Psicrômetro eletrônico 

André Padilha Kern 

E-mail: andrepadilha9@hotmail.com
 
Anne Elise Nascimento 
E-mail: anne_aen@hotmail.com
 
Camila Jasmini Rodrigues Schiar 
E-mail: milaschiar@hotmail.com
 
Gabriela Vergottini Padilha 
E-mail: gabrielavergottiny@hotmail.com
 
Samira Rayra Kuball 
E-mail: samy_rk@msn.com 
Curso Técnico de Meteorologia 
Instituto Federal de Santa Catarina 
Av. Mauro Ramos, 755 
Florianópolis - Centro - Santa Catarina - 88020-300
 
Resumo: Este artigo apresenta a construção de um psicrômetro de ventilação
forçada, tendo como objetivo a comparação de dados, com o termo-higrógrafo
convencional da estação do IFSC. O psicrômetro é composto por um bulbo seco e
um bulbo úmido, em que este último citado é envolvido por um cadarço de algodão,
que deve ser alvejado e bastante trançado, devendo permanecer constantemente
molhado com água destilada, gerando assim temperaturas que simulam o quão
próximo está da saturação do ar; já o bulbo seco mede a temperatura do ar. O
psicrômetro construído mostrou que ocorreram diferenças de umidade e temperatura
em relação ao termo-higrógrafo, pois há uma diferença em seus meios. O ambiente
no psicrômetro construído tem uma ventilação forçada para simular o seu ar e o
termo-higrógrafo está direcionado para a ventilação do ambiente.

Palavras-chave: Bulbo Úmido. Bulbo Seco. Psicrômetro. PT-100.

Abstract: This article presents the construction of psychrometer forced ventilation,

aiming to compare data with the thermo-higrógrafo conventional IFSC season.The
psychrometer consists of a dry bulb and wet bulb, where the latter is surrounded by a
lace of cotton, which should be targeted and very twisted. It must remain constantly
wet with distilled water, generating temperatures that simulate how close it is of air
saturation, while the dry bulb measures the air temperature. The psychrometer built
for the article showed that there were differences in humidity and temperature in
relation to thermo-higrógrafo because there is a difference in their means. The built
environment in the psychrometer has a forced ventilation to simulate its air and the
thermo-higrógrafo is driven to the environment ventilation.

