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HIDROLOGIA APLICADA

Professora: Ana Luiza Ferreira Campos Maragno

Unidade 3 – Precipitação
1 Introdução

O regime hidrológico de uma região é determinado por suas características:


• Físicas
• Geológicas
• Topográficas
• Por seu clima

2 Fatores climáticos

2.1 Atmosfera

- Mistura complexa de gases

- Maneira simples: Três partes principais

1) Ar seco: 99% nitrogênio e oxigênio, 0,93% argônio, 0,03% dióxido de carbono,


hidrogênio, hélio, neônio etc.
2) Vapor d’água: levado ao ar devido à evaporação
3) Partículas sólidas em suspensão (AEROSSÓIS): provenientes do solo, sais de origem
orgânica e inorgânica, explosões vulcânicas, combustão de gás, carvão e petróleo e da queima
de meteoros na atmosfera.

2.2 Circulação da atmosfera e ventos

Troposfera - 18 Km no equador
- 9 Km nos polos

Movimento Horizontal (ventos)

Movimento Vertical (corrente de ar)

2.3 Umidade atmosférica

Influencia na formação da precipitação e na evaporação.

2.4 Temperatura e transporte de energia na atmosfera

Calor por irradiação: emissão pelo sol no vácuo (ondas curtas) / na Terra (calor sensível)
(ondas longas).

Condução: O ar é aquecido sem qualquer movimento da matéria


Convecção: Transporte de calor por transporte da matéria

Figura 1 – Movimentos Atmosféricos. Fonte: Departamento de Metereologia – FCTH - USP


2.4.1 Distribuição vertical da temperatura

Decréscimo da temperatura com a altitude: 6,5º C / km elevado na Troposfera.

2.4.1 Distribuição geográfica da temperatura

Em geral, a precipitação é máxima no Equador decrescendo no aumento da latitude. No


Brasil, a região com máxima precipitação se situa na Serra do Mar, em São Paulo e as
mínimas no Nordeste.

2.4.3 Variação da Temperatura com o tempo

3 Precipitação

Podem ocorrer de diferentes maneiras, como: chuva, orvalho, neve, neblina...

3.1 Formação das precipitações

Elemento básico: Umidade atmosférica


Outros requisitos: Mecanismo de resfriamento do ar, presença de núcleos higroscópicos e
crescimento das gotas.

O ar úmido das camadas baixas da atmosfera é aquecido por condução e eleva-se, expande e
resfria até o nível de condensação. Com a existência de núcleos higroscópicos (partículas de
origem inorgânica), o vapor se condensa e por um processo de crescimento* a gota atinge
tamanho suficiente para precipitar.

*Coalescência: As gotas de água aumentam de tamanho devido à colisão (movimento


turbulento do ar, forças elétricas e do movimento Browniano).

3.2 Tipos de precipitação

3.2.1 Precipitações Ciclônicas

Estão associadas com o movimento de massas de ar de região de alta pressão para regiões de
baixa pressão. Essas diferenças de pressão são causadas pelo aquecimento desigual da
superfície terrestre.

Podem ser classificadas em Frontal e não Frontal.

Frontal: Resulta da ascensão do ar quente e úmido.

Não Frontal: Ocorre baixa barométrica.

As precipitações ciclônicas são de longa duração e intensidade baixa a moderada, espalhando-


se por grandes áreas. São importantes principalmente no projeto de grandes bacias
hidrográficas.

3.3.2 Precipitações Orográficas

Resultam da ascensão de correntes de ar úmido sobre barreiras naturais. Exemplo: Serra do


mar.

3.3.3 Precipitações Convectivas

O aquecimento desigual da superfície terrestre provoca o aparecimento de camadas de ar com


diferentes densidades (gera estratificação térmica da atmosfera, em equilíbrio estável). Se
algum fator desequilibra (vento, superaquecimento) provoca ascensão brusca do ar menos
denso.
Características: grande intensidade e curta duração, concentradas em pequenas áreas. São
importantes no projeto de pequenas bacias. Típicas de regiões tropicais.

4 Medidas Pluviométricas

Quantidade de chuva é expressa pela altura de água caída e acumulada sobre uma superfície
plana e impermeável.
Os pontos os quais serão executadas as medidas são previamente escolhidos.

Para realizar a medição utilizam-se aparelhos, como Figuras 2, 3, 4, 5 e 6 abaixo,


denominados:

• Pluviômetros: Simples receptáculos, medidas periódicas (sete horas da manhã).


