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• “O MESTRE TEM A RESPONSABILIDADE DE FAZER COM QUE O ALUNO DESCUBRA, NÃO O CAMINHO
PROPRIAMENTE DITO, MAS AS VIAS DE ACESSO A ESSE CAMINHO, QUE DEVEM CONDUZIR À META
ÚLTIMA.”
• “DEVE-SE TER EM MENTE QUE NÃO HÁ NADA MAIS DIFÍCIL DE EXECUTAR, NEM PROCESSO MAIS
DUVIDOSO, NEM MAIS PERIGOSO DE CONDUZIR, DO QUE INICIAR UMA NOVA ORDEM DE COISAS.”
Definição
CALOR
Calor pode ser definido como energia em trânsito decorrente da diferença de temperatura entre dois corpos.
O trabalho em ambiente expostos a altas temperaturas acarretam no homem as seguintes conseqüências:
• Fadiga;
• Queda de rendimento;
• Erros de percepção;
• Perturbações psicológicas.
• Condução-convecção - A troca térmica se processa como no caso anterior somente que, neste caso,
pelo menos um dos corpos é um fluído. Desta forma, a transição do calor entre dois corpos provocará a
movimentação do fluído. Consideramos um corpo sólido "A" com temperatura tA e um gás "B" com
temperatura tB· Nos dois casos ocorrerá a troca térmica. tA>tB ou tA < tB.
• Se tA>tB o corpo "A" perde calor para a camada mais próximo do gás "B"; esta se aquece e sofre um
deslocamento ascendente, sendo, em seguida, substituída por outra camada de gás menos aquecida.
Se tA<tB, o corpo "A" ganha calor da camada mais próxima do gás "B"; esta se esfria, sofrendo um
deslocamento descendente, sendo, em seguida, substituída por outra camada de gás aquecida. Em
ambos os casos observa-se o aparecimento de uma movimentação natural do gás.
Radiação - Quando dois corpos se encontram em temperaturas diferentes, haverá uma transferência de calor, por
emissão de radiação infravermelha, do corpo com temperatura maior para o corpo com temperatura menor. Este
fenômeno ocorre, mesmo não havendo um meio de propagação entre eles. O calor transmitido através deste
mecanismo é denominado calor radiante.
• Evaporação - Um líquido que envolve um sólido em uma determinada temperatura transforma-se em vapor,
passando para o meio ambiente. Este fenômeno, denominado evaporação, é função da quantidade de vapor já
existente no meio e da velocidade do ar na superfície do sólido. Considerando-se que a pressão de vapor no meio
se mantém constante, para que um líquido passe a vapor, no processo de evaporação, é necessário que o mesmo
absorva calor. No caso citado, o líquido retira calor do sólido para passar a vapor. Concluindo, pode-se afirmar que o
sólido perdeu calor para o meio ambiente, pelo mecanismo de evaporação.
Transtornos na pele
Erupções
Avaliação de Calor
A avaliação de calor é baseada nas medições dos parâmetros que influenciam diretamente na
quantificação da sobrecarga térmica. São eles:
• Temperatura do ar
A quantidade de calor ganha ou perdida pelo corpo humano é proporcional a diferença de temperatura
entre o ambiente e o homem.
Avaliação
Deve ser medida com termômetro de mercúrio comum, mas de funcionamento confiável, permitindo
leituras até 1/10 de grau Celsius.
A leitura é feita quando o termômetro está estabilizado.
O contato com fontes radiantes, podem falsear os resultados, pois o bulbo do termômetro é um elemento
sensível a absorção de radiação.
Umidade Relativa
Umidade é o conceito relacionado a quantidade de vapor d'água adsorvida no ar. Em % é a razão entre a
quantidade de umidade de ar do ar e a quantidade máxima que ele pode conter na mesma temperatura.
• Umidade Relativa do ar
Este parâmetro influencia a troca térmica entre o organismo e ambiente através da evaporação.
• Avaliação
Utilizam-se dois termômetros de bulbo, sendo que um deles tem o bulbo recoberto de um tecido de algodão limpo,
que se mantém embebido em água destilada (termômetro de bulbo úmido) e o outro idêntico ao de medição da
temperatura do ar (termômetro de bulbo seco). Os valores obtidos são transferidos para a carta psicrométrica
(diagrama que simplifica o estudo das propriedades do ar) e o resultado será a umidade relativa do ar.
