipinti e Santos,
1965).
Período de retorno n C
5 0.820 52.73
10 0.820 60.23
25 0.820 67.18
50 0.820 76.46
75 0.820 80.16
100 0.820 83.05
12- Pela análise dos parâmetros da equação (2.16) verificou-se que as relações
entre os parâmetros e os períodos de retorno são do tipo
C = KTm (2.17)
e
n = NT− a (2.18)
KT m
I= (2.20)
Dn
consoante se refere às precipitações intensas com duração (D) inferior ou igual a 60
min (equação (2.19)) ou com duração (D) superior a 60 min (equação (2.20)) com os
parâmetros indicados no Quadro 2.9.
16
Quadro 2.9 Parâmetros da Equação (2.19) e da Equação (2.20) (extraído de Occhipinti e Santos, 1965).
Parâmetros Eq. (2.19) Eq. (2.20)
N 0.86
a 0.0144
K 27.96 42.25
m 0.112 0.15
n 0.82
17
5. A partir das rectas de regressão intensidade-duração verificou-se ser,
sensivelmente, constante o declive (b), adoptando-se para expoente da
duração (D), das equações de intensidade-duração, a média dos declives
(-0.695).
6. Calcular a regressão entre os sete parâmetros a e as intensidades de
precipitação para a duração de 1 h, correspondentes aos sete períodos de
retorno. Obteve-se a equação a = C − 10.54
0.01 , sendo C a média do valores
0.01T
1065.68 − 1054
I= T0.01 (2.21)
D 0.696
sendo I, D e T a intensidade média de precipitação (mm/h), duração (h) e
período de retorno (anos), respectivamente.
Quadro 2.10 Parâmetros das curvas IDF para Évora-Torre (extraído de Melo, 1980)
T (anos) a b
2 18.66 -0.661
5 29.30 -0.688
10 36.30 -0.697
20 42.81 -0.702
25 45.18 -0.705
50 51.76 -0.709
100 58.21 -0.713
18
3- Determinar a relação entre os valores com período de retorno de 2 e
100 anos e traçar um mapa de isolinhas destas relações.
4- Estabelecer relações entre os máximos em n minutos (inferior a 60) e o
máximo de 60 minutos.
5- Comparar as relações obtidas, para as estações continentais estudadas de
que se dispõe de dados para as curtas durações, e as relações estabelecidas a
nível mundial.
6- Utilizar as relações nacionais (Quadro 2.11).
Quadro 2.11 Relações entre os valores máximos para durações inferiores a 60 min e de 60 min
(extraído de Godinho, 1984).
Duração (min) Relação nacional Relação mundial
5 0.27 0.29
10 0.45 0.45
15 0.56 0.57
30 0.79 0.79
• Durações entre 1 h e 24 h:
1- Utilizar as cartas para 6 h, publicadas por Faria e Machado (1978), autores
referidos por Godinho (1984), ou utilizar o gráfico INM427, que permite
extrapolar os máximos para qualquer duração, desde que se disponha dos
valores de 1 h e 24 h.
2- Utilizando o papel de probabilidade extrema (papel de Gumbel) estimar os
valores para uma mesma duração, correspondentes aos períodos de retorno
pretendidos.
[
I = x + s x r + ulnln( TT−1 ) ] (2.22)
19
sendo x e sx a média e o desvio-padrão das intensidades máximas, T o período
de retorno (anos) e r e u parâmetros específicos de cada posto udográfico,
definidos a partir da série amostral dos valores. Pressupôs-se que a média e o
desvio-padrão variavam exponencialmente com a duração (D), expressa em
minutos,
x = a( D + b)
c
(2.23)
s x = v( D + d )
e
(2.24)
[
I = a( D + b) + ( D + d ) e f + glnln( TT−1 )
c
] (2.25)
[
I = ( D + d ) e q + glnln( TT−1 ) ] (2.27)
sendo q = v
Cv + vr .
α = a( D + b)
c
(2.29)
β = m( D + p)
q
(2.30)
20
onde a=m/CV.
21
Os resultados finais basearam-se na comparação das curvas obtidas para o posto
udográfico de Lisboa com as obtidas para os restantes postos. Após a comparação,
procedeu-se à delimitação de três zonas diferentes, referentes a três grandes grupos de
equações: zona A, onde a intensidade de precipitação é semelhante à ocorrida no
posto de Lisboa; zona B, onde a intensidade de precipitação é inferior em pelo menos
20 %; zona C, onde a intensidade de precipitação é superior em pelo menos 20 %
(Quadro 2.12).
Quadro 2.12 Parâmetros das curvas IDF em função da região (extraído de Matos e Silva, 1986).
Região A B C
T (anos) a b a b a b
2 202.72 -0.577 162.18 -0.577 243.26 -0.577
5 259.26 -0.562 207.41 -0.562 311.11 -0.562
10 290.68 -0.549 232.21 -0.549 348.82 -0.549
20 317.74 -0.538 254.19 -0.538 381.29 -0.538
50 349.54 -0.524 279.63 -0.524 419.45 -0.524
100 365.62 -0.508 292.50 -0.508 438.75 -0.508
Os valores destas curvas podem ser utilizados para a construção de hietogramas com
intensidades de precipitação constantes, hietogramas com intensidade de precipitação
variável ao longo do tempo e na determinação das precipitações de projecto.
Definiram acontecimento pluvioso como o período contínuo com mais de uma hora
de precipitação. A precipitação (P(n)) durante a duração (Dn) do acontecimento
pluvioso é determinada por
Dn
P(n) = ∑ ε υ (2.34)
υ =1
22
sendo
k
X k = ∑ ε υ , k=1,2,...,n (2.36)
υ =1
e P[.] a probabilidade.
As probabilidades P[Dn=k] para k=1, 2,..., n são determinadas a partir das frequências
históricas observadas e as probabilidades P[Xk≤x] são determinadas por
x
P[ X k ≤ x] = αk
Γ (k) ∫u
k −1
e − αu du (2.38)
0
i =1 ⎣
λi ⎝ ⎠⎦
[ ]
n
F(x) = ∑ P X k ≤ x D n = k . P[ D n = k ] (2.40)
k =1
23
ek
X k = (aD n + b) (2.41)
100
onde a e b são parâmetros e ek resíduos percentuais.
Após aplicação dos três modelos propostos, Ncuyen e Huynh (1987) propoem a
terceira hipótese para descrever o fenómeno em estudo.
Chow et al.(1988) propõem associar aos valores máximos anuais de precipitação uma
frequência, expressa normalmente em hidrologia sob a forma de período de retorno,
através da função de distribuição que melhor se ajusta à série anual.
24
Para obter as curvas intensidade-duração-frequência ajusta-se uma curva do tipo
exponencial negativo, pelo método do mínimos dos quadrados, às intensidades médias
de precipitação em função da duração, referentes a um período de retorno.
Estes modelos temporais podem ser de três tipos: hietogramas, curvas cumulativas da
precipitação ou curva de distribuição temporal de precipitação. Entende-se por
hietograma, a representação gráfica cuja ordenada indica a precipitação ou a
25
intensidade ocorrida em cada incremento de tempo. Entende-se por curva cumulativa
da precipitação a representação gráfica cuja ordenada indica a precipitação
acumulada ocorrida até ao instante considerado. Entende-se por curva de distribuição
temporal da precipitação (DTP), a representação gráfica cuja ordenada indica a
fracção da precipitação total do acontecimento pluvioso que ocorre até um dado
instante, expressa usualmente em percentagem, resultante da agregação e a
manipulação de vários acontecimentos pluviosos, que possibilitará associar a curva a
uma probabilidade de ocorrência. É exemplo a curva mediana que representa a
distribuição temporal de precipitação para a probabilidade de ocorrência de 50 %.
Judson (1933) utiliza três tipos “ideais” (Judson, 1933) de curvas de distribuição
temporal de precipitação (Figura 2.3) apresentadas no relatório Departmental
Committee on Rainfall and Run off, após análise de numerosos udogramas.
26
0.6
0.5
0.4
Precipitação ('')
X Y Z
0.3
0.2
0.1
0.0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75
Duração (min)
A curva X pode ser expressa, em função da intensidade, por duas equações consoante
a duração: duração compreendida entre 5 e 20 min, equação (2.43), duração entre 20 e
75 min, equação (2.44)
I = 30
D+10 (5min < D ≤ 20 min) (2.43)
I = 40
D+20 (20 min < D ≤ 75 min) (2.44)
27
3
0
120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Tempo (min)
Figura 2.4 Curvas de intensidade para o período de retorno de 20 anos (adaptado de Ormsby, 1933).
28
• Classe c: Barragens situadas onde a ruptura poderá causar perdas humanas,
destruição de habitações, de industrias, de edifícios comerciais, de serviços
públicos de auto-estradas e estradas nacionais principais.
Quadro 2.13 Precipitação de projecto para cada barragem com duração de 6 h (extraído de Ogrosky,
1964).
Classe
Hidrograma a b c
Descarregador de P100 P100+0.12(PMP-P100) P100+0.26(PMP-P100)
cheia
Descarregador de P100+0.12(PMP-P100) P100+0.40(PMP-P100) PMP
emergência
P100 - precipitação com período de retorno de 100 anos; PMP - precipitação máxima provável. Com
estas relações foram elaborados mapas para os EUA.
29
inclua o máximo valor verificado para uma duração igual ao tempo de concentração
da bacia, possibilitando desenvolver um hidrograma sintético com um caudal de ponta
máximo. Se o tempo de concentração for superior a 6 h foram previstas pelo SCS
modificações no procedimento normal, para incluir maiores e mais apropriadas
quantidades de precipitação (Ogrosky, 1964).
1.0
0.8
Precipitação acumulada (%)
A2
0.6
A B C
0.4
0.2
0.0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Duração (%)
Figura 2.5 Curvas adimensionais sobre a distribuição temporal dos acontecimentos pluviosos (adaptado
de Ogrosky, 1964).
Rousculp (1927 e 1940) determina o hietograma a partir das curvas IDF, de acordo
com a seguinte metodologia:
1- A partir da curva IDF obtém-se a intensidade de precipitação em função da
duração, para o período de retorno escolhido.
2- Calcular a precipitação durante um dado intervalo de tempo: produto entre
as intensidades e as durações respectivas subtraida da precipitação ocorrida no
intervalo de tempo precedente.
30
3- Com as precipitações determinadas no ponto 2 constroi-se o hietograma. O
hietograma resultante terá o máximo e o mínimo no início e fim,
respectivamente, à semelhança da curva IDF utilizada.
T = 2N (2.45)
2i−1
onde N representa o tamanho da série, i o número de ordem de cada valor.
4- Representar graficamente, em escala logarítmica, os valores obtidos (Figura
2.6).
31
Figura 2.6 Períodos de retorno referentes às precipitações de Scranton, entre Novembro e Abril
(adaptado de Williams, 1943).
32
ocorra no meio da duração total do hietograma, que o autor estabeleceu em
12 h, e que as restantes ocorram em torno desta, alternando da esquerda para a
direita.
I= a
( )
(2.46)
D b +c
t
D a = (1 - r) D t (2.48)
33
a ⎡(1 − b)dt b + c⎤
⎢⎣ ⎥⎦
I= (2.49)
2
⎛⎜ dt b + c⎞⎟
⎝ ⎠
⎡
⎣
( b
a ⎢(1 − b) da 1 − r + c⎥
⎤
⎦
)
I= (2.51)
2
⎣
(
⎡ da b
⎢ 1 − r + c⎥
⎤
⎦
)
34
sendo Tc o tempo de concentração da bacia hidrográfica (min), para a qual se
pertende dimensionar um sistema de drenagem pluvial, Pb a precipitação
acumulada antes do pico da acontecimento pluvioso (“) expressa por
a Dt
Pb = rP = r (2.54)
60 D b + c
t
r=
∑A × r (2.56)
∑A
35
precipitação antecedente, valor de r obtido para a região de Chicago (Keifer e Chu,
1957).
Figura 2.7 Hietograma sintético de uma acontecimento pluvioso com 3/8 de avanço (adaptado de
Keifer e Chu, 1957).
⎡
⎣
b
a ⎢(1 − b) db r + c⎥
⎤
⎦
( )
I= (2.58)
[( ) ]
1+ b
db + c
r
36
⎡
⎣
b
a ⎢(1 − b) da 1 − r + c⎥
⎤
⎦
( )
I= (2.59)
[( ) ]
1+ b
1− r + c
da
O r foi determinado pelos dois procedimentos sugeridos por Keifer e Chu (1957),
obtendo-se um hietograma cujo máximo ocorre a 2/5 do seu início (Figura 2.8), valor
superior ao obtido para Chicago.
Intensidade de precipitação ("/h)
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
60 50 40 30 20 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
db da
Tempo medido a partir do pico da precipitação (min)
Figura 2.8 Hietograma sintético de uma acontecimento pluvioso com 2/5 de avanço (adaptado de
Bandyopadhyay, 1957).
37
Sifalda (1973), após ter analisado as relações médias volumétricas de 91
acontecimentos pluviosos registados em três postos udográficos na Checoslováquia,
propôs a seguinte metodologia para a obtenção de hietogramas:
1-Definir a duração e o período de retorno para os quais se pretende
determinar o hietograma.
2- Obter a intensidade máxima de precipitação a partir da curva IDF.
3- Determinar o hietograma. Este inclui quatro períodos iguais aos quais se
associa uma percentagem da precipitação total. Assim, o 1º e o 2º períodos
têm respectivamente, 14 % e 56 % da precipitação total e os restantes períodos
têm 30 %. Na Figura 2.9 apresentam-se as expressões para o cálculo das
ordenadas do hietograma, sendo I a intensidade de precipitação (mm/h),
extraída da curva IDF, D a duração (min) e Dt a duração total (min).
Intensidade (I)
2.3 I (D) 2.3 I (D)
I (Dt) I (Dt)
D D D D
Duração (D)
Dt=4D
NERC (1975) desenvolveu vários perfis (Figura 2.10) para hietogramas, em função
da probabilidade de não excedência, a partir da análise de acontecimento pluviosos
reais. Para determinar o hietograma, recomenda:
1- Determinar a duração do hietograma, considerando duas a três vezes o
tempo de concentração da bacia.
2- Determinar a intensidade de precipitação, a partir das curvas IDF, referente
cada duração (D).
3- Distribuir a intensidade de precipitação de acordo com o perfil
recomendado para a probabilidade de não excedência pretendida.
38
Figura 2.10 Precipitação de projecto (adaptado de NERC, 1975).
39
Intensidade (I) 2 I (DM)
I (DM)
I (Dt)
DM
Dp Duração (D)
Dt
Chow et al. (1988) apresentou o método dos blocos alternados para obter, de forma
simples, um hietograma a partir das curvas IDF. Este hietograma especifica a
precipitação ocorrida em n número de intervalos de tempo sucessivos de duração Δt,
numa duração total de Dt=nΔt. O método inclui os seguintes procedimentos:
1- Escolher o período de retorno.
2- Obter, a partir das curvas IDF, as intensidades para cada duração Δt, 2Δt,
...,nΔt, e a correspondente precipitação (produto entre a intensidade e
duração).
3- Estimar a diferença entre as precipitações de intervalos sucessivos,
obtendo-se a precipitação em cada intervalo de tempo (Δt).
4- Ordenar estas precipitações numa sequência temporal, de modo que a
precipitação máxima ocorra no meio da duração total do acontecimento
pluvioso e que as restantes ocorram em torno desta, alternando da direita para
a esquerda.
40
Estes hietogramas são normalmente utilizados nos métodos cinemáticos para o
cálculo de caudal de ponta de cheia.
Quadro 2.14 Média da precipitação percentual e precipitação percentual média, para os períodos de 10
min (extraído de USWB, 1947).
USWB Meyer Yarnell Total
(207 acontecimentos (60 acontecimentos (107 acontecimentos (374 acontecimentos
pluviosos) pluviosos) pluviosos) pluviosos)
O mais intenso 54 48 53 53
O 2º mais intenso 25 26 29 26
O 3º mais intenso 14 16 15 15
Total (%) 93 90 97 94
41
4- Determinar a frequência de ocorrência do 1º, 2º e 3º períodos como sendo o
1º, 2º ou 3º mais intenso, respectivamente (Quadro 2.15).
Quadro 2.15 Frequência em percentagem dos períodos como os mais intensos (extraído de USWB,
1947).
USWB Meyer Yarnell Total
(207 acontecimentos (60 acontecimentos (107 acontecimentos (374 acontecimentos
pluviosos) pluviosos) pluviosos) pluviosos)
O 1º incremento, o mais 43 37 50 44
intenso
O 2º incremento, o 46 35 59 48
segundo mais intenso
O 3º incremento, o 44 66 61 52
terceiro mais intenso
42
2- Elaborar um quadro onde se indica, para todos os acontecimento pluviosos
seleccionados, a intensidade em cada 10 min (nos 70 min que precedem a
duração crítica), a intensidade na duração crítica (duração que está dividida
em dois períodos de 5 min e os restantes de 10 min), e a intensidade ocorrida
em cada 10 min (nos 40 min seguintes à duração crítica).
3- Calcular as intensidades médias nas durações críticas, no período anterior e
posterior a essas durações.
4- Construir os hietogramas para cada duração crítica, a partir das intensidades
médias de cada período.
Figura 2.12 Hietogramas para várias durações com periodo de retorno de 2 anos (adaptado de Jens,
1948).
43
pluvioso), cuja intensidade média seja superior à intensidade de
precipitação, obtida a partir da curva de possibilidade udométrica, com
período de retorno de 5 anos.
2. Considerou o início do acontecimento pluvioso o instante a partir do qual a
intensidade de precipitação é superior a 1 “/h.
3. A partir dos udogramas, de cada acontecimento pluvioso, determinar a
intensidade de precipitação em cada incremento de tempo (incrementos de
5 min) e calcular o quociente entre a intensidade de cada incremento
temporal e a intensidade média de precipitação da duração crítica, para
cada acontecimento pluvioso seleccionado.
4. Com os quocientes de cada instante, referentes aos acontecimentos
pluviosos seleccionados, determinar o quociente médio de cada incremento
de tempo (Figura 2.13).
5. Calcular a distribuição temporal da intensidade de precipitação: produto
entre o quociente médio, de cada incremento temporal, e a intensidade
média de precipitação, obtida a partir da curva de possibilidade udométrica
com período de retorno pretendido. No Quadro 2.16 exemplifica-se o
método, para o período de retorno de 5 anos.
15
12
Acumulado (I5 min/I60min)
-3
-20 -10 0 10 20 30 40 50 60 70
Tempo (min)
Figura 2.13 Distribuição temporal dos quocientes: vários acontecimentos pluviosos e média das
distribuições (adaptado de Wood, 1959).
44
Na Figura 2.14 representam-se os hietogramas para as três durações críticas e indica-
se o hietograma adoptado.
45
4- Ordenar por ordem não crescente os valores percentuais de precipitação
horária, alterando, assim, a sequência cronológia do acontecimento pluvioso,
obtendo-se uma curva de distribuição temporal de precipitação.
5- Determinar e desenhar uma curva média ao longo das 24 h (Figura 2.15). A
intensidade de precipitação é dada pelo declive da curva.
A partir desta curva foi possível concluir que a curva média poderá representar os
dois tipos de acontecimentos pluviosos, uma vez que a discrepância horária verificada
entre os dois tipos de acontecimentos pluviosos é insignificante (Hershfield e Wilson,
1960).
46
foi possível distinguir as acontecimento pluviosos tropicais das restantes, uma vez que
as 20 curvas apresentam grande variabilidade na sequência temporal (Hershfield e
Wilson, 1960).
Figura 2.16 Representação em papel de Gumbel das séries de valores máximos de precipitação em 24 h
(adaptado de Hershfield e Wilson, 1960).
47
Figura 2.17 Histograma de precipitação anual extrema de 24 h e curva teórica ajustada (adaptado de
Hershfield e Wilson, 1960).
