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PDMAT Município de Guarulhos

Equação de chuvas

Setembro de 2009
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Antonio Carlos Zuffo


LADSEA – Laboratório de Apoio Multicritério à Decisão orientada à
Sustentabilidade Empresarial e Ambiental.
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – FEC
Departamento de Recursos Hídricos – DRH.
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Determinação da Equação de Chuvas para a cidade de Guarulhos,


São Paulo

As inúmeras equações de chuvas existentes por toda a parte são exemplos de sua
importância e do interesse pelo seu conhecimento por engenheiros, tentando equacionar o fenômeno
precipitação, sendo ferramenta indispensável para os projetos de obras hidráulicas de diversos fins,
mas, principalmente, para a drenagem urbana. Porém, para sua determinação há a necessidade de
séries de dados pluviográficos de boa qualidade e extensão.
No Brasil, os dados pluviográficos são mais raros que os pluviométricos e também mais
difíceis de medir, pois a maioria dos registros ainda se encontra armazenada nas prateleiras dos órgãos
responsáveis pela medição esperando alguém que faça a leitura dos pluviogramas. Aparelhos mais
modernos com data loggers ainda são novidades no Brasil, e, em sua maioria, possuem séries curtas de
leituras, inferiores a 15 anos de extensão. Este tipo de problema dificulta a elaboração de novas
equações de chuvas e/ou atualização das já existentes.
Por esses motivos, entre outros, muitos estudos já foram realizados com o intuito de
determinar as relações entre chuvas de diferentes durações, que poderiam utilizar os dados
pluviométricos em substituição aos dados pluviográficos, suprindo-se, desta forma, a carência das
leituras dos pluviogramas. Entre os trabalhos que consideram uma relação entre as precipitações diárias
com precipitações de menores durações destacam-se os trabalhos de HERSFIELD (1961), BELL (1969),
UEHARA et al. (1980), CHEN (1983), CETESB (1986), HERNANDEZ (1991), GENOVEZ et al. (1994), etc.

Chuvas Intensas a partir de Equações Empíricas

Bell (1969) estuda relações entre as chuvas de diferentes freqüências. Calcula relações entre
alturas e freqüências, realizadas pela divisão dos valores de um particular período de retorno (TR) pelos
valores de uma freqüência base. Obtêm relações a partir de chuvas de 1 hora de duração e TRs de 10 e 2
anos.
Grafadas, em papel probabilístico de Gumbel, as relações distribuíram-se ao longo de uma
reta, possibilitando sua representação por equações empíricas.
A forma final da equação altura - duração - freqüência encontrada por Bell é do tipo:

    
RtT  0,21* ln T p  0,52 * 0,54t 0,25  0,5 * R110 (1)

em que:

RtT = Altura da chuva com período de retorno Tp (anos) da série parcial, e duração t (minutos).

Uehara et al. (1980) aplicam a metodologia descrita por Bell (1969) a 26 postos brasileiros obtendo a
seguinte relação:

 
RtT  0,58  0,1824 * ln T * 0,4966 * t 0,27  0,50 * R110 (2)

Essas relações apresentam limites de aplicação, sugeriu Bell a adoção dos seguintes
intervalos:

2  T  100 (anos)

5  t  120 (minutos)
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Chen (1983) desenvolveu outra expressão aplicável para uma faixa maior de t (até 24 horas),
e mais precisa segundo a análise de seus resultados. A expressão apresentada por Chen é do tipo:

RtT 

a1 * R110 * log 10 2 x * T x 1 *  t  (3)
t  b1 c1  60 
em que:

RtT = Altura média precipitada em t minutos, de uma chuva de T anos de período de


recorrência;
a1, b1 e c1 = são parâmetros;
t = Duração da precipitação (5  t  1440 minutos);
Tp = Período de retorno (T  1 ano);

100 anos
R60
x  10min
anos
R60 min (4)

Os parâmetros a1, b1 e c1 são obtidos a partir do gráfico apresentado por Chen (1983), e aqui
reproduzido na Figura 1.
Para uso da equação de Chen são necessários os dados das alturas de chuva correspondentes a
10 10
R , R24
1 R100
e 1 , duas a mais que a requerida pela equação de Bell. A obtenção dos parâmetros a1, b1
e c1 requer o conhecimento da seguinte relação em percentagem:

10 anos
R60 min
10 anos
R24 horas (5)

Outro exemplo dessas relações encontra-se no estudo publicado por CETESB (1986). Esse
estudo foi baseado na publicação do DNOS de 1957, intitulado “Chuvas Intensas no Brasil” em que foi
aplicada a metodologia descrita pelo U. S. Weather Bureau, obtendo as relações apresentadas na Tabela
1, obtidas a partir de informações pluviométricas. E mais recentemente um estudo realizado por
Martinez Júnior e Magni, estudo realizado no Convênio entre o DAEE-SP e a USP (1999), revisaram
algumas e apresentaram novas equações, totalizando 30 equações de chuvas no estado de São Paulo.
A grande crítica atribuída aos valores desses coeficientes apresentados pela CETESB (1986) é
devido a que os valores representam uma média nacional. O Brasil é um País com dimensões
continentais e com diferentes climas, com distintos processos físicos que provocam as chuvas. Neste
contesto, as chuvas das diferentes regiões brasileiras possuem características distintas, que vão desde a
umidade, às diferentes atitudes, o que provocam diferentes mecanismos de desencadeiam as
precipitações intensas. Desta forma, coeficientes regionais são mais aceitos que os nacionais, por
respeitarem as características regionais.
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Figura 1: Relações entre parâmetro padrão de tormenta e razão de altura de chuva de 1h e 24h.

Tabela 1: Relação entre as alturas pluviométricas – valores médio obtidos do estudo de DNOS.
Relação entre alturas VALORES
pluviométricas Obtidos do Adotados pelo U. Adotados em Genovez et al.
estudo do DNOS S. Weather Denver (1994)
(médios) Bureau
(01) 05 min/30 min 0.34 0.37 0.42
(02) 10 min/30 min 0.54 0.57 0.63 0.49
(03) 15 min/30 min 0.70 0.72 0.75
(04) 20 min/30 min 0.81 0.84
(05) 25 min/30 min 0.91 0.92
(06) 30 min/1 hora 0.74 0.79 0.78
(07) 01 h/24 horas 0.42 0.50
(08) 06 h/24 horas 0.72 0.80
(09) 08 h/24 horas 0.78
(10) 10 h/24 horas 0.82
(11) 12 h/24 horas 0.85 0.89
OBS: (a) valor obtido nos EUA para T = 2 anos
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Como as precipitações podem ser geradas por diferentes fenômenos, além de sofrerem
influências da topografia, clima e localização geográfica, as séries históricas pluviométricas no estado de
São Paulo são, geralmente, compostas de diferentes populações. Esta mistura de fenômenos é tanto
mais pronunciada quanto maior for a duração da chuva (ZUFFO, 1993). Para cada faixa de duração das
precipitações existe um tipo de chuva predominante. As precipitações intensas de curta duração, em
geral de até duas horas de duração, são mais homogêneas que as de durações maiores, pois, nessa faixa
de até 2 horas, os fenômenos pluviosos mais expressivos são predominantemente de precipitações
convectivas. Isso proporciona uma acentuação das inter-relações entre as precipitações de diferentes
durações, nessa faixa de duração, possibilitando seu equacionamento, como salientado em GENOVEZ e
ZUFFO (2000).
Observa-se que dados pluviométricos de 1 dia de duração são em geral inferiores aos dados
pluviográficos de 24 horas, para aparelhos instalados na mesma estação meteorológica. SHERMAN (sdt)
estudando registros de pluviômetros e pluviógrafos na cidade de Boston (USA), para o período de 1902
a 1926, observou que as precipitações adotadas como a de 1 dia não correspondia a uma de 24 horas de
duração. O mais importante, entretanto, é que as relações médias entre os registros pluviométricos e
pluviográficos, que obteve para as durações pluviométricas, assumidas como sendo de 1 a 6 dias, não
foram iguais às correspondentes pluviográficas. Em geral as durações reais das chuvas diárias atribuídas
pelos pluviômetros eram, em média, de 25 a 45% inferiores às de registro.
Como a duração de uma precipitação e um fenômeno aleatório, pode suceder em qualquer
intervalo de tempo e, portanto, a freqüência e o número desses intervalos móveis podem ser
investigados por meio de considerações probabilísticas. Desta forma, WEISS (1964), utilizando uma
análise teórica probabilística, determinou as relações entre precipitações médias, obtidas de intervalos
móveis e as precipitações médias obtidas de intervalos fixos observáveis. Obteve um fator de conversão
de chuva diária para chuva de 24 horas igual a:
f = 1,143
Quando a duração t é igual a ni unidades do intervalo de tempo fixo de observações, o fator de
conversão pode ser representado pela seguinte expressão:
ni
f 
n  0,50  
i
1,0
0, 5
xdx  (6)

Um estudo realizado pelo Instituto Astronômico e Geofísico da USP procurou estabelecer


uma relação entre a precipitação de 1 dia e 24 horas. Foram analisadas séries anuais que contemplaram
o período de 1928 a 1965, obtidas dos dois postos pluviométricos e pluviográficos observados,
simultaneamente em São Paulo. Observou-se que as alturas pluviométricas de 24 horas e 1 dia guardam
uma relação média de 14%, independente do período de retorno e praticamente coincidente com o
valor adotado pelo U. S. Weather Bureau que corresponde a 1,13 (CETESB, 1986). Ambos os trabalhos
obtiveram as relações empiricamente e chegaram, praticamente, ao mesmo valor do trabalho teórico
de WEISS (1964).
ZUFFO et al. (1994) para poderem aplicar o método GRADEX a duas bacias rurais de pequena
área no estado de São Paulo, que possuíam tempos de concentrações inferiores a 1 dia, e como não
dispunham de dados pluviográficos, utilizaram o fator de conversão da chuva diária para chuva de 24
horas proposta por WEISS (1964). Desta forma, estatisticamente, converteram as chuvas de 1 dia em
chuvas de 24 horas de duração, que tecnicamente são diferentes. Com as precipitações “convertidas”
aplicaram os coeficientes de fragmentação de chuvas de 24h em chuvas de menores durações,
conforme apresentado no Quadro 1 utilizaram os valores apresentados pela CETESB (1986) baseados
nos estudos do DNOS (1957). Com esse procedimento, conseguiram vencer a carência de informações
pluviográficas e obtiveram bons resultados.
É preciso salientar que os estudos do DNOS (1957) utilizados pela CETESB (1986) para a
determinação das relações entre chuvas de 24 h com chuvas de menores durações além de serem muito
antigos também representam 102 postos pluviográficos de todo o Brasil, que é um País de dimensões
continentais. Isso implica que as precipitações das diferentes regiões brasileiras podem ser provocadas
por mecanismos, predominantemente, diferentes das demais regiões. No Sudeste brasileiro as
principais precipitações são provocadas pelas chuvas frontais, e convectivas, diferentemente do litoral
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do Sudeste que é predominantemente orográfica e convectiva, o que faz com que o litoral de São Paulo
seja uma das regiões de maior índice pluviométrico do País.
Essas relações não substituem os dados pluviográficos, indicam apenas uma relação
aproximada entre durações de precipitação. Essas relações não substituem os dados pluviográficos,
indicam apenas uma relação aproximada entre durações de precipitação. E por ser uma relação média
será tanto mais representativa quando mais fiel for à região a que serão utilizadas. Assim sendo, essas
relações deveriam ser determinadas para regiões menores e que possuíssem uma homogeneidade
hidrológica. Por exemplo, o litoral paulista representaria uma região homogênea cuja precipitação
predominante é a orográfica. Desta forma, seus coeficientes médios que relacionariam chuvas de 24h
com chuvas de menores durações seriam válidos somente para o litoral paulista, não podendo ser
extrapolados para as chuvas do sertão nordestino brasileiro que apresenta uma das menores taxas
pluviométricas do Brasil.

