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AGROMETEOROLOGIA E

AMBIENTE PROTEGIDO
Prof. Dr. Fernando da Silva Barbosa
fernando.barbosa@ifsuldeminas.edu.br

Inconfidentes - MG, 03 de dezembro de 2019


SEMANA 02
NÚVENS E CHUVA
Introdução

Nuvem é qualquer conjunto visível de gotículas de


água, de partículas de gelo, ou ambas, em suspensão na
atmosfera.
(VAREJÃO-SILVA, 2006)
Introdução

Chuva (Precipitação) é a precipitação de gotas de água


com diâmetro superior a 0,5 cm.
(VAREJÃO-SILVA, 2006)
Importância...
Principal forma da água retornar da atmosfera para
a superfície terrestre

Nuvem

Chuva
Importância...
➢ Determina o tipo de vegetação natural de uma
região;
➢ Determina o tipo de exploração agrícola:
➢ Produção máxima (Potencial agrícola)
➢ Manejo (Irrigado)
➢ Práticas culturais (Aplicação de defensivos)
Processos de formação de nuvens
Para que ocorra condensação do vapor d’água na
atmosfera é necessário:
➢ Presença de núcleos de condensação (NaCl)
➢ Condições da atmosfera tendendo a saturação pelo
aumento da pressão de vapor d’água.

Evaporação e Transpiração Resfriamento do ar

(PEREIRA et al., 2007)


Processos de formação de nuvens

O processo de formação por resfriamento é mais efetivo.


A formação ocorre quando uma parcela de ar úmido sobe
e se resfria adiabaticamente devido a expansão interna
causada pela diminuição da pressão atmosférica.

Gradiente térmico
Г (letra cirílica Ghe)

GRADIENTE ADIABÁTICO (Г):


➢ Гar seco = - 0,98oC / 100m
➢ Гar saturado = - 0,4oC / 100m
➢ Гar úmido = - 0,6oC / 100m
Processos de formação de nuvens

No processo de resfriamento adiabático NÃO ocorre


troca de energia com o ambiente externo à parcela de ar.
Condições atmosféricas

De acordo com as condições atmosféricas os movimentos


convectivos térmicos podem ser favorecidos ou não.

Z (m) Z (m) Z (m)

adiabático real = adiabático


real
real adiabático

Temp. Temp. Temp.

Atmosfera Instável Atmosfera Neutra Atmosfera Estável


Condições atmosféricas

Na inversão térmica, o ar frio fica embaixo e o ar quente


ficam em cima, e há uma concentração da poluição na
superfície

Z (m)

Inversão Térmica

Fluxo normal

Temp
Processos de formação da Chuva
A condensação forma elementos de nuvens, mas para
formação dos elementos de precipitação é necessária a
coalescência dos elementos de nuvens.

Elementos de nuvens

NaCl

Gotícula
Núcleos
higroscópicos

Vapor
Força de flutuação
térmica
Processos de formação da Chuva
A condensação forma elementos de nuvens, mas para
formação dos elementos de precipitação é necessária a
coalescência dos elementos de nuvens.

Coalescência Elementos de chuva

Força da gravidade
Tipos de Chuva

Chuvas Frontais:
Originada do encontro de massas de ar com diferentes
características de temperatura e umidade. Nesse processo ocorre a
“convecção forçada”, com a massa de ar quente e úmida se
sobrepondo à massa fria e seca. Com a massa de ar quente e úmida
se elevando, ocorre o processo de resfriamento adiabático, com
condensação e posterior precipitação.

➢ Distribuição: generalizada na região


➢ Intensidade: fraca a moderada
➢ Predominância: sem horário
predominante
➢ Duração: média a longa (horas a dias)
Tipos de Chuva
Chuvas Frontais:

Chuva frontal de chegada de uma frente fria Chuva frontal de chegada de uma frente quente
Tipos de Chuva
Chuvas Convectivas (Chuvas de Verão):
Originada do processo de convecção livre, em que ocorre
resfriamento adiabático, formando-se nuvens de grande
desenvolvimento vertical.

➢ Distribuição: localizada
➢ Intensidade: moderada a forte
➢ Predominância: período da tarde/início da noite
➢ Duração: curta a média (minutos a horas)
Tipos de Chuva

Chuvas Convectivas (Chuvas de Verão):

O aquecimento da atmosfera pela superfície terrestre provoca o


surgimento de correntes ascendente de massas de ar úmido;
Tipos de Chuva
Chuvas Orográficas:
Ocorrem em regiões onde barreiras orográficas forçam a elevação
do ar úmido, provocando convecção forçada, resultando em
resfriamento adiabático e em chuva na face a barlavento. Na face a
sotavento, ocorre a sombra de chuva, ou seja, ausência de chuvas
devido ao efeito orográfico.
Tipos de Chuva
Chuvas Orográficas:
Efeito orográfico na Serra do Mar em
São Paulo
Santos – P = 2153 mm/ano
Cubatão – P = 2530 mm/ano
Serra a 350m – P = 3151mm/ano
Serra a 500m – P = 3387 mm/ano
Serra a 850m – P = 3874 mm/ano

S.C. do Sul – P = 1289 mm/ano


Tipos de Chuva
Classificação das chuvas quanto a intensidade:
➢ Chuva fraca: intensidade inferior a 5 milímetros por hora (mm/h);
➢ Chuva moderada: intensidade entre 5 e 25 mm/h;
➢ Chuva forte: intensidade entre 25 e 50 mm/h;
➢ Chuva muito forte: intensidade superior a 50 mm/h.
Tipos de Chuva
Tipos de Chuva
120

104,6
100
Precipitação (mm)

80

60,6
60

40 34,6

17,3 18,3
20 13
8 7,6
0 0 0 0 0 0 1,6 1,3 0
0
Tipos de Chuva
Chuva moderada: intensidade entre 5 e 25 mm/h;
Chuva forte: intensidade entre 25 e 50 mm/h;
25,0
23,0
22,0

20,0
Precipitação (mm)

15,0

12,0
10,7
10,0
8,0
7,0

4,3 4,7
5,0 3,7
2,7 2,7
1,3
0,7 0,7 0,3 0,3 0,7
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
0,0
00:00 01:00 02:00 03:00 04:00 05:00 06:00 07:00 08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00
Quantificação das Chuvas
A medida da chuva é feita pontualmente em estações
meteorológicas, tanto automáticas como convencionais
➢ Altura pluviométrica (h): É altura acumulada de água
precipitada, expressa em milímetros (mm).

➢ Intensidade da chuva (i): É a altura pluviométrica (h) por


unidade de tempo, expressa em mm/hora ou mm/minuto.

➢ Duração (t): Indica o tempo transcorrido entre o início e o fim


de uma chuva de interesse, podendo ser em minutos ou horas.

➢ Frequência (f): Refere-se ao número de ocorrências de uma


chuva característica (lâmina ou intensidade máxima) em um dado
período.
Quantificação das Chuvas

Altura pluviométrica (h): É altura acumulada de água


precipitada, expressa em milímetros (mm).

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒
ℎ=
Á𝑟𝑒𝑎

Intensidade da chuva (i): É a altura pluviométrica (h)


por unidade de tempo, expressa em mm/hora ou
mm/minuto.

𝑖=
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜
Quantificação das Chuvas
Equipamentos para medida da chuva

➢ Pluviômetro: constituído por uma área coletora


conhecida (maior que 100 cm2) e um reservatório.

Manuais Automáticos
Quantificação das Chuvas
Equipamentos para medida da chuva

JOÃO BENÍCIO - SANTA MARIA DA VITÓRIA - 2007


(A = 15 cm2)
MÊS AGRONOMICO CONVENCIONAL
JAN 74,5 90,0
FEV 231,3 284,0
MAR 6,0 10,0
ABR 71,5 96,0
MAI 0,0 0,0
JUN 0,0 0,0
JUL 0,0 0,0
AGO 0,0 0,0
SET 0,0 0,0
OUT 0,0 0,0
NOV 93,8 116,0
DEZ 70,3 84,0
TOTAL 547,3 680,0

Agronômico
- 24,3%
+
Quantificação das Chuvas
Equipamentos para medida da chuva

➢ Pluviógrafos: É um pluviômetro com sistema de


registro contínuo da quantidade e da hora de ocorrência
das chuvas.
10 mm 10 mm 6,3 mm

19:30 h

10:30 h
Variabilidade espaço-temporal das chuvas
Variabilidade espacial...
Variabilidade espaço-temporal das chuvas
Variabilidade temporal...
Conceito de Hidroclimatologia
HIDROCLIMATOLOGIA
É o estudo da influência do clima sobre a água presente
na atmosfera, analisando principalmente como ocorrem
as variações (espacial e temporal) dos elementos do
ciclo hidrológico na atmosfera, em escalas globais,
nacionais, regionais e locais.
(VAREJÃO-SILVA, 2006)
Importância da Hidroclimatologia
Principais dúvidas e questionamentos:

➢ Qual região tem maior volume de chuvas?


Variabilidade Espacial...
➢ Qual o mês mais chuvoso?
Variabilidade Temporal...
➢ Será que o volume de chuvas será suficiente?
Probabilidade de Ocorrência...
➢ Quando ocorrerá outra chuva dessa magnitude?
Período de Retorno...
➢ Porque esse ano choveu bem, mas a produção foi baixa?
Balanço Hídrico...
Variabilidade ESPACIAL das chuvas

Distribuição da precipitação média no mundo


ESCALA GLOBAL...

(www.water.usgs.gov)
Variabilidade ESPACIAL das chuvas

Distribuição da precipitação média no Brasil


ESCALA NACIONAL...
Variabilidade ESPACIAL das chuvas
Distribuição da precipitação média no em Minas Gerais
ESCALA REGIONAL...