Hershfield (1962) fez a análise de precipitações intensas que visou, entre outros
objectivos, desenvolver uma distribuição temporal da precipitação. Com a análise
pretendeu fornecer ao hidrólogo um critério para o dimensionamento de estruturas,
cujo galgamento ou ruptura conduziria a perdas materiais e humanas. Segundo o
autor, para calcular o maior escoamento, é necessário especificar, para além da
quantidade de precipitação do acontecimento pluvioso intenso, com uma dada
duração, a sequência com que ocorre a distribuição da precipitação ao longo desse
acontecimento pluvioso.
48
2- Transformar os registos pluviométricos dos acontecimentos pluviosos, com
precipitação no início e no fim de cada hora, em registos pluviométricos
horários.
3- Corrigir as precipitações dos acontecimentos pluviosos através de factores:
acontecimentos de 24, 18, 12 e 6 h sofreram uma correcção de mais 1 %, 2 %,
3 % e 4 % da precipitação total respectivamente, enquanto, as precipitações
horárias são corrigidas com mais metade da quantidade máxima de
precipitação horária adjacente.
4- Determinar a curva acumulada da precipitação: em ordenada estão as
precipitações horárias, em precentagem da precipitação total, e em abcissas a
duração, expressa em percentagem da duração total. A curva obtida mantém a
ordem cronológica dos acontecimento pluviosos.
100
80
Precipitação acumulada (%)
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100
Duração (%)
49
Como limitação desta curva poder-se-á apontar a dissimulação das grandes variações
na distribuição temporal e a falta de indicação sobre a distribuição temporal de um
dado acontecimento pluvioso. Por estas razões, seria razoável refazer a curva para
outras durações e incrementos temporais, mantendo-se a metodologia proposta, visto
ser considerada pelo autor como realista. A relação média entre tempo e precipitação
é fortemente influenciada pelos métodos de selecção e cálculo (Hershfield, 1962).
50
Ao analisar as curvas obtidas, verificou que a maior quantidade da precipitação
ocorria numa pequena parte da duração total, qualquer que fosse a duração, a média e
o número total de aguaceiros do acontecimento pluvioso. Este fenómeno foi mais
evidente após agrupar os acontecimentos pluviosos em quatro grupos.
Figura 2.19 Curvas de distribuição temporal de precipitação para os quatro quartis (adaptado de Huff,
1967).
51
A escolha da probabilidade é de acordo com o fim a que se destina. Assim, em muitos
casos, a utilização de uma distribuição temporal com probabilidade média, 50 %, será
o suficiente, sendo, no entanto, mais apropriado a probabilidade extrema, 10 %,
quando se trata de determinar o escoamento máximo provocado por um dado
acontecimento pluvioso (Huff, 1967).
Estas relações são muito úteis para obter a distribuição temporal dos acontecimentos
pluviosos sobre as bacias, possibilitando a determinação dos hietogramas, após obter,
a partir das curvas IDF, a intensidade de precipitação para uma dada duração e
período de retorno (Figura 2.20).
40
Precipitação (%)
20
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração (%)
52
sd
Vd = 100 (2.60)
D
sd
Vdr = 100 (2.61)
R
sr
Vr = (2.62)
R
sendo R a média da precipitação registada por min e sr o desvio-padrão.
3- Determinar e analisar o coeficiente de correlação, para incrementos entre 1
e 60 min.
Huff (1970) a partir dos valores das variáveis D, Vdr, Vd, R, sd e sr concluiu que estas
se ajustam à distribuição Log-Normal, após a sua representação no papel Log-Normal
(Figura 2.21). Assim, foi possível determinar a função de distribuição de
probabilidades destas variáveis, ajudando a definir quantitativamente a variabilidade
temporal da intensidade de precipitação.
53
Figura 2.21 Distribuição Log-Normal para D, Vd e Vdr (adaptado de Huff, 1970).
1 1000
Vr, Vdr e Vd (in/h)
0.1
sr, sd e D (''/h)
sr Vr
sd Vdr
0.01 100
D Vd
0.001
0.0001 10
0.001 0.01 0.1 1 0.001 0.01 0.1 1
Média do acontecimento pluvioso - R (in/h) Média do acontecimento pluvioso - R (in/h)
10
Figura 2.22 Relação entre a média (R) e Vr, Vd, Vdr e D, sd, sr (adaptado de Huff, 1970).
54
Analisando a variação dos coeficientes de correlação, para os sucessivos incrementos,
verifica-se um rápido decréscimo com o aumento dos incrementos até
aproximadamente 25 min, onde o coeficiente atinge o valor mínimo (ponto negativo)
a partir do qual se verifica um crescimento até um valor positivo próximo do
zero (45 min) seguindo-se um ligeiro decréscimo. O coeficiente de correlação atinge o
valor nulo no incremento 15 min (Figura 2.23).
1
0.8
Coeficiente de correlação
0.6
0.4
0.2
0
-0.2
-0.4
-0.6
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Incrementos temporais (min)
Figura. 2.23 Coeficiente de correlação médio para vinte e nove acontecimentos pluviosos (adaptado de
Huff, 1970).
55
3- Determinar a precipitação correspondente a cada período de tempo.
4- Classificar os períodos, de determinado pico, de acordo com a sua
precipitação. Num acontecimento pluvioso de 20 min existem quatro
classificações possíveis, porque são quatro os períodos de tempo do pico. Em
caso de igualdade a classificação do período é a média das classificações.
5- Calcular a média e o desvio-padrão das classificações de cada período,
considerando todos os acontecimentos pluviosos seleccionados de cada
duração.
6- Obter a ordem média mais provável de ocorrência de precipitação no pico
(hietograma típico da região), a partir da média ou através da soma das
classificações de cada período.
7- Determinar a percentagem de precipitação em cada período de cada pico e a
percentagem média da precipitação em cada período de tempo.
8- Associar, de acordo com a magnitude, as percentagens de precipitação à
ordem obtida no ponto 6.
56
É de salientar que em todos os modelos obtidos para Sydney, para as 16 durações, o
máximo da precipitação é próximo do máximo médio do modelo, havendo para
pequenas durações uma tendência para o máximo ocorrer mais cedo.
O estudo foi baseado na análise de um número limitado e, por vezes, não rigoroso de
acontecimentos pluviosos, com registos horários, intervalos relativamente longos
quando se pretende um estudo sobre precipitações intensas. Por este motivo, devem
ser efectuados mais estudos, utilizando melhores registos e com curtos intervalos de
tempo, para se poder comprovar as conclusões obtidas por estes investigadores (Yen e
Chow, 1980).
57
⎡ n ⎤
⎢
Δt ∑ ( j − 0.5) P ⎥
⎢ j⎥
⎢⎣ j = 1 ⎥⎦
t= (2.65)
P
sendo P a precipitação média, t o primeiro momento em função do tempo inicial do
acontecimento pluvioso e Δt=Dt/n, representando o centro de gravidade da
precipitação no acontecimento pluvioso.
t' = t (2.69)
D
t
58
Db
Db ' = = 3t' − D t ' (2.73)
Dt
Da (2.74)
Da'= = 2 D t ' − 3t'
Dt
h
h' = =2 (2.75)
P
D
t
Db Da
Dt
Duração (D)
D = D' D (2.77)
a a t
D = D' D (2.78)
b b t
h' P 2P
h= = (2.79)
Dt Dt
Tal como para Keifer e Chu, Yen e Chow utilizaram o valor r para determinar a forma
do hietograma: r=0.5, o pico da intensidade ocorre no meio do acontecimento
pluvioso, r>0.5, o pico da intensidade ocorre na segunda metade da duração total,
r<0.5, o pico da intensidade ocorre na primeira metade da duração total. Para Yen e
Chow, o coeficiente de crescimento é a média das razões, Db/Dt, de uma série de
acontecimentos pluviosos com diferentes durações.
59
Segundo estes autores, dada uma localização, os parâmetros que descrevem o modelo
temporal de precipitação são pouco influenciados pela duração, pela precipitação total
ou pelas incorreções nas medições.
SCS (1986) apresenta hietogramas possíveis de serem utilizados nos EUA, para
acontecimentos pluviosos com durações compreendidas entre 6 e 24 h. Estes
hietogramas baseiam-se na informação apresentada por Hershfield (1961) e Miller,
Frederick e Tracey (1973), a que se acrescentou nova informação.
60
Figura 2.25 Curvas de distribuição temporal de precipitação de 24 h (adaptado de SCS, 1986).
Matos (1987) fez uma análise qualitativa da estrutura dos acontecimentos pluviosos,
registados nos udógrafos situados nas bacias de Alvalade e Antas. Nos udógrafos de
Alvalade e Antas foram registados 106 e 204 acontecimentos pluviosos,
respectivamente.
61
Figura 2.26 Alvalade e Antas. Curvas de distribuição temporal de precipitação, para diversas
probabilidades de excedência (extraído de Matos, 1987).
Figura 2.27 Alvalade: Curvas de distribuição temporal de precipitação por quartis de duração (extraído
de Matos, 1987).
62
Tomás (1994) determinou curvas adimensionais de distribuição temporal de
precipitação, para os postos udográficos de Portela, Sassoeiros e Vale Formoso cujas
séries anuais hidrológicas são de 14 anos, 13 anos e 23 anos, respectivamente.
63
Portela
Sassoeiros
100 100
acumulada (%)
acumulada (%)
Precipitação 80 80
Precipitação
60 60
40 40
20 20
0 0
0 20 40 60 80 100 0 20 40 60 80 100
Duração (%) Duração (%)
Vale Formoso
100
acumulada (%)
80
Precipitação
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100
Duração (%)
1º Quartil 2º Quartil
3º Quartil 4º Quartil
Figura 2.28 Curvas DTP medianas para os postos udográfcos de Portela, Sassoeiros e Vale Formoso
(adaptado de Tomás, 1984).
Quadro 2.17 Frequência relativa das acontecimento pluviosos por quartis e pelos postos udográficos de
Portela, Sassoeiros e Vale Formoso (adaptado de Tomás, 1984).
Postos 1ºQuartil 2ºQuartil 3ºQuartil 4ºQuartil
udográficos
Portela 38 25 23 16
Sassoeiros 33 17 24 26
Vale Formoso 29 23 24 24
Unidades: %
1 1
0.94
0.92
0.9
0.82
0.8 0.79
0.76
0.7
Venezuela
0.6
0.57 USWB
R=Pd/P60
0.54
0.5 0.51 R=0.14D^0.5
0.45
0.44
0.4
0.3 0.31
0.29
0.2
0.1
0 0
0 10 20 30 40 50 60
Duração (min)
Figura 2.29 Relação gráfica entre a duração e o coeficiente R (adaptado de Guevara e Cartaya, 1994).
65
concluiram que os acontecimentos pluviosos intensos de curta duração têm uma
distribuição temporal de precipitação semelhante em todo o mundo e, como tal, os
valores podem ser determinados, com precisão, através da equação (2.80) (Guevara e
Cartaya, 1994).
66
3 CURVAS CARACTERÍSTICAS DA PRECIPITAÇÃO
3.1 INTRODUÇÃO
67
registo. O comprimento da série diz respeito ao número de anos de funcionamento até
ao ano civil de 1992 ou ano hidrológico 1991/92.
O posto de Évora está instalado junto ao cemitério da cidade. Este posto existe desde
1900 tendo funcionado até 31 de Dezembro de 1938 como udométrico, ano a partir do
qual passa a udográfico. No seu primeiro ano de funcionamento, 1939, não existem
registos dos meses Novembro e Dezembro. Devido a este facto e à natureza deste
trabalho, estudo das precipitações intensas, foi excluido da análise o primeiro ano de
funcionamento (1939/40). A partir de 1940, inclusivé, o posto funcionou
68
normalmente, havendo, no entanto, dias em relação aos quais não existem udogramas,
devido a causas como extravio de udogramas ou avaria do udógrafo. Existem,
também, algumas falhas devidas a anormalidades de funcionamento do udógrafo,
podendo causar uma falha diária. No Quadro 3.4 estão indicadas as ausências de
registo.
O posto udográfico de Faro está instalado no aeroporto desta cidade, existindo desde
1895, mas só funcionando como udográfico a partir de 1943. O seu funcionamento
foi, apenas, analisado a partir de 1 de janeiro de 1962, prefazendo 30 anos de registo.
Tal como aconteceu no posto de Évora verificou-se, ao longo do seu funcionamento,
várias anomalias de que originaram a ausência de registos. No Quadro 3.5 descreve-se
o modo como este posto funcionou desde 1962.
69
Figura 3.1 Localização dos postos udográficos Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-
Cemitério e Faro-Aeroporto.
70
Quadro 3.2. Série de observações no posto de Universidade de Aveiro.
Ano Tipo de Registo Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1980 Udógrafo 1 2
Udómetro
1981 Udógrafo 5 2 1
Udómetro
1982 Udógrafo
Udómetro
1983 Udógrafo 1
Udómetro
1984 Udógrafo 4
Udómetro
1985 Udógrafo
Udómetro
1986 Udógrafo 31
Udómetro 31
1987 Udógrafo 1
Udómetro
1988 Udógrafo 1
Udómetro
1989 Udógrafo
Udómetro
1990 Udógrafo 2
Udómetro
1991 Udógrafo 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1992 Udógrafo 4 6 14 12
Udómetro 4
71
Quadro 3.4. Série de obsevações no posto de Évora-Cemitério.
Ano Tipo de Registo Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1940 Udógrafo 2
Udómetro 1 1 3 1
1941 Udógrafo 1 1
Udómetro 1 1
1942 Udógrafo 1 3 3
Udómetro 16
1943 Udógrafo
Udómetro 1 1 1
1944 Udógrafo 1 23 2 1
Udómetro 14
1945 Udógrafo 3 2
Udómetro
1946 Udógrafo
Udómetro
1947 Udógrafo 1
Udómetro 1 1
1948 Udógrafo 2
Udómetro 31 29 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1949 Udógrafo
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1950 Udógrafo
Udómetro 1
1951 Udógrafo 1 7 1 1
Udómetro
1952 Udógrafo
Udómetro
1953 Udógrafo 1 2 8 2
Udómetro
1954 Udógrafo 1 1
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 29 31
1955 Udógrafo 1 1
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 24 31
1956 Udógrafo 13 1 4 31 30 31 31 30 2 2 1
Udómetro 31 29 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1957 Udógrafo 1 1 16 8
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1958 Udógrafo 1 1 14 1
Udómetro 31 28 30 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1959 Udógrafo 1
Udómetro 31 28 30 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1960 Udógrafo 1 5 4 17 1 6 7 12
Udómetro 31 29 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1961 Udógrafo 31 12 1
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1962 Udógrafo 1 1
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1963 Udógrafo 2
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1964 Udógrafo
Udómetro
1965 Udógrafo
Udómetro
1966 Udógrafo
Udómetro
1967 Udógrafo 1
Udómetro 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1968 Udógrafo 3
Udómetro 31 29 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
1969 Udógrafo 1 1
Udómetro 1
1970 Udógrafo 1
Udómetro 1
1971 Udógrafo 1
Udómetro 4
1972 Udógrafo 23 1
Udómetro
1973 Udógrafo 1
Udómetro
1974 Udógrafo 5 3 3 1 2 1
Udómetro
1975 Udógrafo 1 1 2
Udómetro
1976 Udógrafo 1 3
Udómetro
1977 Udógrafo 1 1 2 4
Udómetro
1978 Udógrafo 3 1
Udómetro
1979 Udógrafo 2
Udómetro
1980 Udógrafo 1 1
Udómetro
1981 Udógrafo 5 1 20
Udómetro
1982 Udógrafo 31 28 24 20
Udómetro
1983 Udógrafo 31 29 10
Udómetro
1984 Udógrafo 1
Udómetro
1985 Udógrafo 1
Udómetro
1986 Udógrafo
Udómetro
1987 Udógrafo
Udómetro
1988 Udógrafo
Udómetro
1989 Udógrafo 1
Udómetro 1
1990 Udógrafo
Udómetro
1991 Udógrafo 10 3 1 2 9 1
Udómetro 1 1
1992 Udógrafo
Udómetro
n - Mês com n dias de falha
72
Quadro 3.5. Série de obsevações no posto de Faro-Aeroporto.
Ano Tipo de Registo Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1962 Udógrafo 2 2
Udómetro
1963 Udógrafo 12
Udómetro
1964 Udógrafo
Udómetro
1965 Udógrafo 1 1 9
Udómetro
1966 Udógrafo 1 1
Udómetro
1967 Udógrafo 1 1
Udómetro
1968 Udógrafo 1 1
Udómetro
1969 Udógrafo 1 3 1 1
Udómetro
1970 Udógrafo 1
Udómetro
1971 Udógrafo 1 2
Udómetro 2
1972 Udógrafo
Udómetro
1973 Udógrafo
Udómetro
1974 Udógrafo
Udómetro
1975 Udógrafo 4
Udómetro
1976 Udógrafo 1 2
Udómetro
1977 Udógrafo 1
Udómetro
1978 Udógrafo 1
Udómetro
1979 Udógrafo 1
Udómetro
1980 Udógrafo 2 30 31 31 30
Udómetro
1981 Udógrafo
Udómetro
1982 Udógrafo
Udómetro
1983 Udógrafo
Udómetro
1984 Udógrafo 1 30 31
Udómetro
1985 Udógrafo 14 12 6 1
Udómetro
1986 Udógrafo
Udómetro
1987 Udógrafo 1 2
Udómetro
1988 Udógrafo 1
Udómetro
1989 Udógrafo
Udómetro
1990 Udógrafo
Udómetro
1991 Udógrafo 5
Udómetro 5
1992 Udógrafo
Udómetro
n - Mês com n dias de falha
73
3.3 CURVAS DE POSSIBILIDADE UDOMÉTRICA
3.3.1 Metodologia
Assim sendo, foi calculado, para as séries anuais de precipitação dos postos
utilizados neste estudo, a curva dos valores duplamente acumulados, teste que
possibilita detectar a consistência e a homogeneidade das séries anuais: se a série
anual num dado posto for consistente, obtêm-se pontos sensivelmente alinhados
segundo uma recta, se marcarem num eixo os valores acumulados anuais do posto
e no outro eixo os valores acumulados da média aritmética, do grupo de postos
vizinhos.
74
1 1 + rx i ,x i +1
Zr = ln (3.1)
( x i ,x i +1 ) 2 1 − rx ,x
i i +1
onde
N −1
∑ (x i )(
− x x i+1 − x N − 1 )
rx i ,xi +1 = i =1
∑ (x )
N 2
i −x N -1
i =1
(3.2)
deve-se rejeitar a hipótese de aleatoriedade da variável x, com o nível de
confiança 1-α/2, se |Z(r xi,xi+1)|>z(1-α/2), em que z é a variável reduzida da distribuição
normal (Kandall e Stuart, 1979).
75
5. Para cada posto e a partir da série de valores equiespaçados de 1 min, determinar
as intensidades máximas precipitação mensais com a duração de 5, 10, 15 e
30 min e de 1, 2, 6 e 12 h. A interpolação linear e a busca do valor máximo de
intensidade de precipitação foram realizados pelo programa RSIFM (Relatório
Mensal para udogramas de SIFão).
Nas duas primeiras situações optou-se pelo valor máximo registado, uma vez que
se demonstrou pela metodologia utilizada não ser possível existir um valor maior
que o registado. A última situação é a única da qual resulta uma falha mensal.
Como se utilizar o método dos máximos anuais (tantos valores quanto o número de
76
anos do registo) para obter os dados a utilizar para a análise de frequência, estas
falhas mensais originam falha anual.
77
13. Recorrendo à função de distribuição escolhida, calcularam-se valores para
diversas frequências de ocorrência, para as várias durações. Obtiveram-se, desta
forma, séries de intensidades para cada duração em função do período de retorno.
78
3.3.2 Programa IDF
Neste estudo elaborou-se um programa, denominado IDF, que permite obter as curvas
de possibilidade udométrica a partir de séries anuais de valores máximos de
intensidade de precipitação. Este programa é constituído por quatro módulos: o
primeiro inclui uma análise estatística, o segundo uma avaliação das funções de
distribuição estimadas, o terceiro uma análise de regressão dos valores encontrados
pela aplicação das funções de distribuição, e o quarto detecta a existência de eventuais
valores discordantes. A estrutura do programa pode ser resumida nas Figuras 3.2 a
3.6.
1-Funções de Distribuição ?