Chuvas Intensas em Guarulhos – SP

Guarulhos possui quatro estações pluviométricas cadastradas no Departamento de Águas e


Energia Elétrica do Estado de São, mas apenas uma com boa extensão histórica. A Tabela 2 resume as
informações dos quatros postos fluviométricos do DAEE-SP, para a cidade de Guarulhos, em operação
ou desativados.

Tabela 2: Postos Pluviométricos localizados na cidade de Guarulhos – SP.


Posto Nome Posto Coordenadas Altitude Série histórica Bacia
Lat Long (m)
o o
E3-001 Prefeitura 23 27’ 46 32’ 730 1936 a 1969 Tietê (Superior)
o o
E3-002 Bom Sucesso 23 25’ 46 24’ 770 1939 a 2004 Baquirivu-Guaçu
o o
E3-083 Cabuçu 23 24’ 46 32’ 760 1940 a 1975 Tietê (Superior)
o o
E3-152 Cumbica (FAB) 23 26’ 46 29’ 780 1951 a 1971 Baquirivu-Guaçu

Como o Posto Pluviométrico E3-002 possui a série mais atual, será utilizada para a
determinação da equação de chuvas para a cidade de Guarulhos-SP. Os coeficientes de transformação
de chuva diária em chuvas de menores durações apresentadas pela CETESB (1986) podem não
representar de forma satisfatória as precipitações para a cidade de Guarulhos, assim sendo, serão
calculadas novos coeficientes de transformação, baseadas nas relações das equações de chuvas
apresentadas por Martinez Júnior e Magni (1999), por serem as equações mais recentes.
Selecionou-se, das 30 equações do estudo do DAEE-USP, as equações mais próximas com a
cidade de Guarulhos para o cálculo dessas relações médias regionais. Foram descontadas as equações
cujas altitudes estavam acima da cota 970m e abaixo da cota 570, que representam uma variação da
cota do posto adotado (E3-002) cuja cota corresponde a 770m +/- 200m, uma vez que a altitude influi
nas precipitações.
As cidades adotadas para o cômputo da media dos coeficientes de transformação de chuva
os
de 24h em chuvas de menores durações são apresentadas Tabelas de n 3 a 16:
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Tabela 3: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Coeficientes para a cidade de a cidade de São Paulo – SP Cota = 780 m
Duração
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.25 0.24 0.24 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23
20 0.39 0.37 0.36 0.36 0.36 0.36 0.35 0.35 0.35 0.36
30 0.47 0.45 0.45 0.44 0.44 0.44 0.43 0.43 0.43 0.44
60 0.61 0.59 0.58 0.58 0.58 0.57 0.57 0.57 0.56 0.58
120 0.73 0.71 0.70 0.70 0.69 0.69 0.69 0.68 0.68 0.70
180 0.79 0.77 0.76 0.76 0.75 0.75 0.75 0.74 0.74 0.76
360 0.87 0.85 0.85 0.84 0.84 0.84 0.84 0.84 0.83 0.85
720 0.94 0.93 0.93 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92
1080 0.98 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 4: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Araraquara – SP Cota=580 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.24 0.23 0.23 0.23 0.22 0.22 0.22 0.22 0.22 0.23
20 0.35 0.35 0.35 0.35 0.35 0.35 0.34 0.34 0.34 0.35
30 0.43 0.43 0.43 0.43 0.43 0.43 0.43 0.43 0.43 0.43
60 0.54 0.56 0.57 0.58 0.58 0.58 0.59 0.59 0.60 0.58
120 0.65 0.70 0.72 0.73 0.73 0.58 0.75 0.76 0.77 0.71
180 0.71 0.75 0.77 0.78 0.79 0.74 0.80 0.81 0.82 0.77
360 0.81 0.84 0.85 0.86 0.86 0.79 0.87 0.88 0.89 0.85
720 0.90 0.92 0.93 0.93 0.93 0.87 0.94 0.94 0.95 0.92
1080 0.96 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.98 0.98 0.97
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 5: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Coeficientes para a cidade de a cidade de Botucatu – SP Cota 873 m
Duração
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.18 0.19
20 0.30 0.29 0.29 0.29 0.29 0.29 0.28 0.28 0.28 0.29
30 0.38 0.36 0.36 0.35 0.35 0.35 0.35 0.35 0.34 0.35
60 0.50 0.48 0.47 0.47 0.47 0.47 0.46 0.46 0.45 0.47
120 0.62 0.60 0.59 0.59 0.58 0.58 0.57 0.57 0.57 0.59
180 0.69 0.67 0.66 0.65 0.65 0.65 0.64 0.63 0.63 0.65
360 0.79 0.77 0.77 0.76 0.76 0.76 0.75 0.75 0.74 0.76
720 0.90 0.88 0.88 0.88 0.87 0.87 0.87 0.87 0.87 0.88
1080 0.96 0.95 0.95 0.95 0.95 0.95 0.94 0.94 0.94 0.95
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00
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Tabela 6: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Coeficientes para a cidade de a cidade de Bragança Paulista – SP Cota 860 m
Duração
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.16 0.18 0.19 0.20 0.20 0.20 0.21 0.21 0.21 0.20
20 0.27 0.29 0.30 0.30 0.31 0.31 0.31 0.32 0.32 0.30
30 0.35 0.36 0.37 0.38 0.38 0.38 0.38 0.39 0.39 0.38
60 0.49 0.50 0.50 0.51 0.51 0.51 0.51 0.51 0.51 0.51
120 0.63 0.63 0.63 0.63 0.63 0.63 0.63 0.63 0.63 0.63
180 0.70 0.70 0.70 0.70 0.70 0.70 0.70 0.70 0.70 0.70
360 0.81 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80 0.80
720 0.91 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90 0.90
1080 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 7: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Eldorado – SP Cota = 20 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.17 0.18 0.18 0.18 0.18 0.19 0.19 0.19 0.19 0.18
20 0.28 0.29 0.30 0.30 0.30 0.30 0.30 0.31 0.31 0.30
30 0.36 0.37 0.38 0.38 0.38 0.38 0.39 0.39 0.39 0.38
60 0.50 0.52 0.52 0.53 0.53 0.53 0.53 0.54 0.54 0.53
120 0.64 0.65 0.66 0.66 0.67 0.67 0.67 0.67 0.67 0.66
180 0.71 0.72 0.73 0.73 0.73 0.74 0.74 0.74 0.74 0.73
360 0.82 0.83 0.83 0.83 0.84 0.84 0.84 0.84 0.84 0.83
720 0.91 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.93 0.92
1080 0.96 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 8: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Coeficientes para a cidade de a cidade de Itu – SP Cota = 640 m
Duração
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.22 0.20 0.20 0.20 0.20 0.19 0.19 0.19 0.19 0.20
20 0.35 0.33 0.32 0.32 0.32 0.32 0.31 0.31 0.30 0.32
30 0.44 0.42 0.41 0.40 0.40 0.40 0.39 0.39 0.38 0.40
60 0.60 0.57 0.56 0.55 0.55 0.54 0.54 0.53 0.53 0.55
120 0.74 0.70 0.69 0.68 0.68 0.67 0.67 0.66 0.66 0.68
180 0.80 0.77 0.76 0.75 0.74 0.74 0.74 0.73 0.72 0.75
360 0.89 0.86 0.85 0.85 0.84 0.84 0.83 0.83 0.83 0.85
720 0.95 0.94 0.93 0.93 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.93
1080 0.98 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00
Página |9

Tabela 9: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Coeficientes para a cidade de a cidade de Lins – SP Cota = 480 m
Duração
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.21 0.18 0.17 0.16 0.16 0.16 0.15 0.15 0.14 0.17
20 0.34 0.30 0.28 0.27 0.27 0.27 0.26 0.25 0.25 0.28
30 0.31 0.38 0.36 0.35 0.35 0.34 0.33 0.33 0.32 0.34
60 0.58 0.53 0.51 0.50 0.50 0.49 0.48 0.47 0.47 0.50
120 0.72 0.67 0.66 0.65 0.64 0.64 0.63 0.62 0.62 0.65
180 0.78 0.75 0.73 0.72 0.72 0.72 0.71 0.70 0.70 0.73
360 0.87 0.85 0.84 0.84 0.83 0.83 0.83 0.82 0.82 0.84
720 0.94 0.93 0.93 0.93 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.93
1080 0.98 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 10: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Tatuí – SP Cota = 640 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.15 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14 0.14
20 0.24 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.22 0.22 0.22 0.23
30 0.30 0.29 0.29 0.29 0.29 0.29 0.28 0.28 0.28 0.29
60 0.41 0.40 0.40 0.40 0.40 0.40 0.39 0.39 0.39 0.40
120 0.53 0.52 0.52 0.52 0.51 0.51 0.51 0.51 0.51 0.52
180 0.60 0.59 0.59 0.59 0.59 0.58 0.58 0.58 0.58 0.59
360 0.72 0.72 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71 0.71
720 0.85 0.85 0.85 0.85 0.85 0.85 0.85 0.85 0.84 0.85
1080 0.94 0.94 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 11: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Campos do Jordão – SP Cota = 1600 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.18 0.17 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16 0.16
20 0.27 0.25 0.25 0.24 0.24 0.24 0.24 0.23 0.23 0.24
30 0.33 0.31 0.30 0.30 0.29 0.29 0.29 0.28 0.28 0.30
60 0.44 0.41 0.40 0.40 0.39 0.39 0.38 0.38 0.37 0.40
120 0.55 0.52 0.51 0.50 0.50 0.50 0.49 0.48 0.48 0.50
180 0.62 0.59 0.57 0.57 0.56 0.56 0.55 0.55 0.54 0.57
360 0.74 0.71 0.70 0.69 0.69 0.69 0.68 0.67 0.67 0.69
720 0.86 0.84 0.84 0.83 0.83 0.83 0.83 0.82 0.82 0.83
1080 0.94 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.92 0.92 0.92 0.93
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00
P á g i n a | 10

