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Resumo - A relação entre intensidade de chuva, duração e freqüência (IDF) de um dado local
tem grande aplicabilidade na determinação da vazão de projeto de obras hidráulicas. Em muitos
casos a falta de dados de chuva não permite que esta relação seja obtida. Neste trabalho, as
relações IDF de várias estações pluviográficas da Paraíba foram estabelecidas a partir de um
banco de dados com razoável disponibilidade de informações, abrangendo as principais regiões
climáticas do Estado. As equações obtidas para três das estações de chuva utilizadas foram
validadas usando-se um período não considerado na sua determinação. Os resultados são
razoáveis e também consistentes quando comparados com aqueles de estudos passados para
alguns locais. Os coeficientes das equações obtidas para os postos estudados foram
regionalizados, permitindo determinar a equação de outros locais da Paraíba.
Abstract - The relationship between rainfall intensity, duration and frequency (IDF) has been
frequently used for determining the design discharge of hydraulic structures. However, the data
of rainfall required to establish the relationship are often missing for many places. In this paper,
the IDF relationships are established for various rain gauge stations located in the state of
Paraiba, using a reasonable data set of rainfall. The equations of three rain gauge stations are
validated for a period not included in the analysis. The results are reasonable and also consistent
with previous studies for some places. The coefficients of the relationships were regionalised,
allowing to determine the IDF relationship of other places within the state of Paraiba.
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METODOLOGIA UTILIZADA
A equação geral da relação IDF usada neste trabalho é dada na forma (Bernard, 1930):
K .T m
i= (1)
(t + B) n
onde i é a intensidade máxima, geralmente em mm/h; T expressa a freqüência em termos do
tempo de recorrência, em anos; t é a duração da chuva, geralmente em minutos; B, n, m e K são
constantes do local.
A determinação dos coeficientes da equação (1) para um dado local requer informações de
intensidade de chuva. Neste trabalho foram usados dados de 15 postos na Paraíba: 14 postos do
banco de dados da SUDENE e 1 posto operado pela Universidade Federal da Paraíba, situados
nas regiões do Litoral, Agreste, Curimataú e Sertão. São eles: João Pessoa (7 anos), Campina
Grande (11 anos), Guarabira (12 anos), Barra de Santa Rosa (13 anos), Seridó (16 anos),
Monteiro (9 anos), Taperoá (15 anos), Teixeira (17 anos), Patos (9 anos), Catolé do Rocha (27
anos), Antenor Navarro (30 anos), Bonito de Santa Fé (15 anos), São Gonçalo (7 anos),
Itaporanga (7 anos) e o posto da bacia experimental de Sumé (9 anos). A localização dos postos
pode ser vista na Figura 1.
Com base nos dados destes postos, foram estabelecidas séries anuais de intensidades
máximas para as estações com mais de 10 anos e séries parciais para as estações com menos de
10 anos de dados. O emprego dessas séries tem, contudo, sido bastante discutida. Segundo Chow
(1964) a seleção de dados para o projeto de uma estrutura deve ser feita pelo tipo de estrutura ou
projeto. Por outro lado, CETESB (1986) recomenda que as séries parciais devem ser utilizadas
para períodos de retorno até 10 anos. A série anual é mais usual, principalmente quando se
dispões de muitos dados. A série parcial tem a vantagem de superar o problema da deficiência no
tamanho da amostra tendo, nesse sentido, sido também usada neste trabalho. O emprego das
séries temporais permitiu determinar os coeficientes da equação (1) dos postos, os quais foram
validados e regionalizados facilitando a estimativa da intensidade máxima para diferentes
durações e período de retorno em outros locais do Estado.
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Digitalização e Processamento dos Diagramas de Chuva
O método convencional para seleção das séries consiste na fixação das durações das
chuvas, para as quais os diagramas são digitalizados, permitindo determinar as alturas e
intensidades a partir das quais os valores máximos anuais são escolhidos. O procedimento
adotado foi a digitalização dos pontos de mudança de intensidade para todos os pluviogramas
disponíveis, obtendo-se a base de dados para o cálculo das intensidades. Um programa
computacional lê os dados e permite a detecção e eliminação de erros. Posteriormente, as chuvas
máximas para durações definidas são calculadas usando-se a metodologia descrita por Alcântara
(1960) e citado por Wilken (1978). As durações utilizadas foram 5, 10, 15, 30, 45, 60 e 120 min,
comuns no cálculo de chuvas intensas e vazões de projetos de obras de drenagem urbana.
A análise de freqüência das séries, para uma dada duração, foi realizada aplicando-se o
método de Chow (1964) com fator de freqüência calculado pelo método de Gumbel. Os
resultados obtidos dessa maneira serviram de base para a determinação dos coeficientes da
equação (1) para cada um dos postos analisados.