2-Avaliação das Distribuições Estatísticas ?
3-Análise de Regressão ?
4-Detecção de Outliers ?
5-Fim ?
Funções de Distribuição
1-Distribuição de Gumbel ?
2-Distribuição Log-Normal ?
3-Distribuição de Goodrich ?
4-Distribuição Pearson tipo III ?
5-Distribuição Log-Pearson tipo III ?
6-Distribuição de Weibull ?
7-Menu inicial ?
79
Após a selecção da função de distribuição é necessário fornecer os dados de
intensidade máxima de precipitação, de forma interactiva, ou o nome do ficheiro de
dados de intensidades máximas, anteriormente criado, e indicar as probabilidades de
não excedência para as quais se pertende estimar o valor da grandeza.
1-Teste Qui-quadrado ?
2-Teste de Cramer-Von Mises ?
1-Distribuição de Gumbel ?
3-Teste de Watson ?
2-Outras distribuições ?
4-Teste Anderson-Darling ?
5-Teste de Kuiper ?
6-Menu anterior ?
3-Desvios Quadráticos ?
4-Menu inicial ?
Análise de Regressão
Indicação de:
• Nome da distribuição;
• Nível de confiança;
• Número de parâmetros;
• Intensidades de várias durações para um dado período de retorno
80
Detecção de valores discordantes
1-Determinar
2-Eliminar
Esta análise inclui o cálculo dos descritores estatísticos amostrais: média (indicador
de posição), desvio-padrão (indicador de escala), coeficiente de assimetria e de
curtose (indicadores de forma). A média, o desvio-padrão, o coeficiente de assimetria
e o coeficiente de curtose da série amostral são definidos respectivamente pelas
equações:
x=
( ∑ i =1 xi)
N
(3.6)
N
[ ( )]
1
⎧ 1 2 ⎫ 2
s =⎨ ∑ iN= 1 x i − x ⎬ (3.7)
⎩( N −1)
x
⎭
⎡ 3⎤
⎢
⎣ ( N − 1
N
)( N − 2 )
N
(
∑ i =1 x i − x ) ⎥
⎦
gx = 3
(3.8)
Sx
⎡ ( N − 1) 3 4⎤
( )
N
⎢ 2 ∑ xi − x ⎥
Ct =
[
⎢⎣ N ( N − 1)( N − 2) + 1 i =1 ] ⎥⎦
(3.9)
s 4x
81
Para além destes descritores amostrais, a análise estatística compreendeu a
determinação de várias funções de distribuição: Gumbel, Pearson tipo III,
Log-Pearson tipo III, Goodrich, Log-Normal e EVIII.
No caso da variável reduzida ser negativa, o cálculo numérico da função foi obtido
através da equação
1⎡ z ⎤
F(z) = ⎢1 − err (- )⎥ (3.16)
2⎣ 2 ⎦
sendo
1 ( 2 3 4
2
err (z) = 1 − a t + a t + a t + a t + a t
5
3 4
)
5
e
− z2
+ E (z) (3.17)
1
t= (3.18)
1 − 0.327591 z
onde a1, a2, a3, a4 e a5 são respectivamente 0.254829592, -0.284496736,
1.421413741, -1.453152027, 1.061405429 e
E (z) ≤ 1.5 × 10 −7 (3.19)
82
Esta expressão numérica é utilizada para determinar a probabilidade de não
excedência dos valores da série.
onde
x−u
z= u < x < +∞, − ∞ < u < +∞ (3.24)
α
sendo β, u e α, respectivamente, os parâmetros de forma, posição e escala da variável
z,
2
⎛ 2⎞
β=⎜ ⎟ 0 < g < +∞ (3.25)
⎝ gx⎠
x
83
Como aproximação numérica desta função recorreu-se à seguinte expressão
matemática
β −z
∞
F(z) = z e ∑ Sn (3.28)
γ (β + 1) n = 0
onde
S =1
0
z
S =S
1 0 β+1
. (3.29)
.
z
S =S
n n−1β+ n
Executaram-se as somas até que
β −z
−10
S z e ≤ 10 (3.30)
x γ (β + 1)
84
γ ( z + n)
γ (z) = (3.35)
( z + n − 1)( z + n − 2)...(z)
sendo a primeira destas equações válida para grandes valores de z (z>=10). Assim,
quando z<10 calcula-se γ (z+n) pela primeira expressão, com n inteiro superior a 10-
z, e γ(z) pela segunda expressão.
A função generalizada de extremos tipo III ou EVIII (Jenkinson, 1955; Chow et al.,
1988) é definida por
1
⎛ ⎞ n
⎜1 − x − u⎟
−
F(x) = e ⎜ α ⎟ −∞≤x≤u+ α,n>0 (3.36)
⎝ n ⎠
n
Se uma variável é descrita pela distribuição EVIII então diz-se que -x tem uma
distribuição de Weibull (Chow et al., 1988).
Na distribuição de Pearson tipo III e Log-Pearson tipo III o factor de frequência para
além de depender da probabilidade para a qual se pretende calcular, depende do
coeficiente de assimetria da distribuição. Quando o coeficiente de assimetria é igual a
zero, a distribuição Pearson tipo III é idêntica à distribuição Log-Normal. No caso de
gx ser igual a zero, kT é igual a K
2.515517 + 0.802853W + 0.010328W 2
K=W− (3.40)
1 + 1.432788W + 0.189269W 2 + 0.001308W 3
sendo W igual a
85
1
⎡ ⎛ 1 ⎞⎤ 2
W = ⎢ln⎜ ⎟
2 ⎥
(3.41)
⎢⎣ ⎝ (1 - P) ⎠ ⎥⎦
para probabilidade de não excedência (P) superior a 50 %. Quando o coeficiente de
assimetria (gx ) é diferente de zero tem-se,
g
Q= x (3.42)
6
k T = K + (K 2 − 1)Q + 1 3 (K 3 − 6K)Q 2 − (K 2 − 1)Q 3 + KQ 4 + 1 3 Q 5 (3.43)
A presença dos valores discordantes pode ser devida a dois tipos de causas: erros no
processo de medição ou no processamento dos dados e razões naturais que poderão
“contaminar” a variável aleatória em análise. Para o primeiro tipo deve-se corrigir,
caso possível, os erros, no segundo será necessário investigar as causas da
contaminação e verificar qual a análise estatística mais adequada.
86
discordantes elevados e baixos. Caso se detecte a existência de valores discordantes,
estes deverão ser eliminados da série amostral seguindo-se a análise estatística com a
determinação da função de distribuição.
Equação semelhante pode ser utilizada para detectar os valores discordantes baixos
X L = x − K n sx (3.46)
onde XL é o valor discordante baixo em unidades logarítmicas, x a média dos
logarítmos da série amostral, sx o desvio-padrão dos logarítmos da série amostral e Kn
parâmetro definido anteriormente. Os pequenos valores discordantes são eliminados
dos registos e, de seguida, poder-se-á fazer o ajustamento probabilístico.
87
3.3.2.3 Avaliação das distribuições estatísticas
Quadro 3.7 Partições do domínio da fdc F(X) adoptadas na aplicação do teste do X2 (extraído de
Henriques, 1990)
N M Transformadas por F(x) dos limites dos intervalos de partição
15-20 5 .000 .200 .400 .600 .800 1.00
20-25 6 .000 .167 .333 .500 .667 .833 1.00
25-30 7 .000 .143 .286 .429 .571 .714 .857 1.00
30-40 8 .000 .125 .250 .375 .500 .625 .750 .875 1.00
40-50 9 .000 .111 .222 .333 .444 .556 .667 .778 .889 1.00
>50 10 .000 .100 .200 .300 .400 .500 .600 .700 .800 .900 1.00
Como se pode verificar, pela análise do quadro, os limites destes intervalos estão
definidos em função da probabilidade de não excedência. A partir destas
88
probabilidades foi possível determinar quantos elementos se encontram em de cada
intervalo.
X =∑
2
M (Oi − E i ) 2 (3.47)
i =1 Ei
em que, para cada um dos M intervalos: Oi é o número de elementos da amostra
contidos no intervalo i e Ei o valor esperado para o intervalo i (probabilidade de não
excedência do intervalo),
E i = NPi (3.48)
onde N é o tamanho da amostra e Pi a probabilidade não excedência em cada
intervalo.
( )
N
V 2 = W 2 − N F − 12 ; F = ∑ i N
2
F
(3.54)
i =1
Anderson-Darling (A2)
89
∑ (2i − 1)[ LnF ]
N
i + Ln(1 − FN +1− i )
i =1
A =−
2
−N (3.55)
N
sendo i o índice de ordem do acontecimento, Fi é a probabilidade de não excedência
do acontecimento i obtida pela função de distribuição e N o tamanho da amostra. No
Quadro 3.8 apresentam-se os valores críticos, aproximados, das estatísticas dos testes
apresentados.
Quadro 3.8 Valores críticos das estatísticas dos testes fde. Distribuição especificada
independentemente da amostra (extraído de Henriques, 1990).
Valores críticos tα
Estatística 0.85 0.90 0.95 0.975 0.99
D(N1/2+0.12+0.11/N1/2) 1.138 1.224 1.358 1.480 1.628
V(N1/2+0.155+0.24/N1/2) 1.537 1.620 1.747 1.826 2.001
(W2-0.4/N+0.6/N2)(1.0+1.0/N) 0.284 0.347 0.461 0.581 0.743
(V2-0.1/N+0.1/N2)(1.0+0.8/N) 0.131 0.152 0.187 0.221 0.267
A2(para N>=5) 1.610 1.933 2.492 3.070 3.857
No Quadro 3.9, apresentam-se os valores críticos das estatísticas dos testes fde para o
caso em que F(X⏐θ) é a distribuição de Gumbel e θ = (μ,α) é estimado a partir da
amostra, pelo método dos momentos.
Quadro 3.9 Valores críticos das estatísticas dos testes fde. Distribuição de Gumbel com parâmetros
estimados a partir da amostra pelo método dos momentos (extraído de Henriques, 1990).
Valores críticos tα
Estatística 0.85 0.90 0.95 0.975 0.99
D(N1/2-0.01+0.85/N1/2) 0.809 0.857 0.935 1.002 1.087
V(N1/2+0.05+0.82/N1/2) 1.417 1.496 1.622 1.739 1.880
W2(1.0+0.2/N) 0.115 0.134 0.167 0.200 0.245
V2(1.0+0.25/N) 0.106 0.122 0.152 0.181 0.222
A2(1+4/N-25/N2) 0.779 0.901 1.115 1.340 1.637
90
Segundo Henriques (1990) é de prever que na maioria das aplicações o teste do X2
seja mais potente do que os testes fde, uma vez que a distribuição assimptótica de χ2 é
corrigida no caso em que θ é estimado a partir da amostra.
A função mais simples é aquela onde o valor máximo do fenómeno terá uma
frequência de ocorrência mínima. Esta correspondência é expressa pela equação
(3.57) designada por Californiana (Chow et al., 1988).
i
P= (3.57)
N
sendo P função de distribuição de probabilidade empírica, que indica a probabilidade
do valor da variável ser igualada ou excedida no ano, i o número de ordem do
acontecimento (classificação referente à sua magnitude) e N o tamanho da amostra
(número de anos do registo). Tal com as restantes funções matemáticas deste tipo, a
aplicação destas exige uma previa ordenação por ordem decrescente dos valores da
série amostral. Como a frequência igual a um não existe em variáveis ilimitadas, o
menor valor observado não pode ser utilizado. Assim, esta formulação poderá não
traduzir a realidade.
91
Tendo em consideração este constrangimento e visando ultrapassá-lo, Hazen em 1930
(Chow et al., 1988) propôs a equação (3.58)
2i -1
P= (3.58)
2N
Com o mesmo objectivo foi definida a função conhecida por Chegodayev (Chow et
al., 1988),
i - 0.3
P= (3.59)
N + 0.4
largamente utilizada na Europa Oriental e antiga USSR.
Uma das funções mais utilizada, adoptada pelo USWRC (1981), é a definida pela
equação (3.60) designada por função empírica de Weibull (Chow et al., 1988 e
Linsley et al., 1982)
i
P= (3.60)
N +1
92
3.3.2.4 Análise de regressão
Para determinar esta função, será conveniente efectuar uma análise visual da
representação gráfica dos dados e só depois escolher a melhor linha ao longo dos
pontos. Como esta aproximação recorre ao senso comum, ela pode surgir deficiente e
arbitrária, pois diferentes analistas desenhariam diferentes linhas, excepto quando os
pontos definem um segmento de recta perfeito (Ross, 1987).
Em muitas situações existe uma resposta simples, também designada por variável
dependente, aos valores que tomam um conjunto de variáveis, designadas por
variáveis independentes. O tipo mais simples de relação entre variável dependente e
variáveis independentes é uma relação linear. Dentro das relações lineares, é possível
distinguir a regressão linear simples e a regressão linear múltipla.
93
Assim, o erro é a diferença entre o valor observado e o valor estimado, a0+a1x
(regressão linear simples) ou a0+a1x1+...+anxn (regressão linear múltipla).
A função que melhor se ajusta ao conjunto de dados é aquela cujo somatório dos
quadrados dos resíduos, Sr, é mínimo, sendo expresso pelas expressões (3.67), para a
regressão linear simples, e (3.68), para a regressão linear múltipla.
2
S r = ∑ e 2i = ∑ ( y i − a 0 − a 1 x i )
n n
(3.67)
i =1 i =1
2
S r = ∑ e 2i = ∑ ⎛⎜⎝ y − a − a x
n n
−L − a x ⎞⎟ (3.68)
i =1 i =1 i 0 1 1, i n n, i ⎠
Este método, método do mínimo dos quadrados, tem a vantagem de produzir uma
única função como ajustamento a um dado conjunto de dados.
∂a 0 i =1
(3.69)
∂S r
[ ]
= −2 ∑ ( y i − a 0 − a 1 x i ) x i = 0
n
∂a 1 i =1
94
∂S r
= −2 ∑ ⎛⎜ y i − a 0 − a 1 x − L − a x ⎞⎟ = 0
n
∂a 0 i =1⎝ 1, i j j, i ⎠
∂S r n ⎡ ⎤
= −2 ∑ ⎢⎛⎜ y i − a 0 − a 1 x 1,i − L − a x ⎞⎟ x 1,i ⎥ = 0
∂a 1 i =1 ⎣⎝ j j, i ⎠ ⎦ (3.70)
M
∂S r
= −2 ∑ ⎡⎜⎛⎝ y i − a 0 − a 1 x 1,i − L − a x ⎟⎞⎠ x n,i ⎤ = 0
n
∂a n i =1 ⎢
⎣ n n, i ⎥⎦
Como ∑ao= nao, as equações podem ser expressas como um sistema de equações
lineares de duas (a0 e a1) e de n incógnitas (a0 a an), para a regressão simples e
múltipla, respectivamente
n n
na 0 + ∑ x i a 1 = ∑ y i
i =1 i =1
n n n
(3.71)
∑ xia 0 + ∑ xi a1 = ∑ xi yi
2
i =1 i =1 i =1
n n n n
na 0 + ∑ x 1,i a 1 + ∑ x2 , i a 2 + . . .+ ∑ x j, ia j = ∑ y i
i =1 i=1 i=1 i =1
n n n n n
∑ x 1,i a 0 + ∑ x 1,i a 1 ∑ x1, i x2, ia 2 +...+ ∑ x1, i x j, ia j = ∑ x 1,i y i
2
+
i =1 i =1 i=1 i=1 i =1 (3.72)
M
n n n n n
∑ x n,i a 0 + ∑ x1, i x n, ia1 + ∑ x2, i x n, ia 2 . . . + ∑ x2n, i a j = ∑ x n, i y i
i =1 i=1 i=1 i =1
i=1
95
⎡n
⎢
∑x 1,i ... ∑x j, i
⎤
⎥ ⎡∑ y i ⎤
⎡a 0 ⎤
⎢ ∑ x 1,i ∑x 2
... ∑x x j, i ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢∑ x 1,i y i ⎥
1,i 1,i
⎢ ⎥ ⎢a 1 ⎥
⎢ ⎥ =⎢ ⎥ (3.74)
⎢M ⎥
⎢M ⎥ ⎢ ⎥ ⎢M ⎥
⎢ ⎢ x y ⎥
⎣∑ n ,i i ⎦
⎥ ⎢⎣a n ⎦
⎢∑ x n ,i ∑x x n ,i ... ∑x 2
⎥
⎣ 1, i n ,i
⎦
Estes dois conceitos (sr e sy) são utilizados para quantificar a qualidade do
ajustamento e poder, assim, comparar as várias regressões.
96
possível obter um r relativamente elevado numa relação entre Y e X não linear.
Assim, sempre que os dados passem a ser caracterizados por uma curva de regressão é
necessário observar a representação gráfica dos dados juntamente com a recta de
regressão.
Apesar da regressão linear ser uma técnica poderosa para ajustar um conjunto de
dados à melhor curva, o primeiro passo, em qualquer análise de regressão, é
representar e analisar visualmente o conjunto de valores para assim averiguar que
função matemática se deverá aplicar.
A função linear obtida tem como média e variância num determinado ponto x0,
respectivamente, log y 0 (x 0 ) e s 2 λ , sendo
( )
−1
λ = x 0T X T X x0 (3.81)
( )
onde x0 é o vector e X T X a matriz dos coeficientes das equações normais,
97
sendo l o número de parâmetros, N o tamanho da amostra e tVα o valor da variável
aleatória com distribuição t-Student que não é excedido para o nível de confiança 1-α,
com V graus de liberdade (N-l), podendo então escrever-se
⎛ b log x 0 + log a − logy 0 (x 0 ) ⎞
P⎜ − t N − l,α 2 < < t N − l,α 2 ⎟ = 1 − α (3.83)
⎝ S λ ⎠
98
3.4 CURVAS DE DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO
3.4.1 Metodologia
Para obter as curvas DTP, para cada posto udográfico em estudo, seguiu-se a seguinte
metodologia:
99
5. Elaborou-se, para cada acontecimento pluvioso seleccionado, uma descrição de
pormenor com incrementos de 1 min, recorrendo ao programa RSIFM.
100
de ocorrência de 10 % a 90 %, com um passo de 10 %. Para a determinação da
ocorrência, recorreu-se também à distribuição empírica de Weibull.
15. Fez-se a classificação dos dois Grupos de acontecimenos pluviosos intensos por
quartis, em classes de duração e em classes de precipitação total. Com esta
classificação procedeu-se ao cálculo das frequências de cada classe, para os dois
Grupos de acontecimentos.
∑ (x
t =1
t )(
− x x t+k − x )
rk = (3.85)
∑ (x )
Mi 2
t −x
t =1
101
3.4.2 Descrição do programa DTP
Este programa é composto por dois módulos: INVENT e CURCUM. O primeiro faz a
caracterização dos acontecimentos pluviosos: data e hora de início, precipitação e
duração total e intensidade média permitindo, assim, a elaboração do inventário dos
acontecimentos pluviosos ocorridos num determinado posto udográfico. O segundo
indica a distribuição da precipitação ao longo da duração do acontecimento pluvioso e
determina a sua distribuição cumulativa, em termos percentuais.
O programa tem um menu principal, designado por menu de escolha, que dá acesso a
dois menus secundários referentes a cada um dos módulos (Figura 3.7).
Na opção 1 o programa DTP chama o módulo INVENT, que pede o nome do ficheiro
a analisar. O nome indica o posto, o ano e o mês, do qual se pretende saber as
características dos acontecimentos pluviosos ocorridos.
O programa está preparado para ler ficheiros criados pelo programa RSIFM na opção
relatório de pormenor mensal com incremento de 5 min. Este relatório de pormenor
fornece a precipitação ocorrida entre as 0 h do dia 1 e as 24 h do último dia do mês
em cada 5 min.
102
no udógrafo, isto é, falha de registo, um período antes e depois desta de 6 h de
precipitação nula, para poder considerar o início ou fim de um acontecimento
pluvioso.
Menu INVENT
103
O módulo CURCUM pede a identificação do ficheiro do acontecimento pluvioso,
para o qual se pretende determinar a curva acumulada. Entende-se por identificação o
nome do ficheiro, onde se encontra registado, em código ASCII, a data, a hora, o
posto udográfico e a evolução da precipitação ao longo da duração do acontecimento.
