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28/03/2019

•A precipitação é entendida como qualquer forma de


água proveniente da atmosfera que atinge a superfície
terrestre, como, por exemplo, neve, granizo, chuva,
orvalho, geada, etc.

•A estimativa da precipitação em uma bacia dá ideia da


disponibilidade hídrica nela, servindo para avaliar a
necessidade de irrigação, a previsão de enchentes nos
rios, a operação de hidroelétricas, o atendimento às
demandas para abastecimento público, etc.

Profª Taise Cristine Buske


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Formação da precipitação •Esse crescimento se dá principalmente devido à


presença dos chamados núcleos de condensação nas
•A precipitação ocorre a partir da presença de vapor nuvens, que são partículas orgânicas, sais, cristais de
d’água na atmosfera, que sob determinadas condições gelo, produtos resultantes da combustão, entre outros.
precipita na forma de neve, gelo, chuva, etc.

•As gotas de chuva tendem a condensar sobre tais


•Para a ocorrência de chuva, deve-se haver condições partículas e, mediante alguns processos físicos, ocorre o
propícias para o crescimento das gotas de água, até que crescimento das gotas, em parte devido ao choque das
elas possuam peso superior às forças que as mantêm em primeiras com outras gotas menores.
suspensão na atmosfera.

•Ao atingir peso suficiente, as gotas precipitam.


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Tipos de precipitação

•De acordo com as características de localização,


intensidade e abrangência, o ar úmido eleva-se sob
diferentes condições, e dá origem a três tipos básicos de
precipitação:

- Convectivas

- Frontais

- Orográficas

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Convectivas

•A ascensão do ar úmido e quente decorrente de uma


elevação excessiva de temperatura;

- como o ar quente é menos denso, ocorre uma brusca


ascensão desse ar que, ao subir, sofre um resfriamento
rápido, gerando precipitações intensas com pequena
duração, cobrindo pequenas áreas.

No Brasil há uma predominância de chuvas convectivas,


especialmente nas regiões tropicais.
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Frontais ou ciclônicas Orográficas

•A ascensão do ar decorre do “encontro” entre massas •A ascensão do ar quente e úmido, proveniente do


de ar frias e quentes; oceano, ocorre devido a obstáculos orográficos, como
montanhas e serras;
- o ar mais quente e úmido sofre ascensão, resfria-se e
ocorre a precipitação, caracterizada por longa duração e - ao subir, ocorre o resfriamento e em seguida a
intensidade média, cobrindo grandes áreas. precipitação; são caracterizadas por serem de pequena
intensidade, mas longa duração, cobrindo pequenas
áreas.
No Brasil as chuvas frontais são muito frequentes na
região Sul, atingindo também as regiões Sudeste, Centro
Oeste e, por vezes, o Nordeste.
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Orográficas Aquisição de dados de precipitação

- como as montanhas constituem um obstáculo à •A precipitação é medida por meio de aparelhos


passagem do ar úmido (com “potencial” para formar chamados de pluviômetros ou pluviógrafos.
precipitação), normalmente existem áreas no lado
oposto caracterizadas por baixos índices de precipitação, •Existe ainda a possibilidade de se medir por meio de
sendo chamadas de “sombras pluviométricas”. radares meteorológicos ou imagens de satélite, mas os
erros associados a esses métodos ainda são
No Brasil são especialmente importantes ao longo da relativamente grandes.
Serra do Mar.
•No entanto são excelentes ferramentas, que permitem a
análise da distribuição espacial da chuva, ao contrário
dos pluviômetros e pluviógrafos, que têm medição de
caráter pontual.
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Caracterização da precipitação

•Do ponto de vista da engenharia, são necessários três


parâmetros para definir completamente uma
precipitação:

- sua altura pluviométrica,

- sua duração e

- sua frequência de ocorrência ou probabilidade.

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Altura pluviométrica (P) Duração (t)

•Corresponde à espessura média da lâmina da água •É o tempo transcorrido entre o início e o fim da chuva,
precipitada, que recobriria a região atingida pela expresso em horas ou minutos.
precipitação, admitindo-se que esta água não se
infiltrasse, não evaporasse nem escoasse para fora dos
limites da bacia. Intensidade (i)

•É a altura precipitada dividida pela duração da chuva, e


A unidade de medição é o mm de chuva (1 litro por m² é expressa, normalmente, em mm.hora-1.
de superfície).

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Frequência (F)

•É a quantidade de ocorrências de eventos iguais ou


superiores ao evento de chuva considerado.

Chuvas muito intensas tem frequência baixa, isto é,


ocorrem raramente.

Chuvas pouco intensas são mais comuns.

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Tempo de retorno (TR)

•O tempo de retorno é uma estimativa do tempo em que


um evento é igualado ou superado, em média, dado em
anos.

•O tempo de retorno pode, também, ser definido como o


inverso da probabilidade de ocorrência de um
determinado evento em um ano qualquer.