(GUIMARÃES et al., 2010)


Variabilidade ESPACIAL das chuvas

Distribuição da vegetação natural em Minas Gerais

(GUIMARÃES et al., 2010)


Variabilidade TEMPORAL das chuvas

Precipitação pluviométrica média mensal para municípios


com diferentes distribuições temporais ao longo do ano...
João Pessoa, PB
400,0

350,0

300,0
Chuva (mm/mês)

250,0

200,0

150,0

100,0
Brasília, DF
50,0 400,0

0,0 350,0
J F M A M J J A S O N D
300,0
Chuva (mm/mês)

250,0

200,0

150,0
Bagé,RS
100,0 400,0

50,0 350,0

0,0 300,0

Chuva (mm/mês)
J F M A M J J A S O N D
250,0

200,0

150,0

100,0

50,0

0,0
J F M A M J J A S O N D
Variabilidade TEMPORAL das chuvas

Precipitação pluviométrica média mensal para os


municípios de Porteirinha, Belo Horizonte e Bocaina de
Minas

(GUIMARÃES et al., 2010)


Variabilidade TEMPORAL das chuvas

Precipitação pluviométrica total do mês de outubro para


os anos de 1974-2013 mostrando a variabilidade ao
longo dos diferentes anos...
Variabilidade TEMPORAL das chuvas

Distribuição da precipitação média em Inconfidentes - MG


CHUVAS NO VERÃO...

(http://pt.climate-data.org)
Variabilidade TEMPORAL das chuvas

Distribuição da precipitação média em Fortaleza - CE


CHUVAS NO INVERNO...

(http://pt.climate-data.org)
Variabilidade TEMPORAL das chuvas

Distribuição da precipitação média em Bagé - RS


CHUVAS BEM DISTRIBUIDAS...

(http://pt.climate-data.org)
Variabilidade das
chuvas
Variabilidade....
ESPAÇO-TEMPORAL

Cabaceiras - PB Inconfidentes - MG

(http://pt.climate-data.org)
VENTO
Velocidade e Direção do Vento...
Os fatores da macroescala são responsáveis pela
formação dos ventos predominantes, enquanto que
os fatores da topo e da microescala tem influência
na formação dos ventos locais.
Velocidade e Direção do Vento...
O vento, especialmente a sua velocidade, tem efeitos
consideráveis em vários aspectos relacionados ao
ambiente, atuando tanto de modo favorável como
desfavorável.
Os efeitos desfavoráveis são os mais relevantes nos
estudos envolvendo a agricultura, e nesse caso os ventos
excessivos podem ser controlados com o uso dos quebra
ventos...
Velocidade e Direção do Vento...
A velocidade do vento também é muito importante no
processo de EVAPOTRANSPIRAÇÃO, exercendo
grande influência no consumo hídrico das plantas.

Seu conhecimento será muito útil na estimativa da


evapotranspiração das culturas e, consequentemente, para
o zoneamento agrícola e o manejo da irrigação.
Medida do Vento...
Direção do Vento

A direção do vento é indicada pela direção de onde o


vento é proveniente, ou seja, de onde ele vem.
A direção é expressa tanto em termos da direção de onde
ele provém como em termos do azimute, isto é, do ângulo
que o vetor da direção forma com o Norte geográfico
local.
Assim, um vento de SE terá um ângulo variando entre 91 e
179º.
Medida do Vento...
Direção do Vento

0o

271 a 359o 1 a 89o

270o 90o

181 a 269o 91 a 179o

180o
Medida do Vento...
Velocidade do Vento

A velocidade do vento (U) expressa a distância


percorrida pelo vento em um determinado intervalo de
tempo. É medida a 10 m de altura (para fins
meteorológicos) ou 2 m (para fins agronômicos).
Normalmente é expressa em metros por segundo (m/s),
quilômetros por hora (km/h) ou knots “nó” (kt):
Knots = milha náutica / hora

1 m/s = 3,6 km/h ou 1 km/h = 0,278 m/s


1 kt = 0,514 m/s ou 1 m/s = 1,944 kt
Medida do Vento...
Velocidade do Vento

A velocidade do vento aumenta exponencialmente com a


altura. Isso se dá em função da redução do atrito
conforme o fluxo de ar se distancia da superfície.

U2m = 0,748 * U10m


Medida do Vento...
Equipamentos...

Anemômetro Universal – Equipamento mecânico que


fornece dados de direção, velocidade e rajadas
Medida do Vento...
Equipamentos...

Anemômetro de hélice – Equipamento automático para


medida da velocidade e direção do vento
Medida do Vento...
Equipamentos...

Anemômetros de caneca - para medida automática da


velocidade do vento
Medida do Vento...
Equipamentos...

Anemômetros Sônico...
Medida do Vento...
Anemograma
Medida do Vento...
Anemograma
Medida do Vento...
Escala de Vento de Belfort
Velocidade
Grau Descrição
(km/h)
0 Calmaria 0–2
1 Vento Calmo 2–6
2 Brisa Amena 7 – 11
3 Brisa Leve 12 – 19
4 Brisa Moderada 20 – 29
5 Brisa Forte 30 – 39
6 Vento Forte 40 – 50
7 Vento Muito Forte 51 – 61
8 Vento Fortíssimo 62 – 74
9 Temporal 75 – 87
10 Temporal Forte 88 – 101
11 Temporal Muito Forte 102- 117
12 Tornado, Furacão > 118
Dados de velocidade máxima do vento (rajadas) medidos nas estações
meteorológicas convencionais (a 10 m de altura)
Efeitos do Vento...
FAVORÁVEIS...

➢ Redistribuição do calor e vapor d’água;


➢ Dispersão de gases e partículas suspensas no ar
diminuindo suas concentrações;
➢ Remoção de calor de plantas e animais durante
períodos quentes;
➢ Remoção (renovação) de ar próximo às plantas
mantendo o suprimento de CO2 para as folhas durante
a fotossíntese;
➢ Dispersão de esporos, sementes, pólen, facilitando a
diversificação das espécies;
➢ Remoção de vapor d’água próximo às plantas,
interferindo na taxa de transpiração.
Efeitos do Vento...
DESFAVORÁVEIS...

➢ Erosão eólica e deformação da paisagem;


➢ Eliminação de insetos polinizadores;
➢ Deformação de plantas;
➢ Abrasão de partículas do solo danificando tecidos
vegetais;
➢ Fissura dos tecidos vegetais pela agitação contínua,
permitindo a penetração de microrganismos;
➢ Desfolha por efeito mecânico do vento, reduzindo a
área foliar fotossintetizante;
➢ Aumento da transpiração;
➢ Haverá fechamento dos estômatos....
Práticas Preventivas...
Escolha de Local!!!

Ao se instalar uma cultura, ou atividade agropecuária,


dentro de uma propriedade, deve-se escolher, se possível,
as áreas da propriedade que sejam menos sujeitas aos
ventos frios, contínuos e intensos.
Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, deve-se evitar os
terrenos com faces voltadas para o sul, sudeste e
sudoestes, que são as faces frequentemente batidas pelos
ventos predominantes de sudeste e também pelos ventos
frios provenientes da entrada de frentes frias
Práticas Preventivas...
Uso de Quebra-ventos!!!

Os quebra-ventos (QV) são estruturas físicas, altas,


naturais ou artificiais, que servem para reduzir a
velocidade do vento a níveis suportáveis e adequados ao
bom desempenho dos seres vivos.

Utiliza-se como QV plantas de porte maior do que


aquelas que se quer proteger. Outras estruturas como
telados (sombrite) e ripados também são utilizadas.
Práticas Preventivas...
Uso de Quebra-ventos!!!

O ideal de permeabilidade está entre 40 e 50%, ou seja,


olhando-se frontalmente à linha de QV deve-se notar que a
folhagem ocupa no máximo 50% do espaço...
Práticas Preventivas...
Distância entre fileiras de QV

Paralelas e separadas:

Nesse caso, a distância entre as fileiras deve ser igual a 15 a


20 vezes a altura (h ou H) da árvore adulta de QV.
Exemplo para uma Árvore de 5,0m...
Práticas Preventivas...
Distância entre fileiras de QV

Rede retangular :

Nessa configuração de QV, a distância entre as linhas


aumenta para 30 vezes H.
Exemplo Árvore de 3,0m
Radiação...
Radiação Solar
➢ Maior fonte de energia para a Terra,
principal elemento meteorológico e um dos
fatores determinantes do tempo e do clima.
➢Afeta diversos processos: físicos
(aquecimento/evaporação), bio-físicos
(transpiração) e biológicos (fotossíntese)

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Radiação Solar
Para os estudos de energia radiante na Terra,
o Sol pode ser considerado uma fonte pontual
de energia, que emite radiação igualmente em
todas as 4 direções. Portanto, se a
intensidade luminosa for em um determinado
instante igual a I, o total de energia emitida
será 4 x I
Nesse mesmo instante, a Terra se situa numa
esfera hipotética de raio igual à distância
Terra-Sol (D), a qual estará interceptando a
energia emitida (4I).
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Radiação Solar
Esfera, com área = 4R2,
que intercepta a energia
emitida pelo Sol (4I)

Como a área da esfera é


4R2, ou seja, 4D2, a
D densidade de fluxo de
Sol
radiação solar
(irradiância solar) na
superfície esférica será:
4I / 4D2 = I / D2
Energia / (Area.Tempo)
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Radiação Solar
Isso define a Lei do Inverso do Quadrado da
Distância, ou seja, a energia recebida em uma
superfície é inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre a fonte emissora
e a superfície receptora.
Essa lei da radiação, nos ajuda a entender que
a energia solar que chega à Terra está
associada à distância entre nosso planeta e o
Sol. Caso haja variação da distância Terra-Sol
a irradiância solar também irá variar
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Porque ocorre redução da irradiância solar à
medida que se afasta do sol. Observe que
aumentando a distância de 0,5 para 2,0 a
irradiância diminuiu de 4 para 0,25.

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Radiação Solar
A distância média Terra-Sol (d) é denominada
UNIDADE ASTRONÔMICA (UA ou AU) = 1,496*108 km
No Periélio, a
distância Terra-
Sol (D) é da
ordem de
1,47*108 km

No Afélio, a
distância Terra-
Sol (D) é da
ordem de
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
1,52*108 km
Considerando-se que a distância Terra-Sol varia continuamente
ao longo do ano, a irradiância solar extraterrestre também irá
variar.