Este ficheiro foi construído pelo programa RSIFM na opção de descrição de
pormenor. O incremento temporal entre pontos consecutivos do ficheiro de dados
utilizado para a elaboração das curvas não é fixo, tendo sido considerado o intervalo
de um minuto.
A partir destes dados, CURCUM constrói três ficheiros de resultados para cada
acontecimento pluvioso seleccionado. Um com a identificação do acontecimento
pluvioso (data, hora e posto udográfico), o hietograma da precipitação e a curva
acumulada percentual da precipitação, no formato esquematizado na Figura 3.10.
104
Duraçãos (%) Quartil
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Coeficientes de correlação
Com a construção deste ficheiro surge o segundo menu secundário (Figura 3.13).
Menu CURCUM
A entrada dos dados no programa é feita de forma interactiva, de modo a permitir uma
fácil utilização, mesmo sem experiência de operação do programa.
105
3.5 CONDIÇÕES GERAIS ATMOSFÉRICAS ASSOCIADAS À PRECIPITAÇÃO
3.5.1.1 Organização
106
Estratosfera
Tropopausa tropical
JST
Tropopausa polar JP
FP - Frente Polar
FP JP - Jacto Polar
Hadley
Ferrel JST - Jacto Subtropical
90 º 60 º 30 º 0º
Figura 3.14 Esquema da circulação atmosférica em latitude segundo três células (adaptado de Knapic,
1982).
Assim, a corrente zonal de Oeste em altitude oscila entre dois regimes principais: a
circulação do tipo zonal e a circulação do tipo meridiana (Ferreira, 1995).
107
2. A circulação Meridiana sobre Portugal Continental. O tempo depende da fase da
ondulação da circulação em altitude e da velocidade de escoamento do ar. Em
função da velocidade da corrente de oeste em altitude, distingem-se duas situações:
• Meridiana Lenta (velocidade de escoamento do ar entre os 60 km/h e
os 120 km/h): os turbilhões anticiclónicos e ciclónicos sucedem-se no
território continental correspondendo respectivamente a uma amenização e
degradação do tempo (Ferreira, 1995).
• Meridiana Bloqueada (velocidade de escoamento do ar inferior a 60 km/h):
a circulação de oeste em altitude fica destruída. No seu lugar estagnam
turbilhões anticiclónicos ou ciclónicos. A consequência é a paragem da
chuva ou chuvas contínuas e mau tempo durante longos períodos de tempo.
Considera-se que quando a mesma situação permanece mais de três dias no
mesmo sítio a circulação é bloqueada (Ferreira, 1995).
3.5.2.1 Massas de ar
Massa de ar primária é uma porção de ar, por vezes com mais de 2000 km de
extensão, em que a temperatura e humidade são praticamente constantes a um mesmo
nível.
108
• Ar estável: quando forçado a subir tende a descer e voltar à posição inicial,
opondo-se à formação de correntes ascendentes e nuvens de chuva;
• Ar instável: quando forçado a subir tende a continuar afastando-se cada vez mais
da sua posição original, provocando a formação de correntes ascendentes, nuvens
altas e chuva.
Pode-se então concluir que um arrefecimento das camadas inferiores tende sempre a
aumentar a estabilidade ou a diminuir a instabilidade das massas de ar. Ao contrário,
um aquecimento das camadas inferiores tende a aumentar a instabilidade ou a
diminuir a estabilidade.
109
enquanto o ar frio posterior se encaixa em cunha por debaixo do ar quente (Figura
3.15).
Figura 3.15 Corte Vertical de uma perturbação frontal (adaptado de Knapic, 1992).
É ao longo da frente polar atlântica, que marca o contacto das massas de ar tropicais
ou polares muito evoluidas com as massas de ar polar, que os contrastes de
temperatura e humidade são grandes (Ferreira, 1995). É uma região da atmosfera onde
se verificam as contínuas perturbações atmosféricas características do tempo instável
das latitudes médias. É ao longo da frente polar que se deslocam sucessivos centros
depressionários integrados no fluxo geral dos ventos de oeste.
110
Altocúmulos que transitam para estratocúmulos e nimbostratos). A descrição dos
tipos de nuvens é efectuada no capítulo 3.5.3.
A existir condições para precipitação, ela começa com os Altostratos e continua até a
frente ter passado, sendo contínua persistente e não muito intensa. Após a passagem
da frente existe uma alteração das condições atmosféricas, subida gradual da
temperatura, da humidade e viragem na direcção do vento para sudoeste no sector
quente.
O estado de tempo associado a esta frente depende, em grande parte, dos contrastes de
temperatura das massas de ar em contacto e da estabilidade do ar quente. Numa frente
fria activa formam-se cumulonimbos, de onde caem fortes aguaceiros (chuva ou
granizo), frequentemente acompanhados de trovoadas. Após a passagem da frente
dá-se um desanuviamento do céu e melhoria do tempo, com aguaceiros cada vez
menos frequntes, com rápida diminuição de temperatura e humidade e uma mudança
brusca na direcção do vento para noroeste, no sector posterior frio. O estado do tempo
na passagem de uma perturbação frontal, que acada de ser descrito é o registado numa
perturbação que apresente um sector quente nítido à superfície (perturbação frontal
dita madura).
Com a evolução da perturbação frontal ocorre a oclusão que resulta da junção das
massas de ar frio envolventes da massa de ar quente. Acontece porque, em geral, a
massa de ar frio posterior circula mais rapidamente que a anterior. Numa oclusão,
verifica-se à superfície o contacto frontal entre o ar frio anterior e posterior, ficando o
ar quente complectamente suspenso em altitude.
111
Quando o ar posterior frio é mais frio (mais denso) que o ar anterior, a frente oclusa
terá características da frente fria. Quando ocorre o contrário formar-se-á uma oclusão
com características de frente quente (Figura 3.16). Em qualquer dos casos o ar quente
sobe e afasta-se da superfície terrestre.
A - Ar quente
A A
Af - Ar frio
A-f Af Af
A+f A-f - Ar menos frio
A+f - Ar mais frio
Frente Oclusa tipo Frente Quente Frente Oclusa tipo Frente Fria
As depressões frontais têm, no Atlântico, uma duração média de quatro a sete dias
(Barry e Chorley, 1976) e tendem a seguir rotas constantes, variando a posição com a
época do ano: no Inverno mais a Sul e no Verão mais a Norte, no Hemisfério Norte.
As depressões frontais tendem a ocorrer em famílias de três a quatro. Passada a
depressão frontal ou a família de perturbações estabelece-se um anticiclone ou uma
crista anticiclónica por descarga de ar frio onde o movimento do ar tende a ser
descendente e divergente com vento fraco ou nulo favorecendo, deste modo, o estado
de céu limpo, que facilita o arrefecimento nocturno no Inverno e o aquecimento
diurno no Verão. Apesar das depressões frontais serem mais frequentes, estas não são
as únicas a afectar o tempo.
112
Figura 3.17 Modelo de correntes de jacto e superfícies frontais (adaptado de Barry e Chorley, 1976).
Existem depressões não frontais como por exemplo depressões geradas a jusante dos
obstáculos montanhosos (ex.: Sul dos Alpes, dos Pirineus e do Atlas), as depressões
térmicas, estivais, resultantes do sobreaquecimento continental (ex.: Depressão
Térmica Ibérica), as depressões frias polares, que nascem no Inverno no ar polar
marítimo instável (Depressões Complexas) e as depressões que nascem sob a
influência de uma gota de ar frio em altitude (Ferreira, 1995).
A capacidade do ar para conter vapor de água é maior quanto mais alta for a
temperatura: para -40 ºC a capacidade é de 0.12 g/m3 e para +40 ºC é de 51.12 g/m3,
logo, só uma massa de ar quente pode causar precipitação abundante (Knapic, 1982).
113
Diz-se que ocorre uma condensação quando o vapor de água passa ao estado líquido,
e que ocorre uma sublimação quando passa directamente para o estado sólido. Nas
duas situações é necessário existir núcleos higroscópicos, cristais de sais, gotículas de
sulfato de hidrogénio, fuligem e poeiras, à volta dos quais ocorre o processo e a
humidade relativa (quociente da quantidade de vapor de água existente na atmosfera e
a quantidade para o qual o ar fica saturado, para uma determinada temperatura) tem
de atingir o ponto de saturação (momento a partir do qual um acrécimo de vapor de
água irá provocar uma condensação, passagem do estado gasoso a liquido, para uma
dada temperatura).
114
Existem duas condições necessárias e suficientes para produzir precipitação: o ar deve
conter uma quantidade suficiente de vapor de água e o ar deve apresentar movimentos
ascendentes suficientemente importantes para provocar a condensação do vapor de
água e a formação de nuvens por expansão adiabática (Ferreira, 1995).
115
De acordo com o tipo de subida das massas de ar, podem-se considerar três tipos
fundamentais de chuva (Knapic, 1982):
• Chuvas de convecção térmica: Resultam da ascendência da massa de ar
sobreaquecida à superfície provocando um arrefecimento e condensação, após
atingir o ponto de saturação. Desta dinâmica formam-se nuvens de grande
desenvolvimento vertical, como é o caso dos Cumulonimbos, provocando fortes
aguaceiros, muitas vezes acompanhados de granizo ou saraiva. Chuvas frequentes
das regiões continentais tropicais e no Verão nas regiões temperadas.
• Chuvas orográficas ou de relevo: Resultam da ascendência da massa de ar húmida
ao longo das vertentes de montanhas. Chuva característica das zonas
montanhosas.
• Chuvas ciclónicas ou frontais: Resultam da ascendência dinâmica do ar numa
depressão onde penetra massas de ar de características diferentes. Se for o caso,
por exemplo, uma seca e fria e uma quente e húmida a ascensão e o arrefecimento
da massa de ar húmida ao atingir o ponto de saturação aumenta a condensação.
Chuvas frequentes das regiões temperadas, onde é grande a instabilidade
atmosférica, e das regiões tropicais, onde são frequentes os furacões e tufões.
3.5.4.1 Introdução
116
A interpretação cuidadosa destas cartas permite caracterizar o estado do tempo no
momento e prever com maior ou menor precisão a evolução provável do tempo, desde
que se disponha de mais alguns dados complementares.
3.5.4.2 Metodologia
A análise sinóptica foi feita com base no Boletim Meteorologico Diário publicado
pelo Instituto de Meteorologia e sua consulta no Centro de Estudos Geográficos da
Universidade de Lisboa.
117
7. Temperatura e a humidade relativa registada no período de tempo (6 h) onde
ocorreu a maior precipitação;
8. Tempo presente;
9. Tipo de nuvens, observadas durante o acontecimento pluvioso;
10.Identificação do fluxo sinóptico à superfície (vento): direcção e velocidade, no
período de tempo (6 h) onde ocorreu a maior precipitação.
118
Com o objectivo de estimar a precipitação, duração ou a intensidade de precipitação
dos acontecimentos pluviosos seleccionados, para a análise sinóptica, foram
determinadas várias regressões lineares múltiplas, recorrendo a cinco variáveis
qualitativas (A a E) e a duas variáveis quantitativas da caracterização sinóptica:
• Existência de mobilidade ou estacionaridade da depressão (A);
• Existência ou não de sequência de frentes (B);
• Existência da actividade das situações depressionárias (C);
• Direcção do fluxo sinóptico à superfície (D);
• Tipo de nuvens (E);
• Temperatura;
• Velocidade do vento à superfície.
Quadro 3.10 Numeração adoptada para as variáveis qualitativas independentes em função da variável
dependente.
Variáveis dependentes
Variáveis Situações sinópticas Precipitação Intensidade Duração
qualitativa
s
A Depressão móvel 1 1 1
Depressão estacionária 3 3 2
Depressão móvel complexa 4 4 3
Depressão estacionária complexa 2 2 4
B Existência de sequência de frentes 2 1 2
Não existência de sequência de frentes 1 2 1
C Isobaras angulosas 1 6 1
Isobaras próximas 4 5 4
Depressão cavada 3 1 7
nenhuma das anteriores 7 8 2
Combinação da segunda e terceira 5 3 5
Combinação da primeira e segunda 2 4 3
Combinação da primeira, segunda e terceira 8 2 8
Combinação da primeira com a terceira 6 7 6
D Direcção entre Sul (S) e Oeste (W) exclusivé 2 2 4
Direcção entre Oeste (W) e Norte (N) exclusivé 1 1 3
Direcção entre Norte (N) e Este (E) exclusivé 3 4 2
Direcção entre Este (E) e Sul (S) exclusivé 4 3 1
E Nuvens convectivas (Cúmulos e Cumulonimbo) 3 3 1
Restantes tipos 2 2 2
Combinação da 1+2 1 1 3
119
Para obter a numeração adoptada determinaram-se regressões lineares entre cada
variavel dependente (precipitação, intensidade ou duração do acontecimento pluvioso)
e cada uma das variáveis qualitativas independentes, considerando todos os
acontecimentos pluviosos sinopticamente caracterizados. Foram testados duas
permutações para a variável B, seis permutações para a variável E, vinte e quatro
permutações para cada uma das variáveis A e D e 40320 permutações para a variável
C. A sequência adoptada é aquela que corresponde a uma regressão linear simples,
uma para cada variável dependente, com maior coeficiente de determinação (equação
3.78).
Para poder analisar o possível efeito produzido pela numeração das variáveis
dependentes qualitativas na amostra foi efectuada uma análise de variância, para
haver uma garantia de que as amostras não estão sob a influência de factores
(numeração) que mascarem os efeitos do factor controlado (variável dependente).
Fez-se a análise de variância para as cinco variáveis qualitativas com as três variáveis
dependentes. Para testar a hipótese de que as variâncias das m amostras normais são
iguais, por exemplo as amostras 1, 2, 3 e 4 da variável independente A, considerando
variável dependente precipitação. A estatística amostral testada foi
MQE
F= (3.86)
MQD
sendo MQE, média da soma de quadrados entre amostras, e MQD, média da soma de
quadrados dentro das amostras, definidas por
∑ ∑ ( x ij − x i )
m N 2
SQD i =1 j=1
MQD = = (3.87)
N−m N−m
( )
m 2
N∑ xi − x
SQE i =1
MQE = = (3.88)
(m − 1) ( m − 1)
onde m e N são o número e tamanho das amostras, respectivamente. F segue a
distribuição F, com m-1 e m (N-m) graus de liberdade, sendo de rejeitar a hipótese,
para o nível de significância α, se
F > F(1−α; m−1; N − m)) (3.89)
120
Os resultados evidenciam a existência de uma pequena significância (Quadro 3.11).
121
Quadro 3.11 Resultados da análise de variância.
Distribuição F
Variáveis qualitativas Precipitação Intensidade Duração α=5 % α=10 %
A F(3, 98; α) 6.915 1.686 1.901 2.61 2.06
B F(1, 100; α) 0.234 1.802 2.856 3.84 2.71
C F(7, 94; α) 0.922 2.049 3.282 2.01 1.72
D F(3, 98; α) 2.108 1.776 1.517 2.61 2.08
E F(2, 99; α) 1.882 3.392 1.249 3.00 2.30
( y i − y obs )
2
DQM = (3.91)
N−l
122
4 RESULTADOS. DISCUSSÃO
4.1 INTRODUÇÃO
123
Quadro 4.5 Classificação dos acontecimentos pluviosos (Faro-Aeroporto).
Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
I<5 297 383 268 268 162 96 20 33 91 230 275 307 2430
5 ≤ I < 10 5 4 7 3 7 0 0 1 1 9 7 7 51
I ≥ 10 1 3 1 1 0 1 0 2 1 5 3 1 19
P < 12.7 248 340 258 253 160 93 19 35 80 202 235 250 2173
12.7 ≤ P < 25.4 33 33 10 14 4 4 1 1 12 27 23 30 192
25.4 ≤ P < 38.1 14 11 6 2 5 0 0 0 1 7 13 22 81
38.1 ≤ P < 50.8 5 3 2 2 0 0 0 0 0 3 3 6 24
P ≥ 50.8 3 3 0 1 0 0 0 0 0 5 11 7 30
Total 303 390 276 272 169 97 20 36 93 244 285 315 2500
I - Intensidade média de precipitação(mm/h); P - Precipitação total (mm).
124
25.4 mm<=P<38.1 mm 38.1 mm<=P<50.8 mm P>=50.8 mm
17
Figura 4.1 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a precipitação total (Universidade de Aveiro).
26
24
22
20
18
intensos (%)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Figura 4.2 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a intensidade média da precipitação (Universidade de Aveiro).
25.4 mm<=P<38.1 mm 38.1 mm<=P<50.8 mm P>=50.8 mm
17
Frequência dos acontecimentos
16
15
14
pluviosos intensos (%)
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Figura 4.3 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a precipitação total (Lisboa-IGIDL).
125
Frequência dos acontecimentos pluviosos
5 mm/h<=I<10 mm/h I>=10 mm/h
26
24
22
20
18
intensos (%)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Figura 4.4 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a intensidade média da precipitação (Lisboa-IGIDL).
16
15
14
pluviosos intensos (%)
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Figura. 4.5 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a precipitação total (Évora-Cemitério).
24
22
pluviosos intensos (%)
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Figura. 4.6 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a intensidade média da precipitação (Évora-Cemitério).
126
25.4 mm<=P<38.1 mm 38.1 mm<=P<50.8 mm P>=50.8 mm
17
Figura. 4.7 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a precipitação total (Faro-Aeroporto).
22
pluviosos intensos (%)
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Mês
Figura. 4.8 Distribuição e classificação dos acontecimentos pluviosos intensos ao longo do ano,
segundo a intensidade média da precipitação (Faro-Aeroporto).
127
Em virtude da existência de falhas nos registos udográficos utilizados, como por
exemplo extravio ou falta temporária do aparo, as séries de valores máximos têm
diferentes tamanhos (anos), notando-se um aumento do tamanho à medida que a
duração da série aumenta, excepto para o caso de Aveiro (Quadro 4.6).
Quadro 4.6 Tamanho da séries, para os postos udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa
(IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Tamanho (ano)
Série U. Aveiro Lisboa (IGIDL) Évora-Cemitério Faro-Aeroporto
5 min 10 17 28 19
10 min 10 18 32 22
15 min 10 18 34 23
30 min 10 19 39 25
1h 10 19 40 26
2h 10 19 41 27
6h 10 19 41 29
12 h 10 19 41 29
128
É evidente uma diminuição da média e do desvio-padrão à medida que se caminha
para a série de 12 h. Quanto ao coeficiente de assimetria verifica-se que este é sempre
positivo, para qualquer das séries, indicando que a curva de frequência tem uma ramo
maior para a direita do eixo das ordenadas Ao analisar o coeficiente que mede o grau
de achatamento vê-se que o número de distribuições leptocúrtica (com coeficiente de
curtose superior a 3) vai aumentando à medida que a duração aumenta, reflectido a
diminuição do desvio-padrão referida anteriormente.
Considerou-se que uma série se ajustava a uma dada função de distribuição quando a
função de distribuição obtida não fosse rejeitada em nenhum dos testes (critério 1),
não fosse rejeitada no teste de Qui-quadrado (critério 2) ou não fosse rejeitada nos
testes baseados nas funções empíricas (critério 3). Assim, foi possível obter os
resultados apresentados no Quadro 4.8.