• Pluviógrafos: Registram a altura d’água no decorrer do tempo.

Figura 2 – Pluviômetro, detalhes e instalação


Figura 3 – Esquema do principio de funcionamento do pluviógrafo de flutuador

Figura 4 – Esquema de instalação de pluviógrafo

Figura 5 – Princípio de funcionamento do pluviógrafo


Figura 6 - Principio do funcionamento do pluviógrafo “basculante”.

Grandezas Características:

• Altura pluviométrica (h): medida realizada nos pluviômetros (em mm);


• Intensidade da precipitação (i): relação entre altura e a duração da chuva (mm / hora
ou mm / minutos);
• Duração (t): período de tempo contado desde o início até o fim da precipitação (horas
ou minutos).

5 Frequência de totais precipitados

Classificam-se os dados observados nos postos hidrométricos em ordem decrescente e a cada


uma atribui-se o seu número de ordem.

Método Califórnia:

Método de Kimbal:
Tal que:

F = Frequência com que um evento de ordem m foi igualado ou superado.


n = Número total de eventos.

Definindo o tempo de recorrência ou período de retorno como sendo o período de tempo


médio (medido em anos) em que um determinado evento deve ser igualado ou superado pelo
menos uma vez, temos:

Tem-se verificado que a série de observações pluviométricas anuais se adapta bem a lei de
Gauss, ou seja, quando os dados são locados em papel probabilístico aritmético-normal
apresentam a tendência de se alinharem segundo uma reta.

A distribuição normal se apresenta como uma reta que passa por três pontos característicos:

Tal que:

Frequência acumulada até


Pto. médio Frequência
Intervalo F.X n= F.x² ponto médio
(X) (F)
Numérica Porcentagem

Definindo que:
Período de retorno Probabilidade das alturas pluviométricas esperadas

(Anos) Máxima Mínima

2 1-1/2 = 0,50 1/2 = 0,50

5 1-1/5 = 0,80 1/5 = 0,20

10 1-1/10 = 0,90 1/10 = 0,10

30 1-1/30 = 0,97 1/30 = 0,03

100 1-1/100 = 0,99 1/100 = 0,01

1000 1-1/1000 = 0,999 1/1000 = 0,001

Exemplo:

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ T. ANUAL
1941 228,1 49,6 32,8 51,3 13,2 8,0 16,5 5,5 215,4 122,0 210,5 113,7 1066,6
1942 220,5 249,1 405,6 62,7 41,6 28,1 30,5 0,0 33,1 57,7 126,9 233,1 1489,1
1943 331,6 114,1 298,4 44,6 3,9 41,1 0,0 7,1 7,1 240,0 203,2 181,1 1552,2
1944 111,4 176,8 150,6 47,5 0,0 0,1 0,0 0,0 1,8 52,2 157,4 29,3 727,1
1945 236,7 187,9 95,7 59,4 1,4 122,8 32,1 0,3 40,0 58,4 192,4 178,7 1205,8
1946 434,1 127,5 171,5 45,5 6,1 12,6 59,3 0,7 50,7 97,2 165,8 258,8 1429,8
1947 376,3 405,1 235,7 4,3 31,6 18,8 35,1 58,5 174,5 165,3 142,6 377,1 2024,9
1948 189,6 119,2 247,8 1,3 83,1 0,3 57,9 21,0 4,8 125,3 174,4 140,6 1245,3
1949 253,5 174,8 171,5 94,9 59,9 38,6 0,5 15,5 2,7 47,3 76,9 474,7 1410,8
1950 227,1 380,5 130,0 170,4 11,6 6,6 19,3 0,0 4,8 199,9 210,7 198,1 1559,0
1951 307,6 135,1 250,6 46,3 14,7 37,8 2,2 39,5 1,0 94,5 199,0 123,2 1251,5
1952 193,4 173,3 243,7 15,6 0,0 108,4 0,0 4,3 25,4 185,8 201,0 48,1 1199,2
1953 227,8 140,4 99,3 69,4 43,9 22,5 12,8 24,9 84,6 148,0 157,7 217,5 1248,8
1954 314,8 280,5 195,4 37,1 134,8 49,2 1,1 0,0 25,5 47,9 165,4 219,3 1471,0
1955 193,4 179,7 142,5 75,2 24,2 43,1 50,4 61,9 2,6 59,1 125,3 265,1 1224,5
1956 123,3 142,7 119,4 88,9 305,4 126,7 61,1 66,2 102,2 111,7 18,3 146,4 1412,3
1957 398,9 143,8 152,9 130,6 11,3 14,0 134,0 74,7 92,4 109,5 45,6 159,4 1467,1
1958 233,4 166,5 121,2 136,1 116,2 60,8 12,5 8,9 84,1 180,9 99,1 347,5 1567,2
1959 270,8 164,4 155,4 47,0 35,7 17,8 0,0 56,2 13,1 63,3 97,5 183,8 1105,0
1960 431,3 338,3 94,8 42,1 45,8 65,4 4,6 21,2 10,2 126,8 270,9 382,3 1833,7
1961 248,9 323,9 137,7 46,3 81,5 3,3 0,0 6,9 1,0 51,1 70,6 165,1 1136,3
1962 134,9 250,6 214,4 50,4 16,6 97,2 10,7 45,4 45,7 232,5 58,3 517,0 1673,7
1963 185,2 181,9 59,3 35,4 6,2 0,0 0,0 3,0 0,0 146,1 152,8 116,0 885,9
1964 155,7 285,5 89,1 18,4 61,1 8,8 58,6 7,2 79,8 163,4 78,1 445,3 1451,0
1965 351,9 437,6 170,0 51,8 97,0 20,2 49,1 9,1 41,0 161,3 178,9 282,1 1850,0
1966 120,8 95,9 170,1 45,4 62,7 0,0 2,0 18,7 84,5 135,1 179,0 316,7 1230,9
1967 390,7 199,7 261,7 22,9 29,1 71,2 4,7 0,1 71,4 252,8 136,4 208,9 1649,6
1968 406,5 127,1 114,9 26,8 13,8 15,7 4,8 32,4 39,6 117,3 115,3 180,4 1194,6
Pto. Frequência acumulada até
Frequência x=
Intervalo médio F.X F.x² ponto médio
(F)
(X) Numérica Porcentagem