Constante Solar (Jo): Variação da irradiância solar


irradiância solar numa superfície extraterrestre, cuja média nos
fornece o valor de Jo
plana e perpendicular aos raios
solares, sem os efeitos
atenuantes da atmosfera e a
uma distância Terra-Sol média

Jo  1.367 W/m2

Sonda para medida da


Irradiância solar extraterrestre

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Caso a Terra esteja a uma distância do Sol diferente da
distância média, a irradiância solar extraterrestre irá
aumentar, se ela estiver mais perto, ou diminuir, se
estiver mais longe, de acordo com a Lei do Inverso do
Quadrado da Distância
Jo´ = Jo (d/D)2

(d/D)2 = 1 + 0,033 cos (360 NDA / 365)


NDA = número de dia do ano (1 a 365)

Para o Afélio (04/07 – NDA = 185) Para o Periélio (03/01 – NDA = 4)


(d/D)2 = 0,967 (d/D)2 = 1,033
Jo´ = 1.322 W/m2 Jo´ = 1.412 W/m2

OBS: Apesar da variação da distância Terra-Sol promover variação na irradiância


solar extraterrestre ao longo do ano, essa variação é muito pequena, da ordem de 
3,3% e essa variação NÃO é a responsável pela formação das estações do ano.
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Unidades de Irradiância Solar

SI W/m2 = J/m2s
Valores
instantâneos
CGS cal/cm2min

1 cal = 4,18 J ou 1 J = 0,239 cal  1 cal/cm2min = 696,67 W/m2

SI MJ/m2dia
Valores
diários
CGS cal/cm2dia

1 MJ/m2dia = 23,923 cal/cm2dia ou 1 cal/cm2dia = 0,0418 MJ/m2dia

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Medida da Irradiância Solar na Superfície Terrestre
Os equipamentos que medem a irradiância solar recebem várias
denominações, o que basicamente difere em função do tipo de
equipamento, do princípio de funcionamento e do tipo de irradiância a ser
medida

Medida da Irradiância solar global


Actinógrafo: o sensor é constituído de placas bimetálicas (negras e
brancas) que absorvem radiação solar, dilatando-se diferentemente. A
diferença de dilatação é proporcional à irradiância solar e registrada
continuamente por uma pena sobre um diagrama (actinograma).

Placas bimetálicas,
cobertas por uma
cúpula de vidro ou
quartzo, que impede
Sistema de registro
que as ondas longas
mecânico
atinjam as placas

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Piranômetro de termopar: o elemento sensor é uma placa com uma
série de termopares (“termopilhas”), sendo que parte é enegrecida
(junções “quentes”) e parte é branca (junções “frias”). O aquecimento
diferencial entre as junções “frias” e “quentes” gera uma força
eletromotriz proporcional à irradiânica. O sinal gerado é captado por um
sistema automático de aquisição de dados.
Junção Junção
fria quente Junção
quente

Junção
fria

Na figura da esquerda vemos um piranômetro “branco e preto” com as junções


“frias” e “quentes” expostas. Na figura da direita, o piranômetro tem as junções
“quentes” expostas diretamente à radiação solar, enquanto que as frias encontram-
se no interior do bloco do sensor. A cúpula de quartzo é para barrar as ondas
longas provenientes da atmosfera.
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Tubo solarímetro: usa o mesmo princípio dos piranômetros, porém
com as termopilhas instaladas numa placa retangular e longa,
permitindo uma melhor amostragem espacial. O sinal gerado é
captado por um sistema automático de aquisição de dados.

Piranômetro de fotodiodo de silício: o sensor é o fotodiodo de


silício, que responde à absorção de energia, gerando uma corrente
elétrica proporcional à irradiância solar. O sinal gerado é medido da
mesma forma que nos piranômetros.

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Medida da Irradiância solar
fotossinteticamente ativa
Sensor qüântico: o sensor é o fotodiodo de silício, o
qual é protegido por um filtro que permite apenas a
passagem da radiação solar na banda do visível, ou
especificamente, na banda da radiação
fotossinteticamente ativa, expressa em mol de fotons
por unidade de área e tempo (fluxo de fótons
fotossintéticos).
Medida da Irradiância solar direta

Emprega os piranômetros
acoplados a um sistema
específico que permite
apenas a incidência da
radiação direta no
elemento sensor. Esse tipo
de equipamento é
denominado Pireliômetro
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Medida da Irradiância solar difusa

Emprega os piranômetros com o


sensor parcialmente protegido por
um sistema específico (arco
metálico) que permite apenas a
incidência da radiação difusa no
elemento sensor.

Medida da Irradiância infra-vermelha


Emprega os piranômetros com uma
cúpula específica que reflete as ondas
curtas e permite a passagem das
ondas longas. Esses sensores contêm
um termistor para medida da sua
temperatura, possibilitando assim se
conhecer a sua emissão de IV e
consequentemente se calcular a
densidade de fluxo do ondas longas
incidente. Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Medida do número efetivo de horas
de brilho solar (insolação)

Heliógrafo: o sensor é uma esfera de cristal que promove a


convergência dos raios solares sobre uma fita de papelão instalada
sobre um base curva abaixo da esfera. Quando há irradiância solar
direta, há queima da fita. A parte queimada da fita indica o tempo em
que houve ocorrência de radiação solar direta. Esse equipamento
fornece a insolação (n), usada para estimar a irradiância solar global
diária.
Heliógrafo Fita p/ verão
Campbell-
Stokes

Fita p/
outono e
primavera

Fita p/
inverno

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Leis da Radiação
Lei de Stefan-Boltzman

Essa lei estabelece que todo corpo com temperatura


acima de 0 K emite energia radiativa e que a
densidade de fluxo dessa energia emitida é
porporcional à quarta potencia da temperatura
absoluta desse corpo

E =   T4
 = poder emissivo do corpo (0,95 a 1,00)
= constante de Stefan-Boltzman
 = 5,67*10-8 W/m2K4 = 4,903*10-9 MJ/m2dk4

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Leis da Radiação
Lei de Wien
Essa lei estabelece que o produto entre a temperatura
absoluta de um corpo e o comprimento de onda de máxima
emissão energética é uma constante
T máx = 2,898 * 106nmK

(máx = 0,5 m = 500 nm = Ondas Curtas)

(máx = 10 m = 10.000 nm = Ondas Longas)

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Leis da Radiação
A figura abaixo ilustra graficamente as leis de
Stefan-Boltzman e Wien.
Temperaturas crescentes (T1 < T2 < T3 < T4)
Potência emitida crescente (Q1 < Q2 < Q3 < Q4)
Comprimento de onda de máxima emissão decrescente (1
> 2 > 3 > 4)

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Leis da Radiação

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Associando-se as leis de Wien e de Stefan-Boltzman entende-se as
diferenças entre as radiações emitidas pelo Sol e pela superfície
terrestre. O Sol emite ondas curtas com maior emissão em torno de
500nm e a Terra emite ondas longas com maior emissão em torno de
10000nm.

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Determinação do Fotoperíodo (N)

Como o fotoperíodo é a duração do dia desde o nascer até o


pôr do Sol, temos que na sua trajetória aparente o Sol
descreve um arco simétrico em relação ao meio-dia.

N = Hora do Pôr do Sol – Hora do nascer do sol

Meio-Dia

N/2 N/2

Pôr do Sol Nascer do Sol

N
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Irradiância Solar Diária (Q)

Qo: Irradiância solar global extraterrestre


Qg: Irradiância solar global
Qd: Irradiância solar direta (não tem desvio)
Qc: Irradiância solar difusa (ocorre difusão)

Quanto mais nublado, maior a proporção de Qc

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Irradiância Solar Extraterrestre (Qo)
RADIAÇÃO SOLAR x LATITUDE
50,0
10S 20S
45,0 30S 40S
Equador
40,0
Qo (MJm-2 d-1 )

35,0

30,0

25,0

20,0

15,0

10,0
J AN FEV M AR ABR M AI J UN J UL AGO SET OUT NOV DEZ

Meses
Na linha do Equador ocorre variação de Qo, já que  também varia!
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Irradiância Solar na Superfície Terrestre após os
efeitos atenuantes da Atmosfera (Qg)
Os processos de absorção e difusão da radiação solar pela
atmosfera promovem atenuação da irradiância solar que
atinge a superfície terrestre (denominada de global - Qg) em
relação aos valores observados no topo da atmosfera (Qo).

Ondas Curtas Ondas Longas


Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Irradiância Solar na Superfície Terrestre após os
efeitos atenuantes da Atmosfera (Qg)
Os valores instantâneos da irradiância solar global na
superfície, sofrem grandes variações temporais e espaciais
em função das condições atmosféricas, especialmente
umidade e nebulosidade, e também da época do ano e hora
do dia (variação na camada da atmosfera a ser atravessada).