129
Quadro 4.8 Resultados dos testes de adaptabilidade com nível de confiança de 95%, para os postos
udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Série
Funções de Posto Critério 5 min 10 min 15 min 30 min 1 h 2h 6h 12 h
distribuição udográfic
o
Aveiro 3 A A A A A A A A
Lisboa 1 A A A A A A A A
2 A A A A A A A A
3 A A A A A A A A
Gumbel Évora 1 R R R A R R A R
2 R R R A R A A A
3 A A A A R R A A
Faro 1 A A A A R A A A
2 A A A A R A A A
3 A A A A A A A A
Aveiro 3 A A A A A A A A
Lisboa 1 A A A A A A A A
2 A A A A A A A A
3 A A A A A A A A
Log-Normal Évora 1 R R R R R A A R
2 R R R R R A A R
3 R A A R R A A R
Faro 1 A A A A A A A A
2 A A A A A A A A
3 A A A A A A A A
Aveiro 3 A A A A A A A A
Lisboa 1 A A A A R A R A
2 A A A A R A R A
3 A A A A A A A A
Goodrich Évora 1 R R R R R R R R
2 R R R R A A A R
3 A A A A R R R A
Faro 1 R A R R A A A A
2 A A A A A A A A
3 R A R R A A A A
Aveiro 3 A A A A A R A A
Lisboa 1 A A A A R A R R
2 A A A A R A R R
3 A A A A A A A R
EVIII Évora 1 R R R R R R R R
2 R R R R R R R R
3 A A A R R R R A
Faro 1 A A A R R R R R
2 A A A R R R R R
3 A A A R R R R R
Aveiro 3 A A A A A A A A
Lisboa 1 A R R A R A R A
2 A R R A R A R A
3 A R R A A A A A
Pearson III Évora 1 R R R R R R R R
2 R R R R A A A R
3 R A A A R R A A
Faro 1 R A A R R A R A
2 A A A A A A A A
3 R A A R R A R A
Aveiro 3 R A A R R R A R
Lisboa 1 A R A R R R R A
2 A R A A R R R A
3 A A A R R R R A
Log-Pearson Évora 1 R R R R R R R R
III 2 R R R R R A A A
3 R A R R R R R R
Faro 1 R * * R R R R R
2 A * * A A A A A
3 R * * R R R R R
R - rejeição da distribuição; A - aceitação da distribuição.; * - Coeficiente de assimetria negativo
Fez-se uma análise para detecção de valores discordantes, valores ou muito superiores
ou muito inferiores ao valor máximo ou mínimo da amostra. Desta análise
obtiveram-se os seguintes limites a partir dos quais os valores passam a ser
considerados discordantes (Quadro 4.9).
130
Quadro 4.9 Limites para detecção de outliers, para os postos udográficos de Universidade de Aveiro,
Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Série
Limites dos valores Posto 5 min 10 min 15 min 30 min 1 h 2h 6h 12 h
aberrantes udográfico
Limite superior Aveiro 119.0 78.6 66.3 47.2 30.1 19.4 7.9 5.9
Lisboa 163.0 109.0 92.7 63.1 43.2 26.1 11.7 7.0
Évora 146.0 109.8 101.6 76.2 51.7 29.7 11.6 6.6
Faro 175.6 156.2 117.7 87.8 53.1 29.3 15.1 8.8
Limite inferior Aveiro 28.3 22.8 18.1 11.1 7.8 4.4 3.4 1.3
Lisboa 1.5 4.2 0.5 0.4 -0.18 1.2 1.4 0.8
Évora 24.4 9.4 2.7 -6.6 -8.8 -3.8 -0.1 0.2
Faro 4.5 -10.1 -4.4 -11.0 -5.5 -1.0 -1.8 -1.2
Unidades: mm/h
Quando o valor do limite inferior é inferior a zero este limite toma o valor nulo. Para
Évora e Faro a aplicação destes limites levaria à diminuição de um valor em cada
série de valores, excepto em Évora para a série de 10 min onde não haveria qualquer
alteração. Para Aveiro a aplicação destes limites conduziria à diminuição de um valor
nas séries de valores correspondente às durações de 5 e 30 min e de 1 e 2 h. Para
Lisboa existiria uma redução de um valor a partir das séries de valores referentes às
durações compreendidas entre 30 min e 12 h.
Como, estas séries de valores, séries sem valores discordantes, conduzem a funções
de distribuição cujos resultados nos testes de adaptabilidade não são melhores do que
os obtidos com a série completa utilizaram-se, para o estudo, as séries obtidas
inicialmente.
131
Quadro 4.10 Resultados dos desvios quadráticos em função das funções de distribuição e da série, para
os postos udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Série
Funções de Posto 5 min 10 min 15 min 30 min 1 h 2h 6h 12 h Total
distribuição udográfico
Gumbel Aveiro 72.5 80.1 23.0 59.0 5.0 14.9 5.7 4.1 264.3
Lisboa 246.3 231.8 354.6 93.2 111.2 35.0 9.3 2.8 1084.1
Évora 311.1 88.9 608.0 24.0 26.4 55.3 1.8 3.5 1119.0
Faro 2248.1 1180.9 896.9 1477.0 249.1 68.6 16.6 1.2 6138.5
Log-Normal Aveiro 74.6 98.8 25.9 45.3 4.0 9.4 5.2 4.1 267.3
Lisboa 205.6 223.6 331.9 112.1 131.5 39.2 10.9 3.2 1058.1
Évora 295.5 107.3 541.2 58.2 7.7 25.6 1.8 3.8 1041.0
Faro 2565.0 1494.2 1032.4 920.8 155.3 61.3 10.1 0.7 6239.8
Goodrich Aveiro 92.3 98.7 27.8 68.2 7.0 15.0 5.0 4.4 318.4
Lisboa 162.7 164.4 396.7 71.9 87.0 29.0 7.7 2.2 921.7
Évora 385.9 83.0 646.4 10.4 20.0 65.0 2.7 3.1 1216.5
Faro 1823.5 1366.1 1067.9 1542.6 297.2 77.9 19.9 1.8 6196.9
EVIII Aveiro 723.9 336.0 155.1 266.8 27.6 94.4 2.2 1.7 1607.7
Lisboa 362.3 167.9 770.0 122.4 141.2 28.7 13.0 4.1 1609.6
Évora 1545.9 212.6 1299.7 503.3 2102.9 1018.7 12.5 1.4 6697.0
Faro 3492.3 4678.7 3173.8 9898.3 2722.8 257.9 87.6 28.6 24340.1
Pearson III Aveiro 113.9 115.2 36.1 81.6 9.4 19.8 5.5 4.1 385.6
Lisboa 119.3 257.8 288.3 35.1 59.8 20.3 6.6 1.8 788.9
Évora 441.2 57.8 686.5 16.3 47.3 68.6 1.9 2.9 1322.5
Faro 1407.9 2219.3 1639.8 2147.6 413.1 94.5 29.2 3.3 7954.7
Log-Pearson Aveiro 77.4 135.0 43.5 65.6 9.1 12.9 5.6 4.5 353.6
III Lisboa 171.7 259.4 284.0 70.1 96.3 28.9 8.8 2.5 921.7
Évora 361.4 56.9 673.6 30.6 2.5 35.1 2.1 3.4 1165.6
Faro 1695.4 2481.5 1616.9 1232.8 234.1 76.7 16.3 1.5 7355.1
Desvio quadrático menor para cada série e para cada posto udográfico
Por fim elaboraram-se gráficos semelhantes aos apresentados na Figura 4.9 onde se
compara as intensidades obtidas pela distribuição empírica de Weibull e as obtidas
por cada uma das funções de distribuição utilizadas neste trabalho (Anexo A4).
100.0
80.0
Probabilidade (%)
60.0
40.0
20.0
0.0
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0 25.0 30.0 35.0 40.0 45.0
Intensidade (mm/h)
Quadro 4.11 Previsões de intensidade média de precipitação obtidas pela aplicação da função de
distribuição de Gumbel, em função do período de retorno, para os postos udográficos de Universidade
de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Série
Período de Posto 5 min 10 min 15 min 30 min 1 h 2h 6h 12 h
retorno (anos) udográfico
100 Aveiro 143.5 93.7 79.4 57.0 36.2 23.5 9.1 7.2
Lisboa 191.9 126.9 108.5 73.4 50.3 30.1 13.4 8.0
Évora 160.5 120.3 111.4 83.4 56.8 32.5 12.5 7.1
Faro 203.7 180.4 134.9 100.7 60.5 33.0 17.1 10.0
50 Aveiro 131.4 86.3 72.9 52.2 33.2 21.5 8.5 6.5
Lisboa 172.9 114.7 97.8 66.2 45.6 27.3 12.2 7.3
Évora 147.4 109.8 101.2 75.0 50.7 29.1 11.4 6.4
Faro 184.0 161.8 121.3 89.9 54.1 29.7 15.2 8.9
20 Aveiro 115.2 76.3 64.3 45.7 29.2 18.8 7.7 5.7
Lisboa 147.5 98.4 83.4 56.5 38.7 23.4 10.6 6.3
Évora 130.0 95.7 87.4 63.7 42.5 24.5 9.8 5.6
Faro 157.7 136.9 103.2 75.5 45.6 25.4 12.8 7.5
10 Aveiro 102.7 68.6 57.7 40.7 26.1 16.7 7.1 5.1
Lisboa 127.9 85.9 72.4 49.1 33.5 20.5 9.4 5.6
Évora 116.5 84.9 76.8 55.0 36.2 21.1 8.6 4.9
Faro 137.3 117.7 89.2 64.3 39.1 22.0 11.0 6.4
5 Aveiro 89.7 60.6 50.7 35.6 22.9 14.5 6.4 4.4
Lisboa 107.4 72.7 60.8 41.3 28.2 17.4 8.1 4.8
Évora 102.5 73.5 65.8 46.0 29.6 17.4 7.3 4.2
Faro 116.1 97.7 74.6 52.7 32.2 18.5 9.0 5.2
2 Aveiro 70.0 48.4 40.3 27.7 18.1 11.3 5.4 3.4
Lisboa 76.5 52.9 43.4 29.6 20.1 12.7 6.2 3.7
Évora 81.3 56.4 49.1 32.3 19.7 11.9 5.4 3.2
Faro 84.1 67.4 52.6 35.2 21.9 13.2 6.1 3.5
Unidades: mm/h
240 240
220 U. AVEIRO 220 LISBOA(IGIDL)
200 T=100anos 200 T=100anos
Intensidade (mm/h)
Intensidade (mm/h)
Duração(min) Duração(min)
240 240
220 ÉVORA-CEMITÉRIO
220 FARO-AEROPORTO
200 T=100anos
200
Intensidade (mm/h)
180
160 T=20anos T=50anos
160
140 T=10anos T=20anos
T=5anos 140
120 T=10anos
T=2anos 120 T=5anos
100
100 T=2anos
80
80
60
60
40
40
20
20
0
0 100 200 300 400 500 600 700 0
0 100 200 300 400 500 600 700
Duração(min)
Duração(min)
134
em Faro e menores em Aveiro, sendo as intensidades de Lisboa (IGIDL) e de
Évora-Cemitério semelhantes e de valor intermédio.
Quadro 4.14 Limites de confiança para o nível de confiança de 95%, para os postos udográficos de
Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
S é r ie
P e río d o d e P o sto
L im ite s 5 m in 1 0 m in 1 5 m in 3 0 m in 1 h 2 h 6 h 1 2 h
r e to r n o u d o g r á fic o
1 0 0 A v e ir o S u p e rio r 1 5 5 .4 1 0 1 .2 7 8 .7 5 1 .3 3 3 .5 2 2 1 1 .5 7 .8
I n fe r io r 1 5 4 1 0 0 7 7 .7 5 0 .4 3 2 .6 2 1 1 0 .2 6 .3
L isb o a S u p e rio r 2 1 3 .4 1 3 7 .3 1 0 6 .1 6 8 .3 4 4 2 8 .5 1 4 .6 9 .7
I n fe r io r 2 1 2 1 3 6 .1 1 0 5 6 7 .4 4 3 .2 2 7 .5 1 3 .2 8 .1
É v o ra S u p e rio r 2 1 0 .7 1 3 5 .7 1 0 4 .9 6 7 .6 4 3 .6 2 8 .3 1 4 .5 9 .7
I n fe r io r 2 0 9 .2 1 3 4 .5 1 0 3 .8 6 6 .7 4 2 .8 2 7 .3 1 3 .2 8 .1
F a ro S u p e rio r 2 6 2 .1 1 6 8 .6 1 3 0 .5 8 4 5 4 .2 3 5 .1 1 7 .9 1 1 .9
I n fe r io r 2 6 0 .6 1 6 7 .6 1 2 9 .4 8 3 .2 5 3 .4 3 4 .1 1 6 .6 1 0 .3
5 0 A v e ir o S u p e rio r 1 4 9 .2 9 6 .9 7 5 .3 4 9 3 1 .9 2 0 .9 1 1 7 .5
I n fe r io r 1 4 7 .8 9 5 .8 7 4 .3 4 8 .1 3 1 .1 2 0 9 .7 5 .9
L isb o a S u p e rio r 1 9 2 1 2 3 .7 9 5 .7 6 1 .7 3 9 .9 2 5 .9 1 3 .3 8 .9
I n fe r io r 1 9 0 .6 1 2 2 .6 9 4 .6 6 0 .8 3 9 2 4 .9 1 2 7 .3
É v o ra S u p e rio r 1 9 1 .7 1 2 3 .3 9 5 .2 6 1 .3 3 9 .5 2 5 .6 1 3 .1 8 .8
I n fe r io r 1 9 0 .2 1 2 2 .1 9 4 .2 6 0 .4 3 8 .7 2 4 .6 1 1 .8 7 .2
F a ro S u p e rio r 2 3 5 .9 1 5 1 .8 1 1 7 .3 7 5 .5 4 8 .6 3 1 .5 1 6 1 0 .7
I n fe r io r 2 3 4 .5 1 5 0 .6 1 1 6 .2 7 4 .6 4 7 .8 3 0 .5 1 4 .7 9 .1
2 0 A v e ir o S u p e rio r 1 3 1 .5 8 5 .5 6 6 .5 4 3 .3 2 8 .3 1 8 .6 9 .8 6 .7
I n fe r io r 1 3 0 .1 8 4 .4 6 5 .5 4 2 .4 2 7 .4 1 7 .6 8 .5 5 .1
L isb o a S u p e rio r 1 6 3 .5 1 0 5 .7 8 1 .9 5 3 .9 3 4 .3 2 2 .3 1 1 .6 7 .9
I n fe r io r 1 6 2 1 0 4 .5 8 0 .8 5 2 .1 3 3 .5 2 1 .4 1 0 .3 6 .3
É v o ra S u p e rio r 1 6 6 .3 1 0 6 .7 8 2 .3 5 2 .9 3 4 2 2 1 1 .3 7 .6
I n fe r io r 1 6 4 .8 1 0 5 .5 8 1 .2 5 2 3 3 .2 2 1 1 0 6
F a ro S u p e rio r 2 0 1 1 2 9 .1 9 9 .6 6 4 4 1 .2 2 6 .7 1 3 .6 9 .1
I n fe r io r 1 9 9 .5 1 2 7 .9 9 8 .6 6 3 .1 4 0 .4 2 5 .7 1 2 .3 7 .5
1 0 A v e ir o S u p e rio r 1 1 7 .9 7 6 .7 5 9 .7 3 8 .9 2 5 .4 1 6 .7 8 .9 6 .1
I n fe r io r 1 1 6 .4 7 5 .6 5 8 .7 3 8 2 4 .6 1 5 .8 7 .6 4 .6
L isb o a S u p e rio r 1 4 1 .4 9 1 .7 7 1 .2 4 6 .2 3 0 1 9 .6 1 0 .3 7
I n fe r io r 1 4 0 9 0 .5 7 0 .1 4 5 .3 2 9 .2 1 8 .7 9 5 .4
É v o ra S u p e rio r 1 4 6 .6 9 3 .8 7 2 .3 4 6 .3 2 9 .8 1 9 .2 9 .9 6 .7
I n fe r io r 1 4 5 .1 9 2 .6 7 1 .2 4 5 .4 2 8 .9 1 8 .3 8 .6 5 .1
F a ro S u p e rio r 1 7 3 .9 1 1 1 .5 8 6 5 5 .2 3 5 .5 2 2 .9 1 1 .7 7 .9
I n fe r io r 1 7 2 .5 1 1 0 .3 8 5 5 4 .3 3 4 .6 2 2 1 0 .4 6 .3
5 A v e ir o S u p e rio r 1 0 3 .6 6 7 .5 5 2 .6 3 4 .3 2 2 .4 1 4 .8 7 .9 5 .5
I n fe r io r 1 0 2 .3 6 6 .4 5 1 .6 3 3 .4 2 1 .6 1 3 .9 6 .6 3 .9
L isb o a S u p e rio r 1 1 8 .5 7 7 .1 6 0 3 9 .1 2 5 .6 1 6 .8 8 .9 6 .2
I n fe r io r 1 1 7 7 6 5 9 3 8 .2 2 4 .7 1 5 .9 7 .6 4 .6
É v o ra S u p e rio r 1 2 6 8 0 .4 6 2 .8 3 9 .5 2 5 .3 1 6 .3 8 .4 5 .8
I n fe r io r 1 2 4 .5 7 9 .1 6 0 .8 3 8 .6 2 4 .5 1 5 .4 7 .1 4 .1
F a ro S u p e rio r 1 4 5 .8 9 3 .3 7 1 .8 4 6 2 9 .5 1 9 .1 9 .8 6 .6
I n fe r io r 1 4 4 .3 9 2 .1 7 0 .8 4 5 .1 2 8 .6 1 8 .1 8 .5 5 .1
2 A v e ir o S u p e rio r 8 2 .2 5 3 .6 4 1 .8 2 7 .3 1 7 .9 1 1 .9 6 .4 4 .5
I n fe r io r 8 0 .8 5 2 .5 4 0 .8 2 6 .5 1 7 .1 1 0 .9 5 .1 3
L isb o a S u p e rio r 8 3 .9 5 5 .1 4 3 .2 2 8 .4 1 8 .8 1 2 .5 6 .8 4 .8
I n fe r io r 8 2 .5 5 4 4 2 .2 2 7 .6 1 8 1 1 .6 5 .6 3 .3
É v o ra S u p e rio r 9 4 .6 6 0 4 5 .9 2 9 .1 1 8 .6 1 2 6 .2 4 .3
I n fe r io r 9 3 .1 5 8 .7 4 4 .8 2 8 .2 1 7 .7 1 1 4 .9 2 .7
F a ro S u p e rio r 1 0 3 .3 6 5 .6 5 0 .3 3 2 2 0 .5 1 3 .2 6 .8 4 .7
I n fe r io r 1 0 1 .8 6 4 .4 4 9 .3 3 1 .1 1 9 .6 1 2 .2 5 .5 3 .1
Unidades: mm/h
135
4.4 DISCRETIZAÇÃO DAS CURVAS DE DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DE
PRECIPITAÇÃO
136
GRUPOI GRUPOII
100
Precipitação acumulada (%)
100
Figura 4.11 Curvas de distribuição temporal de precipitação do Grupo I e II, para o posto de
Universidade de Aveiro.
GRUPOI GRUPOII
100
Precipitação acumulada (%)
Figura 4.12 Curvas de distribuição temporal de precipitação do grupo I e II, para o posto de Lisboa
(IGIDL).
GRUPOI GRUPOII
100 100
Precipitação acumulada (%)
90%
Precipitação acumulada (%)
90%
90 90
80% 80%
80 80
70% 70%
70 60% 70 60%
60 50% 60 50%
50 40% 50 40%
40 30% 40 30%
30 20% 30 20%
20 10% 10%
20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Figura 4.13 Curvas de distribuição temporal de precipitação do Grupo I e II, para o posto de
Évora-Cemitério.
137
GRUPOI GRUPOII
Figura 4.14 Curvas de distribuição temporal de precipitação do Grupo I e II, para o posto de
Faro-Aeroporto.
Pela análise destas figuras é possível verificar que as curvas obtidas a partir dos
acontecimentos pluviosos do Grupo I têm um andamento menos brusco ou mais suave
que as curvas obtidas a partir dos acontecimentos pluviosos do Grupo II. Este
comportamento resulta da selecção de um maior número de acontecimentos pluviosos
intensos.
Com o objectivo de poder, mais facilmente, comparar estas curvas DTP, fez-se a
discretização da mediana para os dois grupos de acontecimentos, obtendo-se o
resultado apresentado no Quadro 4.16 e representado na Figura 4.15.