Tabela 12: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Cachoeira Paulista – SP Cota = 520 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.21 0.22 0.22 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23
20 0.34 0.36 0.36 0.37 0.37 0.37 0.37 0.38 0.38 0.37
30 0.43 0.45 0.46 0.46 0.46 0.46 0.47 0.47 0.47 0.46
60 0.59 0.61 0.62 0.62 0.62 0.62 0.63 0.63 0.64 0.62
120 0.72 0.74 0.75 0.76 0.76 0.76 0.77 0.77 0.77 0.76
180 0.79 0.81 0.82 0.82 0.82 0.82 0.83 0.83 0.84 0.82
360 0.88 0.89 0.90 0.90 0.90 0.90 0.91 0.91 0.91 0.90
720 0.95 0.95 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96 0.96
1080 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98 0.99 0.99 0.99 0.98
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 13: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Taubaté – SP Cota = 610 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.22 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23 0.23
20 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.36 0.37 0.37 0.37 0.36
30 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45
60 0.62 0.61 0.61 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.60 0.61
120 0.75 0.74 0.74 0.74 0.73 0.73 0.73 0.73 0.73 0.74
180 0.82 0.81 0.80 0.80 0.80 0.79 0.79 0.79 0.79 0.80
360 0.90 0.89 0.88 0.88 0.88 0.88 0.88 0.88 0.87 0.88
720 0.96 0.95 0.95 0.95 0.95 0.95 0.94 0.94 0.94 0.95
1080 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98 0.98
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 14: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Cubatão – SP Cota = 5 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.13 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12 0.12
20 0.21 0.20 0.20 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.20
30 0.27 0.25 0.25 0.25 0.25 0.25 0.24 0.24 0.24 0.25
60 0.37 0.36 0.35 0.35 0.35 0.35 0.35 0.34 0.34 0.35
120 0.49 0.47 0.47 0.46 0.46 0.46 0.46 0.46 0.45 0.47
180 0.56 0.55 0.54 0.54 0.54 0.53 0.53 0.53 0.53 0.54
360 0.69 0.68 0.67 0.67 0.67 0.67 0.67 0.66 0.66 0.67
720 0.84 0.83 0.82 0.82 0.82 0.82 0.82 0.82 0.82 0.82
1080 0.93 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92 0.92
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00
P á g i n a | 11

Tabela 15: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Piracicaba – SP Cota = 500 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.18 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19
20 0.30 0.31 0.31 0.31 0.31 0.31 0.31 0.31 0.31 0.31
30 0.38 0.39 0.39 0.39 0.39 0.39 0.39 0.39 0.39 0.39
60 0.53 0.54 0.54 0.54 0.54 0.54 0.54 0.54 0.54 0.54
120 0.66 0.67 0.67 0.68 0.68 0.68 0.68 0.68 0.68 0.68
180 0.73 0.74 0.74 0.74 0.75 0.75 0.75 0.75 0.75 0.74
360 0.84 0.84 0.84 0.84 0.84 0.84 0.85 0.85 0.85 0.84
720 0.92 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93 0.93
1080 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97 0.97
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Tabela 16: Coeficientes de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.


Duração Coeficientes para a cidade de a cidade de Leme – SP Cota = 600 m
(Min) Trs
2 5 10 15 20 25 50 100 200 
10 0.22 0.20 0.19 0.19 0.19 0.19 0.19 0.18 0.18 0.19
20 0.34 0.31 0.30 0.30 0.30 0.30 0.29 0.29 0.28 0.30
30 0.41 0.39 0.38 0.37 0.37 0.37 0.36 0.36 0.35 0.37
60 0.55 0.51 0.50 0.50 0.49 0.49 0.49 0.48 0.48 0.50
120 0.67 0.63 0.62 0.62 0.61 0.61 0.60 0.60 0.60 0.62
180 0.73 0.70 0.69 0.68 0.68 0.68 0.67 0.67 0.66 0.68
360 0.82 0.80 0.79 0.79 0.79 0.78 0.78 0.78 0.77 0.79
720 0.91 0.90 0.89 0.89 0.89 0.89 0.89 0.89 0.88 0.89
1080 0.96 0.96 0.96 0.95 0.95 0.95 0.95 0.95 0.95 0.95
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

As cidades mais próximas da cidade de Guarulhos que possuem uma altitude dentro de um
intervalo de +/- 200 m da cota 770 m, que corresponde ao posto E3-002 foram: São Paulo, Araraquara,
Botucatu, Bragança Paulista, Itú, Tatuí, Taubaté e Leme. Desta forma, os coeficientes médios de
transformação de chuva de 24h em chuvas de menores durações foram obtidos dessas cidades e estão
mostradas ma Tabela 17.
As equações de chuvas do trabalho de Martinez Junior e Magni (1999) não contemplaram as
durações de 5 minutos de chuvas, que para o cálculo de vazões de projeto para micro drenagem urbana
são muito importantes. Desta forma, procedeu-se ao computo dessas correlações por meio das duas
equações de chuvas de São Paulo de P. S. Wilken (1978) e Occhipinti e Marques (1965), descritas a
seguir:

3462,7. Tr 0,172 Wilken (1978)


i (7)
 t  221,027
Equação válida para 5 < TR <100 anos e 5 < t <120 minutos
P á g i n a | 12

1677,6. Tr 0,112
i Occhipinti e Marques (1965) (8)
 t  15 0,86Tr
0 , 0144

Equação válida para 5 < TR <100 anos e 5 < t <60 minutos

1232,7.Tr 0,15
i Occhipinti e Marques (1965) (9)
t 0,82

Equação válida para 5 < TR <100 anos e 60 < t <1440 minutos

Desta forma utilizou-se uma média das relações entre os coeficientes de 5 minutos com os
coeficientes correspondentes a 10, 15 e vinte minutos, conforme apresentado no Quadro 1.

Quadro 1: Relações entre as alturas precipitadas de 5/10, 5/15 e 5/20 minutos.


Duração Alturas precipitadas (mm) para TR de 10 anos Relações
(minutos) Wilken Occhipinti e Marques médias
5 A - 14.53 (A/B) = 0.60 A - 14.97 (A/B) = 0.60 0.600
10 B - 24.40 (A/C) = 0.39 B - 24.86 (A/C) = 0.40 0.395
15 C - 36.92 (A/D) = 0.33 C - 37.58 (A/D) = 0.33 0.330
20 D - 44.47 (A/E) = 0.25 D - 45.74 (A/E) = 0.26 0.255
25 E - 55.71 E - 59.80

Utilizando uma média entre essas três relações obtêm-se um coeficiente de transformação de
chuva de 24 h para chuva de 5 minutos de duração correspondente a 0,127 ou 0,13.

Tabela 17: Coeficientes médios de transformação de chuvas de 24 h para chuvas de durações menores.
Durações Coeficientes de transformações médios de chuvas de 24h para chuvas de durações menores
(minutos) Cidades Coeficientes
São Paulo Araraquara Botucatu Bragança P. Itu Tatuí Taubaté Leme Médios
5 0,13
10 0.23 0.23 0.19 0.20 0.20 0.14 0.23 0.19 0.20
20 0.36 0.35 0.29 0.30 0.32 0.23 0.36 0.30 0.31
30 0.44 0.43 0.35 0.38 0.40 0.29 0.45 0.37 0.39
60 0.58 0.58 0.47 0.51 0.55 0.40 0.61 0.50 0.53
120 0.70 0.71 0.59 0.63 0.68 0.52 0.74 0.62 0.65
180 0.76 0.77 0.65 0.70 0.75 0.59 0.80 0.68 0.71
360 0.85 0.85 0.76 0.80 0.85 0.71 0.88 0.79 0.81
720 0.92 0.92 0.88 0.90 0.93 0.85 0.95 0.89 0.91
1080 0.97 0.97 0.95 0.96 0.97 0.93 0.98 0.95 0.96
1440 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

No intervalo de tempo compreendido entre 5 minutos e 24 horas as maiores chuvas


observáveis são, em sua maioria, provocadas pelo fenômeno convectivo, o que lhes confere um caráter
determinado e constante, e, portanto equacionável. Desta forma, partir os coeficientes de relação entre
chuvas intensas de diferentes durações, para até 24h, ou 1440 min, determinados e apresentados na
2
Tabela 17, procedeu-se o ajuste logarítmico para o melhor coeficiente de correlação R . A Figura 2
apresenta a equação determinada a partir dos coeficientes de conversão de chuva de um dia para as
seguintes durações de chuvas, apresentados na Tabela 17.
P á g i n a | 13

Coeficientes
1.20
1.00
0.80 Coeficientes
0.60
0.40 Logaritmo
(Coeficientes)
0.20 y = 0.1601ln(x) - 0.1437
0.00 R² = 0.9958
500
100
200
300
400

600
700
800
900
1000
1100
1200
1300
1400
0

Figura 2: Ajuste de curva para os coeficientes de transformação chuva de 24h para chuvas de menores
durações para a cidade de Guarulhos – SP.

Precipitações máximas anuais no Posto E3-002

As precipitações máximas anuais determinadas no posto pluviométrico E3-002 são aquelas


ocorridas entre os meses de outubro de um ano ao mês de setembro dos anos seguinte, período este
que corresponde ao ano hidrológico da região. Desta forma, o Quadro 2 ilustra a magnitude e a data de
ocorrência das precipitações diárias máximas para cada ano hidrológico. A partir das precipitações
máximas diárias anuais, corrige-se, por meio do fator de conversão chuva-diária para chuva de 24h, e
faz-se o tratamento estatístico para estimar as precipitações máximas anuais de 24h de duração, que
será utilizada para a determinação das precipitações de menores durações. Desta forma, a Figura 3
ilustra o tratamento pelo método de Gumbel-Chow, em papel probabilístico correspondente, que a
distribuição de Gumbel representa bem os dados das chuvas máximas de Guarulhos, podendo ser
utilizadas para a determinação da equação de chuvas da cidade.