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Irradiância Solar na Superfície Terrestre após os
efeitos atenuantes da Atmosfera (Qg)
À razão entre a irradiância solar global e a extraterrestre
denomina-se Transmitância Global (Tg), ou seja, representa
a proporção da radiação solar determinada no limite
extremo da atmosfera que efetivamente atinge a superfície
terrestre. Como ao longo do dia a espessura da atmosfera
varia em função do ângulo zenital, Tg também varia:

Tg < ao nascer e pôr do sol


Tg > ao meio dia

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Irradiância Solar na Superfície Terrestre após os
efeitos atenuantes da Atmosfera (Qg)
A nebulosidade também tem papel fundamental na
transmitância da atmosfera:
> Nebulosidade (< insolação) < Tg
< Nebulosidade (> insolação) > Tg
Tg médio = 0,50
0,7 < Tg < 0,8 Qg = 0,50 Qo 0,2 < Tg < 0,3

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


TEMPERATURA
Introdução...
Temperatura (T):
É um índice que expressa a quantidade de calor
sensível de um corpo, sendo a grandeza que
caracteriza o estado térmico de um corpo
“ou sistema”
Dois ou mais corpos (sistemas) com temperaturas
diferentes colocados em contato tendem a atingir
um estado de equilíbrio onde as temperaturas são
iguais, o que é chamado de EQUILÍBRIO TÉRMICO.
Introdução...
Um material mais quente (T1↑) que outro (T2↓)
possui mais energia térmica.
Mas, após algum tempo de interação, ao atingir o
equilíbrio térmico ambos passam a ter o mesmo
valor de energia térmica (T1=T2).
Parte da energia do corpo mais quente flui para o
corpo mais frio, sendo esse fluxo de energia
chamado de CALOR
T1↑ T2↓ T1=T2
Introdução...
Calor:
É um fluxo de energia, ou energia em trânsito,
que se manifesta quando existem dois ou mais
corpos (sistemas) com temperaturas diferentes e
que flui, espontaneamente, dos corpos mais
quentes para os mais frios, até que se atinja o
equilíbrio térmico ou que a interação entre eles
seja desfeita
T1=T2 T1↑ T2↓
Introdução...
➢ Calor não é algo que um corpo possua ou
armazene
➢ Um corpo quente não é um corpo que possui
muito calor, mas sim um corpo com muita energia
térmica.
➢ Calor é apenas o nome da energia trocada por
dois ou mais corpos.
Introdução...
➢ O nome calor também é dado à sensação
corpórea, causada pelo sistema nervoso
➢ A sensação de calor acontece quando nosso
corpo recebe calor (energia).
➢ A sensação de frio é causada quando nosso
corpo perde calor (energia).
Não existe a grandeza física chamada FRIO!!!
Introdução...
Ao receber calor a temperatura dos corpos tende
a aumentar. Mas, para substâncias puras,
quando atingidas determinadas temperaturas, o
ganho de calor pode acarretar uma mudança de
estado físico.
Exemplo: Uma pedra de gelo a 0 ºC que começa a
derreter ao receber calor do ambiente.

Calor
Introdução...

CALOR SENSÍVEL
Chamamos de calor sensível a quantidade de calor
recebida ou cedida por um corpo quando este tem
sua temperatura alterada

CALOR LATENTE
Chamamos de calor latente a quantidade de calor
recebida ou cedida por um corpo quando este
realiza uma mudança de estado físico
Introdução...
Unidades de medida
Calor é energia!
➢ Sistema Internacional de Unidades (SI) é o joule (J)
➢ Outra unidade de calor é a caloria: uma caloria (1 cal) é a
quantidade de calor que deve ser transferida a um grama de
água para produzir a variação de temperatura de 1°C.
(Rigorosamente, de 14,5°C para 15,5°C)
1 cal = 4,18 J
1 kcal = 1.000 cal
➢ A British Thermal Unit (BTU) é uma unidade técnica
usada para quantidade de calor. É muito utilizada em manuais
para caracterizar equipamentos e máquinas que envolvem
energia térmica.
1 BTU = 252,4 cal = 1.055 J
Unidades de medida
Tanto o Kelvin (K) quanto o graus Celsius (°C) são
definidos como padrão por meio de um acordo
internacional.

O zero absoluto é definido precisamente como


0 K e -273,15 °C

O zero absoluto é a temperatura na qual toda a energia


cinética das partículas cessa, ou seja, quando as partículas
se tornam “imóveis”.

Porém, mesmo sob a temperatura de zero absoluto, as


partículas não ficam totalmente imóveis, os átomos e
moléculas estão no estado fundamental e retém
movimentos quânticos.
Unidades de medida

Uma variação de temperatura mensurada na escala Kelvin


encontra-se igualmente representada pela mesma
variação na escala célsius.

Isso estabelece que o valor da temperatura na escala


kelvin seja o valor da temperatura na escala Celsius
somado a 273,15.

Para as aplicações cotidianas, normalmente usa-se a


escala Celsius, onde...

➢ 0 °C é o ponto de fusão da água


➢ 100 °C é o seu ponto de ebulição
(Sob a pressão atmosférica ao nível do mar)
Unidades de medida

A escala Fahrenheit é baseada na temperatura da


mistura de gelo, água e cloreto de amônio, que
automaticamente se estabiliza em 0 °F.

A diferença de temperatura entre os pontos de


ebulição e fusão da água fica exatamente em
180 °F.
Unidades de medida

Conversão de unidades...
Radiação x Temperatura...

Entre os processos físicos na superfície terrestre causados


pela Radiação, dois estão associados diretamente à
temperatura:
➢ Fluxo convectivo de calor sensível (temperatura do ar)
➢ Fluxo por condução de calor no solo (temperatura do solo)
Temperatura do SOLO
O regime térmico de um solo é determinado pelo
aquecimento da superfície pela radiação solar e
transporte, por condução, de calor sensível para seu
interior.
Durante o dia, a superfície se aquece, gerando um fluxo
de calor para o interior. À Noite, o resfriamento da
superfície, por emissão de radiação terrestre (ondas
longas), inverte o sentido do fluxo, que agora passa a ser
do interior do solo para a superfície.

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Temperatura do SOLO
A variação da temperatura do solo ao longo do dia
(temporal) e da profundidade (espacial) é estudada a partir
da elaboração dos perfis de variação da temperatura
Temperatura do solo (o C)
15 20 25 30 35 40 45
0

-5
TAUTÓCRONAS
Profundidade do solo (cm)

-10

-15

-20

-25
13h
-30
19h
-35
23h
-40 5h
-45 9h

-50

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Temperatura do SOLO
Variação Temporal da Temperatura do Solo:
Anual
Também segue a disponibilidade de energia na superfície,
com valores máximos no verão e mínimos no inverno. Em
profundidade, ocorre um pequeno atraso nos valores
máximos e mínimos.
29

27
Temperatura do solo ( C)
o

25

23

21

19

17
2 cm 100 cm
15

Nov
Jun

Jul

Out
Fev

Dez
Jan

Set
Mar

Abr

Ago
Mai
Temperatura do SOLO
Variação Temporal da Temperatura do Solo:
Anual
Variação anual da temperatura do solo em região de clima temperado,
onde, durante o inverno, o solo fica coberto com neve.
Temperatura do SOLO
O fluxo de calor no solo depende, basicamente, da sua
condutividade térmica, de seu calor específico e de sua
emissividade, os quais por sua vez dependem do tipo do
solo.
Além disso, essa variação é afetada pela interação com
outros fatores, dentre eles:

Fatores Externos
Relacionados aos elementos meteorológicos: irradiância
solar global, temperatura do ar, nebulosidade, chuva e
vento.
Fatores Intrínsecos
Relacionados ao tipo de solo, ao relevo e ao tipo de
cobertura do terreno
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Temperatura do SOLO
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo:
TIPO DE SOLO
Relacionado à textura, estrutura e teor de matéria
orgânica do solo.
Solos arenosos tendem a apresentar maiores
amplitudes térmicas diárias nas camadas
superficiais e menores em profundidade.
Isso ocorre pelo fato dos solos arenosos terem
“maior” porosidade, havendo um menor contato
entre as partículas do solos, dificultando assim o
processo de condução.
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Temperatura do SOLO
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo:
TIPO DE SOLO
Relacionado à textura, estrutura e teor de matéria
orgânica do solo.
Os solos argilosos, por sua vez, apresentam maior
eficiência na condução de calor, tendo menor
amplitude térmica diária.

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Temperatura do SOLO
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo:
TIPO DE SOLO
70
Temperatura do solo ( o C)

60

50

40

30

20

10
Arenoso Argiloso
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Hora
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Temperatura do SOLO
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo:
RELEVO

Este é um fator topoclimático, que condiciona o


terreno a diferentes exposições à radiação solar
direta e, também, ao acúmulo de ar frio durante o
inverno.
Os terrenos de meia-encosta voltados para o
norte (no hemisfério Sul) recebem mais energia do
que os voltados para o sul. Já nas baixadas ocorre
um maior acúmulo de ar frio durante o inverno, o
que acaba condicionando redução da temperatura
do solo também nessa área.
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Temperatura do SOLO
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo:
RELEVO

Exposição e configuração do terreno

Faces sul
e sudoeste
Face
norte
Ar frio

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Cobertura do Temperatura
Terreno do SOLO
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo:
COBERTURA DO SOLO
Este é um fator microclimático. Solos sem cobertura
(desnudos) ficam sujeitos a grandes variações térmicas
diárias nas camadas superficiais. A cobertura com
vegetação ou resíduos vegetais (mulch) modifica o
balanço de radiação e de energia, pois a cobertura
intercepta a radiação solar, impedindo que esta atinja o
solo.
Esse fator é importante no sistema de plantio direto e nos
pomares, onde as plantas ficam bem espaçadas. Em
períodos críticos (inverno) e em locais sujeitos a geadas, a
cobertura do terreno é um fator agravante das geadas,
pois impede que o solo armazene calor durante o dia e
liberando-o para a superfície à noite
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Cobertura do Temperatura
Terreno do SOLO
Fatores Determinantes da Temperatura do Solo:
COBERTURA DO SOLO

Sistema convencional Sistema plantio-direto Mato na entrelinha


solo exposto solo com mulch do cafezal

Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI


Temperatura do SOLO
Temperatura do solo (o C)
20 25 30 35 40 45 50
0

5
Profundidade (cm)

10

15

20

25
0t/ha(6h) 14t/ha(6h) 28t/ha(6h)
0t/ha(14h) 14t/ha(14h) 28t/ha(14h)

Variação da temperatura do solo para dois horários do dia e até a profundidade


de 20cm, para diferentes graus de cobertura com palha de café.
O solo sem cobertura apresentou uma amplitude térmica
Quanto maior a cobertura com mulch, maior o isolamento proporcionado.
Referência: P. C. SENTELHAS; L. R. ANGELOCCI
Temperatura do AR
A temperatura do ar é um dos efeitos mais importantes da
radiação solar. O aquecimento da atmosfera próxima à
superfície terrestre ocorre principalmente por transporte
de calor, a partir do aquecimento da superfície pelos raios
solares.
O transporte de calor sensível na atmosfera se dá por
2 processos

CONDUÇÃO MOLECULAR DIFUSÃO TURBULENTA


Ar frio
de calor sensível (H)
Condução molecular

Sup. quente
Temperatura do AR
CONDUÇÃO MOLECULAR
➢ É um processo lento de troca de calor sensível, pois se
dá por contato direto entre “moléculas” de ar
➢ Assim, esse processo tem extensão espacial muito
limitada, ficando restrito a uma fina camada de ar próxima
à superfície aquecida Ar frio

de calor sensível (H)


Condução molecular

Sup. quente
Temperatura do AR
DIFUSÃO TURBULENTA
➢ É um processo mais rápido de troca de energia, pois
parcelas de ar aquecidas pela superfície entram em
movimento convectivo desordenado transportando calor,
vapor d’água, partículas de poeira, etc, para as camadas
superiores

Processos de convecção

A figura acima é uma representação real do que se vê na figura ilustrativa do processo de


convecção. O vermelho indica temperaturas maiores e o azul menores.
Temperatura do AR
FATORES DETERMINANTES DA TEMPERATURA DO AR
Os fatores determinantes da temperatura do ar são aqueles
associados ao balanço de energia para as três escalas dos
fenômenos atmosféricos

➢ Fatores Macroclimáticos
Relacionados à latitude, altitude, correntes oceânicas,
continentalidade / oceanidade, massas de ar e frentes.