AVEIRO LISBOA
100 100
Precipitação acumulada
Precipitação acumulada
90 90
80 80
70 70
60 60
(%)
(%)
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração (%) Duração (%)
Chuvada comI >= 5 mm/h Chuvada comPT >= 25.4 mm Chuvada comI >= 5 mm/h Chuvada comPT >= 25.4 mm
ÉVORA FARO
100 100
Precipitação acumulada
Precipitação acumulada
90 90
80 80
70 70
60 60
(%)
(%)
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração (%) Duração (%)
Chuvadas comI >= 5 mm/h Chuvadas comPT>= 25.4 mm Chuvada comI >= 5 mm/h Chuvada comPT >= 25.4 mm
Figura 4.15 Curvas DTP medianas dos grupos I e II, para os postos udográficos de Universidade de
Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
138
Verifica-se que o Grupo I tem uma curva DTP mediana com precipitação acumulada
percentual, ao longo do tempo, sempre inferior à curva DTP mediana obtida para o
Grupo II, excepto para o posto de Faro entre a duração 0 % e 20 %.
Quadro 4.16 Discretização da mediana das curvas DTP do Grupo I e II, para os postos udográficos de
Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Duração
Grup Posto Nº de 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
o udográfico Orde
m
I Aveiro 42 0 7 20 31 40 50 67 81 89 96 100
II 9 0 7 19 35 51 71 88 94 96 98 100
I Lisboa 67 0 7 18 31 43 58 70 80 92 97 100
II 15 0 11 20 33 48 64 76 87 92 98 100
I Évora 139 0 6 15 30 42 55 67 79 89 97 100
II 35 0 8 26 45 56 75 84 92 96 98 100
I Faro 68 0 5 14 27 37 52 68 78 87 96 100
II 36 0 4 12 29 44 64 78 89 95 98 100
Unidades: %
Cada grupo foi dividido em quatro subgrupos (capítulo 3.4.1): dividir a duração de
cada acontecimento pluvioso intenso em quatro partes (quartis) e distribuir os
acontecimentos por quatro grupos, de acordo com a localização da precipitação
máxima acumulada. Deste modo, um acontecimento pluvioso intenso cuja
precipitação máxima ocorre no primeiro quarto da sua duração total irá pertencer ao
grupo do 1º quartil, se a precipitação máxima ocorrer na segunda, terceira ou quarta
parte da duração total irá pertencer, respectivamente, ao 2º, 3º ou 4º quartil.
Obtiveram-se, então, as curvas DTP para os quatro quartis (Figura 4.16 a 4.19).
139
1º QUARTIL 2º QUARTIL
3º QUARTIL 4º QUARTIL
100
90% 90%
90 90
80% 80%
80 80
70% 70%
70 70
60% 60 60%
60
50% 50 50%
50
40% 40 40%
40
30% 30 30%
30
20% 20 20%
20
10% 10 10%
10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Figura 4.16 Curvas DTP dos quatro quartis do Grupo I (Universidade de Aveiro).
2º QUARTIL
1º QUARTIL
Precipitação acumulada (%)
Precipitação acumulada (%)
100 100
90 90%
90 90%
80% 80 80%
80
70% 70 70%
70
60 60% 60 60%
50 50 50%
50%
40 40 40%
40%
30 30 30%
30%
20 20 20%
20% 10
10 10%
10% 0
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
3º QUARTIL 4º QUARTIL
Precipitação acumulada (%)
100 100
90% 90%
90 90
80 80% 80 80%
70 70% 70 70%
60 60% 60 60%
50 50% 50 50%
40 40% 40 40%
30 30% 30 30%
20 20% 20 20%
10 10% 10 10%
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
140
1º QUARTIL 2º QUARTIL
3º QUARTIL 4º QUARTIL
100 100
Precipitação acumulada (%)
1º QUARTIL 2º QUARTIL
100
Precipitação acumulada (%)
90% 100
90 90%
80% 90
80 80%
70% 80
70 70%
60% 70
60 60%
50% 60
50 50%
40% 50
40 40%
40
30% 30%
30 30
20% 20%
20 20
10% 10%
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
3º QUARTIL 4º QUARTIL
Precipitação acumulada (%)
100 100
90% 90%
90 90
80% 80%
80 80
70% 70%
70 70
60% 60%
60 60
50 50% 50 50%
40 40% 40 40%
30 30% 30 30%
20 20% 20 20%
10 10% 10 10%
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
141
O conhecimento da localização temporal da precipitação máxima acumulada no
acontecimento pluvioso permite, através destas curvas DTP, determinar a distribuição
da precipitação ao longo da duração do acontecimento para dez probabilidades de
ocorrência.
AVEIRO LISBOA
100 100
Precipitação acumulada
Precipitação acumulada
90 90
80 80
70 70
60 60
(%)
(%)
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
ÉVORA FARO
100 100
Precipitação acumulada
Precipitação acumulada
90 90
80 80
70 70
60 60
(%)
(%)
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração(%) Duração(%)
1ºQuartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil 1ºQuartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil
Figura 4.20 Mediana dos quartis do Grupo I, para os postos udográficos de Universidade de Aveiro,
Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
As curvas DTP por quartil medianas reflectem o modo como a precipitação ocorre ao
longo do tempo nos quatro quartis. Para atingir 50 % da precipitação total, no posto
142
de Évora, é necessário decorrer 23 %, 39 %, 59 % e 74 % da duração total para o 1º,
2º, 3º e 4º quartil, respectivamente, evidenciando, deste modo, a ocorrência da
precipitação máxima acumulada cada vez mais próxima do final do acontecimento
pluvioso intenso. Este comportamento verifica-se, também, para os restantes postos
udográficos.
Quadro 4.17 Discretização da mediana das curvas DTP dos quatro quartis do Grupo I, para os postos
udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Duração
Quartil Posto 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
udográfico
1ºQuartil Aveiro 0 20 41 57 69 79 82 88 91 97 100
Lisboa 0 13 45 61 65 72 78 88 95 98 100
Évora 0 20 46 60 68 74 79 87 94 99 100
Faro 0 24 50 67 75 81 88 91 94 98 100
2ºQuartil Aveiro 0 4 12 29 45 67 81 88 92 98 100
Lisboa 0 5 14 29 55 73 82 92 96 99 100
Évora 0 4 13 30 51 71 78 84 92 98 100
Faro 0 5 12 35 55 76 81 89 95 98 100
3ºQuartil Aveiro 0 5 11 18 26 39 53 73 92 97 100
Lisboa 0 5 13 20 25 37 59 79 96 98 100
Évora 0 3 10 15 21 28 51 75 91 97 100
Faro 0 2 6 19 23 30 47 77 87 97 100
4ºQuartil Aveiro 0 2 6 12 18 22 36 45 59 83 100
Lisboa 0 6 14 18 23 31 37 43 61 86 100
Évora 0 3 7 13 17 25 30 42 60 81 100
Faro 0 3 8 12 20 31 39 43 53 81 100
Unidades: %
143
1º QUARTIL 2º QUARTIL
3º QUARTIL 4º QUARTIL
100 100
Precipitação acumulada (%)
Figura 4.21 Curvas DTP dos quatro quartis do Grupo II (Universidade de Aveiro).
1º QUARTIL 2º QUARTIL
100 100
Precipitação acumulada (%)
90% 80%
90 90
80% 60%
80 80
70% 40%
70 70
30% 20%
60 60
20%
50 50
10%
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
3º QUARTIL
4º QUARTIL
100
Precipitação acumulada (%)
100
Precipitação acumulada (%)
80% 90%
90
70% 90
80 80%
50% 80
70 70%
30% 70
60 60%
20% 60
50 40%
50
30%
40 40
20%
30 30
10%
20 20
10 10
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração (%) Duração (%)
144
1º QUARTIL 2º QUARTIL
3º QUARTIL 4º QUARTIL
100 100
Precipitação acumulada (%)
1º QUARTIL
Precipitação acumulada (%)
100
90%
90
80 80%
70 70%
60 60%
50 50%
40 40%
30 30%
20 20%
10 10%
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração (%)
2º QUARTIL
Precipitação acumulada (%)
100
90%
90
80 80%
70 70%
60 60%
50 50%
40 40%
30 30%
20
20%
10
10%
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração (%)
145
3º QUARTIL 4º QUARTIL
Quadro 4.18 Discretização da mediana das curvas DTP dos quatro quartis do Grupo II, para os postos
udográficos de Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Duração
Quartil Posto 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
udográfico
1ºQuartil Évora 0 19 56 79 84 89 91 94 97 98 100
Faro 0 15 59 81 85 92 96 97 97 98 100
2ºQuartil Évora 0 5 21 44 57 78 90 93 96 98 100
Faro 0 4 12 33 55 79 93 95 96 99 100
3ºQuartil Évora 0 4 7 15 20 38 67 88 96 98 100
Faro 0 3 5 11 20 34 51 83 93 98 100
4ºQuartil Évora 0 8 16 22 22 26 41 57 85 95 100
Faro 0 4 8 16 20 28 35 50 82 97 100
Unidades: %
146
ÉVORA FARO
100 100
Precipitação acumulada
Precipitação acumulada
90 90
80 80
70 70
60 60
(%)
(%)
50 50
40 40
30
30
20
20
10
10
0
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Duração (%)
Duração (%)
1ºQuartil 2ºQuartil 3ºQuartil 4ºQuartil 1ºQuartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil
Figura 4.25 Mediana dos quartis do Grupo II, para o postos udográficos de Évora-Cemitério e
Faro-Aeroporto.
Quadro 4.19 Frequência dos quartis, para os postos udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa
(IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto (Grupo I e II).
Grupo I Grupo II
Quartil Posto Frequência Frequência Frequência Frequência
udográfico absoluta relativa (%) absoluta relativa (%)
1º Quartil Aveiro 29 31.2 5 29.4
Lisboa 41 31.1 8 27.6
Évora 84 30.4 24 34.8
Faro 36 26.7 12 17.1
2º Quartil Aveiro 23 24.7 6 35.3
Lisboa 37 28.0 4 13.8
Évora 75 27.2 24 34.8
Faro 31 23.0 23 32.9
3º Quartil Aveiro 31 33.3 3 17.6
Lisboa 26 19.7 5 17.2
Évora 69 25.0 15 21.7
Faro 33 24.4 21 30.0
4º Quartil Aveiro 10 10.8 3 17.6
Lisboa 28 21.2 12 41.4
Évora 48 17.4 6 8.7
Faro 35 25.9 14 20.0
AVEIRO LISBOA
50 50
45 45
40 40
Frequência (%)
Frequência (%)
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil 1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil
147
ÉVORA FARO
50 50
45 45
40 40
Frequência (%)
Frequência (%)
35 35
30 30
25 25
20 20
15 15
10 10
5 5
0 0
1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil 1º Quartil 2º Quartil 3º Quartil 4º Quartil
Grupo I Grupo II Grupo I Grupo II
Figura 4.26 Frequência dos quartis, para os postos udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa
(IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto (Grupo I e II).
Quadro 4.20 Frequência relativa da simultaneidade pico e máximo da precipitação acumulada, para os
postos udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto
(Grupo I e II).
Quartil Posto Grupo I Grupo II
udográfico
1º Quartil Aveiro 41 80
Lisboa 63 100
Évora 65 75
Faro 81 92
2º Quartil Aveiro 52 83
Lisboa 68 75
Évora 64 71
Faro 48 74
3º Quartil Aveiro 45 75
Lisboa 54 60
Évora 64 80
Faro 64 76
4º Quartil Aveiro 90 75
Lisboa 64 67
Évora 77 50
Faro 80 71
Unidades:%
148
Quando se agrupam os acontecimentos pluviosos em classes de duração (Quadro
4.21), para os quatros quartis, fica demonstrado que os acontecimentos pluviosos
seleccionados têm grande probabilidade de terem uma duração superior a 12 h,
quando o critério de selecção é a precipitação total, enquanto no Grupo II só existem
acontecimentos pluviosos com duração inferir a 12 h, excepto em Lisboa no 3º quartil.
Esta frequência de ocorrência diz respeito ao número total de acontecimentos
pluviosos seleccionados em cada quartil e, portanto, a soma das frequências das
classes de duração, por posto e por quartil, é igual a 100 %.
149
Quadro 4.21 Frequência dos acontecimentos pluviosos seleccionados, em relação ao número total de
acontecimentos seleccionados em cada quartil, por quartis e por classes de duração, para os postos
udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto (Grupo I
e II).
Classes de duração (h)
Quartil Posto Grupo <6 6 a 12 12 a 24 > 24
udográfico
1º Quartil Aveiro I 0 10 7 83
II 100 0 0 0
Lisboa I 0 12 12 76
II 75 25 0 0
Évora I 4 7 30 59
II 96 4 0 0
Faro I 3 19 39 39
II 92 8 0 0
2º Quartil Aveiro I 0 13 26 61
II 100 0 0 0
Lisboa I 3 11 16 70
II 100 0 0 0
Évora I 4 12 21 63
II 100 0 0 0
Faro I 6 6 26 61
II 100 0 0 0
3º Quartil Aveiro I 0 6 36 58
II 100 0 0 0
Lisboa I 0 0 46 54
II 80 0 20 0
Évora I 4 7 30 59
II 80 20 0 0
Faro I 0 12 39 48
II 90 10 0 0
4º Quartil Aveiro I 10 20 40 30
II 100 0 0 0
Lisboa I 0 4 14 82
II 100 0 0 0
Évora I 0 8 8 84
II 100 0 0 0
Faro I 9 9 34 49
II 86 14 0 0
Unidades:%
150
Quadro 4.22 Frequência dos acontecimentos pluviosos seleccionados, em relação ao número total de
acontecimentos seleccionados, por quartis e por classes de duração, para os postos udográficos de
Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto (Grupo I e II).
Classes de duração (h)
Quartil Posto Grupo <6 6 a 12 12 a 24 > 24 Total
udográfico
1º Quartil Aveiro I 0 3 2 26 31
II 29 0 0 0 29
Lisboa I 0 4 4 23 31
II 21 7 0 0 28
Évora I 1 2 9 18 30
II 33 1 0 0 34
Faro I 0 6 10 10 26
II 16 1 0 0 17
2º Quartil Aveiro I 0 3 7 15 25
II 35 0 0 0 35
Lisboa I 0 3 5 20 28
II 14 0 0 0 14
Évora I 1 3 6 17 27
II 35 0 0 0 35
Faro I 1 1 6 15 23
II 33 0 0 0 33
3º Quartil Aveiro I 0 2 12 19 33
II 18 0 0 0 18
Lisboa I 0 0 9 11 20
II 14 0 3 0 17
Évora I 1 2 8 14 25
II 17 4 0 0 22
Faro I 0 3 10 12 25
II 27 3 0 0 30
4º Quartil Aveiro I 1 2 4 4 10
II 18 0 0 0 18
Lisboa I 0 0 3 18 21
II 41 0 0 0 41
Évora I 0 2 1 15 18
II 9 0 0 0 9
Faro I 2 2 9 13 26
II 17 3 0 0 20
Unidades:%
151
AVEIRO LISBOA
30 30
Frequência de Acontecimntos
Acontecimentos pluviosos
25 25
pluviosos intensos (%)
Frequência de
intensos (%)
20 20
15 15
10 10
> 24 > 24
5 5
12 a 24 12 a 24
0 6 a 12 Classes de 0 6 a 12 Classes de
1 <6 Duração (h) 1 <6 Duração (h)
2 2
3 3
4 4
Quartis Quartis
ÉVORA FARO
30 30
Acontecimentos pluviosos
Acontecimentos pluviosos
25 25
Frequência de
Frequência de
intensos (%)
intensos (%)
20 20
15 15
10 10
> 24 > 24
5 5
12 a 24 12 a 24
0 6 a 12 Classes de 0 6 a 12 Classes de
1 <6 Duração (h) 1 <6 Duração (h)
2 2
3 3
4 4
Quartis Quartis
Figura 4.27 Representação da frequência de acontecimentos pluviosos do Grupo I por quartis e por
classes de duração, para os postos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e
Faro-Aeroporto.
AVEIRO LISBOA
45 45
40 40
Frequência de Acontecimentos
Frequência de Acontecimentos
35 35
pluviosos intensos (%)
ÉVORA FARO
40 45
Frequência de Acontecimentos
Frequência de Acontecimentos
35 40
pluviosos intensos (%)
pluviosos intensos (%)
30 35
30
25
25
20
20
15 15
10 10
<6 <6
5 6 a 12 5
6 a 12
Classes de 12 a 24 0
Classes de 12 a 24 0
Duração (h) > 24 1
Duração (h) > 24 1 2
2 4 3
4 3
Quartis Quartis
Figura 4.28 Representação da frequência de acontecimentos pluviosos do Grupo II por quartis e por
classes de duração, para os postos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e
Faro-Aeroporto.
152
Agrupando os acontecimentos pluviosos seleccionados em classes de precipitação
total (Quadro 4.23) é predominante a ocorrência de acontecimentos com precipitação
total entre 25.4 e 38.1 mm, para o Grupo I, e de acontecimentos com precipitação
total inferior a 12.7 mm, quando se considera o Grupo II.
Quadro 4.23 Frequência dos acontecimentos pluviosos seleccionados, em relação ao número total de
acontecimentos seleccionados em cada quartil, por quartis e por classes de precipitação, para os postos
udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto (Grupo I
e II).
Classes de precipitação total (mm)
Quartil Posto Grupo < 12.7 12.7 a 25.4 25.4 a 38.1 38.1 a 50.8 > 50.8
udográfico
1º Quartil Aveiro I 59 17 24
II 80 0 20 0 0
Lisboa I 54 34 12
II 75 0 13 13 0
Évora I 62 20 18
II 62 21 13 0 4
Faro I 75 8 17
II 59 25 8 0 8
2º Quartil Aveiro I 61 13 26
II 100 0 0 0 0
Lisboa I 57 32 11
II 50 25 25 0 0
Évora I 62 21 17
II 67 17 8 4 4
Faro I 61 19 19
II 78 13 4 4 0
3º Quartil Aveiro I 71 23 6
II 65 33 0 0 0
Lisboa I 58 19 23
II 60 20 0 0 20
Évora I 58 25 19
II 60 13 7 20 0
Faro I 42 27 30
II 62 24 10 5 0
4º Quartil Aveiro I 70 20 10
II 65 0 0 33 0
Lisboa I 57 25 18
II 92 8 0 0 0
Évora I 48 27 25
II 33 67 0 0 0
Faro I 63 14 23
II 57 14 14 7 7
Unidades:%
153
Quadro 4.24 Frequência de acontecimentos pluviosos seleccionados, em relação ao número total de
acontecimentos seleccionados, por quartis e por classes de precipitação, para os postos udográficos de
Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto (Grupo I e II).
Classes de precipitação total (mm)
Quartil Posto Grupo < 12.7 12.7 a 25.4 25.4 a 38.1 38.1 a 50.8 > 50.8 Total
udográfico
1º Quartil Aveiro I 18 5 8 31
II 23 0 6 0 0 29
Lisboa I 17 10 4 31
II 22 0 3 3 0 28
Évora I 19 6 5 30
II 22 7 5 0 1 35
Faro I 21 2 4 27
II 10 4 1 0 1 16
2º Quartil Aveiro I 15 3 7 25
II 35 0 0 0 0 35
Lisboa I 16 9 3 28
II 8 3 3 0 0 14
Évora I 17 6 5 28
II 23 6 3 1 1 34
Faro I 15 4 4 23
II 27 4 1 1 0 33
3º Quartil Aveiro I 24 7 2 33
II 12 6 0 0 0 18
Lisboa I 11 4 5 20
II 11 3 0 0 3 17
Évora I 14 6 5 25
II 13 3 1 5 0 22
Faro I 10 7 7 24
II 19 7 3 1 0 30
4º Quartil Aveiro I 8 2 1 11
II 12 0 0 6 0 18
Lisboa I 12 5 4 21
II 38 3 0 0 0 41
Évora I 8 5 4 17
II 3 6 0 0 0 9
Faro I 16 4 6 26
II 12 3 3 1 1 20
Unidades:%
154
AVEIRO LISBOA
20 20
Acontecimentos pluviosos
Acontecimentos pluviosos
15 15
Frequência de
Frequência de
intensos (%)
intensos (%)
10 10
ÉVORA FARO
20 20
Acontecimentos pluviosos
Acontecimentos pluviosos
15 15
Frequência de
Frequência de
intensos (%)
intensos (%)
10 10
Figura 4.29 Representação da frequência de acontecimentos pluviosos do Grupo I por quartis e por
classes de precipitação total, para os postos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-
Cemitério e Faro-Aeroporto.