Quadro 2: Precipitações máximas diárias anuais para o Posto E3-002 de Guarulhos SP.
Data Evento Data Evento Data Evento Data Evento Data Evento
dd/mm/aa PP(mm) dd/mm/aa PP(mm) dd/mm/aa PP(mm) dd/mm/aa PP(mm) dd/mm/aa PP(mm)
18/02/42 85.2 27/08/55 54.6 24/02/68 90.0 25/12/80 91.5 14/04/94 51.5
28/11/42 85.2 28/04/56 60.5 02/12/68 90.0 07/02/82 112.5 10/03/95 78.9
18/02/44 87.4 14/12/56 74.6 13/03/70 57.6 02/02/83 98.1 07/02/96 71.9
02/02/45 88.3 18/01/58 57.2 26/02/71 68.9 23/08/84 56.5 04/10/96 63.0
06/01/46 76.2 14/02/59 54.5 12/10/71 54.6 26/02/85 42.9 09/03/98 90.4
27/02/47 96.0 26/11/59 72.1 13/02/73 91.8 03/02/86 93.2 26/01/98 65.5
11/12/47 90.4 19/12/60 83.9 18/03/74 53.7 24/01/87 107.0 08/03/00 67.0
12/01/49 135.6 12/03/62 89.3 23/02/75 87.1 02/03/88 95.8 13/05/01 47.7
21/03/50 80,6 30/12/62 97.6 13/12/75 86.1 24/12/88 82.2 02/10/02 90.6
15/01/51 118.4 01/03/64 52.5 01/02/77 118.0 19/03/90 85.1 26/10/02 98.5
24/02/52 54.6 25/02/65 66.5 09/06/78 117.9 12/02/91 72.2 09/01/04 56.1
27/03/53 32.2 07/03/66 60.6 04/11/78 105.5 07/02/92 146.2
29/11/53 70.8 03/03/67 49.5 15/04/80 92.8 12/12/92 72.7

A Figura 3 mostra os valores das precipitações prováveis para cada um dos períodos de
retorno estimados, provenientes do tratamento estatístico realizado pela aplicação do programa
Test16.exe. A Figura 4 ilustra o papel probabilístico com os dados do posto E3-002, transformados em
precipitações de 24h de duração.
P á g i n a | 14

Figura 3: Resultado das análises estatísticas e previsão das precipitações máximas para diferentes T Rs,
para o Posto E3-002.

Figura 4: Papel probabilístico de Gumbel para a análise estatísticas e previsão das precipitações máximas
de 24 h,para diferentes TRs, para o Posto E3-002, saída do programa Test16.exe.

Determinação da Primeira Equação de Chuvas de Guarulhos


A partir das precipitações, para cada uma das durações adotadas, foram calculadas as
intensidades correspondentes em mm/h para possibilitar o cálculo da equação de chuva. As séries de
intensidades foram corrigidas pelo fator f=1,143 de WEISS (1964), para cada duração e período de
retorno, uma vez que elas foram, originalmente, obtidas da série histórica de precipitação
correspondente a 1 dia de duração. No Quadro 3 são apresentadas as intensidades calculadas.
P á g i n a | 15

Quadro 3: Cálculo das alturas de chuva em mm para diversos Tr e durações.


Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 500
5 11.926 14.568 16.718 17.931 18.781 19.435 21.451 23.452 28.076
10 18.348 22.412 25.720 27.586 28.894 29.900 33.002 36.080 43.194
20 28.439 34.739 39.866 42.758 44.786 46.345 51.153 55.924 66.951
30 35.779 43.703 50.154 53.793 56.343 58.305 64.354 70.356 84.228
60 48.622 59.392 68.158 73.103 76.569 79.235 87.455 95.612 114.464
120 59.631 72.839 83.590 89.655 93.906 97.175 107.257 117.260 140.381
180 65.135 79.563 91.306 97.930 102.574 106.145 117.157 128.084 153.339
360 74.309 90.769 104.166 111.723 117.021 121.095 133.658 146.124 174.936
720 83.483 101.975 117.026 125.516 131.468 136.045 150.159 164.164 196.533
1080 88.070 107.578 123.456 132.413 138.691 143.520 158.410 173.184 207.331
1440 91.740 112.060 128.600 137.930 144.470 149.500 165.010 180.400 215.970

A partir das intensidades apresentadas no Quadro 4, procedeu-se aos ajustes necessários para a
obtenção da equação de chuva. Segundo vários autores o modelo matemático mais representativo de
uma equação de chuva é do tipo potencial, sendo definido pela seguinte expressão:

𝐴
𝑖 = (𝑡+𝑐)𝐵 (10)

em que A, B e c são parâmetro ajustados da equação, geralmente A é função de Tr, t representa a


duração da tormenta e c e B constantes.
Quadro 4: Cálculo das intensidades de chuva em mm/h para diversos Tr e durações.
Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 500
5 143.11 174.81 200.62 215.17 225.37 233.22 257.42 281.42 336.91
10 110.09 134.47 154.32 165.52 173.36 179.40 198.01 216.48 259.16
20 85.32 104.22 119.60 128.27 134.36 139.04 153.46 167.77 200.85
30 71.56 87.41 100.31 107.59 112.69 116.61 128.71 140.71 168.46
60 48.62 59.39 68.16 73.10 76.57 79.24 87.46 95.61 114.46
120 29.82 36.42 41.80 44.83 46.95 48.59 53.63 58.63 70.19
180 21.71 26.52 30.44 32.64 34.19 35.38 39.05 42.69 51.11
360 12.38 15.13 17.36 18.62 19.50 20.18 22.28 24.35 29.16
720 6.96 8.50 9.75 10.46 10.96 11.34 12.51 13.68 16.38
1080 4.89 5.98 6.86 7.36 7.71 7.97 8.80 9.62 11.52
1440 3.82 4.67 5.36 5.75 6.02 6.23 6.88 7.52 9.00
Obs: R2= 0.9996

Após várias análises de regressões determinou-se que o valor de “c”, que retornava o melhor
B
ajuste correspondia ao valor 18. Desta forma, o denominador da expressão (10) passa a ser (t + 18) .
P á g i n a | 16

Quadro 5: Cálculo das intensidades de chuva em mm/h para diversos Tr e durações.


Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
23 143.11 174.81 200.62 215.17 225.37 233.22 257.42 281.42 305.30
28 110.09 134.47 154.32 165.52 173.36 179.40 198.01 216.48 234.84
38 85.32 104.22 119.60 128.27 134.36 139.04 153.46 167.77 182.00
48 71.56 87.41 100.31 107.59 112.69 116.61 128.71 140.71 152.65
78 48.62 59.39 68.16 73.10 76.57 79.24 87.46 95.61 103.72
138 29.82 36.42 41.80 44.83 46.95 48.59 53.63 58.63 63.60
198 21.71 26.52 30.44 32.64 34.19 35.38 39.05 42.69 46.32
378 12.38 15.13 17.36 18.62 19.50 20.18 22.28 24.35 26.42
738 6.96 8.50 9.75 10.46 10.96 11.34 12.51 13.68 14.84
1098 4.89 5.98 6.86 7.36 7.71 7.97 8.80 9.62 10.44
1458 3.82 4.67 5.36 5.75 6.02 6.23 6.88 7.52 8.15
A 2007.2 2451.8 2813.7 3017.8 3160.9 3271 3610.3 3947.1 4281.9
B -0.858 -0.858 -0.858 -0.858 -0.858 -0.858 -0.858 -0.858 -0.858

O parâmetro “B“ já se encontra definido como uma constante e igual ao valor de 0.858. O valor
do parâmetro “A” é função do período de retorno e deve ser determinado igualmente por regressões.
Desta forma, chega-se a seguinte equação para o parâmetro “A”: 517,8*ln(TR)+1.595,1 e com uma
2
correlação de r =0.998.
A equação final para a equação de chuvas para a cidade de Guarulhos ficou como:

517,8∗ln(Tr )+1595,1
i= (t+18)0.858
(mm/h) (11)

Os intervalos de validade da equação de chuvas de Guarulhos estão compreendidos entre os


seguintes valores:

5 minutos < t < 1440 minutos (1 dia)


2 anos < TR < 200 anos

Validação da Primeira Equação de chuvas de Guarulhos

Após a determinação da equação de chuvas de Guarulhos, verifica-se se os valores fornecidos


pela mesma são coerentes com os valores iniciais utilizados para sua determinação. O Quadro 6 fornece
os valores das intensidades pluviométricas obtidos pela aplicação da equação e o Quadro 7 mostra os
erros relativos entre os valores originais utilizados para a determinação da equação (Quadro 4) e os
valores obtidos pela equação calculada (Quadro 6).
P á g i n a | 17

Quadro 6: Intensidades pluviométricas determinadas pela aplicação da equação de chuvas de Guarulhos


em milímetros por hora (mm/h).
Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
5 132.57 164.72 189.04 203.26 213.36 221.19 245.51 269.83 294.15
10 111.98 139.14 159.68 171.70 180.22 186.84 207.38 227.92 248.47
20 86.17 107.07 122.87 132.12 138.68 143.77 159.58 175.39 191.19
30 70.52 87.62 100.56 108.12 113.49 117.66 130.59 143.53 156.47
60 46.49 57.77 66.30 71.29 74.83 77.57 86.10 94.63 103.16
120 28.50 35.41 40.63 43.69 45.86 47.55 52.77 58.00 63.23
180 20.91 25.98 29.81 32.05 33.65 34.88 38.72 42.55 46.39
360 12.00 14.91 17.12 18.41 19.32 20.03 22.23 24.43 26.63
720 6.76 8.40 9.64 10.37 10.88 11.28 12.52 13.76 15.00
1080 4.81 5.97 6.86 7.37 7.74 8.02 8.90 9.79 10.67
1440 3.77 4.68 5.38 5.78 6.07 6.29 6.98 7.67 8.36

Observa-se que os erros calculados, entre os valores das intensidades originalmente utilizados
para a determinação da equação de chuvas de Guarulhos e os valores das intensidades de chuvas
determinadas pela própria equação, são muito pequenos. Somente para a duração de 5 minutos, os
valores fornecidos pela equação são inferiores aos calculados no máximo em 7,37%. Para a duração de
10 minutos de subestimação passa a superestimação, mas no máximo de 5,80% para o T r de 200 anos.
Para as demais durações os erros das estimativas são inferiores a esses valores, menores mesmos que
os próprios erros de leituras das precipitações, podendo ser utilizadas para os projetos de drenagem
urbana.

