Você está na página 1de 47

Tipos de precipitação

As precipitações são classificadas como chuvas frontais, chuvas


orográficas e convectivas, definidas de acordo com o fator
responsável pela ascensão do ar úmido.
Chuvas Frontais ou Ciclônica
São chuvas de duração média e longa,
provenientes de choques de massa de ar quente e frio.
O ar frio, mais denso, empurra a massa de ar quente para cima, que se
resfria e condensa o vapor d’água, produzindo chuvas.
Essas precipitações podem vir acompanhadas de ventos fortes com
circulação ciclônica.
Chuvas Convectiva
As chuvas convectivas são também chamadas de chuvas de verão.
Quando o ar úmido for aquecido na vizinhança do solo, podem criar camadas
de ar quente que se mantêm em equilíbrio instável. Essa camada sobe, sendo
resfriado rapidamente, condensando o vapor atmosférico, formando nuvens e,
em muitas vezes, precipitações.
São características de regiões equatoriais, onde os ventos são fracos e os
movimentos de ar são essencialmente verticais
Chuvas Orográficas
As chuvas orográficas ocorrem devido à influência do relevo
Quando ventos úmidos proveniente do oceano encontram barreiras
montanhosas no continente, elevando-se e resfriando-se, formando nuvens e
ocorrência de chuvas.
São chuvas de pequenas intensidades e grande duração, que cobrem
pequenas áreas.
Resumindo...
Variabilidade Espacial e Temporal das Chuvas
Exemplo 01:
PRECIPITAÇÃO MÉDIA SOBRE UMA BACIA

A altura média de precipitação em uma área específica é


necessária em muitos de problemas hidrológicos,
notadamente na determinação do balanço hídrico de uma
bacia hidrográfica.
Aceita-se a precipitação média como sendo uma lâmina de
água de altura uniforme sobre toda a área considerada,
associada a um período de tempo dado. Para calculá-la, é
necessário utilizar as observações pontuais dentro da área e
nas suas vizinhanças.
Existem três métodos para essa determinação: o método
aritmético, o método de Thiessen e o método das isoietas.
Método Aritmético

Esse método é o mais simples: consiste em determinar-se a


média aritmética entre as alturas de chuvas medidas na
área.
Este método só apresenta uma boa estimativa se os
aparelhos forem distribuídos uniformemente e a área for
plana ou de relevo suave.
Método Aritmético

Exemplo:
Método de Thiessen
Esse método, que pode ser utilizado mesmo para uma
distribuição não uniforme dos aparelhos.
Consiste em atribuir um peso aos totais precipitados
observados em cada aparelho, possibilitando que a área de
influência de cada um seja considerada na avaliação da
média.
Essas áreas de influência (pesos) são determinadas através
de mapas da bacia com os postos, unido-se os postos
adjacentes por linhas retas e, em seguida, traçando-se as
mediatrizes destas retas, formando polígonos, cujos lados
constituem os limites das áreas de influência de cada
estação.
Método de Thiessen

Metodologia:
a) ligar os postos (dentro e fora da área) por trechos retilíneos;
b) traçar linhas perpendiculares aos trechos retilíneos passando pelo
meio da linha que liga dois pontos;
c) prolongar as linhas perpendiculares até encontrar outra;
d) a precipitação média é calculada por

onde Ai = a área de influência do posto i; Pi = a precipitação registrada


no posto i e A = a área total da bacia. O método considera a não-
uniformidade da distribuição espacial dos postos, mas não leva em
conta o relevo da bacia. Facilita o cálculo automatizado. É o mais
utilizado.
Exemplo:
Método das Isoietas

De acordo com o método das isoietas, em vez de pontos


isolados de precipitação determinados pelos aparelhos de
medida, utilizam-se curvas de igual precipitação, cujo
traçado é simples e semelhante ao das curvas de nível,
onde a altura da chuva substitui a cota do terreno.
A precipitação média sobre uma área é calculada
ponderando-se a precipitação média entre isoietas
sucessivas (normalmente fazendo a média dos valores de
duas isoietas) pela área entre as isoietas, totalizando-se
esses produtos e dividindo-se pela área total da bacia.
Método das Isoietas
Metodologia:
a) localizar os postos no mapa da região de interesse e escrever o total
precipitado para o período escolhido ao lado de cada posto;
b) esboçar linhas de igual precipitação, escolhendo números inteiros ou
característicos;
c) ajustar estas linhas por interpolação entre os pontos;
d) utilizar um mapa de relevo e superpor ao mapa de isoietas. Fazer um
ajuste destas linhas com o relevo;
e) para se obter a precipitação média planimetrar a área entre isoietas,
Ai,i+1, multiplicar pela média das precipitações das respectivas isoietas,
(Pi+Pi+1)/2, e dividir pela área total:
Exemplo: Em uma bacia hidrográfica estão instalados cinco postos
pluviométricos cujas áreas de influência estão indicadas na tabela abaixo.

Conhecidas as alturas de uma chuva intensa ocorrida no dia 02/05/2017,


qual a altura de chuva média, usando os métodos da média aritmética e
dos polígonos de Thiessen?
Exemplo: Determine a precipitação média na bacia
hidrográfica representada a seguir, onde se indicam
as isoietas em ano médio e as áreas por elas
definidas.
Exercício:
CHUVAS INTENSAS

São geralmente a causa de grandes prejuízos quando os


rios transbordam e inundam casas, destroem plantações
etc.
Deve-se conhecer a intensidade da chuva para o projeto
de estruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais,
vertedores.
Relação entre a intensidade da precipitação I que atinge
uma área em uma duração D com uma dada
probabilidade de ocorrência F:
Curva IDF: Intensidade – Duração - Frequência
Curvas IDF são diferentes para diferentes locais
Exercício:
1.Considerando a curva IDF para a cidade de Porto Alegre, qual a
intensidade da chuva com duração de 40 minutos que tem 1% de
probabilidade de ser igualada ou superada em um ano qualquer?

2. Considerando a curva IDF do exercício 1, qual é a intensidade da


chuva com duração de 60 minutos que tem 2% de probabilidade de
ser igualada ou superada em um ano qualquer em Porto Alegre?
Determine a intensidade também para 10% e 50% de probabilidade
de ser igualada ou superada. A intensidade da chuva e a
probabilidade de ocorrência são inversamente ou diretamente
proporcionais?
Exercício:
3. No dia 04 de novembro de 2005 uma chuva muito intensa atingiu a
cidade de Porto Alegre. Medições mostraram que a lâmina precipitada foi
de 35 mm, e que a duração da chuva foi de uma hora. Considerando a
curva IDF obtida com dados do antigo posto pluviográfico do Parque da
Redenção, qual é o tempo de retorno desta chuva?

4. A prefeitura de uma cidade está sendo processada por um cidadão


cujo carro foi arrastado pelo escoamento de água sobre a rua durante
uma chuva. O cidadão está acusando a prefeitura de sub-dimensionar a
galeria de drenagem pluvial localizada sob a rua. A chuva medida durante
aquele evento em um posto pluviográfico próximo teve intensidade de
150 mm/hora, e duração de 40 minutos. Considerando válida a curva IDF
de Porto Alegre, comente sobre a possibilidade deste cidadão ser
indenizado.

Você também pode gostar