AVEIRO LISBOA
40 40
Acontecimentos pluviosos
Acontecimentos pluviosos
35 35
30 30
Frequência de
Frequência de
intensos (%)
intensos (%)
25 25
20 20
15 15
10 10
< 12.7 5 < 12.7 5
12.7 a 25.4 12.7 a 25.4
25.4 a 38.1 0 25.4 a 38.1 0
38.1 a 50.8 1 38.1 a 50.8 1
Classes de 2 Classes de 2
> 50.8 > 50.8
Precipitação 3 Precipitação 3
4 Quartis 4 Quartis
Total (mm) Total (mm)
ÉVORA FARO
25 40
Acontecimentos pluviosos
Acontecimentos pluviosos
35
20
30
Frequência de
Frequência de
intensos (%)
intensos (%)
15 25
20
10 15
10
5
< 12.7 < 12.7 5
12.7 a 25.4 12.7 a 25.4
25.4 a 38.1 0 25.4 a 38.1 0
38.1 a 50.8 1 38.1 a 50.8 1
Classes de 2 Classes de 2
> 50.8 > 50.8
Precipitação 3 Precipitação 3
4 Quartis 4 Quartis
Total (mm) Total (mm)
Figura 4.30 Representação da frequência de acontecimentos pluviosos do Grupo II por quartis e por
classes de precipitação total, para os postos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-
Cemitério e Faro-Aeroporto.
155
Determinaram-se os coeficientes de autocorrelação da precipitação nos
acontecimentos pluviosos intensos seleccionados com incrementos temporais de
1 min a 60 min, seguindo-se o cálculo do coeficiente de autocorrelação médio para
cada incremento, em cada grupo de acontecimentos pluviosos intensos. Os resultados
obtidos estão representados na Figura 4.31, mostrando um comportamento diferente
do Grupo I e do Grupo II.
AVEIRO LISBOA
1 1
0.9 0.9
Coeficiente de correlação
Coeficiente de correlação
0.8 0.8
0.7 0.7
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
-0.1 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60 -0.1 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60
-0.2 -0.2
-0.3 -0.3
-0.4 -0.4
-0.5 -0.5
Incrementos temporais (min) Incrementos temporais (min)
ÉVORA FARO
1 1
0.9 0.9
Coeficiente de correlação
0.8 0.8
Coeficiente de correlação
0.7 0.7
0.6 0.6
0.5 0.5
0.4 0.4
0.3 0.3
0.2 0.2
0.1 0.1
0 0
-0.1 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60
-0.1 0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45 48 51 54 57 60
-0.2 -0.2
-0.3 -0.3
-0.4
-0.4
-0.5
-0.5
156
4.5 ANÁLISE DO ESTADO DO TEMPO
Quadro 4.25 Caracterização sinóptica da situação geral à superfície dos acontecimentos pluviosos
seleccionados, para o posto udográfico de Universidade de Aveiro.
Identificação Situação depressionária
Data de início Hora
D (min) P (mm) M E FF FQ FO PD PT Sequência Activa Hr (%) T (ºC)
(d-m-ano) (h:min)
07-01-1992 11:05 2200 61.8 X X 9
21-10-1990 13:30 3850 80.9 X X X 2 18
20-11-1989 5:20 2335 56.8 X 2,3 14
22-10-1989 10:00 2105 68 X X 16
03-07-1988 13:05 2890 57.2 X X X X 2 18
28-06-1988 3:10 1070 67.1 X X 16
26-01-1988 2:20 3160 58.1 X X 2 13
25-09-1987 8:10 2650 56.9 X 18
12-11-1986 23:10 3280 73.1 X X X X 1,3 10
23-12-1985 13:40 4160 56.1 X X X 2,3 10
25-11-1984 17:45 43 h 54.8 X X X 13
18-10-1984 12:10 1415 52 X X 1 15
14-12-1983 11:15 5275 85.7 X X X 1,2 10
06-11-1982 10:20 2380 63.8 X X X 2,3 13
11-05-1982 6:10 2720 68.6 X X 2 15
08-05-1981 11:20 4155 58.6
156
Quadro 4.26 Caracterização sinóptica da situação em altitude, vento, tempo e nuvens dos
acontecimentos pluviosos seleccionados, para o posto udográfico de Universidade de Aveiro
Fluxo sinóptico à
Identificação
superfície
Data de início Hora Situação em
D (min) P (mm) V (nós) DV Tempo Nuvens
(d-m-ano) (h:min) altitude
Cfc-CMi;
Sc; Cb/Cu;
07-01-1992 11:05 2200 61.8 0 N MVOR(40-60) ACf-ACv;
Ac
ANF
Cfc-CFi; Sc; Cb/Cu;
21-10-1990 13:30 3850 80.9 6 W MVOR(10-45)
ACv; ANF Ac
Cfc-CMi;
20-11-1989 5:20 2335 56.8 10 S MVOR(25-35) ACM-ACv; Cb/Cu; Ac
ANF
Cfc-CMi; Sc; Cb/Cu;
22-10-1989 10:00 2105 68 9 SW MVOR(60-70)
ANF; Tc; Tg Ac
Sc; Cb/Cu;
03-07-1988 13:05 2890 57.2 9 SW MVOR(20-35) CFc; ANF
Ac
28-06-1988 3:10 1070 67.1 8 SW MVOR(5-10) ACv; ANF Cu; Ac
CMi; ACM-
26-01-1988 2:20 3160 58.1 16 S MVOR(40-60) Cb/Cu; Ac
ACv; ANF
Cfi-CFc; St/Sc; Cb/Cu;
25-09-1987 8:10 2650 56.9 22 S MVOR(30-30)
CHMi Ac
Cfi-Cfc;
St; Cb/Cu;
12-11-1986 23:10 3280 73.1 4 SE MVOR(30-50) ACM-ACv;
Ac
ANF; Tc; Tg
Cfi-CFc;
St/Sc; Cb/Cu;
23-12-1985 13:40 4160 56.1 10 S MVOR(25-50) ACM-ACv;
Ac
ANf
25-11-1984 17:45 43 h 54.8 2 NW MVOR(25-45) Cfc-CMi; Tg St; Cu; Ac
18-10-1984 12:10 1415 52 20 S MVOR(20-25) Cfi-CFc St; Cu; Ac
Cfi-CMc; Sc; Cb/Cu;
14-12-1983 11:15 5275 85.7 11 SW MVOR(35-40)
ACM-ACv Ac
Cfc-CMi;
06-11-1982 10:20 2380 63.8 35 SW MVOR(40-50) ACM-ACv; Cb/Cu; Ac
ANF; Tg
Cfc-CFc; St/Sc; Cu;
11-05-1982 6:10 2720 68.6 15 S MVOR(35-35)
CHMi-CHMc As/Ns; Ac
08-05-1981 11:20 4155 58.6
157
por fim, um acontecimento pluvioso caracterizado por uma circulação meridiana de
gota de ar frio (Quadro 4.28).
Quadro 4.27 Caracterização sinóptica da situação geral à superfície dos acontecimentos pluviosos
seleccionados, para o posto udográfico de Lisboa (IGIDL).
Identificação Situação depressionária
Data de início Hora
D (min) P (mm) M E FF FQ FO PD PT Sequência Activa Hr (%) T (ºC)
(d-m-ano) (h:min)
11-02-1991 21:50 1890 69.2 X X X 2 6
07-12-1990 0:30 2290 65
21-10-1990 2:40 3045 50.8 X X 2 14
20-12-1989 19:35 2270 52.5 X X 2,3 15
07-12-1989 14:05 2565 52.2 X 2 16
11-11-1989 5:30 2580 53.6 X X 2 12
21-02-1988 11:05 2985 82 C 14
03-01-1985 20:40 3800 72.3 X X X 1 12
18-11-1983 19:55 800 95.8 X 2 15
15-11-1983 0:20 2665 50.8 X 2 13
08-11-1983 7:30 4465 87.1 C 3 15
06-11-1982 20:50 3370 52.5 X X 2 13
26-12-1981 9:30 5530 140.3 X C X X 1,2,3 15
20-12-1981 5:20 3075 59.7 X X 1,2 16
05-10-1979 6:00 1605 68.1 X X 2 16
10-02-1979 2:10 2130 77.4 X X 1,2 87 14
07-02-1979 11:30 3205 53.6 X X X 1,2 94 14
16-10-1977 15:00 1200 57.5 X X X X X 1,2 94 17
14-12-1976 10:05 1350 51.1 X 100 35
05-12-1976 0:10 3500 63 X X X 1,2 100 11
18-12-1973 16:25 3940 64.4 X X 1,2,3 94 12
03-11-1973 12:55 2245 70 X X X 1,2 15
158
Quadro 4.28 Caracterização sinóptica da situação em altitude, vento, tempo e nuvens dos
acontecimentos pluviosos seleccionados, para o posto udográfico de Lisboa (IGIDL).
Fluxo sinóptico à
Identificação
superfície
Data de início Hora Situação em
D (min) P (mm) V (nós) DV Tempo Nuvens
(d-m-ano) (h:min) altitude
St/Sc; As/Ns;
11-02-1991 21:50 1890 69.2 15 NE MVOR(25-30) CMi-CMc
Ac
07-12-1990 0:30 2290 65
Cfc; ACM- St; Cb/Cu;
21-10-1990 2:40 3045 50.8 8 S MVOR(45-50)
ACv; ANF Ac
Cfi-CFc; St/Sc; Cb/Cu;
20-12-1989 19:35 2270 52.5 12 SW MVOR(45-70)
ACM-ACF As/Ns; Ac
CHMi; ACM-
St/Sc; Cb/Cu;
07-12-1989 14:05 2565 52.2 8 SW MVOR(25-25) ACv;
Ac
ANMM
Cfi-CFc; St/Sc; Cb/Cu;
11-11-1989 5:30 2580 53.6 3 SW MVOR(50-70)
ACM-ACv As/Ns; Ac
Cfc-CFc;
St/Sc; Cu;
21-02-1988 11:05 2985 82 0 N MVOR(10-15) CHfi-CHFi;
As/Ns; Ac
ANF
Cfi-CMc;
ACv; ANF; St; Cb/Cu;
03-01-1985 20:40 3800 72.3 14 SW MVOR(30-35)
ANMM; As/Ns; Ac
CHMi
CMc-CFi; St; Cb/Cu;
18-11-1983 19:55 800 95.8 4 NE MVOR(30-55)
ACM As/Ns; Ac
CMi-CFc;
St; Cb/Cu;
15-11-1983 0:20 2665 50.8 8 E MB ACM-ACv;
Ac
ANMM-ANF
ACM-
08-11-1983 7:30 4465 87.1 6 SW MVOR(30-40) Cb/Cu; Ac
ANMM; Tc
Cfi-CMc;
St/Sc; Cb/Cu;
06-11-1982 20:50 3370 52.5 12 W MVOR(25-40) ACM-ACv;
As/Ns; Ac
ANF; Tc
Cfc-CFc; St/Sc; Cb/Cu;
26-12-1981 9:30 5530 140.3 28 SW MVOR(40-85)
ACM As/Ns; Ac
Cfc-CMc;
20-12-1981 5:20 3075 59.7 17 NW Z(45-40) St/Sc; Cu; Ac
ACM; CHfi
St; Cu;
05-10-1979 6:00 1605 68.1 2 SW MVOR(15-30) Cfc-CMc
As/Ns; Ac
Cfc-CMc;
10-02-1979 2:10 2130 77.4 20 SW Z(60-96) Sc; Cu; Ac
ACf-ACM
CMc; ACf;
07-02-1979 11:30 3205 53.6 16 SW MVOR Sc; Cu; Ac
Chfi; Tc
St/Sc; Cu;
16-10-1977 15:00 1200 57.5 11 SE MVOR Cfi-Cfc; Acf
As/Ns; Ac
St/Sc; Cu;
14-12-1976 10:05 1350 51.1 6 SE MVORb
As/Ns; Ac
Cfi-Cfc; ACf- St; Cu;
05-12-1976 0:10 3500 63 10 SW Z(60-75)
ACM; CHfc As/Ns; Ac
St; Cb/Cu;
18-12-1973 16:25 3940 64.4 15 SW MVOR(30-40) ACf-ACF; Tc
Ac
St/Sc; Cb/Cu;
03-11-1973 12:55 2245 70 2 NW MVOR(35-20) Cfc
Ac
159
Em Évora, dado que as cartas sinópticas diárias foram publicadas a partir do ano de
1950 não foi possível caracterizar os acontecimentos pluviosos, com precipitação
mínima de 50.8 mm, registados em data anterior. Os acontecimentos pluviosos de 5
de Junho e 9 de Janeiro de 1970 não foram caracterizados devido à ausência das
cartas sinópticas. A situação geral à superfície predominante é de centro
depressionário móvel sempre associado a perturbação frontal (26 acontecimentos
pluviosos), seguida da situação de centro depressionário estacionário (15
acontecimentos pluviosos). A situação complexa ocorre tanto com centro
depressionário móvel como estacionário (Quadro 4.29). A circulação em altitude
(Quadro 4.30) é fundamentalmente do tipo meridiana com correntes ondulatórias de
vale na vertente oriental (20 acontecimentos pluviosos), seguida da circulação zonal
(14 acontecimentos pluviosos), e de circulação meridiana com correntes ondulatórias
de vale no eixo (2 acontecimentos pluviosos).
Quadro 4.29 Caracterização sinóptica da situação geral à superfície dos acontecimentos pluviosos
seleccionados, para o posto udográfico de Évora-Cemitério.
160
Identificação Situação depressionária
Data de início Hora
D (min) P (mm) M E FF FQ FO PD PT Sequência Activa Hr (%) T (ºC)
(d-m-ano) (h:min)
11-12-1989 22:29 2815 69.1 X X X X X 2,3 15
16-11-1989 13:40 4990 62.8 X X 2,3 13
22-10-1989 12:45 2170 53.5 X X 15
24-01-1988 17:15 4035 63.6 X X 2 13
19-02-1986 12:20 2520 51.1 X X 11
15-02-1986 12:45 4540 51.1 X X X 3 10
12-02-1986 18:20 2775 59.2 X X 13
20-01-1985 3:55 3625 105.8 C X X 15
03-01-1985 19:20 2760 51.3 X X X 1 8
18-11-1983 22:45 4135 80 X 2 16
13-11-1983 13:20 3420 64.9 X 2 14
05-11-1982 10:30 5455 83.6 X X 2 13
05-10-1979 11:45 1535 63.5 X X 2 17
09-02-1979 8:25 3275 61.1 X X 1,2 100 11
02-12-1978 1:40 3120 60.2 X X X 2 94 14
22-07-1977 22:50 430 69.3 C 94 18
05-12-1976 1:15 3305 59 X X X 1,2 94 11
19-12-1973 3:45 1860 57.7 X X 1,2 100 9
06-12-1972 14:50 2435 52.7 X X 1,2 94 8
02-02-1972 3:25 1850 53.5 X X X 94 10
05-06-1970 14:45 2295 55
09-01-1970 5:25 4210 67.2
02-01-1970 3:25 4070 66.9 C X X X 1,2 100 7
12-03-1969 9:15 2265 105.1 X X 95 14
02-10-1966 10:15 2100 58.1 X X X 1,2 94 16
13-04-1966 4:35 3315 92.4 X X X X 2,3 94 15
19-02-1966 16:50 4340 68.6 C X X 1,2,3 94 10
18-11-1965 5:40 3390 57.5 C X X 1 88 12
10-03-1964 7:35 3630 62.2 X X X 88 8
11-11-1963 15:00 5975 137 X X X 2,3 88 16
15-02-1963 6:30 1630 61.8 X X X 1 95 9
25-10-1962 20:30 1940 90.4 X 93 17
12-05-1960 15:03 3040 56.7 X X X X 100 18
12-12-1958 18:27 1690 56.8 X X 2 100 12
17-12-1958 21:23 6110 149.7 C X X 95 10
15-12-1955 22:19 1925 56.2 X X X
14-12-1955 0:32 670 60 X X X 95
05-11-1954 4:30 3350 86.9 C 100 15
25-01-1952 19:09 1915 52.9 X X X 100 7
27-03-1952 23:00 5320 71.1 C X X X X 1,2,3 12
30-03-1952 21:32 2700 67.3 C X 2 90 12
11-09-1952 20:40 1730 60.6 X 1 100 14
04-11-1951 18:30 1805 86.9 X X X 1 100 14
18-11-1949 1:10 1395 52.2
21-09-1949 19:55 1955 56.1
03-03-1947 16:20 2455 58.1
29-04-1946 13:00 44 H 54.1
17-12-1945 0:15 4315 68.5
23-03-1943 4:55 4490 67.2
31-01-1943 20:00 35 H 58.5
04-10-1942 10:50 2655 65.9
20-01-1941 7:45 6550 111.5
Quadro 4.30 Caracterização sinóptica da situação em altitude, vento, tempo e nuvens dos
acontecimentos pluviosos seleccionados, para o posto udográfico de Évora-Cemitério.