Quadro 7: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a determinação
da equação de chuvas de Guarulhos e os valores fornecidos pela aplicação da equação.
Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
5 -7.37% -5.77% -5.77% -5.53% -5.33% -5.16% -4.63% -4.12% -3.65%
10 1.72% 3.47% 3.47% 3.73% 3.96% 4.15% 4.73% 5.29% 5.80%
20 1.00% 2.73% 2.74% 3.00% 3.22% 3.41% 3.99% 4.54% 5.05%
30 -1.45% 0.24% 0.25% 0.50% 0.72% 0.90% 1.47% 2.00% 2.50%
60 -4.38% -2.73% -2.73% -2.48% -2.28% -2.10% -1.55% -1.03% -0.54%
120 -4.42% -2.78% -2.78% -2.53% -2.32% -2.15% -1.59% -1.07% -0.59%
180 -3.71% -2.06% -2.05% -1.80% -1.59% -1.42% -0.86% -0.34% 0.15%
360 -3.08% -1.41% -1.41% -1.16% -0.95% -0.77% -0.21% 0.32% 0.81%
720 -2.82% -1.14% -1.14% -0.89% -0.68% -0.50% 0.06% 0.59% 1.08%
1080 -1.73% -0.04% -0.04% 0.21% 0.43% 0.61% 1.18% 1.71% 2.21%
1440 -1.38% 0.31% 0.32% 0.57% 0.79% 0.97% 1.54% 2.07% 2.57%

A Figura 5 ilustra as curvas das Intensidades Durações e Freqüências determinadas a partir da


equação de chuvas de Guarulhos.
O Quadro 8 ilustra as intensidades das chuvas obtidas pela equação de chuvas de Guarulhos
em milímetros por hora e a Figura 6 ilustra as alturas esperadas para cada uma das durações e seus
respectivos períodos de retorno.
P á g i n a | 18

Tr= 2 anos
Tr= 5 anos
Tr= 10 anos
Tr= 15 anos
250.00 Tr= 20 anos
Tr= 25 anos
Tr= 50 anos
Tr= 100 anos
Tr= 200 anos

200.00

150.00
Intensidade da chuva (mm/h)

100.00

50.00

0.00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Duração da chuva (minutos)
Figura 5: Curva Intensidade-Duração-Frequência (IDF) para a cidade de Guarulhos, São Paulo.
P á g i n a | 19

Quadro 8: Alturas pluviométricas (mm) esperadas para cada uma das durações e seus respectivos
períodos de retorno, obtidos por meio da equação de chuvas de Guarulhos.
Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
5 11.36 13.94 15.89 17.03 17.84 18.47 20.46 22.47 27.13
10 19.18 23.54 26.84 28.77 30.14 31.20 34.56 37.96 45.84
20 29.52 36.23 41.31 44.28 46.38 48.02 53.19 58.42 70.54
30 36.24 44.48 50.71 54.35 56.94 58.94 65.30 71.71 86.59
60 47.79 58.65 66.86 71.67 75.08 77.73 86.10 94.56 114.18
120 58.58 71.89 81.97 87.86 92.04 95.28 105.55 115.91 139.97
180 64.46 79.12 90.20 96.68 101.28 104.85 116.15 127.55 154.03
360 74.03 90.85 103.58 111.03 116.31 120.40 133.38 146.48 176.88
720 83.39 102.35 116.68 125.07 131.02 135.63 150.25 165.00 199.25
1080 88.96 109.17 124.47 133.41 139.76 144.68 160.28 176.01 212.55
1440 92.99 114.13 130.11 139.47 146.10 151.25 167.55 184.00 222.19

200.00

175.00
Altura Precipitada de chuva Provável (milímetros)

150.00

125.00 2 anos
5 anos
10 anos
100.00
15 anos
20 anos
75.00 25 anos
50 anos
100 anos
50.00
200 anos

25.00

0.00
1,100
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1,000

1,200
1,300
1,400
1,500
0

Duração da Chuva (minutos)

Figura 6: Curva das prováveis alturas precipitadas em milímetros para a cidade de Guarulhos, São Paulo.
P á g i n a | 20

Comparando os resultados da Equação de Chuvas de Guarulhos, Quadro 6 deste estudo, e


comparando suas estimativas para as alturas precipitadas com aquelas fornecidas pela Equação de
Chuvas de São Paulo, equação (11), apresentada pelo Quadro 9, determinada por Martinez Jr. e Magni
(1999), observa-se que as chuvas de Guarulhos são superiores às de São Paulo. Este resultado parece ser
razoável, uma vez que a cidade de Guarulhos está mais próxima da Serra da Cantareira, o que propicia
maiores precipitações devido ao efeito orográfico da Serra. O Quadro 10 mostra as diferenças entre os
resultados apresentados pela equação de São Paulo e a de Guarulhos, em relação aos resultados da Eq.
de Chuvas de São Paulo, conforme definido pela expressão (12).

 Eq.SP  Eq.GRU (11) 


Estimativa =   (12)
 Eq.SP 

Quadro 9: Intensidades pluviométricas determinadas pela aplicação da equação de chuvas de São Paulo
(DAEE-SP) em milímetros por hora (mm/h).
Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
5
10 97.30 126.90 146.40 157.40 165.20 171.10 189.40 207.60 225.70
20 74.60 97.50 112.70 121.30 127.30 131.90 146.20 160.30 174.40
30 60.70 79.50 92.00 99.10 104.00 107.80 119.50 131.20 142.70
60 39.30 51.80 60.10 64.70 68.00 70.50 78.30 86.00 93.60
120 23.40 31.10 36.10 39.00 41.00 42.50 47.30 52.00 56.70
180 16.80 22.40 26.10 28.20 29.70 30.80 34.30 37.70 41.20
360 9.30 12.50 14.60 15.80 16.60 17.30 19.20 21.20 23.20
720 5.00 6.80 8.00 8.60 9.10 9.50 10.60 11.70 12.70
1080 3.50 4.70 5.60 6.00 6.40 6.60 7.40 8.20 8.90
1440 2.70 3.70 4.30 4.70 4.90 5.10 5.70 6.30 6.90

Quadro 10: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo, determinada pelo estudo do DAEE e os valores
fornecidos pela aplicação da equação de Chuvas de Guarulhos, determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
5
10 -18.3% -11.3% -10.0% -9.7% -9.5% -9.4% -9.3% -9.2% -9.2%
20 -18.7% -11.5% -10.0% -9.5% -9.3% -9.2% -8.9% -8.9% -8.8%
30 -19.4% -11.9% -10.2% -9.7% -9.5% -9.4% -9.1% -8.9% -8.8%
60 -21.6% -13.2% -11.3% -10.8% -10.4% -10.2% -9.8% -9.5% -9.4%
120 -25.2% -15.6% -13.5% -12.6% -12.2% -12.1% -11.4% -11.0% -10.7%
180 -27.9% -17.7% -15.2% -14.3% -13.7% -13.5% -12.7% -12.3% -11.7%
360 -32.7% -21.1% -18.2% -17.1% -16.8% -16.0% -15.6% -14.7% -13.9%
720 -39.0% -25.4% -21.5% -21.2% -20.0% -19.0% -17.9% -17.0% -17.2%
1080 -41.2% -29.0% -23.5% -23.5% -21.3% -21.8% -20.1% -18.7% -19.0%
1440 -43.5% -28.5% -26.1% -23.6% -24.2% -23.6% -22.2% -21.2% -20.3%

Comparando-se os dados das duas estações E3-002 (Bom Sucesso – Guarulhos) e E3-035 (IGC-
USP), para o período comum de dados, correspondente ao período compreendido entre os anos de
1941 a 2004, observa-se que as estimativas para as precipitações do Posto de Bom Sucesso são
superiores às precipitações registradas para o Posto do IAG-USP, conforme apresentado no Quadro 11,
e ilustrado na Figura 7. Observa-se no Quadro 11 que as precipitações previstas para a cidade de
Guarulhos-SP são sistematicamente maiores que as previstas para a cidade de São Paulo, variando de 4
a 7%, dependendo do período de retorno considerado. Essa mesma relação pode ser visualizada na
P á g i n a | 21

Figura 7, nas retas que representam as precipitações estimadas pelo método de Gumbel-Chow para os
dois postos considerados, em que a reta em vermelho representa as precipitações estimadas para São
Paulo (USP) e a reta em azul para a cidade de Guarulhos (Bom Sucesso).

Quadro 11: Alturas de chuvas previstas para diferentes períodos de retorno (Tr s) para os Postos
Pluviométricos E3-002 (Bom Sucesso – Guarulhos) e E3-035 (IGC-USP - São Paulo).
Precipitação Precipitação USP (PPUSP-PPGRU)
Tr (anos) b Guarulhos (PPGRU) (PPUSP) PPUSP
1.001 -1.93 40.51 38.90 -4.1%
2 0.37 86.77 81.86 -6.0%
2.33 0.58 91.03 85.82 -6.1%
10 2.25 124.66 117.05 -6.5%
25 3.20 143.74 134.76 -6.7%
50 3.90 157.89 147.90 -6.8%
100 4.60 171.93 160.94 -6.8%
200 5.30 185.93 173.94 -6.9%
500 6.21 204.39 191.08 -7.0%
1000 6.91 218.34 204.04 -7.0%

h (mm) Tr (anos)
220.0
Guarulhos (64 anos)
IGC - USP (64 anos)
Gumbel (IAG)
170.0
Gumbel (Guarulhos)

120.0

70.0

20.0

-2.00 -1.00 0.00 1.00 2.00 3.00 4.00 5.00 6.00 7.00
-30.0
y=-ln(-ln(1-1/Tr))

Figura 7: Papel probabilístico de Gumbel representando a distribuição de Gumbel-Chow aplicada aos


postos pluviométricos E3-002 (Guarulhos) e E3-035 (São Paulo).

Pela análise dos resultados apresentados no Quadro 11 e da Figura 7, era esperado que
equação de chuvas de Guarulhos, desenvolvida neste trabalho, fornecesse valores de precipitações
superiores às da equação de chuvas de São Paulo variando de 4 a 7%, porém, os valores calculados são
bem maiores que esses valores, variando de 9,3 a 43,5%. Uma possível razão dessa diferença pode ser
atribuída a não correção das precipitações do posto de São Paulo pelo fator de transformação de chuva
diária para chuva de 24 horas, o que aumentaria as precipitações para o posto IGC-USP em 14,3 %,
P á g i n a | 22

diminuindo-se, desta forma a diferença entre os valores das duas equações de chuvas, mas não explica
toda a diferença encontrada. Desta forma, optou-se por adotar os valores dos coeficientes que
relacionam precipitações de 24 horas com precipitações de menores durações propostos pela CETESB
em 1986 (Tabela 1), ao invés dos encontrados pelas equações determinadas pelo DAEE-SP no estudo de
Martinez Jr. e Magni (1999), apresentados na Tabela 17.

