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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Instituto de Geociências (IG)


Departamento de Geografia

O processo de formação
das chuvas

Profª Drª Aline Pascoalino


apascoal@unicamp.br
A PRECIPITAÇÃO
A neblina pode ser
Nos trópicos a principal importante em locais de
entrada de água no sistema maior altimetria, por
é por precipitação pluvial exemplo, na Serra do Mar
(chuva)

Quando nos referimos a chuva


é a precipitação pluvial, o
principal tipo que ocorre no
Brasil

Podem ocorrer outras


formas de precipitação:
Granizo e Neve
A GÊNESE DAS
CHUVAS
A GÊNESE DAS CHUVAS

CHUVA CONVECTIVA

CHUVA OROGRÁFICA

CHUVA FRONTAL
A GÊNESE DA CHUVA CONVECTIVA

Originada do processo de convecção livre, em que ocorre


resfriamento adiabático, formando-se nuvens de grande
desenvolvimento vertical

Distribuição Intensidade Predominância Duração


localizada, com
moderada a
grande
forte,
variabilidade no período da Curta a média:
dependendo do
espacial, tarde/início da minutos a
desenvolvimento
resultado do noite horas
vertical da
aquecimento
nuvem
da superfície
TPO
Altura

Temperatura
Típica nuvem que resulta em chuva convectiva –
Cumulonimbus (Cb) – Manaus,AM.
A GÊNESE DA CHUVA OROGRÁFICA

Originada do processo de convecção forçada onde barreiras


orográficas forçam a elevação do ar úmido, resultando em
resfriamento adiabático e em chuva na face a barlavento.

Ascensão
forçada em Instabilidade Origina Maior
uma encosta condicional ou convecção Precipitação precipitação
suave, convectiva, pelo de nuvens frontal, pelo
produzindo bloqueando o aquecimento baixas sobre retardamento
resfriamento fluxo de ar e diurno das áreas de sistemas
adiabático, ascendência a encostas e montanhosas ciclônicos e
condensação montante ventos frentes
e precipitação ascendentes

Distribuição: localizada, com concentração espacial a barlavento da orografia.


Na face a sotavento ocorre a sombra de chuva
CHUVA OROGRÁFICA OU DE RELEVO
CHUVA OROGRÁFICA – Nuvem semeadora

Modelo de nuvens “semeadora-alimentadora” de T. Bergeron de precipitação


orográfica sobre colinas (Fonte: Barry e Chorley, 2013).
Perfil Topoclimático de Ilhabela - SP (2004-2005)
Ventos úmidos e
quentes

Fonte: Milanesi, 2007


Perfil Topoclimático da Ilha Sul da Nova Zelândia
(1951-1980)
Picos de
Precipitação

As chuvas são
mostradas como
linha contínua no
perfil.

É um exemplo
extremo de
precipitação
orográfica, na
encosta oeste dos
Alpes sulinos da
Nova Zelândia – a
precipitação média
anual excede os 10
metros

Fonte: Barry e Chorley (2013)


Precipitação orográfica e convectiva na região de
Cachi na Costa Rica (1977-1980)

(B) Distribuições típicas


de chuva acumulada
para chuva convectiva
(duração 1-6 horas,
intensidade alta) e
orográfica (1-5 dias,
baixa intensidade,
exceto durante intensas
atividades convectivas.

(C) Chuva mensal


dividida em
porcentagens de
convectiva e orográfica,
mais dias com chuva

Fonte: Barry e Chorley (2013)


A GÊNESE DA CHUVA FRONTAL

Originada do encontro de massas de ar com


diferentes características de temperatura e
umidade. Dependendo do tipo de massa que
avança sobre a outra, as frentes podem ser
denominadas de frias e quentes. Nesse processo
ocorre a ascensão forçada, com a massa de ar
quente e úmida se sobrepondo à massa fria e
seca. Com a massa de ar quente e úmida se
elevando, ocorre o processo de resfriamento,
com condensação e posterior precipitação.
A GÊNESE DA CHUVA FRONTAL
Originada do processo de ascensão forçada, em que
ocorre resfriamento adiabático, a massa quente e úmida
se sobrepõe à fria

Distribuição Intensidade Predominância Duração


média a longa
Generalizada Fraca a (horas a dias),
na região de moderada, Sem horário dependendo da
atuação do eixo dependendo do predominante velocidade de
frontal tipo de frente deslocamento
da frente