➢ Fatores Topoclimáticos
Relacionados ao relevo, mais especificamente à configuração e
exposição do terreno

➢ Fatores Microclimáticos
Relacionados à cobertura do terreno
Temperatura do AR
Variação Temporal da Temperatura do Ar:
Diária
A temperatura do ar varia basicamente em função da
disponibilidade de radiação solar na superfície terrestre. O
valor máximo diário da temperatura do ar ocorre
normalmente de 2 a 3h após o pico de energia radiante. Já
a temperatura mínima diária ocorre de madrugada, alguns
instantes antes do nascer do sol
Temperatura do AR
Variação Temporal da Temperatura do Ar:
Anual
Também segue a disponibilidade de energia na superfície,
com valores máximos no verão e mínimos no inverno
Temperatura mádia mensal - Piracicaba, SP
28

26
Temperatura média mensal ( oC)

24

22

20

18

16

14
2001 2002 2003 2004 2005
12

10
Temperatura do AR
Variação Espacial da Temperatura do Ar:
Variabilidade Horizontal...
A variabilidade espacial (horizontal) é basicamente definida
pelos fatores determinantes do clima, como latitude,
altitude, continentalidade, correntes oceânicas, etc.
Temperatura do AR
Variação Espacial da Temperatura do Ar:
Variabilidade Espaço-Temporal
Temperatura do AR
Variação Espacial da Temperatura do Ar:
Variabilidade Vertical...
➢ Como tanto o aquecimento como o resfriamento
do ar se dão a partir da superfície...

➢ Durante o dia a tendência é da temperatura do ar


ser maior próxima à superfície e menor com a
altura.

➢ De madrugada, essa situação se inverte, sendo


a temperatura menor próxima à superfície e maior
com o aumento da altura.
Temperatura do AR
Variação Espacial da Temperatura do Ar:
Variabilidade Vertical...
Medida da Temperatura - TERMOMETRIA

A temperatura é medida com termômetros, que


podem ser divididos em 5 grupos, de acordo com o
princípio físico utilizado pelo sensor de
temperatura

➢ Dilatação de líquido
➢ Dilatação de sólido
➢ Pares termoelétricos
➢ Resistência elétrica
➢ Radiação infravermelho
Medida da Temperatura - TERMOMETRIA

➢ Dilatação de líquido:
São os mais comuns, consistindo de um capilar de
vidro, onde uma coluna de líquido (álcool ou
mercúrio) se dilata/contrai com o
aquecimento/resfriamento.
Num posto agrometeorológico convencional, os
termômetros de máxima, de mínima,
geotermômetros e o conjunto psicrométrico são
desse tipo
Medida da Temperatura - TERMOMETRIA

➢ Dilatação de líquido:
Medida da Temperatura - TERMOMETRIA
➢ Dilatação de sólidos: TERMÓGRAFOS
Os termógrafos tem como elemento sensor um arco
metálico, o qual se dilata e contrai com a variação
da temperatura.
Eles medem a temperatura do ar continuamente,
com o registro sendo feito com uma pena sobre um
diagrama
Medida da Temperatura - TERMOMETRIA
➢ Dilatação de sólidos: TERMÓGRAFOS
Arco metálico
Pena registrando a temperatura
em um diagrama (termograma)

Termograma
Medida da Temperatura - TERMOMETRIA
➢ Pares termoelétricos: TERMOPARES
Junções de dois metais diferentes. A diferença de
temperatura entre as duas junções gera uma força
eletromotriz proporcional.
Medida da Temperatura - TERMOMETRIA
➢ Resistência elétrica: TERMISTORES
Baseiam-se no princípio de que a resistência
elétrica de materiais varia com a temperatura. Os
metais utilizados para construção desses
termômetros são o níquel, a platina, o tungstênio, e
o cobre.
Um caso especial são os termistores, constituídos de
material semicondutor que permitem acoplamento a
sistemas automatizados de coleta de dados.

Termistores Sensor de temperatura


Medida da Temperatura - TERMOMETRIA
➢ Radiação infravermelho
Baseia-se na detecção da radiação
eletromagnética emitida pelos corpos terrestres (Lei
de Stefan-Boltzmann).
Esse instrumento é utilizado para detecção da
temperatura da superfície de um corpo, sendo
utilizado em satélites meteorológicos, mas ainda
são pouco aplicados em postos agrometeorológicos
Termometria do SOLO

São utilizados os GEOTERMÔMETROS, cujo o


elemento sensor é o mercúrio, que tem como
princípio de medida a dilatação de um líquido
Além deles pode-se utilizar outros tipos de elementos
sensores, como os termopares e os termistores
Termometria do SOLO

Para medida padrão em estações meteorológicas os


geotermômetros devem ser instalados a 2, 5, 10,
20, 40 e 100 cm de profundidade em superfície
gramada ou de solo desnudo

Geotermômetros instalados Geotermômetros instalados


em gramado em solo desnudo
Termometria do AR

O padrão para a medida da temperatura do ar visa


homogeneizar as condições de medida, com relação
ao topo e microclima, deixando essa variável
dependente unicamente das condições
macroclimáticas (“comparação entre locais”)
Mede-se a temperatura do ar com os sensores instalados em
um abrigo meteorológico, a 1,5 – 2,0 m de altura e em área
plana e gramada
Termometria do AR
Abrigos...

Abrigos meteorológicos Abrigo meteorológico utilizado


utilizados em estações em estações meteorológicas
meteorológicas convencionais automáticas
CÁLCULOS DA TEMPERATURA

Em climatologia e em agrometeorologia, as temperaturas


do ar e do solo são expressas em valores médios (diários,
mensais, e anuais), valores extremos (máxima e mínima), e
amplitudes correspondentes

O cálculo da temperatura média (Tméd) é tanto mais exato


quanto maior for o número de observações no período
considerado

São muitas as fórmulas para o cálculo da temperatura média,


mas serão apresentadas apenas as mais comuns que são
adotadas por orgãos responsáveis por redes públicas de
estações meteorológicas
CÁLCULOS DA TEMPERATURA

Cálculo da Temperatura Média do Solo

Estação Convencional: Tmed do Solo = (Ts7h + Ts14h + Ts21h) / 3

Estação Automática: Tmed do Solo = ( Tsi) / n

Tsi é a temperatura do solo medida a cada


intervalo de tempo e n é o total de
observações feitas ao longo de um dia
CÁLCULOS DA TEMPERATURA

Cálculo da Temperatura Média do Ar


Estação Convencional:

INMET Tmed do ar = (Ta9h + Tmáx + Tmín + 2.Ta21h) / 5

IAC Tmed do ar = (Ta7h + Ta14h + 2.Ta21h) / 4

Valores Tmed do ar = (Tmáx + Tmín) / 2


Extremos

Termógrafo Tmed do ar = ( Tai) / 24


Tai é a temperatura do ar medida a cada
intervalo de 1 hora e 24 é o total de
observações feitas ao longo de um dia
CÁLCULOS DA TEMPERATURA

Cálculo da Temperatura Média do Ar

Estação Automática:

Real Tmed do ar = ( Tai) / n

Tai é a temperatura do ar medida a cada


intervalo de tempo e n é o total de
observações feitas ao longo de um dia
UMIDADE DO AR
Umidade do Ar
Introdução:
A água
Umidade do Ar
Introdução:
A água
Por ser o principal constituinte das células vegetais,
podendo atingir até 95% do peso total, a água é um fator
vital na produção das plantas, participando de todos os
fenômenos físicos, químicos e biológicos essenciais ao seu
desenvolvimento.
De acordo com Taiz e Zeiger (2004), de todos os recursos
de que a planta necessita para crescer e desenvolver, a
água é o mais abundante e, ao mesmo tempo, o mais
limitante.
Umidade do Ar
Introdução:

Principais problemas com água...


Países pobres em água
País Disponibilidade de água (m3 hab1 ano-1)
Kuwait Praticamente nula
Quatar 54
Gaza 59
Bahamas 75
Arábia Saudita 105
Líbia 111
Jordânia 185
Cingapura 211

A disponibilidade de menos de 1.000 m3 hab1 ano-1 já


representa condição de “estresse de água” e menos de
500 m3 hab1 ano-1 configura “escassez de água”,
Umidade do Ar
Introdução:

Principais problemas com água...