Determinação da Segunda Equação de Chuvas de Guarulhos

A partir das precipitações para cada uma das durações adotadas foram calculadas as
intensidades correspondentes em mm/h, a partir dos coeficientes médios propostos pela CETESB
(1986), para possibilitar o cálculo da equação de chuva, conforme apresentado na Tabela (1). As séries
de intensidades foram corrigidas pelo fator f=1,143 de WEISS (1964), para cada duração e período de
retorno, uma vez que elas foram, originalmente, obtidas da série histórica de precipitação
correspondente a 1 dia de duração. No Quadro 12 são apresentadas as intensidades calculadas,
semelhantes ao apresentado no Quadro 3, porém, com Tr=2,33 anos e Tr=200 anos.

Quadro 12: Cálculo das alturas de chuva em mm para diversos Tr e durações.


Duração TR (anos)
(minutos) 2,33 5 10 15 20 25 50 100 200
5 11.926 14.568 16.718 17.931 18.781 19.435 21.451 23.452 24.525
10 18.348 22.412 25.720 27.586 28.894 29.900 33.002 36.080 36.297
20 28.439 34.739 39.866 42.758 44.786 46.345 51.153 55.924 52.582
30 35.779 43.703 50.154 53.793 56.343 58.305 64.354 70.356 62.980
60 48.622 59.392 68.158 73.103 76.569 79.235 87.455 95.612 83.189
120 59.631 72.839 83.590 89.655 93.906 97.175 107.257 117.260 109.872
180 65.135 79.563 91.306 97.930 102.574 106.145 117.157 128.084 122.429
360 74.309 90.769 104.166 111.723 117.021 121.095 133.658 146.124 141.460
720 83.483 101.975 117.026 125.516 131.468 136.045 150.159 164.164 166.966
1080 88.070 107.578 123.456 132.413 138.691 143.520 158.410 173.184 178.874
1440 91.740 112.060 128.600 137.930 144.470 149.500 165.010 180.400 196.200

A partir das intensidades apresentadas no Quadro 13, procedeu-se aos ajustes necessários para
a obtenção da equação de chuva.

Quadro 13: Cálculo das intensidades de chuva em mm/h para diversos Tr e durações.
Duração TR (anos)
(minutos) 2,33 5 10 15 20 25 50 100 200
5 137.61 168.09 192.90 206.90 216.71 224.25 247.52 270.60 294.30
10 101.83 124.39 142.75 153.10 160.36 165.95 183.16 200.24 217.78
20 73.76 90.10 103.39 110.90 116.15 120.20 132.67 145.04 157.74
30 58.90 71.94 82.56 88.55 92.75 95.98 105.94 115.82 125.96
60 38.90 47.51 54.53 58.48 61.26 63.39 69.96 76.49 83.19
120 25.69 31.38 36.01 38.62 40.45 41.86 46.20 50.51 54.94
180 19.08 23.31 26.75 28.69 30.05 31.10 34.32 37.52 40.81
360 11.02 13.47 15.45 16.57 17.36 17.96 19.83 21.68 23.58
720 6.51 7.95 9.12 9.78 10.25 10.60 11.70 12.79 13.91
1080 4.65 5.68 6.51 6.99 7.32 7.57 8.36 9.14 9.94
1440 3.82 4.67 5.36 5.75 6.02 6.23 6.88 7.52 9.00
Obs: R2= 0.9994
P á g i n a | 23

Após várias análises de regressões determinou-se que o valor de “c”, que retornava o melhor
B
ajuste correspondia ao valor 9. Desta forma, o denominador da expressão (10) passa a ser (t + 9) .

Quadro 14: Cálculo das intensidades de chuva em mm/h para diversos Tr e durações.
Duração TR (anos)
(minutos) 2,33 5 10 15 20 25 50 100 200
14 137.61 168.09 192.90 206.90 216.71 224.25 247.52 270.60 294.30
19 101.83 124.39 142.75 153.10 160.36 165.95 183.16 200.24 217.78
29 73.76 90.10 103.39 110.90 116.15 120.20 132.67 145.04 157.74
39 58.90 71.94 82.56 88.55 92.75 95.98 105.94 115.82 125.96
69 38.90 47.51 54.53 58.48 61.26 63.39 69.96 76.49 83.19
129 25.69 31.38 36.01 38.62 40.45 41.86 46.20 50.51 54.94
189 19.08 23.31 26.75 28.69 30.05 31.10 34.32 37.52 40.81
369 11.02 13.47 15.45 16.57 17.36 17.96 19.83 21.68 23.58
729 6.51 7.95 9.12 9.78 10.25 10.60 11.70 12.79 13.91
1089 4.65 5.68 6.51 6.99 7.32 7.57 8.36 9.14 9.94
1449 3.82 4.67 5.36 5.75 6.02 6.23 6.88 7.52 9.00
A 1118.1 1365.8 1567.3 1681.1 1760.8 1822.1 2011.1 2198.7 2391.2
B -0.762 -0.762 -0.762 -0.762 -0.762 -0.762 -0.762 -0.762 -0.762

O parâmetro “B“ encontra-se definido como uma constante e igual ao valor de 0.762. O valor do
parâmetro “A” é função do período de retorno e deve ser determinado igualmente por regressões.
0,1655
Desta forma, chega-se a seguinte equação para o parâmetro “A”: 1041,4*Tr ” e com uma correlação
2
de r =0.9764.
A equação obtida para a segunda equação de chuvas para a cidade de Guarulhos é descrita pela
equação (13):

1041,4∗𝑇𝑅0.1655
𝑖= (𝑡+9)0.762
(mm/h) (13)

Os intervalos de validade da equação de chuvas de Guarulhos estão compreendidos entre os


seguintes valores:
5 minutos < t < 1440 minutos (1 dia)
2,33 anos < TR < 200 anos

Validação da Segunda Equação de Chuvas de Guarulhos

Após a determinação da segunda equação de chuvas de Guarulhos, verifica-se se os valores


fornecidos pela mesma são coerentes com os valores iniciais utilizados para sua determinação. O
Quadro 15 fornece os valores das intensidades pluviométricas obtidos pela aplicação da equação e o
Quadro 16 mostra os erros relativos entre os valores originais utilizados para a determinação da
equação (Quadro 13) e os valores obtidos pela equação calculada (Quadro 15).
P á g i n a | 24

Quadro 15: Intensidades pluviométricas determinadas pela aplicação da segunda equação de chuvas de
Guarulhos em milímetros por hora (mm/h).
Duração TR (anos)
(minutos) 2,33 5 10 15 20 25 50 100 200
5 152.51 173.05 194.08 207.56 217.68 225.87 253.32 284.11 318.65
10 120.15 136.33 152.90 163.51 171.49 177.94 199.57 223.83 251.03
20 86.35 97.99 109.90 117.52 123.26 127.89 143.44 160.87 180.43
30 68.52 77.75 87.20 93.25 97.79 101.47 113.81 127.64 143.16
60 43.88 49.79 55.84 59.72 62.63 64.99 72.89 81.75 91.68
120 26.92 30.54 34.26 36.63 38.42 39.87 44.71 50.15 56.24
180 19.98 22.67 25.42 27.19 28.51 29.58 33.18 37.21 41.74
360 11.85 13.44 15.08 16.12 16.91 17.54 19.68 22.07 24.75
720 6.96 7.90 8.86 9.47 9.93 10.31 11.56 12.97 14.54
1080 5.09 5.77 6.47 6.92 7.26 7.53 8.45 9.48 10.63
1440 4.07 4.62 5.18 5.54 5.81 6.03 6.76 7.58 8.50

Quadro 16: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da segunda equação de chuvas de Guarulhos e os valores fornecidos pela aplicação
da equação.
Duração TR (anos)
(minutos) 2,33 5 10 15 20 25 50 100 200
5 -10.83% -2.95% -0.61% -0.32% -0.45% -0.72% -2.35% -4.99% -8.27%
10 -17.98% -9.60% -7.11% -6.80% -6.94% -7.23% -8.96% -11.78% -15.27%
20 -17.08% -8.76% -6.29% -5.98% -6.11% -6.40% -8.12% -10.92% -14.38%
30 -16.33% -8.07% -5.61% -5.30% -5.44% -5.73% -7.43% -10.21% -13.65%
60 -12.81% -4.79% -2.42% -2.12% -2.25% -2.52% -4.18% -6.87% -10.21%
120 -4.79% 2.65% 4.86% 5.14% 5.02% 4.76% 3.23% 0.72% -2.38%
180 -4.68% 2.76% 4.96% 5.24% 5.12% 4.86% 3.33% 0.83% -2.27%
360 -7.45% 0.18% 2.45% 2.73% 2.61% 2.34% 0.77% -1.80% -4.98%
720 -6.98% 0.62% 2.87% 3.16% 3.03% 2.77% 1.20% -1.35% -4.52%
1080 -9.49% -1.71% 0.60% 0.89% 0.76% 0.50% -1.11% -3.73% -6.97%
1440 -6.48% 1.08% 3.33% 3.61% 3.49% 3.23% 1.67% -0.88% -4.03%

Observa-se que os erros calculados, entre os valores das intensidades originalmente utilizados
para a determinação da segunda equação de chuvas de Guarulhos e os valores das intensidades de
chuvas determinadas pela própria equação, são muito pequenos. Somente para a duração de 5 minutos,
os valores fornecidos pela equação são inferiores aos calculados no máximo em 18%. Para a duração de
10 minutos de subestimação passa a superestimação, mas no máximo de 5,24% para o Tr de 15 anos e
120 minutos de duração. Para as demais durações os erros das estimativas são inferiores a esses
valores, menores mesmos que os próprios erros de leituras das precipitações, podendo ser utilizadas
para os projetos de drenagem urbana. Considerando-se os períodos de retorno de 5 a 100 anos, esses
erros são menores ainda, variando de uma superestimativa de 11,78% a uma subestimativa de 5,24%.
A Figura 8 ilustra as curvas das Intensidades Durações e Freqüências determinadas a partir da
segunda equação de chuvas de Guarulhos.
O Quadro 17 mostra as alturas das chuvas obtidas pela segunda equação de chuvas de
Guarulhos em milímetros e a Figura 9 ilustra as alturas esperadas para cada uma das durações e seus
respectivos períodos de retorno.
P á g i n a | 25

2.33

10
300.00
15

20

25

250.00 50

100

200

200.00
Intensidade (mm/h)

150.00

100.00

50.00

0.00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Duração da chuva (minutos)

Figura 8: Curva Intensidade-Duração-Frequência (IDF) para a cidade de Guarulhos, São Paulo.


