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Aplicações na Engenharia: Estimativa de disponibilidade e demandas: se aplica a planos

diretores de bacias; estudos de impacto ambiental; projetos de abastecimento; projetos de irrigação;


projetos de geração de energia e Previsão de eventos extremos: se aplica a projetos de proteção
contra enchentes; projetos de grandes obras: barragens, pontes, estradas; projetos de drenagem.

Os principais objetos de interesse do engenheiro hidrólogo: Vazões máx esperadas em


galerias de drenagem ou bueiros; Capacidade requerida de reservatórios para garantir suprimento de
água adequado para irrigação ou abastecimento urbano; Efeito de barragens sobre o controle de
enchentes em bacias hidrográficas; Efeito do desenvolvimento urbano sobre o sistema de drenagem
e o escoamento de enchentes; e Delimitação de níveis prováveis de enchentes para garantir a
proteção de áreas urbanizadas contra alagamentos, ou para realizar o zoneamento da bacia em
relação ao risco de enchentes.

Fator de Forma: (Kf) é a relação entre a largura média e o comprimento da bacia. Mede-se o
comprimento da bacia (L) quando se segue o curso d’água mais longo desde a desembocadura até a
cabeceira mais distante da bacia. A largura média (L média) é obtida quando se divide a área (A) pelo
comprimento da bacia. É um índice indicativo da tendência para cheias de uma bacia. Uma bacia com
um Kf baixo é menos sujeita a enchentes que outra de mesmo tamanho porém com maior K f.

Kf = Lmédia / L Lmédia = A/L Logo: Kf = A / L 2

Coeficiente de Compacidade( índice de Gravelius (Kc) é a relação entre o perímetro da bacia (P)
e o perímetro de um círculo de área igual á da bacia. Quanto + irregular for a bacia maior será o seu
Kc. Um coeficiente mínimo igual à unidade, corresponderia a uma bacia circular com tendência para
maiores enchentes.

A = π . R2 R = (A / π )1/2 Kc = P / 2πR Logo: Kc = 0,28 P / A1/2

c) Elevação média da bacia (E): A variação da altitude e a elevação média de uma bacia são
importantes pela influência que exercem sobre a precipitação, sobre as perdas de água por
evaporação e transpiração e, conseqüentemente, sobre o deflúvio médio.

E = (Σe.a)/A e = média entre 2 curvas de nível consecutiva a = área entre as 2 curvas A=


área total

d) Declividade de álveo: A velocidade de escoamento de um rio depende da declividade dos


canais fluviais. Assim, quanto maior a declividade, maior será a velocidade de escoamento. Obtém-
se a declividade de um curso d’água, entre dois pontos, dividindo-se a diferença total de elevação do
leito pela extensão horizontal do curso d’água entre esses dois pontos.

S = ΔH/L Onde S é a declividade (m/m), H é a diferença de cota (m) entre os pontos que definem
o início e o fim do canal, L é o comprimento do canal entre estes pontos.

Densidade de Drenagem (D): Um valor alto para D indicaria uma densidade de drenagem
relativamente alta e uma resposta rápida da bacia a uma precipitação. ( D = 0,5km/km 2 uma bacia de
drenagem pobre e índices maiores que 3,5km/km2 bacias bem drenadas.

D = LT / A (Km/Km2) LT = extensão total dos cursos d’água A = área da bacia hidrográfica. 

Os tipos de precipitação são dados a seguir, de acordo com o fator responsável pela ascensão da
massa de ar: Frontais: ocorrem ao longo da linha de descontinuidade que separa duas massas de ar
de características diferentes. Orográficas: ocorrem quando o ar é forçado a transpor barreiras
geográficas (cadeias de montanhas). Convectivas: são provocadas pela ascensão de ar devido às
diferenças de temperatura entre camadas vizinhas da atmosfera. São conhecidas como tempestades,
têm curta duração e caracterizadas por fenômenos elétricos, ventos e forte precipitação. Interessam
quase sempre a pequenas áreas.
As precipitações dos tipos Frontais e Orográficas ocupam grandes áreas, têm intensidade de
baixa a moderada, longa duração e são relativamente homogêneas. No ponto de vista da engenharia,
esses tipos interessam ao projeto de grandes trabalhos de obras hidroelétricas, controle de cheias e
navegação. Enquanto que as precipitações do tipo Convectivas interessam às obras em pequenas
bacias, como o cálculo de bueiros, galerias de águas pluviais e etc.