• Velocidade do ar
A variação de velocidade do ar implica num aumento do potencial da troca térmica.
No mecanismo da evaporação, a movimentação do ar próximo à superfície do corpo implica numa
sucessão de estágios de equilíbrio entre a pele e o ambiente.
• Avaliação
A avaliação é feita principalmente com o auxílio de aparelhos denominados anemômetros ou
termoanemômetros.
Calor Radiante
É uma variável que influi de forma significativa no processo de sobrecarga térmica quando no ambiente a
ser avaliado, há a presença de fontes de radiação que emitem considerável quantidade de energia no
espectro infravermelho.
• Avaliação
A avaliação é realizada com o auxílio de um equipamento denominado termômetro de globo.
O termômetro de globo consiste de uma esfera ôca de cobre com aproximadamente 15 cm de diâmetro e
1 mm de espessura pintado em preto fosco e um termômetro comum de bulbo ou termopar localizado no
centro do globo.
O globo absorve calor que é transmitido ao termômetro interno por convecção. As leituras devem ser
iniciadas após 30 minutos de estabilização.
Atividade Exercida
A quantidade de calor produzida pelo organismo é proporcional à atividade executada.
Na literatura encontram-se várias correlações entre atividades e carga térmica geral, entretanto para
efeito de cálculo considera-se a tabela do anexo 3 da NR-15.
Todos os índices tratam de estabelecer os limites entre quais o intercâmbio térmico entre o organismo e o
meio ambiente externo, não suponha perigo ou risco para as pessoas.
O índice T.E. e T.E.c. são apropriados somente para a avaliação de conforto térmico pois não
consideram o tipo de atividade e o
I.B.U.T.G e o I.S.T são usados para avaliações de sobrecarga térmica.
A legislação brasileira através da Portaria 3214 estabelece o índice de Bulbo úmido - Termômetro de
Globo para avaliação de exposição ao calor. Este índice é baseado na ponderação fracionada das
temperaturas de globo, bulbo úmido e bulbo seco.
A equação para o cálculo do índice, varia em função da presença, ou não de carga solar no momento da
medição.
• Limites de tolerância:
Os Limites de Tolerância bem como os procedimentos de avaliação são estabelecidos pelo anexo 03 da
NR-15 Portaria 3214 - MTE.
• O índice de Bulbo úmido - Termômetro de Globo – IBUTG utilizado para a avaliação da sobrecarga
térmica é um método simples, baseado na combinação das leituras provenientes dos termômetros de
globo, bulbo úmido e seco, correlacionando posteriormente a carga térmica ambiental com a carga
metabólica do tipo de atividade exercida pelo trabalhador.
• A NR 15 – Anexo 3, indica dois procedimentos para o cálculo do IBUTG, um para ambientes internos
(sem carga solar) e outro para ambientes externos (com carga solar proveniente de fontes naturais ou
artificiais).
Os “LT” estabelecidos pelas tabelas do Anexo 3, variam de acordo com a existência de descanso no
próprio local de trabalho ou em outro local. Considera-se local de descanso ambiente termicamente mais
ameno com o trabalhador em repouso ou exercendo atividade leve, onde “M” é a taxa de metabolismo
média ponderada em uma hora.
• Em relação à sobrecarga térmica, a exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos “LT”
será caracterizada como insalubre de grau médio, cabendo ao trabalhador o adicional devido de 20%
sobre o salário mínimo legal (regional).
Ciclo de Trabalho - Conjunto das atividades desenvolvidas pelo trabalhador em uma seqüência definida e
que se repete de forma contínua no decorrer da jornada de trabalho.
• Situação Térmica - Cada parte do ciclo de trabalho, onde as condições ambientais são mantidas
constantes, de forma que os parâmetros a serem estabelecidos permaneçam inalterados.
• Limite de Tolerância - Representa as condições sob as quais se acredito que a grande maioria dos
trabalhadores possa ficar continuamente exposta, diariamente, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde.
• Temperatura de ponto de orvalho:é a menor temperatura a que o ar pode ser resfriado, sem que
ocorra alguma condensação de vapor de água ou umidade.
Exercícios:
1) Um operador gasta 3 minutos para carregar o forno e aguarda 4 minutos para a carga atingir a
temperatura esperada, sem no entanto, sair do local de trabalho. Em seguida gasta outros 3
minutos para descarregar o forno. Este ciclo de trabalho é continuamente repetido durante toda a
jornada de trabalho em local sem carga solar.