1 Introdução do ar de forma indireta. A água,

  substância necessária para a vida está
          O psicrômetro é um instrumento constantemente presente na
utilizado para medir a umidade relativa
troposfera em decorrência das
propriedades físicas de mudança de
estado que possui. Podemos observar
na composição do clima de cada
região, ou em fatores que mudam a
temperatura, pressão, densidade de
uma porção de massa de ar, trazendo
mudanças temporais. A concentração
de água no ar corresponde a uma das
fases do ciclo hidrológico, que
representa a transformação da água
na composição do sistema superfície-
atmosfera, como por exemplo, a
litosfera, a biosfera, a hidrosfera e a
atmosfera.
No entanto a água é variável,
pois depende da superfície que ela se
encontra (solo, vegetação, oceanos,
mares, lagos, rios e banhados). A água
pode estar presente em três estados
físicos: sólido, líquido e gasoso, e os
seus processos de transformação de
uma fase para a outra está relacionada
à absorção e liberação de energia. A
presença de vapor de água é tratada
como umidade, para cada temperatura
haverá uma quantidade de moléculas
de vapor, ela é um dos indicadores na
meteorologia para fazer previsões e
estudar climas de uma região.
Com o psicrômetro obtemos,
.
2 Referenciais teóricos
Foram encontrados como
referência de medida de umidade
relativa e temperatura do ar, alguns
tipos de psicrômetro, tais como:
psicrômetro de Asmann, psicrômetro
eletrônico, e o psicrômetro
convencional.
O psicrômetro de Asmann,
apresentado na figura 1, serve para
medir a umidade relativa do ar e é
constituído por um tubo que se
prolonga por dois tubos em que se
encontram dois termômetros. Um
deles é umedecido para que se possa
medir o quão próximo está da
saturação do ar, e o outro mede a
mediante tabelas apropriadas, a
umidade relativa, através da pressão
do vapor e a pressão de vapor de
saturação. Sua unidade de medida é
em graus Celsius (ºC).
O instrumento convencional é
composto por dois termômetros
idênticos, sendo que um deles tem o
bulbo envolvido por um cadarço de
algodão, que deve ser alvejado e
bastante trançado, devendo
permanecer constantemente molhado
de água destilada, denominado bulbo
úmido. Já o outro termômetro é
conhecido por bulbo seco. Os valores
obtidos nesses termômetros
correspondem respectivamente à
temperatura do ar (bulbo seco), e à
temperatura da água em processo de
evaporação (bulbo úmido).
Neste projeto desenvolveu-se
um experimento de um psicrômetro de
ventilação forçada, que tem como
base a calibração de dois PT-100.
Estes servirão como bulbo úmido e
bulbo seco tendo como objetivo a
comparação com o termo-higrógrafo.
Seus dados foram registrados no
Datalogger que automaticamente faz a
aquisição e gravação de dados
durante o tempo programado.
temperatura do ar. Já a ventoinha é
ligada por mecanismo que obriga uma
corrente de ar a passar pelo tubo onde
se encontram os termômetros presos.
Por fim, as temperaturas dos dois
termômetros serão diferentes, pois se
calculam as fórmulas e grandezas que
indicam o vapor da água no meio.
FIGURA 1- O psicrômetro de
Assmann.
 O psicrômetro eletrônico,
apresentado na figura 2, é mais prático
e acessível do que os outros
psicrômetros, além de ser manual,
também possui as mesmas funções
dos demais. Contém um indicador
digital de temperatura e umidade, pelo
fato de ser eletrônico, possui saída de
12v e algodão para o sensor de
umidade, além de medir temperatura
O psicrômetro convencional,
apresentado na figura 3, é o mais
utilizado em estações, ele mede à
umidade relativa do ar e sua unidade
de medida é em porcentagem (%).
São dois termômetros de
mercúrio idênticos sendo, eles o de
bulbo úmido e o de bulbo seco. O de
bulbo úmido na grande maioria possui
uma gaze em sua base, também se
pode usar um cadarço que é
umedecido diariamente com água
destilada, a fim de medir o quão
FIGURA 3 – O psicrômetro convencional
3 Aspectos Metodológicos
O desenvolvimento do projeto
deu-se em três etapas, a primeira
relaciona-se com a montagem do
experimento, a segunda à aquisição
de dados e a terceira está relacionada
aos resultados e a confecção do texto.
Para montar o psicrômetro de
ventilação forçada, foi construído um
suporte de vidro quadrado com lados
de 20cm e altura de 20cm,
apresentado na figura 4 com uma
ventoinha em sua lateral que aspira o
ar que se encontra no interior do
recipiente eletrônico contruído.
FIGURA 4 – O psicrômetro eletrônico
(DB - Bulbo Seco) e % de umidade
relativa (% UR).
FIGURA 2 - O psicrômetro eletrônico
próximo está da saturação do ar e sua
temperatura É o mais utilizado para
fazer medições e registros para
estudos diários e climáticos.
Nesse suporte, usaram-se dois
PT-100 que são termo-resistores para
medir a temperatura de bulbo seco e
bulbo úmido. Para medir corretamente
esse sensor, é necessário ajustá-los a
0°C com sal e gelo para se obter o
valor da sua resistência de 100ohms.
De certa forma, para saber sua
correção, foi utilizado um termômetro,
gelo em um recipiente, e sal, este que
tem o objetivo de baixar a temperatura
mais rápido, podendo chegar a 0º C.
Para se conhecermos o erro de offset
dos PT-100, deve-se colocá-los dentro
do recipiente ligados ao Datalogger,
até que estes se estabilizarem e então
verifica-se a diferença do valor da
resistência à 0º C.
Após a sua calibração,
colocaram-se os PT-100 dentro do
abrigo apresentado na figura 5, sendo
que o termômetro de bulbo úmido foi
envolvido a um cadarço úmido que
tem por objetivo identificar o quão
próximo está da saturação do ar, já o
termômetro de bulbo seco serve para
identificar a temperatura do ar.
FIGURA 5 – Abrigo meteorológico.
Uma vez instalados os termo
resistores, iniciou-se a aquisição de
dados. Esses dados obtidos através
do PT-100 são repassados de forma
sistemática a um equipamento
destinado a executar a aquisição e a
gravação de dados durante um
período de tempo, chamado
Datalogger. A programação desse
Datalogger é subdividida em três
partes: declaração de variáveis,
programação principal e saída de
dados.
Na declaração de variáveis, tem-
se o início da programação, onde são
declaradas as variáveis de tensão (V1
e V2), resistência representada por
(RT1 e RT2), temperatura dos PT100
(PT100A e PT100B), saturação
representado por (ES), vapor
representado por (E) e umidade
relativa do ar representada por (UR).
Além disso, é definida a resistência
referencial representada por uma
4 Análise dos dados
O psicrômetro construído ficou
dentro do abrigo meteorológico da
estação convencional do IFSC durante
cinco dias consecutivos para aquisição
resistência de referência (10000
ohms), e sua tensão de referência de
entrada representada por (VT
2000mV) e por fim as correções dos
PT100.
Na parte principal do programa
têm-se as instruções de leitura,
processamento e controle. É a parte
do programa onde se faz a leitura, liga-
se a ventoinha a cada 1 minuto antes
da hora cheia, calculam-se as
resistências a partir das suas
respectivas tensões, e por fim têm-se
as temperaturas do bulbo seco e
úmido. Tendo como base a fórmula da
umidade relativa do ar, representada
pela equação de pressão de vapor de
saturação e pressão de vapor, calcula-
se a umidade relativa do ar pela
equação 1, 2 e 3 conforme a (WMO
2008).
(1)
(2)
(3)
A partir da programação do
Datalogger, tem-se a saída de dados,
onde é feito o calculo do desvio padrão
e da temperatura média entre os
bulbos. A ventoinha é ligada de 60 em
60 minutos para sugar o ar de dentro
do suporte de vidro. Obtêm-se por fim,
os dados obtidos, realizando as
leituras dos bulbos seco e úmido e
comparando com o termo higrógrafo.
desses dados.
Já era esperada uma diferença
significativa no decorrer dos dias, pelo
fato do suporte ser muito grande ou
até mesmo de a ventoinha não suprir a
necessidade do psicrômetro
construído. Também ocorreu um erro coletaram-se os dados para comparar
de manuseio no passar dos dias, pois com o termo- higrógrafo,
o bulbo úmido não foi alvejado com quantificando-se, assim, os erros no
água destilada a partir do terceiro dia. instrumento. Elaborou-se um gráfico
Mediante esses fatos, observamos que estabelece a variação temporal
uma oscilação grande entre os bulbos.  entre o psicrômetro e o termo-
Com esse procedimento higrógrafo mostrado na figura 6:

FIGURA 6 – Gráfico de comparação de dados

Houve uma oscilação no decorrer dos dias, tendo uma diferença significativa a partir
do terceiro dia, devido à falta de água destilado no bulbo úmido.

Conclusão  Referências
 
Tem-se, por fim, com esse projeto, FUENTES, Márcia; CÂNDIDO, Sérgio.
diferenças de temperatura e umidade Técnicas de Observações
relativa do ar, pois ocorreu uma Meteorológicas. Florianópolis, 2010.
diferença significativa de temperatura Apostila – Curso Técnico de
e umidade, pelo simples fato de entrar Meteorologia, Instituto Federal de
pouca ventilação de ar no suporte de Santa Catarina.
vidro, já que a ventoinha que este
contém não supre a necessidade do MARIN, Fábio Ricardo. et al.
suporte. Também certificou-se de que Construção e avaliação de
no decorrer dos dias ocorreu erro de psicrômetro aspirado de termopar.
manuseio devido à falta de água Piracicaba, SP.
destilada no bulbo úmido. Desse
modo, conclui-se que houve uma World meteorological organization,
diferença ainda maior que o esperado 2008: Guide to Meteorological
de temperatura e umidade nos bulbos. Instrumens and Methods of
Observation.WMO-N08 Geneva. 1.4-
29.
MENDONÇA, Francisco; DANNI-
OLIVEIRA, Inês Moresco.
Climatologia. Noções básicas e
climas do Brasil. Oficina de textos. São
Paulo – SP, 2009.
Instituto Nacional de Meteorologia
INMET Disponível:
<http://www.inmet.gov.br/html/informac
oes/sobre_meteorologia/instrumentos/i
ndex.html#.> Acesso em: 05/06/11.
Betha Eletrônica, 2005. Disponível
em:
Instituto de Meteorologia, IP
Portugal, 2008. Disponível em:
<http://www.meteo.pt/pt/galeria/fotogra
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05/06/2011.
 
<http://www.bethaeletronica.com.br/pb
200.htm>. Acesso em: 05/06/11.
World meteorological organization,
2008: Guide to Meteorological
Instrumens and Methods of
Observation.WMO-N08 Geneva. 1.4-
29.