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•A precipitação é uma variável hidrológica com grande Variabilidade espacial da chuva


aleatoriedade, tanto temporal quanto espacial.
•Os dados de chuva dos pluviômetros e pluviógrafos
referem-se a medições executadas em áreas muito
Por exemplo, em algumas cidades é registrada a restritas.
ocorrência de precipitação em uma região, enquanto em
outras, a poucos quilômetros de distância, não se •Uma forma de visualizar essa variação são os mapas de
observa o evento chuvoso. isoietas, isso é, linhas que unem pontos de igual
precipitação durante um certo período de tempo (dia,
Justamente pela dificuldade da correta definição da mês, ano).
variabilidade temporal e espacial, a precipitação é uma
das variáveis hidrológicas mais difíceis de ser avaliada. • As isoietas são obtidas por interpolação dos dados de
pluviômetros ou pluviógrafos, e podem ser traçadas de
forma manual ou automática.
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Isoietas Variabilidade sazonal da chuva

•Existem regiões com grande variabilidade sazonal da


chuva, com estações do ano muito secas ou muito
úmidas. Na maior parte do Brasil o verão é o período das
maiores chuvas.

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Precipitação média numa área Precipitação média numa área

•É considerada como uma lâmina de água, de altura •O cálculo da chuva média em uma bacia pode ser
uniforme sobre toda a área considerada, dentro de um realizado utilizando:
certo período de tempo (horas, dias, meses, anos) de tal
forma que o volume precipitado assim gerado seja igual - o método da média aritmética;
ao real.
- das Isoietas;

- dos polígonos de Thiessen;

- através de interpolação em Sistemas de Informação


Geográfica (SIGs).
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Método da média aritmética Método das isoietas

•É o método mais simples, em que se calcula a média das •O método parte de um mapa de isoietas (são linhas que
chuvas ocorridas em todos os pluviômetros localizados unem pontos de igual precipitação), e calcula a área da
no interior de uma bacia. bacia que corresponde ao intervalo entre as isoietas.

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Método do polígono de Thiessen

•Também conhecido como método do vizinho mais


próximo, é um dos mais utilizados.

•Neste método é definida a área de influência de cada


posto e é calculada uma média ponderada da
precipitação com base nestas áreas de influência.

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Tratamento dos dados pluviométricos

•As causas mais comuns de erros grosseiros nas observações


são:

a) preenchimento errado do valor na caderneta de campo;


b) soma errada do número de provetas, quando a
precipitação é alta;
c) valor estimado pelo observador, por não se encontrar no
local no dia da amostragem;
d) crescimento de vegetação ou outra obstrução próxima ao
posto de observação;
e) danificação do aparelho;
f) problemas mecânicos no registrador gráfico.
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Preenchimento de falhas •Método de ponderação regional

•Método de ponderação regional É um método simplificado, de fácil aplicação, e


normalmente utilizado para o preenchimento de séries
•Método da regressão linear mensais ou anuais de precipitações.

•Método de ponderação regional com base em


regressões lineares

onde: PY é a precipitação do posto Y a ser estimada; PX1, PX2


e PX3 são as precipitações correspondentes ao mês (ou ano)
que se deseja preencher, observadas nas três estações
vizinhas; PY é a precipitação média do posto Y; PX1, PX2 e PX3
são as precipitações médias nas três estações circunvizinhas.
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•Método da regressão linear •Método da regressão linear

Um método mais aprimorado de preenchimento de Na regressão linear múltipla as informações


falhas consiste em utilizar regressão linear simples ou pluviométricas do posto Y são correlacionadas com as
múltipla. correspondentes observações de vários postos vizinhos
(X1, X2, X3,...)

Na regressão linear simples, as precipitações do posto


com falhas (Y) e de um posto vizinho (X) são
correlacionadas. onde: a, b, c, d, e,... são os coeficientes a serem
estimados a partir dos dados.
As estimativas dos dois parâmetros da equação podem
ser obtidas graficamente ou através do critério de
mínimos quadrados.
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Análise de consistência das séries pluviométricas

•Método da Dupla Massa

É utilizado para verificar a homogeneidade dos dados de


uma determinada estação, comparativamente às
estações de referência, sendo estas localizadas em região
climatologicamente semelhante.

O método da dupla massa compara os valores


acumulados anuais (ou sazonais) da estação X com os
valores da estação de referência, que é usualmente a
média de diversos postos vizinhos.
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Precipitações máximas
Consistente
•A precipitação máxima é entendida como aquela
ocorrência extrema, com duração, distribuição espacial e
Erros
sistemáticos temporal críticas para uma área ou bacia hidrográfica.

•Geralmente, para os estudos de drenagem urbana e de


previsão de enchentes torna-se imprescindível a
caracterização das precipitações máximas.

Erros de transcrição Regimes


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pluviométricos ≠

•Para caracterizar a precipitação máxima em uma área,


são normalmente empregadas as chamadas curvas i-d-f
ou curvas intensidade-duração-frequência, obtidas a
partir de dados de pluviógrafos.

onde c1, c2, c3, c4, são coeficientes ajustados para cada
região; i é a intensidade da precipitação em mm/h; t é a
duração em minutos e Tr é o tempo de retorno em anos
(determinado em função do tipo de obra).
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http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-06832011000600027&script=sci_arttext

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