A equação (2) é a equação de uma reta com coeficientes n (angular) e log A (linear).
Segundo Wilken (1978) não existe regra específica para determinação da constante B, podendo
ser obtida pelo método de tentativa e erro ou método gráfico. Neste trabalho, o valor de B, para
um dado posto, foi ajustado conforme o maior coeficiente de determinação (r2) da correlação
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linear entre log i e log (t+B) para o período de retorno de 5 anos. Para os outros períodos de
retorno considerados (2, 10, 15, 20, 25, 50 e 100 anos) o valor de B foi mantido, não tendo se
observado mudança significativa no coeficiente de determinação, e os valores dos coeficientes
angular (n) e linear (log A) da reta de regressão determinados. O valor médio de n foi então
calculado para representar o posto em consideração, enquanto os valores de log A serviram para
determinação das constantes m e K da equação (3).
A equação (3) é também a equação de uma reta com coeficiente angular m e coeficiente
linear log K. De modo semelhante, os valores de log A, anteriormente obtidos, e log T foram
correlacionados e os valores de m e K da reta de regressão determinados. Os resultados obtidos
para B, n, m e K com a aplicação da metodologia anteriormente descrita, para todos os postos
encontram-se na Tabela 1. A Figura 2 mostra uma aplicação da equação do posto de Antenor
Navarro, obtida com base nos 20 anos selecionados para o ajuste, para as várias durações e
períodos de retorno considerados.
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ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alcântara, M.A. de e Lima, A.R. (1960). Estudos Hidrológicos das chuvas no Jardim Botânico. I
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Bernard, M. M. (1930). Formulas for rainfall intensities of long duration. American Society of
Civil Engineers, 40p.
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mesma cidade. Anais XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, Belo
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Anais XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, Belo Horizonte, CDROM.
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Recursos Hídricos, ABRH, Belo Horizonte, CDROM.
6
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XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, Belo Horizonte, CDROM.
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Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, Belo Horizonte, CDROM.
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escala temporal nas relações de Intensidade-Duração-Frequência de precipitações. Anais
XIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, ABRH, Belo Horizonte, CDROM.
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Intensidade. 15p.
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Dissertação de mestrado. Escola Politécnica da UFPB, Campina Grande-PB.
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RBRH, Volume 5, No. 1, pp. 61-68.
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Tecnologia de Saneamento Ambiental, 1978, 478p.
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Catolé do Rocha
(1963-1992)
-6.50
Antenor Navarro Barra de Sta. Rosa
(1965-1994) (1965-1989)
São Gonçalo
-7.50
Bacia Exp. Sumé
(1984-1992)
Monteiro
(1967-1986)
-8.00
250,00
200,00
t = 5 min
t =10 min
t = 15 min
Intensidade
(mm/h)
150,00 t = 30 min
t = 45 min
t = 60 min
t = 120 min
100,00
50,00
0,00
2 5 10 15 20 25 50 100
T empo de Ret orno (anos)
190
170
Intensidade Calculada (mm/h)
150
A Navarro
130 R2 = 0,9533
R2 = 0,979 B de St a Rosa
110
90
70
50
50 100 150 200 250
Int ensidade Observada (mm/h)
8
130
110
R2 = 0,9995 R2 = 0,9995
100
90
70
60
50
70 80 90 100 110 120 130
Intensidade (mm/h) segundo Souza (1972) e Pfafst et t er (1957)
Catolé do Rocha
13
-6.50
Patos
-7.00 12
João Pessoa
Taperoá 10
Teixeira Campina Grande
18 7
5
B. de Sta. Fé Itaporanga
10 15
-7.50
Bacia Exp. Sumé
12
Monteiro
10
-8.00
Catolé do Rocha
0.57
-6.50
Patos
-7.00 0.64
João Pessoa
Taperoá 0.40
Teixeira Campina Grande
0.60 0.50
0.60
B. de Sta. Fé Itaporanga
0.72 0.58
-7.50
Bacia Exp. Sumé
0.74
Monteiro
0.60
-8.00
9
Catolé do Rocha
0.095
-6.50
Patos
-7.00 0.305
João Pessoa
Taperoá 0.087
Teixeira Campina Grande
0.160 0.074
0.227
B. de Sta. Fé Itaporanga
0.181 0.083
-7.50
-8.00
Catolé do Rocha
708
-6.50
Seridó Guarabira
352 492 246
Patos
-7.00 430
João Pessoa
Taperoá 290
Teixeira Campina Grande
877 342
334
B. de Sta. Fé Itaporanga
813 527
-7.50
-8.00
10