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548-22-ECO-048 - MEMORIAL DESCRITIVO DRENAGEM Folha


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MEMORIAL DESCRITIVO DRENAGEM

UFV MONTE APRAZÍVEL - SP

ENG. CIVIL DILERMANDO DE MIRANDA LADEIRA


CREA: 5070774822 - SP
SÃO PAULO, 2023
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SUMÁRIO

1. RESUMO ANALITICO.....................................................................................3

2. CONCEITO......................................................................................................3

3. DIMENSIONAMENTO E CÁLCULO DRENAGEM..........................................6

4. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICAS.........................................................................7

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................................8
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1. RESUMO ANALITICO

O presente documento apresenta as premissas utilizadas na análise das


condições de drenagem das águas precipitadas sobre a área da UFV Monte Aprazível.
Com isso, busca-se a redução da probabilidade de alagamento e de formação de
processos erosivos na área da usina.
Documentos de referência compõem-se de:
• Localização geográfica e visita in loco
• Topografia da área da usina
• Relatório de Sondagens

2. CONCEITO

Os dados das precipitações são fundamentais para o dimensionamento de


galerias para drenagem. Estes devem ser locais, ou seja, representar a região onde vai
ser executada a drenagem.
No Brasil, dados às suas condições climáticas, as precipitações mais importantes
são as chuvas. As observações sistemáticas da ocorrência de chuvas concluem pela
variação das quantidades precipitadas anualmente, daí a importância da realização de
medições sistemáticas, para chegar a valores médios significativos.
Com base no índice pluviométrico de Monte Aprazível/SP, obtido através do
DAEE, site http://www.hidrologia.daee.sp.gov.br/, visualiza-se período úmido no verão e
seco no inverno, onde julho é o mês menos chuvoso contendo menor índice médio anual,
e o maior índice é referente a janeiro em que a média entre os anos de 1968 e 2022 é de
245,19mm/mês, conforme apresenta-se na tabela a seguir.

Tabela 01 – Banco de Dados Hidrológicos, chuva mensal (mm).