Solução:
Todo o cálculo é efetuado em cima de uma base de cálculo de 60 minutos, que é representativa para
toda a jornada de trabalho.
Foi realizado levantamento em campo com o auxílio da árvore dos termômetros, os valores encontrados
foram:
a) Tg = 35ºC; tbn = 25 ºC, tbs = 28ºC
c) Calcular o IBUTG para recinto fechado sem carga solar: IBUTG = 0,7tbn + 0,3tg → IBUTG =
28ºC;
Ciclo de trabalho: 36 min. Trabalhando por 24 min. Descansando no próprio local de trabalho.
e) Consultando o Quadro 1 para encontrar o ciclo máximo de trabalho permitido para o IBUTG de
28ºC, verifica-se que o trabalhador executando uma tarefa do tipo MODERADA poderia ficar exposto a
um ciclo máximo de 45 min. Trabalhando por 15 min. Descansando.
Conclusão: Neste caso conclui-se que o ciclo de trabalho (36 min por
24) apresentado, é adequado para o IBUTG de 28ºC, que permite um ciclo de até 45 min. x 15 min.
Para uma atividade tipo MODERADA. Portanto o “LT” não foi ultrapassado.
É possível verificar que a definição do tipo de atividade (leve, moderada ou pesada) fica a carga a
avaliação subjetiva do profissional de segurança. A consulta do Quadro 3 é limitada a identificação da
descrição da atividade (neste exercício) não sendo utilizado o valor quantitativo da taxa de metabolismo
(Kcal/h) para efeitos de cálculo. Desta forma, dependendo do avaliador, o que pode ser atividade
moderada para um, pode ser pesado para outro, influenciando significativamente a conclusão da
avaliação através da consulta ao Quadro 1.
Exercícios:
2) Um operador gasta 3 minutos para carregar o forno e aguarda 4 minutos para a carga atingir
a temperatura esperada. Em seguida gasta outros 3 minutos para descarregar o forno. Durante o tempo
em que aguarda a elevação da temperatura da carga (4 min) o operador fica fazendo anotações, sentado
numa mesa fora do local onde está localizado o forno. Este ciclo de trabalho é continuamente repetido
durante toda a jornada de trabalho em recinto fechado sem carga solar.
Solução:
Os tempos de Tt e Td devem ser somados, no período mais desfavorável do ciclo de trabalho, sendo que
a soma dos mesmos deve ser igual a 60 minutos corridos. Todo o cálculo é efetuado em cima de uma
base de cálculo de 60 minutos, que é representativa para toda a jornada de trabalho.
_____
g) Calcular IBUTG = (IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td) / 60 min. →
______ _____
IBUTG = (31,6 x 36 + 22,4 x 24) / 60 → IBUTG = 27,9ºC
h) Conclusão:
Para interpretar o resultado devemos proceder da seguinte forma:
- Pegar o metabolismo média ponderada calculado na alínea “f” (M = 230 Kcal/h e determinar o máximo
IBUTG permitido pelo Quadro nº 2;
- Como no Quadro nº 2 não existe o valor de M = 230 Kcal/h, arredondar para o valor imediatamente
acima que é M = 250 Kcal/h;
- Para M = 250 Kcal/h no quadro 2, o máximo IBUTG aceito é de
28,5 ºC;
- Comparar com o IBUTG média ponderada calcula na alínea “g” que foi de 27,9ºC com o máximo
IBUTG permitido no Quadro 2 para o metabolismo média ponderada calculado;
- Neste caso conclui-se que o ciclo de trabalho apresentado neste exemplo é compatível com as
condições térmicas do ambiente analisado e portanto o “LT” não foi ultrapassado.
Exercícios:
3) Um trabalhador fica exposto continuamente junto a um forno (sem local de descanso) durante
duas horas. Feita a avaliação do calor no local, obtiveram-se os seguintes dados:
-Tbn = 25,0ºC; Tg = 45ºC;
- Ambiente interno sem caga solar
- Tipo de atividade: remoção com pá.