Umidade do Ar
Introdução:

Água na atmosfera...
A água é a única substância que ocorre naturalmente na
atmosfera nas três fases:

Sólido Líquido Gasoso


Umidade do Ar
Introdução:

Água na atmosfera...
A água na atmosfera e suas mudanças de fase
desempenham papel importantíssimo em diversos
processos físicos naturais:

➢ Transporte e distribuição de calor (ciclo hidrológico)


➢ Absorção de comprimentos de onda da radiação solar e
terrestre
➢ Evaporação / Evapotranspiração
➢ Condensação/Orvalho
Umidade do Ar
Introdução:
A água na atmosfera afeta vários aspectos relacionados à
agricultura, silvicultura, pecuária e conservação de alimentos

Conforto animal Incêndios florestais Armazenamento de produtos

Consumo hídrico das plantas Proliferação de pragas Incidência de doenças


Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
O teor de vapor d´água na atmosfera varia de 0 a 4% do
volume de ar. Isso quer dizer que em uma dada massa de
ar, o máximo de vapor d´água que ela pode reter é 4% de
seu volume:

Caso a umidade corresponda a 0% do volume de ar


➢ AR SECO
Caso a umidade corresponda a um valor entre 0% e 4% do
volume de ar
➢ AR ÚMIDO
Caso a umidade corresponda a 4% do volume de ar
➢ AR SATURADO
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
Ar Saturado: quando a taxa de escape de moléculas de
água de uma superfície líquida para o ar se iguala à taxa de
retorno de moléculas de vapor d´água do ar para a
superfície líquida.
Essa taxa é dependente da temperatura do sistema, a qual
determina a capacidade máxima de vapor d´água que o ar
pode reter.

Fase gasosa

Fase líquida
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
Manômetro

Ar seco Ar Úmido

Água

Ar Saturado
Ar Saturado
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
De acordo com a Lei de Dalton, a pressão atmosférica
(Patm) é igual à soma das pressões parciais exercidas por
todos os constituintes atmosféricos...

A pressão parcial exercida pelo vapor d´água (PH2O) é


simbolizada pela letra “e”. Para a condição de saturação
utilizamos o símbolo “es” e para a condição de ar úmido, ou
seja, para a condição real de vapor d´água no ar, utilizamos
o símbolo “ea”.

“ea” e “es” são expressos em unidade de pressão (atm, mmHg, mb, hPa ou kPa)

1 atm = 760 mmHg = 1013,3 mb = 1013,3 hPa = 101,33 kPa


Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
O gráfico psicrométrico, que é apresentado no slide a
seguir, expressa a relação positiva entre a temperatura do
ar e a pressão de vapor, mostrando quanto de vapor o ar
pode reter para cada nível de temperatura do ar.
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
Para estimativa da ea utiliza-se o conjunto psicrométrico:

Temperatura do ar (bulbo seco -


Ts)
Temperatura do bulbo úmido (Tu)

Conjunto psicrométrico
aspirado Conjunto psicrométrico
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
O déficit de saturação de vapor do ar (Δe) é obtido pela
diferença entre es e ea, que é representado pela barra
vertical posicionada no gráfico psicrométrico.
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:

A variação do déficit de saturação de vapor do ar (Δe)


ocorre em função da temperatura.
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
Quanto maior o déficit de saturação de vapor do ar (Δe)
maior o poder evaporante do ar.
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
A massa específica, ou Umidade Absoluta (UA), representa a umidade
contida na atmosfera, em termo de massa de vapor d’água por unidade de
volume do ar, sendo estimada por:

A Umidade de Saturação (US), representa a quantidade de umidade na


atmosfera, em condições de es, conforme o modelo:

A razão entre UA e US, assim como a razão entre ea e es, resulta na


Umidade Relativa do Ar (UR; %):
Umidade do Ar
Definições e Conceitos:
A temperatura na qual uma parcela de ar atinge a
saturação apenas por resfriamento é denominada de
temperatura do ponto de orvalho (To).
Umidade do Ar
Quantificação da Umidade do Ar

Para a determinação da umidade do ar utilizam-se


equipamentos que têm alguma propriedade associada ao
teor de vapor d'água contido na atmosfera

Abrigos...
Umidade do Ar
Quantificação da Umidade do Ar

Conjunto Psicrométrico ou Psicrômetro

É constituído de dois termômetros,


sendo um com o bulbo seco que
mede a temperatura real do ar, e
outro com o bulbo envolto em uma
gaze sempre umedecida, que perde
água a uma taxa dependente da
concentração de vapor no ar;

Quanto menor for ea, menor será a


temperatura desse termômetro em
relação a do bulbo seco
Umidade do Ar
Quantificação da Umidade do Ar

Higrógrafos mecânicos

Os higrógrafos mecânicos,
normalmente associados ao
termógrafo bimetálico, usam como
elemento sensor, para umidade do
ar, o cabelo humano, o qual tem a
propriedade de se dilatar e contrair
em função da umidade do ar.

Esses equipamentos são


empregados para a obtenção de
medidas contínuas e registram os
valores de UR no higrograma
Umidade do Ar
Quantificação da Umidade do Ar

Higrógrafos mecânicos
Umidade do Ar
Quantificação da Umidade do Ar

Sensor capacitivo de UR

Esse sensor é empregado nas estações


meteorológicas automáticas. O sensor
constitui-se de um filme de polímero
que ao absorver vapor d´água do ar
altera a capacitância de um circuito
ativo. Requer calibração e limpeza
periódicas.
Umidade do Ar
Quantificação da Umidade do Ar
Estação Convencional:

INMET URmed = (UR9h + URmáx + URmín + 2.UR21h) / 5


IAC URmed = (UR7h + UR14h + 2.UR21h) / 4
Valores
Extremos
URmed = (URmáx + URmín) / 2

Higrógrafo URmed = ( URi) / 24


URi é a umidade relativa do ar medida a cada
intervalo de 1 hora e 24 é o total de observações
feitas ao longo de um dia
Estação Automática :
Real URmed = ( URi) / n
URi é a umidade relativa do ar medida a cada
intervalo de tempo e n é o total de observações
feitas ao longo de um dia
Umidade do Ar
Variação da Umidade do Ar
Na escala diária praticamente não há variação de “ea” ao
longo do dia, ao passo que “es” varia exponencialmente
com a temperatura do ar. Isso faz com que a UR varie
continuamente ao longo do dia, chegando ao valor mínimo
no horário de Tmax e a um valor máximo a partir do
momento em que a temperatura do ponto de orvalho (To) é
Piracicaba, 14/08/2004

atingida. 3,5
es
3,0 ea
Pressão de vapor (kPa )

2,5

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Horário
Umidade do Ar
Variação da Umidade do Ar
Desse modo, a UR tem uma variação inversa à da
temperatura do ar (Ts), porém o efeito direto da Ts
é sobre “es”, como visto na figura anterior.
Piracicaba, 14/08/2004
25,0 120

100
20,0

80
15,0
Ts ( o C )

UR (%)
60

10,0
40

5,0 Ts
20
UR

0,0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1112 131415 1617 1819 202122 2324
Horário
Umidade do Ar
Variação da Umidade do Ar
Na escala anual, a UR média mensal acompanha basicamente o regime
de chuvas, pois havendo água na superfície haverá vapor d´água no ar.
No entanto, também tem uma variação regional...
Variação Anual da UR (% )
100
90
Média mensal da UR (%)

80
70
60
50
40
30
Piracicaba, SP
20
Manaus, AM
10
Brasília, DF
0
J F M A M J J A S O N D
Mês
Umidade do Ar
Variação da Umidade do Ar
Variação espacial da umidade do ar está
relacionada diretamente com a distribuição hídrica
da região (Regime de Chuvas).
Umidade do Ar
Orvalho...
O orvalho é definido como a água condensada
sobre uma superfície, quando a temperatura atinge
o ponto de condensação (Ponto de Orvalho, To)
Umidade do Ar
Orvalho...
O orvalho, como fonte hídrica, assume importância somente
em regiões áridas e semiáridas (pode ser responsável por
até 20% da água consumida pela vegetação)

Dispositivo de coleta de orvalho para “irrigar” plantas, desenvolvido pela empresa


israelense Tal-Ya Water Technologies
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Introdução...
O conhecimento da evaporação e evapotranspiração é
importante para: Análise da viabilidade técnica,
econômica e social de atividades agropecuárias...

Construção de reservatórios para Análise da demanda hídrica atmosférica


dessedentação humana e animal e disponibilidade regional de água

Estudo de viabilidade da Balanço hídrico para quantificação


transposição de corpos d’águas do déficit hídrico regional
Introdução...
O conhecimento da evaporação e evapotranspiração é
importante para: Manejo da irrigação (ET) e
monitoramento de reservatórios (EV)...

Microaspersão Sulcos Evaporação em reservatórios

Gotejamento Aspersão convencional Nível de reservatórios


Manejo da irrigação Monitoramento de reservatórios
Introdução...
Importância do conhecimento da evapotranspiração no
planejamento, dimensionamento e manejo da irrigação:
EVAPOTRANSPIRAÇÃO

Superestimativa Subestimativa

Sistemas superdimensionado Subdimensionamento

Lixiviação
Impossibilidade de
Água em excesso irrigar toda área

Elevação do lençol freático Baixa produtividade

Risco de salinização
Alto custo/unidade área
Introdução...
EXEMPLO DE MANEJO DA IRRIGAÇÃO...
Pivô central de 500 m de raio irriga aproximadamente
79 ha (sem o canhão final) → 790.000 m2
Caso seja aplicado 1 mm (1 L.m-2) a mais, tem-se:

790.000 L (Excedente!)
Considerando que o consumo médio por pessoa é de 180 L.dia-1, tem-se:

Consumo diário de ≈ 4.400 pessoas!!!


Introdução...

1,0 mm para um Pivô de 79 ha

Consumo diário de ≈ 4.400 pessoas!!!


Desta forma, um superestimava da ET em 1,0 mm, em
10 pivôs deste tipo, equivale ao consumo diário de uma
cidade com 44.000 habitantes ou 6 dias de consumo
para Inconfidentes-MG.
Nebraska - EUA
Barreiras - BA
Conceitos...
Evaporação (EV):
A Evaporação é um processo físico de mudança de fase,
passando do estado líquido para o estado gasoso.