Ano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
1968 156,1 63,7 64,3 27,2 0 11,5 2,2 29,1 25,2 147 78,6 147,6
1969 190,8 132 91,3 61 0,4 28,7 13,4 0 35,3 149,6 173 134
1970 128,7 281,7 101,8 13,7 217 36,6 23,5 27 77,6 157,5 23,3 117,2
1971 118,8 172,8 183,2 64 83,8 114,2 51,4 0 90,9 113,7 141,3 239,3
1972 294,8 289,4 200,5 13,2 149,2 0 89,3 38 59,9 242,3 114,5 149,7
1973 214,6 267,3 171 106,5 78,4 9,2 24,7 3,9 3,3 155 98,3 299,3
1974 364,2 105,8 280,6 63,3 33,6 83,5 0 2,2 36,3 148,3 87,7 415,8
1975 222,5 289,2 109,4 53,5 5,7 0 18,1 0 34,9 149,3 313,7 210,8
1976 216,5 316,9 189,1 60,2 114,5 35,9 4,3 115,7 88,6 107,8 144,5 272,7
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1977 285,2 59 143,5 88,8 53,5 60,4 5,4 23,3 80 63,5 267,8 274,7
1978 401 49,4 223,6 6,8 156,7 11,6 91,2 0 39,6 172,1 236,7 342,2
1979 209,5 135,9 99,3 90,2 67,8 0 30,3 48,3 114,1 118,1 149,5 292,1
1980 248,6 150 81,2 114,9 32,5 38,3 0 11,6 87,2 112,5 194,4 188,7
1981 201,9 93,8 176,9 25 0,3 94,3 0 0 9 237,8 71 265,6
1982 245,2 239,1 308,1 10,5 90,9 20,8 15,6 66 44,2 279,4 137,3 286,1
1983 498 205,6 213,5 221,4 105,8 21,6 41,6 0 225 241,2 121,9 338,4
1984 218,5 183,7 149,5 134 30,2 0 4,5 38,4 50,7 54,3 126,2 167,3
1985 143,5 246 200,6 192,3 38 6,4 8,9 0,4 19 14,1 131,4 84,8
1986 199,3 264,6 268,5 39,9 100,5 0 27 47,4 15,2 59,6 --- 265,1
1987 175 173,2 195,7 123,7 99,1 6,3 14,4 7,9 67,9 87,2 208,5 88,4
1988 306,5 226,2 196,3 109,6 37,4 2,6 0 0 0 196,2 119,4 183,7
1989 255,1 283,8 144,4 87,4 43,9 123,9 67,4 7,1 52,7 49,2 177 327,1
1990 174,5 75,3 243,5 159,4 43 8,5 19,2 91,4 28,3 55,3 193,5 121,2
1991 --- 284,5 346,9 105,2 13 12 18,3 0 26 98,2 54 201,5
1992 210 272,3 153,4 101,8 122,3 0 4,7 14,2 118 150,4 106,8 163,4
1993 167,3 304,4 122,6 178,6 26,7 52,6 3,1 25,2 76,3 23,1 58,3 219,6
1994 370,8 214,8 114,9 216,1 20,2 16,9 46,6 0 0 107,9 98,9 211,5
1995 155 478,9 79,2 66,8 32,3 21,1 16,6 0 46,1 81,4 140,4 279,4
1996 288,6 129,9 198,6 47,2 101,5 10,5 2,6 12,4 123,2 84,5 226,2 228,2
1997 245,8 132,7 87 73,2 --- 181,3 10,7 0 --- 90,1 --- 97
1998 98 140,6 246,5 106,3 92,2 0 0 98,6 125,2 --- --- ---
1999 255,5 --- --- 44 --- 49,3 8,7 0 156,4 --- 111,6 221,6
2000 350 185,1 156,5 10,7 3,2 8,2 21,7 56,1 128,4 2,1 209,5 175,9
2001 127,5 58 101,5 11,3 86,5 16,7 12,3 32,7 22 122 110,8 137,4
2002 286,2 323 135,2 0 57,4 0 8,8 35,3 52,9 40 177,2 217
2003 431,7 220 91,4 101,4 26,7 12,9 14,2 16,2 4,6 118,2 79,5 152,4
2004 425,4 159,4 35,1 75,8 74,5 41 19,5 0 1 71,6 93 206,8
2005 345 56,2 115,2 23 92,3 39,5 40,9 0 99,4 74 124,3 267,2
2006 223,3 224,2 92,2 52,6 38,4 8,1 0,1 11,1 52,7 139 160,9 241,6
2007 425,7 148,8 95,1 27,1 102,6 2,4 61,1 0 0 65,7 104,1 156,9
2008 497 134,6 288,4 64,5 44,2 0,6 0 11,1 12,4 90,3 66 136,6
2009 171,5 141,1 143,7 81,6 38 32,4 27,5 102,4 148,4 47,1 142,1 301,2
2010 118,4 47,9 127,1 56,5 12 10,8 0 0 139,8 114,6 48,6 151,5
2011 343,3 252,7 341,1 37,6 0,2 40,9 0 13,1 19,4 113,1 88,1 147,8
2012 206,3 57,9 67,9 100 82,3 168,2 3,4 0 71,2 9,3 206,1 186,1
2013 141,4 158,1 181,3 37,7 73,4 42,9 13,4 1 83,2 87,9 134,3 220,2
2014 198,8 138,4 152,7 15,7 15,6 0,6 35,7 0 114,6 45,3 259,1 264,9
2015 206,7 226,3 197,8 35,3 83,3 7,6 97,8 7,1 139,1 91,5 250,2 110,9
2016 199 182,7 99,1 31,2 85,5 50,2 0,7 37,3 14,2 127,6 172,5 163
2017 231,9 76,3 186,3 149,2 126,9 0,3 0 23,7 10,8 126 336,4 319,7
2018 323,7 139,4 109,8 4,2 21,4 0 3,7 47,7 89 235,3 329,8 89,3
2019 35,7 233,8 183,4 122,1 8,8 7,4 23,4 50,6 62 55,5 194,9 238,7
2020 218,6 142 102 27,8 46,1 22,1 1,2 4,1 2 49,6 44,1 191,1
2021 154,7 97 123,1 21,1 19,3 6,5 0,4 0,6 --- 315,8 138,6 156,4
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2022 318,4 257,5 89,8 28,2 70,4 21,3 0 17,3 --- 74,6 32,9 325,3

Média: 245,19 183,76 159,27 71,28 60,37 29,07 19,08 21,37 61,98 112,5 146,32 210,96

Visto que janeiro é o mês mais chuvoso, a média diária máxima de 1968 a 2022 é
32,8mm/dia.

Média/hora = 32,8mm dia / 24 horas = 1,36mm/h

Usando o método racional superficial, em que temos a vazão máxima pré definida
pelo fabricante do tubo de drenagem, (kanaflex manual Tubo Perfurado para Drenagem),
levando em consideração a inclinação superior a 5% na parte sul da UFV, conforme
tabela abaixo adotamos vazão de 5,83 l/s para tubulação diâmetro 100mm, assim, a área
de abrangência pôde ser calculada.

Tabela 02 - Relação inclinação/diâmetro do tubo

O Coeficiente de deflúvio ou coeficiente de escoamento superficial (RUNOFF),


relaciona o volume que escoa com o volume precipitado. Pode ser obtido através de
fórmulas ou mais comumente através de dados tabelados, como o Ábaco do Colorado
Highway Departament, para o coeficiente de escoamento superficial, conforme a
inclinação e condições de retardo do solo, decidiu-se pela adoção do coeficiente (C%)
igual a 50 (0,50).
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Tabela 03 - coeficiente de escoamento superficial

Outro fator importante é a sondagem, onde demonstra solo arenoso, mais


especificamente areia fina, e estes solos são muito permeáveis, pois como os grãos de
areia são relativamente grandes, permitem a passagem da água com facilidade, e
conforme ensaios SPT.
Pela tabela de Carlos de Souza Pinto, mecânica dos solos (2006), é possível
verificar os valores típicos do coeficiente de permeabilidade (médios) em função dos
materiais (tipos de solos).