P á g i n a | 26

Quadro 17: Alturas pluviométricas (mm) esperadas para cada uma das durações e seus respectivos
períodos de retorno, obtidos por meio da equação de chuvas de Guarulhos.
Duração TR (anos)
(minutos) 2,33 5 10 15 20 25 50 100 200
5 12.71 14.42 16.17 17.30 18.14 18.82 21.11 23.68 26.55
10 20.02 22.72 25.48 27.25 28.58 29.66 33.26 37.30 41.84
20 28.78 32.66 36.63 39.17 41.09 42.63 47.81 53.62 60.14
30 34.26 38.87 43.60 46.62 48.90 50.74 56.90 63.82 71.58
60 43.88 49.79 55.84 59.72 62.63 64.99 72.89 81.75 91.68
120 53.84 61.09 68.51 73.27 76.84 79.73 89.42 100.29 112.49
180 59.93 68.00 76.26 81.56 85.53 88.75 99.54 111.64 125.21
360 71.08 80.65 90.45 96.73 101.45 105.26 118.06 132.41 148.51
720 83.52 94.77 106.29 113.67 119.21 123.70 138.74 155.60 174.51
1080 91.57 103.91 116.54 124.63 130.70 135.62 152.11 170.60 191.33
1440 97.69 110.84 124.32 132.95 139.43 144.67 162.26 181.98 204.11

200.00

150.00
Altura Precipitada (mm)

100.00

2.33
5
10
15
50.00
20
25
50
100
200
0.00
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Duração da chuva (minutos)

Figura 9: Curva das prováveis alturas precipitadas em milímetros para a cidade de Guarulhos, São Paulo.
P á g i n a | 27

Comparando os resultados da Segunda Equação de Chuvas de Guarulhos (Equação 13), Quadro


18 deste estudo, e comparando suas estimativas para as alturas precipitadas com aquelas fornecidas
pela Equação de Chuvas de São Paulo, apresentada pelo Quadro 9, determinada por Martinez e Magni,
observa-se que as chuvas de Guarulhos são superiores às de São Paulo. Este resultado parece ser
razoável, uma vez que a cidade de Guarulhos está mais próxima da Serra da Cantareira, o que propicia
maiores precipitações devido ao efeito orográfico da Serra. O Quadro 18 mostra as diferenças entre os
resultados apresentados pela equação de São Paulo e a de Guarulhos, em relação aos resultados da Eq.
de Chuvas de São Paulo, conforme definido pela expressão (14).

 Eq.SP  Eq.GRU (13) 


Estimativa =   (14)
 Eq.SP 

Quadro 18: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo, determinada pelo estudo do DAEE e os valores
fornecidos pela aplicação da segunda equação de Chuvas de Guarulhos, determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 2 5 10 15 20 25 50 100 200
5 --- --- --- --- --- --- --- --- ---
10 --- -7.4% -4.4% -3.9% -3.8% -4.0% -5.4% -7.8% -11.2%
20 --- -0.5% 2.5% 3.1% 3.2% 3.0% 1.9% -0.4% -3.5%
30 --- 2.2% 5.2% 5.9% 6.0% 5.9% 4.8% 2.7% -0.3%
60 --- 3.9% 7.1% 7.7% 7.9% 7.8% 6.9% 4.9% 2.0%
120 --- 1.8% 5.1% 6.1% 6.3% 6.2% 5.5% 3.6% 0.8%
180 --- -1.2% 2.6% 3.6% 4.0% 3.9% 3.3% 1.3% -1.3%
360 --- -7.5% -3.3% -2.0% -1.9% -1.4% -2.5% -4.1% -6.7%
720 --- -16.1% -10.7% -10.1% -9.2% -8.5% -9.1% -10.8% -14.5%
1080 --- -22.8% -15.6% -15.4% -13.5% -14.2% -14.2% -15.6% -19.4%
1440 --- -24.8% -20.5% -17.9% -18.6% -18.2% -18.6% -20.4% -23.3%

Pode-se observar do Quadro 18 que a segunda equação de chuvas proposta para a


cidade de Guarulhos-SP (Equação 13), também prevê precipitações maiores que aquelas
previstas para a Equação de Chuvas de São Paulo, proposta pelo DAEE-SP. Observa-se que a
segunda equação proposta para Guarulhos prevê um máximo de 24,8% para chuvas de 24
horas de duração daquela prevista pela equação de chuvas de São Paulo. Como já discutido
anteriormente esta superestimativa pode estar relacionada a não aplicação do fator de
transformação das chuvas de 1 dia para chuvas de 24h, e que corresponde a 14,3%, somados
aos 4 a 7% correspondentes percentagens superiores das precipitações de Guarulhos sobre as
de São Paulo chega-se a uma faixa de valores de 18,87 a 22,3% (1,04*1,143 a 1,07*1,143), que
representa exatamente ao erro detectado entre as duas equações, para a duração de chuva de
24 horas.
Se compararmos as duas equações de chuvas para a cidade de Guarulhos, equações
(11) e (13), verificamos que as precipitações estimadas pela equação (13) são inferiores, na
média, que aquelas fornecidas pela equação (11). O Quadro 18 ilustra essas diferenças.
Observa-se que as diferenças lançadas no Quadro 19 mostram em relação aos resultados da
primeira equação em relação a segunda, desta forma, as percentagens negativas indicam uma
superestimava da segunda equação em relação a primeira (Equação 13 sobre Equação 11) e
vice-versa, conforme representado na Equação (15). Como a maioria das percentagens é
positiva isso indica que a Equação (11) sistematicamente fornece valores superiores aos
P á g i n a | 28

fornecidos pela Equação (13), essa última mais próxima com os resultados fornecidos pela
Equação de Chuvas de São Paulo.

 Eq.(11)  Eq.(13) 
Estimativa =   (15)
 Eq.(11) 

Quadro 19: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da primeira equação de chuvas de Guarulhos (Equação 11), os valores fornecidos
pela aplicação da segunda equação de Chuvas de Guarulhos (Equação 13), determinadas neste
estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 2 2 e 2,33 5 10 15 20 25 50 100 200
5 --- -3.4% -1.8% -1.6% -1.7% -1.9% -3.2% -5.4% 2.1%
10 --- 3.5% 5.1% 5.3% 5.2% 4.9% 3.8% 1.7% 8.7%
20 --- 9.8% 11.3% 11.5% 11.4% 11.2% 10.1% 8.2% 14.7%
30 --- 12.6% 14.0% 14.2% 14.1% 13.9% 12.9% 11.0% 17.3%
60 --- 15.1% 16.5% 16.7% 16.6% 16.4% 15.3% 13.5% 19.7%
120 --- 15.0% 16.4% 16.6% 16.5% 16.3% 15.3% 13.5% 19.6%
180 --- 14.1% 15.4% 15.6% 15.5% 15.4% 14.3% 12.5% 18.7%
360 --- 11.2% 12.7% 12.9% 12.8% 12.6% 11.5% 9.6% 16.0%
720 --- 7.4% 8.9% 9.1% 9.0% 8.8% 7.7% 5.7% 12.4%
1080 --- 4.8% 6.4% 6.6% 6.5% 6.3% 5.1% 3.1% 10.0%
1440 --- 2.9% 4.5% 4.7% 4.6% 4.3% 3.2% 1.1% 8.1%

Observou-se que para as três equações calculadas, sistematicamente elas ofereceram


valores superiores à equação de chuvas de São Paulo, proposta por Martinez Junior e Magni
(1999). O que Pode indicar algum problema com a metodologia de cálculo indireto dos valores
para as precipitações de durações inferiores à 24 horas, baseando-se apenas nos coeficientes
de transformação.

Determinação da Equação de chuvas de Guarulhos a partir de dados


pluviográficos.

O Aeroporto Internacional de Guarulhos mantém uma estação meteorológica, mantida


pela INFRAERO, desde 1987. Por este motivo, procurou-se utilizar as informações
pluviográficas disponíveis para o Aeroporto Internacional de São Paulo, que possui uma série
de 20 anos. As leituras são realizadas automaticamente em intervalos de 1 em 1 hora.
Com esses dados é possível determinar as precipitações de 1 até 24 horas e corrigi-las
com o fator de Weiss (1964), apresentado pelo fator de conversão da equação (6). E como é
possível o tratamento estatístico, será possível utilizar os métodos de Bell (1969), Uehara
(1980) e Chen (1983) para a determinação das precipitações inferiores a 1 hora de duração, e
assim, tornar possível a determinação da equação de chuvas de Guarulhos. O Quadro 20
apresenta os valores das alturas precipitadas para durações de 1 a 24 horas e seus respectivos
períodos de retorno para o posto pluviográfico operado pela INFRAERO no Aeroporto
Internacional de Guarulhos, São Paulo.
P á g i n a | 29

Quadro 20: Alturas precipitadas em milímetros relacionadas aos períodos de retorno do posto
pluviográfico do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
TR Duração da precipitação em horas
(anos) 1 2 3 4 6 8 10 12 16 20 24
5 55.6 75.8 83.1 85.5 87.8 90.3 91.4 93.3 96.4 98.7 103.5
10 65.9 90.6 99.8 102.0 104.4 105.9 106.7 108.9 112.1 114.0 119.0
15 71.4 98.5 108.7 110.8 113.2 114.3 114.9 117.2 120.6 122.1 127.2
20 75.5 104.4 115.2 117.4 119.8 120.4 121.0 123.4 126.8 128.2 133.3
25 78.5 108.8 120.2 122.3 124.7 125.1 125.6 128.0 131.6 132.7 138.0
50 88.1 122.5 135.6 137.6 140.0 139.5 139.7 142.4 146.1 146.8 152.3
100 97.5 136.1 150.8 152.7 155.1 153.8 153.8 156.7 160.6 160.7 166.4

Determinação da Terceira Equação de Chuvas de Guarulhos

A partir das precipitações, para cada uma das durações obtidas do posto pluviográfico do
Aeroporto Internacional de Guarulhos, procedeu-se a determinação das alturas precipitadas pelas
durações de 5 a 60 minutos, provenientes dos métodos propostos por Bell (1969), Uehara (1980) e Chen
(1983). Dessas três metodologias a de Chen (1983) foi a que melhor representou os dados e, portanto,
utilizada para a determinação das intensidades para a obtenção da equação de chuvas da cidade de
Guarulhos-SP. O Quadro 21 mostra os valores das alturas precipitadas de chuvas para as diferentes
durações e períodos de retorno provenientes do tratamento estatísticos dos dados pluviográficos do
posto da INFRAERO me Guarulhos e as estimativas das intensidades de chuvas para as durações
inferiores à 60 minutos provenientes do método proposto por Chen (1983).