700-750 725 1 725 -653,6 427192,96 0 0

750-800 775 0 0 -603,6 0 1 3,57

800-850 825 0 0 -553,6 0 1 3,57

850-900 875 1 875 -503,6 253612,96 1 3,57

900-950 925 0 0 -453,6 0 2 7,14

950-1000 975 0 0 -403,6 0 2 7,14

1000-1050 1025 0 0 -353,6 0 2 7,14

1050-1100 1075 1 1075 -303,6 92172,96 3 11,71

1100-1150 1125 2 2250 -253,6 128625,92 4 14,28

1150-1200 1175 2 2350 -203,6 82905,95 5 17,85

1200-1250 1225 5 6125 -153,6 117964,80 9 32,13

1250-1300 1275 1 1275 -103,6 10312,96 12 42,84

1300-1350 1325 0 0 -53,6 0 13 46,41

1350-1400 1375 0 0 -3,6 0 13 46,41

1400-1450 1425 3 4275 46,4 6458,88 15 53,55

1450-1500 1475 4 5900 96,4 37171,84 19 67,83

1500-1550 1525 0 0 146,4 0 20 71,40

1550-1600 1575 3 4725 196,4 115718,88 23 82,11

1600-1650 1625 1 1625 246,4 60712,96 23 82,11

1650-1700 1675 1 1675 296,4 87852,96 25 89,25

1700-1750 1725 0 0 346,4 0 25 89,25

1750-1800 1775 0 0 396,4 0 25 89,25

1800-1850 1825 1 1825 446,4 199272,96 25 89,25

1850-1900 1875 1 1875 496,4 246412,96 27 95,39


1900-1950 1925 0 0 546,4 0 27 95,39

1950-2000 1975 0 0 596,4 0 27 95,39

2000-2050 2025 1 2025 646,4 417832,96 28 100,00

TOTAL 28 38600 2284643,00


Com base na figura anterior foram estabelecidas as seguintes alturas pluviométricas anuais
esperadas em 5, 10, 100 e 1000 anos de período de retorno.
Alturas Pluviométricas Prváveis
Período de Retorno
Máxima Mínima
5 anos 1600 1145
10 anos 1725 1015
100 anos 2020 700
1000 anos 2240 490

Exercício:

Calcular os valores precipitados e tabulação de dados, conforme os dados abaixo:

Ano 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979
Total
precipitado 1.230 1.165 1.742 1.834 1.205 1.112 2.176 2.345 1.196 1.265
(mm)
Ano 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989
Total
precipitado 1.437 2.375 2.381 1.386 1.535 1.810 1.875 2.130 2.253 1.344
(mm)

6 Variação da Precipitação

Importância de estudo da distribuição e das variações das precipitações:

Æ Planejamento dos recursos hídricos;


Æ Estudos hidrológicos.