✓ São frequentes nas regiões temperadas e subtropicais,


principalmente no inverno.
✓ No Centro Sul do Brasil os totais de chuva do inverno
são de origem frontal.
A CHUVA FRONTAL
A CHUVA FRONTAL

Fonte: Christopherson (2012)


A CHUVA FRONTAL
Perspectiva vertical

Perspectiva horizontal
A CHUVA FRONTAL
Imagem de satélite

Carta sinótica de superfície


TIPOS DE
PRECIPITAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO DE
PRECIPITAÇÃO
Tipo Características
Chuvisco precipitação de água líquida em que o diâmetro da
gota é inferior a 0,5 mm
Chuva precipitação de água líquida em que o diâmetro da
gota é superior a 0,5 mm
Granizo pequenos pedaços de gelo, com um diâmetro inferior
a 5 mm, que se formam a grandes altitudes e atingem
a superfície
Saraiva pequenos pedaços de gelo, com um diâmetro superior
a 5 mm, que se formam a grandes altitudes e atingem
a superfície.
Neve precipitação de cristais de gelo provenientes da
sublimação do vapor de água ou do congelamento
lento das gotículas de água nas altas camadas da
troposfera e que, em certas condições, podem
aglomerar-se produzindo flocos
VARIAÇÃO ESPACIAL
DA PRECIPITAÇÃO
VARIAÇÃO ESPACIAL DAS CHUVAS NO MUNDO
MEDIDA DA CHUVA
MEDIDA DA CHUVA

✓ A medida da chuva é feita pontualmente em estações


meteorológicas, tanto automáticas como convencionais

✓ A unidade de medida da chuva é a altura


pluviométrica (h), que normalmente é expressa em
milímetros (mm)

Se 1 litro de água for captado por uma área de 1 m2, a


lâmina de água coletada terá a altura de 1mm. Em outras
palavras, 1mm = 1L / 1m2. Portanto, se um pluviômetro
coletar 52 mm, isso corresponderá a 52 litros por 1m2.
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA CHUVA

são instrumentos normalmente operados em estações


meteorológicas convencionais ou mini-estações termo-
pluviométricas
O pluviômetro padrão utilizado na rede de postos do
Brasil é o Ville de Paris

Outros pluviômetros têm durabilidade e precisão, em


função da menor área de captação, são menores do
que a dos pluviômetros padrões. A área de captação
mínima recomendável é de 100 cm2
Pluviômetro padrão - Ville de Paris

Fornece uma medida


do total de chuva em
mm (milímetros).

Diâmetro 20 cm no
topo que recolhe a
água da chuva.

Fonte: www.inmet.gov.br
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA CHUVA

São dotados de um sistema de registro diário, no qual


um diagrama (pluviograma) é instalado.

Ele registra a chuva acumulada em 24h, o horário da


chuva e a sua intensidade.

São equipamentos usados nas estações meteorológicas


convencionais.
Pluviógrafo

Fornece uma medida


do total de chuva em
mm (milímetros)

Assim como, o início


e término da chuva
(duração e
intensidade);

Fonte: www.inmet.gov.br
Pluviógrafo

Varejão-Silva, 2005
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO DA CHUVA

Associados à estação meteorológica automática

Ele registra a chuva acumulada em 24h, o horário da


chuva e a sua intensidade

Sistema de báscula coleta o total de chuva e produz


pulso elétrico (0,2 mm)
Pluviômetro digital
REFERÊNCIAS

BARRY, R. G; CHORLEY, R. J. Atmosfera, tempo e clima. Porto Alegre:


Bookman, 2013.

CHRISTOPHERSON, R. W. Geossistemas: uma introdução à Geografia Física.


Porto Alegre: Bookman, 2012.

MENDONÇA, F. Climatologia. Noções Básicas e Climas do Brasil. Oficina de


textos. São Paulo, 2007

STEINKE, E. T. Climatologia fácil. São Paulo: Oficina de Textos, 2012

VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e Climatologia. Brasília: Inmet, 2005. 515

Rios voadores: https://www.youtube.com/watch?v=uxgRHmeGHMs

Um rio no céu – National Geographic


https://www.youtube.com/watch?v=Z1rspHT77hk

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