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Equation of intense rains by maximum daily rainfall disaggregation for Santa Catarina
Abstract – In the design of drainage structures, it is necessary to know the intensities of short-term rain. However, such
information is not always available. The method of disaggregating maximum daily rainfall is widely used to estimate rainfall in
locations with no pluviograph data. This study had the objective of adjusting an alternative equation to obtain the intensity-
duration-frequency relations of rains, through the disaggregation of maximum daily rain based on the relationship between
intense rains of different durations observed in Santa Catarina, Brazil. The adjusted equations allow to estimate the rain height
and the intensity of the rain, for durations between 5 and 1.440 minutes. The model adjusted for Santa Catarina presents
values up to 17% lower than those obtained for the model adjusted for Brazil.
Introdução uma vez que permitem a implantação limitação de dados quanto pelo fato de
de rotinas computacionais para obten- ser trabalhoso. Dessa forma, as equa-
O conhecimento das relações entre ção das informações de chuva em fun- ções IDF se limitavam a locais com esta-
as grandezas características da chuva, ção da duração e da frequência. Vários ções meteorológicas com disponibilida-
tais como intensidade, duração e frequ- modelos hidrológicos denominados de de tais equipamentos.
ência, é fundamental para os estudos chuva-vazão usam as equações IDF nas Uma alternativa adotada para suprir
hidrológicos e a estimativa de vazões rotinas. Pruski et al. (1997) desenvolve- a carência de informações de chuvas de
para dimensionamento de obras hi- ram um método para estimativa do es- curta duração é utilizar a técnica da de-
dráulicas (EWEA et al., 2018). coamento superficial baseado na equa- sagregação da chuva diária em chuvas
Essas relações podem ser expressas ção IDF e mostraram suas aplicações no de menor duração. Essa desagregação
por meio de curvas Intensidade-Dura- dimensionamento de terraços e obras pode ser feita com base em relações
ção-Frequência (IDF) ou por meio das de controle da erosão em estradas ru- observadas de chuvas de diferentes
equações IDF. As curvas IDF surgiram rais. durações com a chuva máxima diária
com os estudos de Bernard (1932) e, As equações IDF, inicialmente, fo- (SVENSSON et al., 2007; GARCIA et al.,
a partir de então, foram apresentadas ram desenvolvidas com as observações 2011; ARAGÃO et al., 2013, RANGEL &
para as mais diferentes regiões do pla- de chuvas de curta duração realizadas HARTWIG, 2017).
neta (CHEN, 1983; CHOW et al., 1988; em pluviógrafos. Vários autores (FECHI- No Brasil o procedimento mais usa-
BUISHAND, 1993; BARA et al., 2009; NE SOBRINHO et al., 2014; MANZANO- do é a estimativa das chuvas de menor
GRIMALDI et al., 2011; AL HASSOUN, AGUGLIARO et al., 2015; BASUMATARY duração por meio da desagregação da
2011). Com o avanço da informática & SIL, 2017; BACK, 2020) comentam das chuva diária, sendo os coeficientes de
aplicada à engenharia, as equações IDF dificuldades de obtenção de longas sé- desagregação médios muito utilizados
ganharam ainda maior importância, ries de dados pluviográficos, tanto pela (CETESB, 1986; PEREIRA et al., 2007;
Material e métodos
Back (2020) propôs um modelo
alternativo de equação de chuvas in-
tensas, expressa por:
(1)
(2)
em que:
P é a altura da chuva, mm; Figura 1. Ajuste do modelo alternativo de equações de chuvas intensas com dados de Santa
i é a intensidade da chuva, mm h-1; Catarina
t é a duração da chuva, min; e, Figure 1. Adjustment of the alternative model of intense rain equations with data from
P1 dia é a chuva máxima diária, mm. Santa Catarina
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rios trabalhos (BELL, 1969; CHEN, 1983; co, constataram que o valor R varia de destacar que a precipitação de 1 dia é
FROEHLICH, 1993), sendo dado ênfase 0,204 a 0,646, com média de 0,479. Os o valor acumulado entre os intervalos
às discussões sobre a relação entre chu- autores observaram ainda que nas regi- de observação, enquanto a precipitação
vas de 1h (P1h) e de 24 h (P24h), denomi- ões áridas e semiáridas o coeficiente R de 24 horas é o total máximo referen-
nada de coeficiente R, dado por: varia de 0,40 a 0,60, sendo mais baixo te a um período contínuo de 24 horas
nas regiões úmidas, variando de 0,30 a (TUCCI, 2015). Nos Estados Unidos, esse
(7) 0,40. valor é considerado praticamente cons-
No Brasil, além das relações entre tante e igual a 1,13 (HUFF & ANGEL,
Huff & Angel (1989), analisando da- durações estabelecidas pela Cetesb 1989). A Cetesb (1986) considerou o va-
dos de chuva de 34 estações pluviográ- (1986), Torrico (1974) estabeleceu o lor de 1,14 para o Brasil. Torrico (1974)
ficas de Illinois e 21 estações de estados método das isozonas, no qual os coe- considerou o valor médio para o Brasil
vizinhos, acharam o coeficiente R médio ficientes de desagregação são diferen- de 1,095. Back (2013) mostrou que esse
de 0,46. Para 12 horas a relação foi de ciados para oito isozonas e variam com coeficiente varia com o horário de ob-
0,87, mostrando-se mais semelhante às o período de retorno. Nesse método, servação da precipitação nas estações
relações médias do Brasil. Usando ma- o fator R para o Brasil varia de 0,363 a pluviométricas, e para as leituras re-
pas com isoietas de chuva para grandes 0,689. No estado de Santa Catarina exis- alizadas às 9h00, como é o padrão da
regiões dos EUA, Chen (1983) observou tem áreas em quatro diferentes isozo- Organização Mundial de Meteorologia
que o coeficiente R independe do perí- nas, respectivamente, isozonas C, D, E e (OMM), o valor médio para Santa Cata-
odo de retorno, mas varia conforme a F, em que o fator R varia de 0,36 a 0,46. rina é de 1,16.