Tabela 04 – Coeficiente de permeabilidade do solo

Onde, é possível observar que as areias possuem um grande espaço poroso


(possuem permeabilidade superior a 10-7), que permite a drenagem da água dos solos.

3. DIMENSIONAMENTO E CÁLCULO DRENAGEM

O cálculo a seguir dimensiona a área e abrangência que o tubo perfurado para


drenagem DN100mm (adotado anteriormente), é capaz de drenar.
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I. Cálculo da área de contribuição

Método racional

Q = 0,278 x C x i x A

Onde,

Q = vazão m³/s

C = coeficiente

i = Intensidade da chuva mm/h

A = área da bacia Km²

0,00583 = 0,278 x 0,5 x 1,36 x A

A = 0,03084 Km² = 30.840m²

4. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICAS

A escavação das valas deverá obedecer à locação das tubulações de acordo com
o projeto de drenagem. As valas deverão ser escavadas com folga que possa ser
executado o berço drenante obedecendo as cotas de projeto. O reaterro será executado
com o mesmo material da escavação, observando a necessidade de correção da
umidade;
As caixas de inspeção, serão executadas para facilitar o acesso aos tubos para
realizar limpeza e desobstrução caso necessário e permitir a união de mais de uma
tubulação de mesmo diâmetro ou de diâmetros diferentes;
A canaleta utilizada deverá seguir as dimensões especificadas no projeto e ser
assentada em perfeito alinhamento, será pré-fabricada do tipo macho-fêmea e
apresentará FCK maior ou igual a 15 MPa, conforme a NBR 9793/87. As juntas devem
ser preenchidas com argamassa de cimento e areia (traço 1:3), interna e externamente;
Dissipadores de energia - caixas de brita, serão executadas ao final das
tubulações a fim de evitar a erosão do terreno;
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Os sistemas de sinalização serão de responsabilidade da empresa executora,


cabendo a ela segurança de seus operários e terceiros. Fica a cargo da executora toda
a responsabilidade na segurança das operações de maquinas, equipamentos,
ferramentas e qualquer outra atividade da obra.
A tubulação utilizada deverá seguir os diâmetros especificados no projeto. Os
tubos deverão ser assentados em perfeito alinhamento, respeitando a locação e
inclinação natural do terreno.
Também será realizada reposição e manutenção da vegetação rasteira sobre a
área, visando uma maior proteção do solo quando do escoamento superficial. A
manutenção da vegetação rasteira preservará as condições de infiltração de água no
solo, impedindo o acréscimo no volume das águas escoadas superficialmente. O solo
com proteção vegetal auxilia a resistência a erosão, visto principalmente que a área da
usina apresentará declividade com escoamento natural.
Para evitar qualquer erosão do solo, na parte sul se prevê a instalação de quatro
linhas principais, onde a drenagem acompanhará a declividade natural do terreno. A
tubulação será em tubo corrugado de dreno de 100mm envolvido com brita 2, sendo
muito importante isolar o conjunto com a manta Bidim, que impede a entrada de barro no
dreno, para dissipação de energia na descarga da água drenada, entre as árvores, serão
executadas caixas de brita para amortecimento e para espalhar a água no solo sem
causar erosão, vide projeto. Na área fotovoltaica com altitude superior (norte), perto da
lagoa menor, teremos uma canaleta de meia calha de 20cm que canalizará a água pluvial
até uma tubulação dreno de 20cm onde também cai a água das cabines e dali serão
levados a uma caixa de passagem de 40x40cm, onde inclusive teremos a absorção da
água que desce as escadarias. Deste ponto, seguimos em tubulação de diâmetro 30cm
até a dissipação, vide projeto.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CHOW, V.T., MAIDMENT, D.R., MAYS, L.W. Applied hydrology. 1988.

DAEE. Portal do departamento de águas e energia elétrica, versão: 201029.0. Banco de


dados hidrológicos, pluviométrico, chuva mensal mm.
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KANAFLEX. Manual técnico, tubo PEAD corrugado perfurado para drenagem. 2022

PINTO, Nelson L. de S. et al. Hidrologia Básica. 1976.

PINTO, Carlos S. Mecânica dos solos. 2006.

WILKEN, P. S. Engenharia de Drenagem Superficial. São Paulo - SP, 1978. 476p.

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Drenagem urbana:


manual de projeto. 1.ed. São Paulo: DAEE/CETESB, 1986. 466p.

Responsável Técnico:

Eng. Civil Dilermando de Miranda Ladeira


CREA: 5070774822 - SP

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