Exprime-se a quantidade de chuva pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície
plana e impermeável. Ela é avaliada por meio de medidas executadas em pontos previamente
escolhidos, utilizando-se aparelhos chamados pluviômetros ou pluviógrafos, que colhem uma
pequena amostra de água, pois têm uma superfície horizontal de exposição de 500cm 2 e 200cm2,
respectivamente, instalados a uma altura de 1,50m do solo.

As leituras do pluviômetro são feitas em intervalos de 24 h, em provetas graduadas e anotadas


em cadernetas próprias que são enviadas à agência responsável pela rede pluviométrica.

Os pluviogramas obtidos nos pluviógrafos fornecem o total de precipitação acumulado no


decorrer do tempo e apresentam grandes vantagens sobre os medidores sem registro. As
quantidades observadas num pluviógrafo no decorrer de uma chuva mostram que os acréscimos não
são constantes ao longo do tempo. Observa-se que os acréscimos simultâneos em dois ou mais
pluviógrafos colocados a uma pequena distância, são diferentes. Essa variação no espaço ocorre
também para a altura total de precipitação observada durante todo fenômeno pluvial ou durante
tempos maiores, como um mês ou um ano. Para cada ano é possível traçar, sobre um mapa, as
isoietas do total de precipitação desse ano, entendendo-se por isoietas as linhas que unem pontos
de igual precipitação.

Preenchimento de Falhas: Podem haver dias sem observação ou mesmo intervalos de tempo
maiores, por impedimento do encarregado de fazê-la, ou por estar o aparelho com defeito. Nesse
caso, a série de dados de que se dispõe numa estação X, dos quais se conhece a média M X num
determinado número de anos, apresenta lacunas, que devem ser preenchidas. Em geral, adota-se o
seguinte procedimento:

1) Supõe-se que a precipitação no posto X (PX) seja proporcional às precipitações nas estações
vizinhas A, B e C num mesmo período, que serão representadas por P a, Pb e Pc.

2)Supõe-se que o coeficiente de proporcionalidade seja a relação entre a média M X e as médias


Ma, Mb e Mc, no mesmo intervalo de tempo.

3)Adota-se como valor PX a média entre os três valores calculados a partir de A, B e C.

PX = [(MX/Ma)Pa + (MX/Mb)Pb + (MX/Mc)Pc]/3

A freqüência com que foi igualado ou superado um evento de ordem m é: F = m/n .


Considerando F como uma boa estimativa da probabilidade teórica e definindo o tempo de
recorrência como sendo o intervalo médio de anos em que pode ocorrer ou ser superado um dado
evento, temos a seguinte relação: Tr = 1/F 

Exemplo:Calcular o Tempo de Recorrência para uma chuva de 88,9 mm de acordo com as alturas
de chuva registradas na tabela a seguir. ( tabela com anos e as suas precipitações)

Tr = n/m Da tabela temos que: n = 19 anos (nº de observações) m = ordem do dado


estudado (decrescente)

Então: Tr = n/m→ Tr = 19 anos/9 = 2,11 anos Ou Tr = 2 anos, 1 mês e 9,6 dias


Variação da intensidade com a duração de chuva: Quando se estudam precipitações intensas,
costuma-se colher os dados observados em pluviógrafos, sob a forma de pluviogramas.
Pluviogramas são gráficos de precipitação acumulada ao longo do tempo a partir do início da chuva,
traçados sobre um papel graduado. Com eles é possível determinar, para qualquer lapso de tempo, a
partir de qualquer origem, as alturas de precipitação em mm. Plotada em um gráfico intensidade X
duração, observa-se que, quanto menor a duração considerada, maior a intensidade média.

Variação da intensidade com a freqüência de precipitação

As precipitações são tanto mais raras quanto mais intensas. Para considerar a variação da
intensidade com a freqüência, é necessário fixar a duração a ser considerada. Contando-se com
pluviogramas de todas as chuvas ocorridas e registradas num determinado pluviógrafo, durante n
anos, pode-se escolher a máxima de cada ano, para cada duração t. Obtém-se assim, uma série
anual, constituída por n máximos Xi para cada duração. A média e o desvio padrão dessa amostra
são:

X = ΣXi / n (com 1< i > n) σ = [Σ(Xi – X)2/(n-1)]1/2 (com 1< i > n)

Freqüência de dias sem precipitação: Quando há interesse em se conhecer o número máximo


de dias consecutivos sem precipitação, procede-se da seguinte forma.