A evaporação de água para atmosfera ocorre de oceanos,


lagos, rios, do solo e da vegetação úmida (evaporação do
orvalho ou da água interceptada das chuvas)
Evaporação da água das superfícies de
água livre, vegetação úmida ou do solo

Água ou Solo
Conceitos...
Transpiração (T):
A transpiração é um processo biofísico pelo qual a água
que passou pela planta, fazendo parte de seu
metabolismo, é transferida para a atmosfera
preferencialmente pelos estômatos, obedecendo uma série
de resistências desde o solo, passando pelos vasos
condutores (xilema), mesófilo, estômatos e finalmente
indo para a atmosfera.
Conceitos...
Evapotranspiração (ET):
Como é praticamente impossível se distinguir o vapor
d´água proveniente da evaporação da água no solo e da
transpiração das plantas, a evapotranspiração é definida
como sendo o processo simultâneo de transferência de
água para a atmosfera por evaporação da água do solo e
da vegetação úmida e por transpiração das plantas.
Conceitos...

Importante:
Estes processos (EV, T e ET) ocorrem naturalmente
somente se houver energia disponível no ambiente (saldo
de radiação - Rn) e o ar atmosférico não estiver saturado
de vapor de água (ea < es).

Evaporação (EV) Transpiração (T) Evapotranspiração (ET)


Conceitos...
Evapotranspiração Potencial (ETP) ou de
referência (ETo):
É a evapotranspiração de uma extensa superfície vegetada
com vegetação rasteira (normalmente gramado), em
crescimento ativo, cobrindo totalmente o solo, com altura
entre 8 e 15cm (IAF  3), sem restrição hídrica e com
ampla área de bordadura para evitar a advecção de calor
sensível (H) de áreas adjacentes.
Nesse caso a ET depende apenas das variáveis
meteorológicas, sendo portanto ETP (ETo) uma variável
meteorológica, que expressa o potencial de
evapotranspiração para as condições meteorológicas
vigentes.
Conceitos...
Evapotranspiração Potencial (ETP) ou de
referência (ETo):
Conceitos...
Evapotranspiração Real (ETR):
É a evapotranspiração nas mesmas condições (padrões)
de contorno de ETP, porém, com ou sem restrição
hídrica.
Nesse caso:
ETR ≤ ETP
Pode-se dizer que:
ETR = ETP * Ks
 - umidade do solo
cc pmp

AFD

CAD

CAD 0
Conceitos...
Evapotranspiração Real (ETR):
Se Ks =1 ....... ETR = ETP
Se Ks < 1 .......ETR < ETP
 - umidade do solo
cc pmp

AFD

CAD

CAD 0
Conceitos...
Evapotranspiração de Oásis (ETO):
É a evapotranspiração de uma área vegetada
úmida (irrigada) que é circundada por uma extensa
área seca, de onde provém energia por advecção (calor
sensível), a qual aumenta a quantidade de energia
disponível para a ET.
Conceitos...
Evapotranspiração de Oásis (ETO):
Efeito Varal

Curva de Evapotranspiração
Vento
Predominante
Oásis
Bal. Vertical
+
Real Bal. Horizontal Potencial
Bal. Vertical

Seco Área Tampão Úmido


Transição
Conceitos...
Evapotranspiração de Cultura (ETc):
É a evapotranspiração de uma cultura em dada
fase de seu desenvolvimento, sem restrição
hídrica, em condições ótimas de crescimento e
com ampla área de bordadura para evitar a
advecção de calor sensível (H) de áreas adjacentes.
Conceitos...
Evapotranspiração de Cultura (ETc):

Assim ETc depende das condições meteorológicas,


expressas por meio da ETP (ou ETo), do tipo de
cultura (maior ou menor resistência à seca) e da
área foliar. Como a área foliar da cultura padrão é
constante e a da cultura real varia, o valor de Kc
também irá variar.
Conceitos...
Coeficiente de Cultivo (Kc):
O coeficiente de cultivo (kc)
é adimensional e:

Específico para cada cultura

Variável em função dos tratos culturais

Variável em função do método


Dependente do estádio fenológico de estimativa da ET
Conceitos...
Coeficiente de Cultivo (Kc):

Variação do kc com o estádio de desenvolvimento


Conceitos...
Coeficiente de Cultivo (Kc):
Variação típica de kc em culturas anuais (A) e perenes
(B), nos respectivos estádios de crescimento
Conceitos...
Coeficiente de Cultivo (Kc):
Exemplo de coeficientes de cultivo (kc)

Cultura dos citros

Bertonha (1997) → kc = 0,75

Vieira; Ribeiro (1993) → kc = 0,8

Coeficientes de cultivo da cultura do citros, propostos por Doorenbos; Kassam (1994)


Conceitos...
Coeficiente de Cultivo (Kc):
Exemplo de coeficientes de cultivo (kc)
Evapotranspiração (ETc) e coeficientes de cultura (Kc) de um cafezal (Coffea arabica L.),
após quatro anos de recepado, utilizando o método do balanço hídrico.

Variação do kc do cafeeiro, cultivar Catuaí Vermelho (IAC 44), em Lavras, MG - FAEPE/UFLA


Conceitos...
Coeficiente de Cultivo (Kc):

Cultura Fases de desenvolvimento


I II III IV V
Feijão grãos 0,30-0,40 0,70-0,80 1,05-1,20 0,65-0,75 0,25-0,30
Feijão vagem 0,30-0,40 0,65-0,75 0,95-1,05 0,90-0,95 0,85-0,95
Milho grãos 0,30-0,50 0,70-0,85 1,05-1,20 0,80-0,95 0,55-0,60
Milho verde 0,30-0,50 0,70-0,90 1,05-1,20 1,00-1,15 0,95-1,10
Trigo 0,30-0,40 0,70-0,80 1,05-1,20 0,65-0,75 0,20-0,25
Soja 0,30-0,40 0,70-0,80 1,00-1,15 0,70-0,80 0,40-0,50
Batata 0,40-0,50 0,70-0,80 1,05-1,20 0,85-0,95 0,70-0,75
Tomate 0,40-0,50 0,70-0,80 1,05-1,25 0,80-0,95 0,60-0,65
Repolho 0,45-0,50 0,70-0,80 0,95-1,10 0,90-1,00 0,80-0,95
Pimentão 0,30-0,40 0,60-0,75 0,95-1,10 0,85-1,00 0,80-0,90

I – estabelecimento; II – Desenv. Veget.; III – Florescimento; IV – Frutificação; V – maturação.

Primeiro valor – UR alta (>70%) e vento fraco (< 5 m/s) – baixa demanda da atmosfera
Segundo valor – UR baixa (<40%) e vento forte (> 5m/s) – alta demanda da atmosfera
Conceitos...
Kc * Ks ETr
Evapotranspiração
real da Cultura
(ETr) Com ou sem
restrição hídrica
pmp  - umidade do solo cc

É a evapotranspiração
nas mesmas condições de
contorno de ETc, porém, AFD

CAD
com ou sem restrição
hídrica. Kc médio

Nesse caso:

ETr = ETP * Kc * Ks Kc
final

Tempo (dias)
Conceitos...
Fatores Determinantes da Evapotranspiração
Fatores do Clima: saldo de radiação, temperatura
do ar, umidade relativa do ar e velocidade do vento

Fatores
Climáticos
Fatores da Cultura:
Fatores altura, área foliar, tipo
da Planta de cultura, albedo,
(Kc) profundidade do
sistema radicular.

Fatores de
Manejo e do
Solo ETr

Fatores de Manejo e do Solo: espaçamento/densidade de


plantio, orientação de plantio, uso de cobertura morta
(plantio direto), capacidade de armazenamento do solo,
impedimentos físicos/químicos, uso de quebra-ventos, etc...
Medida da EV e ET...

Medida da EVAPORAÇÃO...
A evaporação é medida com tanques
EVAPORIMÉTRICOS, onde obtém-se a lâmina de
água evaporada de uma determinada área.

O tanque 20 m2 Tanque Classe A


Medida da EV e ET...
O Tanque 20 m2
➢Possui 5,0 m de diâmetro e 2,0 m de profundidade;
➢Possui aproximadamente 20 m2 de área evaporante;
➢Devido ao grande volume de água e ao fato de estar enterrado,
sofre pouca influência de fatores externos, como o aquecimento
das suas paredes;
➢A lâmina d’água evaporada é semelhantes as verificadas nos
lagos.
Medida da EV e ET...
O Tanque 20 m2
Medida da EV e ET...
O Tanque Classe A
➢ Mais utilizado no mundo;
→ Precisos em períodos curtos;
→ Fácil operação;
→ Baixo custo;
➢ Como o tanque Classe A é menor e contém um volume de água
muito menor do que o tanque de 20m2, o volume de água
evaporado nesses evaporímetros costuma ser superior.
Medida da EV e ET...
O Tanque Classe A

Poço tranquilizador Parafuso micrométrico

Tanque Classe A
Medida da EV e ET...

Medida da EVAPOTRANSPIRAÇÃO...
A medida direta da evapotranspiração é difícil e
onerosa, justificando sua utilização apenas em
condições experimentais.
Os equipamentos mais utilizados para esse fim são
os Lisímetros ou Evapotranspirômetros...
LISÍMETRO:
Equipamento que consiste de uma caixa
impermeável, contendo um volume de solo que
possibilita conhecer com detalhe alguns termos do
balanço hídrico do volume amostrado.
Medida da EV e ET...

Medida da EVAPOTRANSPIRAÇÃO...
Os lisímetros são utilizados para determinar a ETc,
ETr, ETo, ou EV do solo nu;
São empregados há mais de 300 anos...
Podem ser classificados em dois grandes grupos:
➢ Lisímetros pesáveis (De pesagem)
➢ Lisímetros não pesáveis (De drenagem)
Medida da EV e ET...
Lisímetros não pesáveis (Drenagem...)
Tem baixo custo mas são precisos apenas em períodos
longos de tempo, sendo recomendado somente para
determinação da ET média semanal, quinzenal ou
mensal.

Esquema de lisímetro típico não pesável, de drenagem ou de percolação


Medida da EV e ET...
Lisímetros não pesáveis (Drenagem...)

Lisímetros de DRENAGEM... Fosso de coleta de drenagem


Medida da EV e ET...
Lisímetros pesáveis (Pesagem...)
É o equipamento mais prático, preciso e confiável para
determinar a ET em períodos menores que um dia, mas
sua principal limitação é o alto custo de aquisição;

Esquema de um lisímetro de pesagem típico


Medida da EV e ET...
Lisímetros pesáveis (Pesagem...)
Estimativa da ET...
“ESTIMATIVA” DA
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Os valores de ETP (ETo) podem ser estimados a
partir de elementos medidos em estação
agrometeorológica, existindo vários métodos para
tal estimativa.