4) Considere:
Local de trabalho
Atividade: Carregamento de forno; Taxa de metabolismo = 440 Kcal / h;
IBUTG = 31,0 ºC ; Tempo de trabalho = 20 minutos; Local de descanso
Atividade: Sentado fazendo anotações IBUTG = 23,0 ºC
Taxa de metabolismo = Quadro 3
3) Solução:
Segundo o quadro 1, anexo 3, NR -15, para a atividade pesada e IBUTG
= 31,0 ºC, não é permitido o trabalho sem a adoção de medidas de controle. Sendo assim, a
atividade é considerada insalubre de grau médio.
4) Solução:
a) Cálculo da taxa de metabolismo média ponderada para uma hora:
_
M = 440 x 20 + 150 x 40 / 60 = 246,6 Kcal/h
Exercícios:
5) No setor de uma tecelagem, um operador de máquinas desenvolve uma atividade moderada,
onde se encontraram os seguintes valores:
Tg = 35ºC; Tbn = 25ºC; A atividade é insalubre?
6) No setor de cozimento de uma indústria alimentícia, o trabalhador aciona durante 8 minutos uma
válvula de vapor que está situada em frente aos cozinhadores. Após esse período de acionamento,
dirige-se à sala ao lado, permanecendo aproximadamente 4 minutos, anotando os dados do quadro
sinóptico de controle dos cozinhadores, retornando em seguida ao local de operação da válvula de vapor.
Exercícios:
5) Solução:
IBUTG = 0,7xtbn + 0,3xtg = 0,7 x 25 + 0,3 x 35 = 17,5 + 10,5 = 28ºC;
Comparando esse valor com o estabelecido no Quadro nº 1do anexo nº3 da NR-15, para uma atividade
moderada, constatamos que a atividade desenvolvida é insalubre, pois ultrapassa o “LT”, que é de
26,7ºC, exigindo portanto períodos de descanso em outro local mais ameno.
6) Solução:
M = 220 x 40 + 125 x 20 / 60 = 8800 + 2500 / 60 = 11300 / 60 = 188 Kcal/h.
IBUTG(t) = 0,7 x 24 + 0,3 x 25 = 16,8 + 12,6 = 29,4ºC;
IBUTG (d) = 0,7 x 21 + 0,3 x 25 = 14,7 + 7,5 = 22,2ºC;
______
IBUTG = 29,4 x 40 + 22,2 x 20 / 60 = 1176 + 444 / 60 = 27ºC;
Segundo o Quadro nº 2, temos que para M = 188 Kcal/h, o máximo IBUTG permitido é de
aproximadamente 30,4ºC. Como o IBUTG médio do local apresentou-se abaixo do IBUTG máximo, não
foi ultrapassado o limite de tolerância, portanto, não caracterizando a insalubridade.
Eliminação / neutralização da Insalubridade
A insalubridade por calor só poderá ser eliminada através de medidas aplicadas no ambiente ou
reduzindo-se o tempo de permanência junto às fontes de calor, de forma que o “M” fique compatível com o
IBUTG.
A neutralização através de EPI’s não ocorre, pois não é possível determinar se estes reduzem a
intensidade do calor a níveis abaixo dos limites de tolerância, conforme prevê o artigo 191, item II, da CLT.
Os EPIs (blusões e mangas), muitas vezes, podem até prejudicar as trocas térmicas entre o organismo
e o ambiente. Entretanto, os EPIs devem ser sempre utilizados, uma vez que protegem os empregados
dos riscos de acidentes e doenças ocupacionais.
PROCEDIMENTO
Montagem do equipamento
• Termômetro de globo (tg):
O termômetro de mercúrio deve ser fixado no interior do orifício da rolha e ambos inseridos no globo. A
rolha deve ser fixada no globo com certa pressão, a fim de não soltar durante o uso. A posição relativa
entre termômetro e rolha deve ser tal que, após montado no globo, o bulbo do termômetro fique
posicionado no centro da esfera.
Controle de fonte: Pode ser usada para controle do calor emitido por radiação ou convecção.
Ex.: Para calor radiante são utilizadas barreiras, impedindo a propagação da radiação na direção dos
trabalhadores ou isolamento para redução da temperatura superficial.
Para as fontes de calor convectivas são adotados os métodos de extração localizada ou de
ventilação geral.
• Automatização do processo.
• Automatização do processo.
• CLT – dedica o seu Capítulo V à Segurança e Medicina do Trabalho, de acordo com redação dada
pela Lei 6514 (22/12/77);
• MTE – por intermédio da Portaria 3.214 /78, aprovou as normas Regulamentadoras (NR) previstas
no Cap. V da CLT.