1) Conta-se o n° máx de dias consecutivos sem chuva em cada ano. 2) Ordenam-se em ordem
decrescente esses valores e estima-se a freqüência e o tempo de recorrência, por: f = m/(n+1) e
Tr = (n+1)/m 3) Grafam-se os valores e obtêm-se os pares “número máximo de dias consecutivos
sem chuva X período de recorrência”.

Precipitação média em uma bacia: Até agora foi visto como se analisam os dados colhidos em
um ponto isolado e naturalmente é de se supor que só sejam válidos para uma área relativamente
pequena ao redor do aparelho. Para se computar a precipitação média em uma superfície qualquer, é
necessário utilizar as observações das estações dentro dessa área e nas suas vizinhanças. Há três
métodos de cálculo: média aritmética, método de Thiessen e método das isoietas.

Método da média aritmética: Consiste em se somarem as precipitações observadas num certo


intervalo de tempo, simultaneamente, em todos os postos e dividir o resultado pelo n° deles. A
(ASCE) recomenda que se use esse método apenas para bacias menores que 5.000 km 2, se as
estações forem distribuídas uniformemente e a área for plana ou de relevo muito suave.

Método de Thiessen: Este método dá bons resultados quando o terreno não é muito acidentado.
Consiste em dar pesos aos totais precipitados em cada aparelho, proporcionais à área de influência
de cada estação.

1) Os postos adjacentes devem ser unidos por linhas retas. 2) Traçam-se perpendiculares a
essas linhas a partir das distâncias médias entre os postos e obtêm-se polígonos limitados pela área
da bacia. 3) A área Ai de cada polígono é o peso que se dará à precipitação registrada em cada
aparelho (Pi). 4) A média será dada por: hm=Σ(Pi.Ai)/ΣAi, com i variando de 1 a n.

Método das Isoietas: Para o caso, de regiões montanhosas, embora os postos em geral se
localizem na parte mais plana, é sempre possível levar em consideração a topografia dando pesos as
precipitações, de acordo com a altitude do aparelho. O traçado das isoietas é extremamente fácil e
semelhante ao de curvas de nível em que a altura de chuva substitui a cota do terreno.

Traçadas as curvas, medem-se as áreas (Ai) entre as isoietas sucessivas (hr e hr+1) e calcula-se a
altura média como sendo: hm = [ΣAi.(hr + hr+1)/2]/ ΣAi ; com 1 < i > n
Exemplo: Determine a precipitação média, pelo método da Média Aritmética Simples e Método
de Thiessen, da bacia hidrográfica cujos dados estão fornecidos pela tabela a seguir.

Na tabela são colocados todos os valores,aqui estão do as somas

Precipitação Área
i Pi x Ai
(mm) (Km2)
 514,02 48,48 3.040,86
Média aritmética (da tabela temos): hm = SPi/ni hm = 514,02mm/9 hm = 57,11mm

Método de Thiessen(da tabela temos):

hm = S(Pi.Ai)/SAi Com: 1< i < n hm = 3040,86 mm.Km2/48,48 Km2 Logo: hm = 62,72


mm

CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO: quantidade máxima de água que um solo pode absorver na


unidade de tempo por unidade de área horizontal. A penetração da água no solo, na razão da sua
capacidade de infiltração, verifica-se somente quando a intensidade da precipitação excede a
capacidade do solo em absorver a água, isto é, quando a precipitação é excedente,pode ser expressa
em mm/ hora, mm/ dia ou em m³ / m² e por dia.

AÇÃO DA PRECIPITAÇÃO SOBRE O SOLO: As águas das chuvas chocando-se contra o solo
promovem a compactação da sua superfície, diminuindo a capacidade de infiltração. Destacam e
transportam os materiais finos que, pela sua sedimentação posterior, tenderão a diminuir a
porosidade da superfície. Umedecem a superfície do solo, saturando as camadas próximas,
aumentando a resistência à penetração da água. A intensidade dessa ação varia com a granulometria
dos solos, sendo mais importante nos solos finos

Determinação da capacidade de Infiltração: Pode-se medir a capacidade de infiltração local dos


solos com aparelhos denominado infiltrômetros. Existem dois tipos: Infiltrômetro com aplicação de
água por inundação e Infiltrômetros com aplicação da água por aspersão ou simuladores de chuva.