localização geográfica, variando entre Basso et al. (2016), baseando-se nas Observa-se que as relações obti-
valores de 0,1 e 0,6, com valor médio equações IDF publicadas para o Brasil, das com a expressão empírica do IMD,
de 0,4. O U.S. Weather Bureau (1961) avaliaram a metodologia das isozonas corrigindo com o fator 1,16 para obter
destaca que no lado de barlavento das e concluíram que, de forma geral, as a máxima de 24h, são muito próximas
altas montanhas do Oeste dos EUA o regiões propostas ainda são válidas. das relações ajustadas para Santa Cata-
coeficinte R é baixo, próximo de 0,10. Já No entanto, os autores destacam que, rina. Para durações acima de 30 minu-
ao sul de Arizona e algumas partes do para algumas regiões, foram observa- tos, as diferenças são inferiores a 5%.
meio-oeste dos EUA, o valor é acima de das grandes diferenças com relação aos Para durações inferiores a 30 minutos a
0,6, com valor médio nos EUA de 0,40. dados atualizados. diferença é superior a 10%, sendo que
Schwab et al. (1981), analisando dados Sobre os trabalhos realizados no o modelo ajustado para Santa Catarina
dos Estados Unidos, observaram que o Brasil é importante destacar que as re- apresenta valores menores. Também
coeficinte R varia de 0,28 a 0,60, com lações entre durações apresentadas pôde ser observado que as relações ob-
média de 0,47. pela Cetesb (1986), embora reconhe- servadas em Illinois foram as mais altas
As relações entre chuvas de dife- cidas e amplamente usadas no Brasil, nas durações entre 10 e 360 min.
rentes durações também foram estu- são oriundas de um trabalho realizado
dadas em outros países. De acordo com por Pfafstetter (1957), que se baseou
Chowdhury et al. (2007) e Rashid et al. em dados de 98 postos pluviográficos Conclusões
(2012), o Departamento de Meteoro- do Brasil. As séries de dados de muitas
logia da Índia (Indian Meteorological estações eram relativamente curtas, A análise dos coeficientes de desa-
Department – IMD) apresenta uma fór- sendo usadas séries parciais. Dessas 98 gregação da chuva diária mostrou que
mula para o fator de redução da chuva estações, somente três estavam locali- os coeficientes observados em Santa
diária dada por: zadas em Santa Catarina. Torrico (1974) Catarina apresentam diferenças impor-
se baseou no trabalho de Pfafstetter tantes em relação aos valores usados no
(8) (1957) para determinar o método das Brasil e nos Estados Unidos. No entanto,
Isozonas. Na análise de relações entre estudos realizados na Rússia, Índia, Mé-
Para a duração de 1h, a relação ob- durações de chuvas intensas de Santa xico apresentam coeficientes semelhan-
tida é de 0,347, que se assemelha mui- Catarina, Back (2013) utilizou dados de tes aos observados em Santa Catarina.
to ao valor médio observado em Santa 13 estações pluviográficas, com séries Esses resultados evidenciam a im-
Catarina. Jha (2006) cita a expressão de dados variando de 12 a 26 anos, por- portância de aprofundar os estudos
teórica usada na Rússia, atribuída a tanto, mais representativas e mais atu- locais para a obtenção de estimativas
Alekseiev (1966), semelhante ao IMD, ais que as da Cetesb (1986). mais precisas de chuvas intensas, possi-
em que o expoente é 0,336. Del Angel & Na Figura 2 estão representados os bilitando o dimensionamento de estru-
Dominguez Mora (2013), analisando as valores das relações entre chuvas de turas de drenagem mais confiáveis.
relações IDF em três estações pluviográ- diferentes durações com a chuva diá- Para a obtenção das relações IDF dos
ficas do México, encontraram a relação ria, segundo as expressões ajustadas locais de Santa Catarina, onde somente
média de 0,35, idêntica à observada em para Santa Catarina (BACK, 2020), Bra- se dispõe da chuva máxima diária, os
Santa Catarina. Campos Aranda & Go- sil (CETESB, 1986), IMD (JHA, 2006) e as autores recomendam o uso do mode-
mez de Luna (1990), analisando dados relações observadas no estado de Illi- lo alternativo apresentado nesse arti-
de 33 estações pluviográficas do Méxi- nois (HUFF & ANGEL, 1989). Importante go.
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