161
Fluxo sinóptico à
Identificação
superfície
Data de início Hora Situação em
D (min) P (mm) V (nós) DV Tempo Nuvens
(d-m-ano) (h:min) altitude
Cfi-CFc;
11-12-1989 22:29 2815 69.1 14 SW Z(30-60) St; As/Ns
CHMc
Cfi-CFi; St/Sc; Cb/Cu;
16-11-1989 13:40 4990 62.8 10 S MVOR(45-50)
ACM; ANf Ac
Cfi-CMi;
22-10-1989 12:45 2170 53.5 5 S MVOR(55-60) Cb; As/Ns; Ac
ACv; Tc
St; Cu; As/Nst
24-01-1988 17:15 4035 63.6 11 SW Z(40-60) Cfc-CMi
Ac
St; Cu; As/Ns;
19-02-1986 12:20 2520 51.1 8 W Z(30-80) Cfc-CFc; CHfi
Ac
Cfi-CFi; ACM- St; Cu; As/Ns;
15-02-1986 12:45 4540 51.1 13 SW MVOR(30-55)
ACv; ANF Ac
12-02-1986 18:20 2775 59.2 15 SW Z(35-60) Cfi-CFc; CHFi St/Sc; Cu; Ac
Cfc-CFi; ACf- St/Sc; Cu;
20-01-1985 3:55 3625 105.8 17 SW MVOR(45-50)
ACF As/Ns
Cfc-CFi; St/Sc; As/Ns;
03-01-1985 19:20 2760 51.3 9 NW MVOR(30-35)
ACM-ACV Ac
Cfc-CFi;
MVORb(30- St, Cb/Cu;
18-11-1983 22:45 4135 80 8 S ACM-ACv;
35) As/Ns
ANF; Tg
MVORb(25- Cfi-CFc; St, Cb/Cu;
13-11-1983 13:20 3420 64.9 6 E
40) ACM As/Ns; Ac
St/Sc; Cu;
05-11-1982 10:30 5455 83.6 19 SW MVOR(40-60) Cfc-CMi; ACv
As/Ns
ACf-ACM; St/Sc; Cu;
05-10-1979 11:45 1535 63.5 10 S MVOR(25-45)
Cfi-Cfc As/Ns; Ac
ACf-ACM;
09-02-1979 8:25 3275 61.1 20 SW Z St; Cu; Ac
CMi
ACf-ACM; St; Cu; As/Ns;
02-12-1978 1:40 3120 60.2 7 NW Z
Cfi-Cfc Ac
22-07-1977 22:50 430 69.3 10 S MVe(10-20) Tc Cb; Ac
05-12-1976 1:15 3305 59 14 NNW Z(60-75) Cfi-CMc;CHfi St; Cu; As/Ns
MVORb(30- ACf-ACM; St; Cu; As/Ns;
19-12-1973 3:45 1860 57.7 12 SW
40) Cfi Ac
St/Sc; Cu;
06-12-1972 14:50 2435 52.7 2 N MVOR(30-55) ACf; Cfi-Cfc
As/Ns; Ac
02-02-1972 3:25 1850 53.5 16 SW Z(50-45) Cfi-CMc St; As/Ns
05-06-1970 14:45 2295 55
09-01-1970 5:25 4210 67.2
Cfi-CMc; ACf-
02-01-1970 3:25 4070 66.9 4 ENE MVOR(30-30) St; Cu; As/Ns
ACM; CHfc
St/Sc; Cu;
12-03-1969 9:15 2265 105.1 13 SW Z Cfi-CMc; ACf
As/Ns; Ac
Cfi-Cfc; Acf;
02-10-1966 10:15 2100 58.1 11 SW MVOR(45-50) St; Cu; As/Ns
CHfi
13-04-1966 4:35 3315 92.4 16 SW Z(35-60) Cfi-CFc Sc; Ast/Ns
Cfc; ACf- Cb/Cu; As/Ns;
19-02-1966 16:50 4340 68.6 23 S MVOR
ACM Ac
Sc; Cu; As/Ns;
18-11-1965 5:40 3390 57.5 15 W MVOR(40- ) Cfc-CMi
Ac
Cfi-CMi; Acf;
10-03-1964 7:35 3630 62.2 10 S MVOR(45-65) St/Sc; Cb
Tc
11-11-1963 15:00 5975 137 16 S MVOR(30- ) Cfi-CMc St
15-02-1963 6:30 1630 61.8 10 SW MVe(50-60) Cfi-CMc St/Sc
25-10-1962 20:30 1940 90.4 13 SW MVOR( -50) Cfi-CMc St/Sc
12-05-1960 15:03 3040 56.7 10 SSW MVOR CF Cb
12-12-1958 18:27 1690 56.8 12 WSW Z
17-12-1958 21:23 6110 149.7 17 WSW Z T Cb
15-12-1955 22:19 1925 56.2 22 SW Z(110) CFc St/Sc
14-12-1955 0:32 670 60 22 SW Z
05-11-1954 4:30 3350 86.9 9 S MVOR CMc; T St
Junção de 2
25-01-1952 19:09 1915 52.9 0.5 NE MVOR CF
centros
27-03-1952 23:00 5320 71.1 23 S MVORb St/Sc
30-03-1952 21:32 2700 67.3 29 SW MVORb CF St; Cb
11-09-1952 20:40 1730 60.6 10 ESE MVOR CM
04-11-1951 18:30 1805 86.9 27 SSW MVOR CHFc St; Cb
18-11-1949 1:10 1395 52.2
21-09-1949 19:55 1955 56.1
03-03-1947 16:20 2455 58.1
162
Em relação a Faro, não foi possível fazer a caracterização do acontecimento pluvioso
registado em 26 de Dezembro de 1963 e 5 de Novembro de 1988 em virtude não
existirem as cartas sinópticas diárias. Faro é o único posto udográfico estudado onde
apenas se caracterizaram situações de centro depressionário estacionário não
associado a perturbações frontais, excepto em dois acontecimentos pluviosos. A
situação complexa aparece tanto em situações de centro depressionário estacionário
como móvel (Quadro 4.31). Em Faro (Quadro 4.32) a circulação em altitude
meridiana bloqueada de gota de ar frio é a segunda mais vezes identificada (11
acontecimentos pluviosos) sendo apenas ultrapassada pela circulação meridiana com
correntes ondulatórias de vale na vertente oriental (16 acontecimentos pluviosos).
Quadro 4.31 Caracterização sinóptica da situação geral à superfície dos acontecimentos pluviosos
seleccionados, para o posto udográfico de Faro-Aeroporto.
Identificação Situação depressionária
Data de início Hora
D (min) P (mm) M E FF FQ FO PD PT Sequência Activa Hr (%) T (ºC)
(d-m-ano) (h:min)
20-12-1992 18:20 4105 183.4 X 2 12
04-04-1990 20:50 900 52 X X 15
25-12-1989 1:20 2085 56.8 X X 2 14
03-12-1989 5:25 700 93.9 C 17
16-11-1989 23:25 4180 60.4 X X 2 16
23-10-1989 06:20 955 62.6 X X 19
17-10-1989 0:00 675 76.7 X 17
13-10-1989 11:55 2285 165.6 X 17
23-11-1988 14:50 1765 75.2 X X 2,3 12
10-11-1988 10:20 1495 82.6 X 18
05-11-1988 9:15 2095 73.5
06-12-1987 22:30 2605 115.4 C 2 13
02-11-1987 7:10 1700 101.4 X 16
19-02-1985 17:25 2520 58.1 X 11
01-11-1983 22:50 5355 82.3 C 17
28-10-1983 4:10 1865 58.8 C 17
05-11-1982 21:25 3310 69.7 X X 1,2 16
01-02-1979 8:00 1975 53.9 X X 1,2 94 16
29-11-1977 3:05 1625 63.7 X 100 10
05-12-1975 15:20 5295 212.3 X 88 14
16-12-1971 11:35 1520 94.3 X 93 11
01-01-1970 18:50 1105 63.2 X X X 1,2 94 11
08-01-1969 20:30 1170 63.5 X X X 1 89 14
14-11-1968 9:15 2135 67.6 X X X 1,2,3
17-02-1968 2:00 1985 55.7 C X X 1 94 15
16-11-1967 19:35 4265 68.4 X 88 13
21-10-1967 17:20 3020 58 X 2 88 17
02-11-1964 19:15 3740 64.6 X X X 1 100 18
15-01-1964 2:45 2715 58.5 X X 2,3 94 14
26-12-1963 11:10 1775 86.4
163
Quadro 4.32 Caracterização sinóptica da situação em altitude, vento, tempo e nuvens dos
acontecimentos pluviosos seleccionados, para o posto udográfico de Faro-Aeroporto.
Fluxo sinóptico à
Identificação
superfície
Data de início Hora Situação em
D (min) P (mm) V (nós) DV Tempo Nuvens
(d-m-ano) (h:min) altitude
Cfc-CMi; Cb/Cu; As/Ns;
20-12-1992 18:20 4105 183.4 10 NE MVOR(25-30)
ANF; Tc; Tg Ac
St; Cb/Cu;
04-04-1990 20:50 900 52 14 W MVOR(40-55) CMi; ACv
As/Ns; Ac
25-12-1989 1:20 2085 56.8 17 SW MVOR(30-30) ACv; ANF Sc; Cb/Cu
03-12-1989 5:25 700 93.9 14 SW MVOR(20-30) CMc St; Cu; As/Ns
Cfc-CMi;
Sc; Cb/Cu;
16-11-1989 23:25 4180 60.4 22 SW MVOR(55-75) ACF; ANF;
As/Ns; Ac
Tg
St/Sc; Cb;
23-10-1989 06:20 955 62.6 12 SE MVOR(60-60) CMi; ACv
As/Ns; Ac
17-10-1989 0:00 675 76.7 4 NE MVOR(10-40) ACv; Tg Cb/Cu; Ac
Cfi-CMi; Tc;
13-10-1989 11:55 2285 165.6 10 E MVOR(20-30) Cb/Cu; Ac
Tg
Cfc-CFc; CHfi-
23-11-1988 14:50 1765 75.2 19 NE MB St/Sc; As/Ns
CHfc
St/Sc; Cb/Cu;
10-11-1988 10:20 1495 82.6 8 SW MB Cfc-CFc; Tg
As/Ns
05-11-1988 9:15 2095 73.5
Cfc-CFc;
06-12-1987 22:30 2605 115.4 7 SE MB ACM; ANF; Cb/Cu; Ac
Tg
Cfc-CFc;
02-11-1987 7:10 1700 101.4 21 SE MB St; Cb/Cu; Ac
ANF; Tc; Tg
19-02-1985 17:25 2520 58.1 8 NE MB Cfc-CFc; ANF Cb/Cu; Ac
Cfi-CFc; ACv; St/Sc; Cb/Cu;
01-11-1983 22:50 5355 82.3 4 NE MVOR(20-25)
ANF As/Ns; Ac
CMi-CFc; Tc;
28-10-1983 4:10 1865 58.8 10 E MVOR(25-30) Cb; Ac
Tg
Cfi-Cfc; ACM- St/Sc; Cb/Cu;
05-11-1982 21:25 3310 69.7 20 SW MVOR(35-45)
ACv; ANF Ac
01-02-1979 8:00 1975 53.9 13 W Z(40-65) Cfi-Cfc St/Sc; Cu; Ac
Cb/Cu; As/Ns;
29-11-1977 3:05 1625 63.7 5 NE MB Cfi-CMi; Tc
Ac
Cfc;ACf-ACF; St/Sc; Cb/Cu;
05-12-1975 15:20 5295 212.3 13 SE MB
Tc As/Ns; Ac
16-12-1971 11:35 1520 94.3 3 N MB ACM; Tc Sc; Cb; Ac
01-01-1970 18:50 1105 63.2 16 E MVOR(10-30) Cfi-CMc; ACf St/Sc; Ac
08-01-1969 20:30 1170 63.5 21 SW MVOR(25-40) Cfc; ACf Sc; As/Ns; Ac
14-11-1968 9:15 2135 67.6 MVOR
St/Sc; As/Ns;
17-02-1968 2:00 1985 55.7 6 SE MVOR Cfi-Cfc; ACf
Ac
Cfi; ACf- St; Cb/Cu;
16-11-1967 19:35 4265 68.4 9 NE MB
ACM; Tc As/Ns; Ac
21-10-1967 17:20 3020 58 2 S MB ACf-ACv Sc; Cb; Ac
CMc; ACf;
02-11-1964 19:15 3740 64.6 6 NE MB Sc; Cb; As/Ns
CHfi
15-01-1964 2:45 2715 58.5 6 E MVOR Tc Sc; Cu; As/Ns
26-12-1963 11:10 1775 86.4
164
LEGENDA DOS QUADROS
Identificação:
D - Duração do acontecimento pluvioso;
P - Precipitação total do acontecimento pluvioso;
Situação à superfície (foram consideradas só as depressionárias):
M - Depressão móvel;
E - Depressão estacionária;
C - Depressão complexa sobre ou na proximidade de Portugal Continental (existência de mais de um centro
depressionário);
FF - Frente fria;
FQ - Frente quente;
FO - Frente oclusa;
PD - Ponto duplo;
PT - Ponto triplo;
Sequência - Sucessão de perturbações frontais;
Activa - Isobaras angulosas na intercepção com a frente (1); Isobaras próximas (2); depressão cavada (3);
Hr - Humidade relativa, no momento mais próximo da hora da máxima precipitação;
T - Temperatura, no momento mais próximo da hora da máxima precipitação;
Fluxo sinóptico à superfície:
V - Velocidade do vento;
DV - Direcção do vento;
Situação em altitude:
Z - Zonal, com indicação do vento em nós acima da região em estudo ex: 40-60 40 nós a 700 mb e 60 nós a 500
mb;
M - Meridiano, com indicação do vento em nós acima da região em estudo ex: 40-60 40 nós a 700 mb e 60 nós a
500 mb;
V - Vale;
D - Dorsal;
OR - Vertente oriental;
E - Vertente ocidental;
B - Depressão fria, gota de ar frio;
e - Eixo;
b - Bloqueado, três dias no mesmo sítio;
Tempo:
Cfi e Cfc - Chuva fraca intermitente ou contínua;
CMi e CMc - Chuva moderada intermitente ou contínua;
CFi e CFc - Chuva forte intermitente ou contínua;
ACf, ACM, ACF e ACv - Aguaceiro de chuva fraco, moderado, forte ou violento;
ANMM - Aguaceiro de neve molhado moderado;
ANf e ANF - Aguaceiro de neve fraco ou forte;
CHfi, CHfc - Chuvisco fraco intermitente ou contínuo;
CHMi e CHMc - Chuvisco moderado intermitente ou contínuo;
CHFi e CHFc - Chuvisco forte intermitente ou contínuo;
Tc - Trovoada com chuva;
Tg - Trovoada com granizo;
Nuvens:
St -Estratos;
Sc - Estratocúmulos;
Cu - Cúmulos;
Cb - Cumulonimbo;
As/Ns - Altostratos e Nimbostratos;
Ac - Altocúmulos;
165
Quadro 4.33 Regressões lineares múltiplas obtidas a partir da caracterização sinóptica dos
acontecimentos pluviosos seleccionados e análise de regressão.
Coeficientes das regressões das variáveis independentes
Precipitação (mm)
Aveiro 12.175 49.450 0.26 8.812 9.6 -19.3
Lisboa 10.000 19.853 2.697 12.171 -0.922 0.675 8.164 0.49 18.046 26.4 -33.6
Évora 12.653 16.356 1.582 5.881 6.440 1.247 -21.983 0.57 15.816 15.6 -61.3
Faro 10.303 11.530 25.976 0.19 38.557 57.6 -109.3
Intensidade (mm/h)
Aveiro -0.599 0.223 0.417 0.721 0.62 0.492 0.8 -0.9
Lisboa 0.400 -0.724 0.896 0.344 0.39 1.156 1.6 -3.5
Évora 0.590 0.172 0.470 0.159 -2.971 0.33 1.238 1.7 -6.3
Faro 0.538 0.355 0.084 -1.761 0.25 1.594 3.1 -3.4
Duração (min)
Aveiro -580.690 425.124 581.267 970.695 0.46 874.883 2910 -3453
Lisboa 578.598 -500.715 62.968 2087.043 0.71 660.308 1773 -1844
Évora 296.502 -828.202 382.133 -81.149 3753.613 0.38 1096.759 4249 -2615
Faro 378.431 439.649 635.567 0.1 1330.086 2414.8 -3522.9
Com esta caracterização sinóptica dos acontecimentos pluviosos foi determinada uma
regressão linear múltipla para os quatro postos udográficos, com o objectivo de ajudar
à previsão da precipitação, da duração e da intensidade de precipitação dos
acontecimentos pluviosos com precipitação mínima de 50.8 mm. A análise de
regressão obtida está indicada no Quadro 4.33. Nas Figuras 4.32, 4.33 e 4.34
representam-se os valores calculados e os valores observados da precipitação,
intensidade média e duração dos acontecimentos pluviosos seleccionados, para a
análise sinóptica, para os quatro postos udográficos. Estas figuras resultaram da
aplicação das regressões lineares múltiplas referidas no Quadro 4.33. Verifica-se uma
razoável caracterização da precipitação, em Évora, da intensidade média de
precipitação, em Aveiro, e da duração, em Lisboa. Não foi possível, através da
regressão linear múltipla, caracterizar razoavelmente qualquer uma das variáveis
dependentes estudadas do posto de Faro.
AVEIRO LISBOA
120.0 160.0
120.0
Precipitação (mm)
Precipitação (mm)
80.0
80.0
40.0
40.0
0.0
0.0
-40.0 -40.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Observações Observações
Série observada Série calculada Desvios Série observada Série calculada Desvios
ÉVORA FARO
160.0 240.0
200.0
120.0
160.0
Precipitação (mm)
Precipitação (mm)
80.0 120.0
80.0
40.0
40.0
0.0 0.0
-40.0
-40.0
-80.0
-80.0 -120.0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Observações Observações
Série observada Série calculada Desvios Série observada Série calculada Desvios
166
AVEIRO LISBOA
8.0 8.0
6.0 6.0
Intensidade (mm/h)
Intensidade (mm/h)
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
-2.0 -2.0
-4.0 -4.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
Observações Observações
Série observada Série calculada Desvios Série observada Série calculada Desvios
ÉVORA FARO
8.0 8.0
6.0 6.0
Intensidade (mm/h)
Intensidade (mm/h)
4.0 4.0
2.0 2.0
0.0 0.0
-2.0 -2.0
-4.0 -4.0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Observações Observações
Série observada Série calculada Desvios Série observada Série calculada Desvios
Figura 4.33 Séries de intensidade média de precipitação observada, calculada e série de desvios.
AVEIRO LISBOA
7500.0 7500.0
6500.0 6500.0
5500.0 5500.0
4500.0 4500.0
Duração (min)
Duração (min)
3500.0 3500.0
2500.0
2500.0
1500.0
1500.0
500.0
-500.0 500.0
-1500.0 -500.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
-2500.0 -1500.0
-3500.0 -2500.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 -3500.0
Observações Observações
Série observada Série calculada Desvios Série observada Série calculada Desvios
ÉVORA FARO
7500 7500.0
6500 6500.0
5500 5500.0
4500 4500.0
Duração (min)
Duração (min)
3500 3500.0
2500 2500.0
1500 1500.0
500 500.0
-500 -500.0
-1500 -1500.0
-2500 -2500.0
-3500 -3500.0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
Observações Observações
Série observada Série calculada Desvios Série observada Série calculada Desvios
167
1964, sendo mais evidente na região do Alentejo, indicando a existência de um novo
regime pluvioso (Mendes e Coelho, 1993 in Ferreira, 1995). Segundo os mesmos
autores esta alteração do regime pluviométrico é apenas a nível mensal, já que em
termos anuais nada verificaram.
Quadro 4.34 Distribuição ao longo do ano dos acontecimentos pluviosos seleccionadas, para os postos
udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Posto Acontecimentos Acontecimentos Acontecimentos Acontecimentos Total
udográfico pluviosos ocorridos pluviosos pluviosos ocorridos pluviosos
entre Novembro e ocorridos entre entre Setembro e ocorridos entre
Março Abril e Junho Outubro Julho e Agosto
Aveiro 7 3 4 2 16
Lisboa 19 0 3 0 22
Évora 40 4 7 1 52
Faro 24 1 5 0 30
Total 90 8 19 3 120
Quadro 4.35 Distribuição dos acontecimentos pluviosos seleccionados ao longo da décadas, para os
postos udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Décadas
Posto udográfico 41-50 51-60 61-70 71-80 81-90 91-92 Total
Aveiro 15 1 16
Lisboa 8 13 1 22
Évora 9 11 12 8 12 0 52
Faro 9 4 16 1 30
Total 9 11 21 20 56 3 120
168
Quadro 4.36 Simultaneidade dos acontecimentos pluviosos seleccionados ao longo da décadas, para os
postos udográficos de Universidade de Aveiro, Lisboa (IGIDL), Évora-Cemitério e Faro-Aeroporto.
Década
Posto udográfico 41-50 51-60 61-70 71-80 81-90 91-92
Aveiro 6/12/82 * -
26/01/88
22/10/89
20/11/89
21/10/90
Lisboa 18/12/73 6/11/82 * -
5/12/76 15/11/83
10/02/79 18/11/83
5/10/79 3/01/85
21/10/90
Évora 2/01/70 19/12/73 5/11/82 * -
5/12/76 13/11/83
9/2/79 18/11/83
5/10/79 3/01/85
24/01/88
22/10/89
16/11/89
Faro 1/01/70 5/11/82 * -
23/10/89
16/11/89
* Acontecimento registado nos quatro posto. - Ausência de simultaneidade.
169
5. CONCLUSÕES. TRABALHOS FUTUROS
169
Determinaram-se seis curvas de possibilidade udométrica, para períodos de retorno de
2, 5, 10, 20, 50 e 100 anos, para cada um dos postos udográficos. Verifica-se que, de
entre as seis funções de distribuição analisadas, é a de Gumbel a que melhor
caracteriza a relação entre a intensidade de precipitação e o período de retorno, para
uma dada duração.
170
pluviosos intensos do Grupo II, que pertencem mais frequentemente ao 2º quartil,
têm, geralmente, duração inferior a 6 h e precipitação inferior a 12.7 mm (0.5 “).
Em relação à análise das condições sinópticas que poderiam estar na origem dos
acontecimentos pluviosos com precipitação superior a 50.8 mm (2 “), a análise de
regressão linear múltipla efectuada permitiu uma razoável caracterização da
precipitação, em Évora, da intensidade média de precipitação, em Aveiro, e da
duração, em Lisboa. Não foi, no entanto, possível, através da regressão linear
múltipla, caracterizar razoavelmente qualquer uma das variáveis dependentes
estudadas do posto de Faro.
171
A associação com informação obtida por radar meteorológico, à medida que se
verifiquem desenvolvimentos na utilização deste equipamento, deverá permitir a
extrapolação espacial da informação pontual, por forma a obter uma distribuição
contínua dos valores dos acontecimentos pluviosos intensos.
172