Os infiltrômetros são tubos cilíndricos curtos, de chapa metálica, com diâmetros variando entre
200 e 900 mm. São cravados verticalmente no solo de modo a restar uma pequena altura livre sobre
este. Podem ser utilizados um ou dois tubos concêntricos. No primeiro caso, o tubo é colocado no
terreno, até uma profundidade maior ou igual à da penetração da água durante a duração do ensaio
para evitar o erro causado pela dispersão lateral da água. Durante todo o tempo da experiência,
mantém-se sobre o solo uma camada de água de 5 a 10 mm de espessura.

Uma vez conhecida; a taxa de aplicação da água adicionada é dividida pela área da seção
transversal do tubo e tem-se a capacidade de infiltração

Simuladores de chuva: São aparelhos onde a água é aplicada por aspersão, com taxa uniforme,
superior à capacidade de infiltração do solo. A área de aplicação da água possui forma retangular ou
quadrada, de 0,10 a 40 m2. Medem-se a quantidade de água adicionada e o escoamento superficial
resultante. Deduzindo-se a capacidade de infiltração do solo
Determinação da Infiltração em Bacias

O método de Horner e Lloyd foi estudado para bacias de pequena área. Ele é baseado na medida
direta da precipitação e escoamento superficial resultante, o que possibilita a determinação da curva
da capacidade de infiltração em função do tempo.

Por exemplo: sejam três precipitações A, B e C que ocorrem em sucessão em uma bacia de
pequena área e suas alturas pluviométricas h1, h2 e h3 determinadas por um pluviógrafo. Ao mesmo
tempo, em um posto fluviométrico, determinaram-se os deflúvios (escoamento) correspondentes.

São representados pelas curvas D,E e F. Estes, expressos na mesma unidade das alturas
pluviométricas (mm), com valores a1, a2 e a3 respectivamente. As diferenças (h1 – a1), (h2 – a2) e
(h3 – a3) representam, com aproximação, a água de infiltração. Na realidade, elas incluem também a
água interceptada pelos vegetais e a retida nas depressões do terreno.

Para determinar a taxa de infiltração, as diferenças entre a chuva e o escoamento superficial


devem ser divididas pelo intervalo de tempo médio durante o qual a infiltração se verifica sobre toda a
bacia. O início da infiltração ocorre quando começa a precipitação excedente e continua até algum
tempo. No instante em que cessa a precipitação, a infiltração tem lugar sobre toda a área da bacia.

A medida que decorre o tempo, a área vai diminuindo até que, cessando o escoamento da água
por sobre o terreno, cessa também a infiltração. A duração da infiltração é o intervalo de tempo desde
o inicio de escoamento superficial até o término da precipitação excedente, adicionado um terço de
período entre o fim da precipitação excedente e o escoamento superficial.

A capacidade da infiltração média correspondente a cada precipitação é determinada pelas


relações:

◦ f1 = (h1 – a1)/t1 f2 = (h2 – a2)/t2 f3 = (h3 – a3)/t3

Locando-se cada um desses valores de f em correspondência com tempos t contados a partir do


início da precipitação excedente, obtém-se a curva procurada (capacidade de infiltração em função do
tempo). Horton observou que essa curva tende para um valor constante após um período de 1 a 3
horas, podendo ser representada por uma equação da forma:

◦ f = fc + (f0 – fc) e-kt onde f= capacidade de infiltração (mm/h) k = const de Horton

◦ Fc=valor const da capacidade de infiltração, decorrido algum tempo

◦ fo=valor da capacidade de infiltração correspondente ao início da precipitação, incluindo as


exigências da interceptação e da acumulação nas depressões;

Capacidade de Infiltração em Grandes Bacias : Em bacias hidrográficas muito grandes, a


intensidade da precipitação não é constante em toda a área. Para bacias desse tipo foi proposto, por
Horton, um método para a avaliação da capacidade média de infiltração. É necessário que a
precipitação seja medida por diversos aparelhos dispostos na área da bacia hidrográfica, onde um
deles, pelo menos, deve ser um pluviógrafo.

O método baseia-se em duas hipóteses: As precipitações que produzem enchentes em


grandes bacias apresentam curvas de intensidade muito semelhante em postos medidores vizinhos.
O escoamento superficial é, sensivelmente, igual à diferença entre a precipitação e a infiltração que
ocorre durante o período da precipitação em excesso.

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