6.1 Variação Geográfica

Em geral é máxima no Equador e decresce com a latitude. Outros fatores afetam mais
efetivamente a distribuição da precipitação do que somente a distância do Equador.

A complexidade de variáveis em uma equação metereológica causa desencontro das


conclusões dos motivos da incidência de precipitações.

No Brasil: Máximas alturas pluviométricas ocorrem na região da Serra do Mar e as mínimas


ocorrem no Nordeste.

6.2 Variação Temporal

Æ Períodos úmidos são sempre contrabalançados por períodos secos;


Æ Nenhum ciclo regular significativo foi encontrado;

Æ Embora os registros de precipitação possam sugerir uma tendência de aumentar ou


diminuir, existe uma tendência de voltar à média, segundo Villela e Mattos (1975).

7 Precipitação Média sobre uma Bacia

7.1 Método Aritmético

Só apresenta uma boa estimativa se os aparelhos forem distribuídos uniformemente e a área


pesquisada for plana ou de relevo muito suave.

Média aritmética das quantidades medidas em uma área:

Tal que:

P = somatório de totais precipitados.


n = quantidade de medidas efetuadas.

Exemplo:

Calcular a altura pluviométrica média registrada nos postos da UFSCar, conforme medições
abaixo:

Posto A B C D E F G

Altura
pluviométrica 125 150 130 95 140 90 110
(mm)

Σ( P) (125 + 150 + 130 + 95 + 140 + 90 + 110)


h= = = 120mm
n 7
7.2 Método de THIESSEN

Pode ser utilizado, mesmo para distribuição NÃO UNIFORME dos aparelhos de medição.
Ligam-se todos os pontos adjacentes por linhas retas e traçam-se as mediatrizes dessas retas,
formando polígonos. Tal que os lados dos polígonos sejam os limites da influência de cada
estação.

Área Um

Figura 2 – Disposição de área para cálculo não uniforme.

Tal que:

Pi = precipitação em cada estação.

Ai = Área de influência de Pi.

ΣAi = Área da bacia

7.3 Método das ISOIETAS (mais preciso)

É calculado sobre curvas de igual precipitação.

Tal que:

hi = valor da isoieta de ordem “i”


h (i + 1) = valor da isoieta de ordem “i+1”
Ai = área entre duas isoietas
ΣAi = área total da bacia.

Área Um

Área cinco

Figura 3 – Disposição de área para cálculo pelas isoietas.


Exemplo:

Calcular a precipitação média anual de acordo com isoietas tabeladas abaixo, sabendo-se que
as curvas de precipitação foram medidas:

Área Área 01 Área 02 Área 03 Área 04 Área 05 Área 06 Somatórios


2)
(km 37,80 40,30 34,50 28,30 69,00 70,60 280,50
Isoietas
840 860 860 880 880 900 900 920 920 940 940 960
(mm)
Precipitação
Média
(P)
P * Área

Resolução:

Área Área 01 Área 02 Área 03 Área 04 Área 05 Área 06 Somatórios


(km2) 37,80 40,30 34,50 28,30 69,00 70,60 280,50
Isoietas
840 860 860 880 880 900 900 920 920 940 940 960
(mm)
Precipitação
Média 850 870 890 910 930 950
(P)
P * Área 32130 35061 30705 25753 64170 67070 254889

(850 * 37 ,80 + 870 * 40 ,3 + 890 * 34 ,5 + 910 * 28 ,3 + 930 * 69 + 950 * 70 ,6 ) mm * km 2


h=
280 ,50 km 2
254 .889 mm * km 2
h= = 908 ,70 mm
280 ,50 km 2

8 Análise das chuvas intensas

Para uma utilização prática dos dados de chuva nos trabalhos de engenheiros faz-se necessário
conhecer a relação entre as quatro características fundamentais da chuva: intensidade,
duração, frequência, e distribuição.

Distribuição: conhecidos através dos dados dos diferentes postos pluviométricos distribuídos
sobre a região.

8.1 Variação da intensidade

Os dados sobre precipitações intensas são obtidos dos registros pluviográficos.

Intensidade é inversamente proporcional à duração.