De modo geral, todos os métodos são empíricos,


pois para sua plena aplicação são necessárias
algumas parametrizações empíricas.
Estimativa da ET...
Método de Thornthwaite

➢ Método empírico baseado apenas na


temperatura média do ar (principal vantagem);
➢ Foi desenvolvido para condições de clima úmido
(subestimativa ETo em clima seco);
➢ Muito utilizado para fins climatológicos, na
escala mensal.
➢ Esse método parte de uma ET padrão (ETp), a
qual é a ET para um mês de 30 dias e com N = 12h
Estimativa da ET...
Método de Thornthwaite
ETp = 16 (10 Tm/I)a (0 ≤ Tm < 26,5oC)
ETp = -415,85 + 32,24 Tm – 0,43 Tm2 (Tm  26,5oC)
I = 12 (0,2 Ta)1,514
a = 0,49239 + 1,7912 10-2 I – 7,71 10-5 I2 + 6,75 10-7 I3
ETP = ETp * COR (mm/mês)
COR = N/12 * NDP/30

Tm = tem. Média do mês


Ta = temp. média anual normal
N = fotoperíodo do mês em questão
NDP = dias do período em questão
Estimativa da ET...
Método de Camargo
➢Método empírico, baseado no método de
Thornthwaite.
➢Sendo assim, apresenta as mesmas vantagens e
restrições desse método.
➢Apesar disso, tem uma vantagem a mais que é
não necessitar da temperatura média anual
normal.
➢No entanto, considera a irradiância solar
extraterrestre (Qo), a qual é fornecida por tabelas.
Estimativa da ET...
Método de Camargo
ETP = 0,01 x Qo x Tmed x NDP
Qo = Irradiância solar extraterrestre (mm/dia)

Lat Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

0 14,5 15,0 15,2 14,7 13,9 13,4 13,5 14,2 14,9 14,9 14,6 14,3

10 15,9 15,7 15,0 13,8 12,4 11,6 11,9 13,0 14,4 15,3 15,7 15,7

20 16,7 16,0 14,5 12,4 10,6 9,6 10,0 11,5 13,5 15,3 16,2 16,8
30 17,2 15,7 13,5 10,8 8,5 7,4 7,8 9,6 12,2 14,7 16,7 17,6
Estimativa da ET...
Método de Hargreaves e Samani

➢Método empírico, desenvolvido para a região de


clima seco;
➢Baseia-se na temperatura média do ar e na
amplitude térmica;
➢Bom desempenho em climas áridos e semi-
áridos (NE);
➢Superestima a ET em condições de clima
úmido; Indicado para escala mensal;
Estimativa da ET...
Método de Hargreaves e Samani

ETo = 0,0023  Qo  (T ETo = 0, 0.5 Qo (T max − T min) 0.5 (T +


max − T min)  (T + 17 ,8)  NDP
0023

em que:
ETo - Evapotranspiração de referência, mm.dia -1;
Tmax - Temperatura máxima diária do ar, ºC;
Tmin - Temperatura mínima diária do ar, ºC;
T - Temperatura média diária do ar, ºC;
Qo - Radiação extra terrestre, mm.dia -1.
Estimativa da ET...
Método do Tanque Classe A
➢Método empírico, baseado na relação
proporcional entre a evaporação de água do
tanque classe A (ECA) e a ETP (ETo);
➢A conversão de ECA em ETo é realizada
através de um coeficiente do tanque (Kp);
➢Kp varia em função do tamanho da
bordadura, umidade relativa do ar,
velocidade do vento e cobertura da área;
Estimativa da ET...
Método do Tanque Classe A
Estimativa da ET...
Método FAO-Penman-Monteith
➢ Método físico, baseado no método original de
Penman, considerado padrão de estimativa pela FAO
(Boletim FAO 56);
➢ Considera que a ETo é depende de fatores energéticos
e aerodinâmicos, os quais são controlados pelas
resistências ao transporte de vapor da superfície para a
atmosfera.
Estimativa da ET...
Método FAO-Penman-Monteith
Estimativa da ET...
Método FAO-Penman-Monteith
“s” é a declividade da curva de pressão de vapor...
Estimativa da ET...
Método FAO-Penman-Monteith
→ Vantagem: Precisão na estimativa;
→ Limitação: São necessárias grande número de variáveis.
BALANÇO HÍDRICO
Introdução...

O balanço hídrico nada mais é do que o cálculo


das entradas e saídas de água de um sistema.
Várias escalas espaciais podem ser consideradas
para se contabilizar o balanço hídrico...
Introdução...

Na ESCALA MACRO, o “balanço hídrico” é o


próprio “ciclo hidrológico”, cuja resultado nos
fornecerá a água disponível no sistema (no solo,
rios, lagos, vegetação úmida e oceanos), ou seja na
biosfera.
Introdução...

Na ESCALA INTERMEDIÁRIA, representada


por uma micro-bacia hidrográfica, o balanço
hídrico resulta na vazão de água desse sistema.
Para períodos em que a chuva é menor do que a
demanda atmosférica por vapor d´água, a vazão
diminui, ao passo em que nos períodos em que a
chuva supera a demanda, a vazão aumenta.
Introdução...
Na ESCALA LOCAL, no caso de uma cultura, o
balanço hídrico tem por objetivo estabelecer a
variação de armazenamento e, consequentemente,
a disponibilidade de água no solo. Conhecendo-se
qual a umidade do solo ou quanto de água este
armazena é possível se determinar se a cultura está
sofrendo deficiência hídrica, a qual está
intimamente ligada aos níveis de rendimento dessa
lavoura.
Componentes do balanço hídrico...
Entradas Saídas
P = chuva (ou Irrigação) ET = evapotranspiração
O = orvalho Ro = escoamento superficial
Ri = escoamento superficial DLo = escoamento sub-superficial
DLi = escoamento sub-superficial DP = drenagem profunda
AC = ascensão capilar

Equacionando-se as entradas (+) e as saídas (-) de água do sistema,


tem-se a variação de armazenamento de água no solo

 ARM = P + O + Ri + DLi + AC – ET – Ro – DLo – DP


Componentes do balanço hídrico...
A chuva representa a principal entrada de água
em um sistema, ao passo que a contribuição do
orvalho só assume papel importante em regiões
muito áridas, sendo assim desprezível. As entradas
de água pela ascensão capilar também são muito
pequenas e somente ocorrem em locais com lençol
freático superficial e em períodos muito secos.

Desprezíveis!
Componentes do balanço hídrico...

Já os fluxos horizontais de água (Ri, Ro, DLi e


DLo), para áreas homogêneas, se compensam,
portanto, anulando-se. A ET é a principal saída de
água do sistema, especialmente nos períodos secos,
ao passo que DP constitui-se em outra via de saída
de água do volume controle de solo nos períodos
excessivamente chuvosos.

Desprezíveis! Anulam!
Componentes do balanço hídrico...

Sendo assim, pode-se considerar que Ri  Ro,


DLi  DLo, O e AC desprezíveis, o que resulta na
seguinte equação geral do balanço hídrico:

 ARM = P – ET – DP

Desprezíveis! Anulam!
Balanço Hídrico Climatológico ...
O Balanço Hídrico Climatológico foi
desenvolvido inicialmente com o objetivo de se
caracterizar o clima de uma região, de modo a
ser empregado na classificação climática
desenvolvida por Thornthwaite na década de 40.
Balanço Hídrico Climatológico ...
Atualmente, esta metodologia também é empregada...

Caracterização das secas e seus possíveis impactos sobre a


agricultura; (Época e Duração)
Balanço Hídrico Climatológico ...
Atualmente, esta metodologia também é empregada...

Zoneamento agroclimático e determinação da aptidão


agrícola;
Balanço Hídrico Climatológico ...
Atualmente, esta metodologia também é empregada...

Determinação de épocas de semeadura, menos susceptível


ao déficit hídrico;

Épocas de semeadura
da soja no Estado do
Mato Grosso
Balanço Hídrico Climatológico ...
Atualmente, esta metodologia também é empregada...

Estudo da necessidade de irrigação suplementar;

Déficit e excesso hídrico no solo do Estado do Paraná


Balanço Hídrico Climatológico ...

O Balanço Hídrico Climatológico (BHC) elaborado com


dados médios de P e ETP de uma região é denominado de
BHC Normal. Esse tipo de BH é um indicador
climatológico da disponibilidade hídrica na região, por
meio da variação sazonal das condições do BH ao longo de
um ano médio (cíclico), ou seja, dos períodos com
deficiências e excedentes hídricos.
Posse, GO (1961-1990) - CAD = 10mm
200

150

100
mm

50

-50

-100
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

DEF(-1) EXC
Balanço Hídrico Climatológico ...
O Balanço Hídrico Climatológico (BHC) elaborado com
dados de P e ETP de um período ou de uma seqüência de
períodos (meses, semanas, dias) de um ano específico para
uma certa região é denominado de BHC Seqüencial. Esse
tipo de BH nos fornece a caracterização e variação
sazonal das condições do BH (deficiências e excedentes) ao
longo do período em questão.
Piracicaba, SP (2004) - CAD = 100 mm
120
100 EXC
EXC

80 DEF

60
40
20
0
DEF

-20
-40
-60
J F M A M J J A S O N D
Elaboração do BHC ...
Balanço Hídrico de Cultura...

No caso do BH de cultura, leva-se em consideração a ETc


(também simbolizada por ETm) tendo-se então (P-ETc), que
servirá para a estimativa de ETr (também simbolizada por
ETa), assim como para a estimativa da deficiência hídrica
(ETc – ETr) e do excedente hídrico.

Sem Com
Deficiência Deficiência
Hídrica Hídrica
Prof. Dr. Fernando da Silva Barbosa
Mestre em Irrigação e Drenagem
Doutor em Engenharia de Sistemas Agrícolas
fernando.barbosa@ifsuldeminas.edu.br

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