Durações usuais: 5, 10, 15, 30 e 45 minutos.


1, 2, 3, 6, 12 e 24 horas.

8.2 Relação intensidade-duração-frequência

Tal que:

i = intensidade pluviométrica (mm / h)


T = período de retorno (anos)
t = duração da chuva (em minutos)
k, m, n, to = parâmetros relativos ao ajuste da equação.

Tabela 2 – Parâmetros relativos ao ajuste da Equação IDF


Local k m to n
São Paulo 57,710 0,172 22 1,025
Curitiba 20,650 0,150 20 0,740
Rio de Janeiro 99,154 0,217 26 1,150
Belo Horizonte 24,131 0,100 20 0,840
Fonte: FCTH – Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica – USP
8.3 Variação da Intensidade com a Frequência

É importante prever (com base nos dados observados e nos princípios das probabilidades)
quais as máximas precipitações que possam vir a ocorrer em uma certa localidade, com
determinada freqüência.

Æ Amostragem:

Séries anuais – constituídos pelos mais altos valores observados em cada ano.

• Termo de distribuição: Tempo (anos).

Séries parciais – constituídos pelos “n” maiores valores observados no período total de
observação.
• Termo de distribuição: Magnitude dos valores extremos.

Geralmente as distribuições de valores extremos de grandezas hidrológicas (chuvas e


deflúvio) ajustam-se satisfatoriamente à Distribuição Tipo “X” de Fisher-Tippett, conhecida
também como Distribuição de Gümbel.

Distribuição de Gumbel:

Tal que:
P = probabilidade de um valor extremo da série ser maior ou igual a x.
Y = variável reduzida

Xf = moda dos valores extremos

= média aritmética da variável X

= média e desvio padrão da variável reduzida y


Sx = desvio padrão da variável X

O valor Y apresentado supõe uma amostra de tamanho infinito.

Nos casos da prática existem geralmente poucos anos de observação.

Usa-se a equação geral de Ven Te Chow.


Tal que:

K = Fator de frequência, Figura 4.

Tabela 3 – Variável Reduzida, Probabilidades e Período de Retorno.


Variável Reduzida Período de Retorno Probabilidade Probabilidade
(Y) (Tr) (1 – P) (P)
0,000 1,58 0,632 0,368
0,367 2,00 0,500 0,500
0,579 2,33 0,429 0,571
1,500 5,00 0,200 0,800
2,250 10,00 0,100 0,900
2,970 20,00 0,050 0,950
3,395 30,00 0,033 0,967
3,902 50,00 0,020 0,980
4,600 100,00 0,010 0,990
5,296 200,00 0,005 0,995
5,808 300,00 0,003 0,997
6,214 500,00 0,002 0,998
6,907 1.000,00 0,001 0,999
Fonte: Villela e Mattos (1975)
Figura 4 – Gráfico de Weiss para aplicação do Método de Gumbel

Tabela 4 – Valores esperados da média (Yn) e desvio-padrão (Sn) da variável reduzida (Y) em
função do número de dados (n) – Linsley.
n Yn Sn n Yn Sn
20 0,52 1,06 80 0,56 1,19
30 0,54 1,11 90 0,56 1,20
40 0,54 1,14 100 0,56 1,21
50 0,55 1,16 150 0,56 1,23
60 0,55 1,17 200 0,57 1,24
70 0,55 1,19 °° 0,57 1,28
Fonte: Villela e Mattos (1975)

Exercício:

Calcular a precipitação média, pelo método de Thiessen, sabendo-se que as áreas


compreendidas na medição da bacia são:

SA = SC = SG = SE = 6,25 km2
SD = 25 km2
Postos “B” e “F” estão fora da bacia

Posto A B C D E F G
Altura
pluviométrica 125 150 130 95 140 90 110
(mm)
Área (Km²)
Área x
alt.pluvi

Exercício:

Calcular a intensidade de precipitação para os períodos de retorno de 5, 20, 50 e 100 anos,


sabendo-se que a média dos dados foi de 325 mm / h e o desvio-padrão foi de 50 mm / h, para
um período de trinta anos de observações.

Para: X = 325 mm / h
S X = 50 mm / h

Exercício:
Ano 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979
Total 1230 1165 1742 1834 1205 1112 2176 2345 1196 1265
Precipitado
Ano 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989
Total 1437 2375 2381 1386 1535 1810 1875 2130 2253 1344
Precipitado

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