Quadro 21: Alturas de chuvas, em milímetros (mm), para diferentes durações e períodos de retorno
para o posto pluviográfico da INFRAERO em Guarulhos, SP.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 15.92 18.61 20.18 21.30 22.16 24.85 27.54
10 25.20 29.46 31.95 33.72 35.09 39.34 43.60
15 31.48 36.79 39.90 42.11 43.82 49.14 54.46
20 36.10 42.20 45.77 48.30 50.26 56.36 62.46
30 42.64 49.85 54.06 57.05 59.37 66.57 73.77
45 49.02 57.30 62.14 65.58 68.24 76.52 84.80
60 55.58 65.87 71.39 75.46 78.54 88.05 97.49
120 75.79 90.60 98.53 104.39 108.83 122.51 136.09
180 83.13 99.76 108.66 115.24 120.22 135.58 150.83
240 85.48 102.00 110.84 117.38 122.33 137.59 152.73
360 87.84 104.37 113.22 119.76 124.70 139.97 155.13
480 90.30 105.91 114.27 120.44 125.12 139.54 153.85
600 91.41 106.74 114.94 121.00 125.59 139.74 153.79
720 93.30 108.87 117.21 123.37 128.04 142.43 156.71
960 96.36 112.15 120.60 126.84 131.56 146.14 160.61
1200 98.75 113.98 122.13 128.16 132.72 146.78 160.75
1440 103.49 118.95 127.23 133.35 137.98 152.27 166.44

A partir das alturas precipitadas apresentadas no Quadro 21, transformou-se em intensidades e


posterior ajustes necessários para a obtenção da equação de chuva.
P á g i n a | 30

Quadro 22: Intensidades de chuvas (mm/h) para diferentes durações e períodos de retorno para o posto
pluviográfico da INFRAERO em Guarulhos, SP.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 191.02 223.28 242.16 255.55 265.93 298.20 330.46
10 151.21 176.75 191.69 202.29 210.51 236.05 261.59
15 125.91 147.18 159.62 168.44 175.29 196.56 217.82
20 108.31 126.60 137.31 144.90 150.79 169.08 187.37
30 85.29 99.69 108.12 114.10 118.73 133.14 147.54
45 65.36 76.40 82.85 87.44 90.99 102.03 113.07
60 55.58 65.87 71.39 75.46 78.54 88.05 97.49
120 37.89 45.30 49.27 52.19 54.41 61.25 68.04
180 27.71 33.25 36.22 38.41 40.07 45.19 50.28
240 21.37 25.50 27.71 29.34 30.58 34.40 38.18
360 14.64 17.40 18.87 19.96 20.78 23.33 25.85
480 11.29 13.24 14.28 15.06 15.64 17.44 19.23
600 9.14 10.67 11.49 12.10 12.56 13.97 15.38
720 7.77 9.07 9.77 10.28 10.67 11.87 13.06
960 4.31 7.01 7.54 7.93 8.22 9.13 10.04
1200 4.94 5.70 6.11 6.41 6.64 7.34 8.04
1440 4.31 4.96 5.30 5.56 5.75 6.34 6.94
A 3424.0 3623.3 3976.1 4220.1 4412.8 5015.0 5621.9
B 0.93 0.90 0.91 0.91 0.91 0.91 0.91

Após várias análises de regressões determinou-se que o valor de “c”, que retornava o melhor
B
ajuste correspondia ao valor 19. Desta forma, o denominador da expressão (10) passa a ser (t + 19) .

O parâmetro “B“ encontra-se definido como uma equação potencial e igual a (0.8958 ∗ 𝑇𝑅0.0053 ).
O valor do parâmetro “A” é função do período de retorno e deve ser determinado igualmente por
regressões. Desta forma, chega-se a seguinte equação para o parâmetro “A”: (2507 ∗ 𝑇𝑅0.1748) e com
2
uma correlação de r =0.9872.
A equação final para a equação de chuvas para a cidade de Guarulhos ficou como:

2507∗𝑇𝑅0.1748
𝑖= 0.0053 (mm/h) (16)
(𝑡+19)0.8958∗𝑇𝑅
Os intervalos de validade da equação de chuvas de Guarulhos estão compreendidos entre os
seguintes valores:
5 minutos < t < 1440 minutos (1 dia)
5 anos < TR < 100 anos

Validação da Terceira Equação de Chuvas de Guarulhos

Após a determinação da terceira equação de chuvas de Guarulhos, verifica-se se os valores


fornecidos pela mesma são coerentes com os valores iniciais utilizados para sua determinação. O
Quadro 23 fornece os valores das intensidades pluviométricas obtidas pela aplicação da equação e o
Quadro 24 mostra as diferenças relativas entre os valores originais utilizados para a determinação da
equação (Quadro 22).
P á g i n a | 31

Quadro 23: Intensidades pluviométricas determinadas pela aplicação da terceira equação de chuvas de
Guarulhos em milímetros por hora (mm/h).
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 188.09 210.09 224.12 234.64 243.14 271.55 303.27
10 158.53 176.96 188.71 197.52 204.63 228.40 254.91
15 137.31 153.19 163.31 170.90 177.02 197.47 220.28
20 121.30 135.27 144.17 150.84 156.22 174.19 194.21
30 98.70 109.98 117.16 122.54 126.88 141.37 157.50
45 77.54 86.32 91.92 96.10 99.48 110.73 123.26
60 64.11 71.32 75.91 79.34 82.11 91.34 101.60
120 38.48 42.73 45.42 47.44 49.07 54.48 60.48
180 27.82 30.86 32.78 34.22 35.38 39.24 43.51
240 21.93 24.30 25.80 26.93 27.83 30.83 34.16
360 15.55 17.21 18.26 19.04 19.67 21.77 24.09
480 12.13 13.41 14.22 14.82 15.31 16.93 18.71
600 9.98 11.03 11.69 12.18 12.58 13.90 15.35
720 8.50 9.39 9.95 10.37 10.70 11.82 13.05
960 6.60 7.28 7.71 8.03 8.28 9.14 10.08
1200 5.41 5.96 6.31 6.58 6.78 7.48 8.24
1440 4.60 5.07 5.36 5.58 5.76 6.34 6.99

Quadro 24: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da terceira equação de chuvas de Guarulhos e os valores fornecidos pela aplicação
da equação.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 1.5% 5.9% 7.4% 8.2% 8.6% 8.9% 8.2%
10 -4.8% -0.1% 1.6% 2.4% 2.8% 3.2% 2.6%
15 -9.1% -4.1% -2.3% -1.5% -1.0% -0.5% -1.1%
20 -12.0% -6.8% -5.0% -4.1% -3.6% -3.0% -3.7%
30 -15.7% -10.3% -8.4% -7.4% -6.9% -6.2% -6.7%
45 -18.6% -13.0% -10.9% -9.9% -9.3% -8.5% -9.0%
60 -15.3% -8.3% -6.3% -5.1% -4.5% -3.7% -4.2%
120 -1.5% 5.7% 7.8% 9.1% 9.8% 11.1% 11.1%
180 -0.4% 7.2% 9.5% 10.9% 11.7% 13.2% 13.5%
240 -2.6% 4.7% 6.9% 8.2% 9.0% 10.4% 10.5%
360 -6.2% 1.1% 3.3% 4.6% 5.4% 6.7% 6.8%
480 -7.4% -1.3% 0.5% 1.5% 2.1% 3.0% 2.7%
600 -9.2% -3.3% -1.7% -0.7% -0.2% 0.5% 0.2%
720 -9.4% -3.5% -1.9% -0.9% -0.3% 0.4% 0.1%
960 -9.5% -3.8% -2.3% -1.3% -0.8% -0.1% -0.4%
1200 -9.6% -4.7% -3.4% -2.6% -2.2% -1.9% -2.5%
1440 -6.7% -2.2% -1.2% -0.5% -0.2% 0.0% -0.8%

Observa-se que os erros calculados, entre os valores das intensidades originalmente utilizados
para a determinação da terceira equação de chuvas de Guarulhos e os valores das intensidades de
chuvas determinadas pela própria equação, são muito pequenos. Somente para a duração de 5 minutos,
os valores fornecidos pela equação são inferiores aos calculados no máximo em 18,6%. Para a duração
de 45 minutos de subestimação passa a superestimação, mas no máximo de 13,5% para o Tr de 100
anos e 180 minutos de duração. Para as demais durações os erros das estimativas são inferiores a esses
valores, menores mesmos que os próprios erros de leituras das precipitações, podendo ser utilizadas
para os projetos de drenagem urbana.
A Figura 10 ilustra as curvas das Intensidades Durações e Freqüências determinadas a partir da
terceira equação de chuvas de Guarulhos.
P á g i n a | 32

O Quadro 25 mostra as alturas das chuvas obtidas pela terceira equação de chuvas de
Guarulhos em milímetros e a Figura 11 ilustra as alturas esperadas para cada uma das durações e seus
respectivos períodos de retorno.

5 Anos
140.00

10 Anos

120.00 15 Anos

20 Anos

100.00
25 Anos
Intensidade da chuva (mm/h)

50 Anos

80.00
100 Anos

60.00

40.00

20.00

0.00
1080
120

240

360

480

600

720

840

960

1200

1320

1440
0

Duração (min)

Figura 10: Curva Intensidade-Duração-Frequência (IDF) para a cidade de Guarulhos, São Paulo.
P á g i n a | 33

Quadro 25: Alturas pluviométricas (mm) esperadas para cada uma das durações e seus respectivos
períodos de retorno, obtidos por meio da equação de chuvas de Guarulhos.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 15.7 17.5 18.7 19.6 20.3 22.6 25.3
10 26.4 29.5 31.5 32.9 34.1 38.1 42.5
15 34.3 38.3 40.8 42.7 44.3 49.4 55.1
20 40.4 45.1 48.1 50.3 52.1 58.1 64.7
30 49.3 55.0 58.6 61.3 63.4 70.7 78.8
45 58.2 64.7 68.9 72.1 74.6 83.1 92.4
60 64.1 71.3 75.9 79.3 82.1 91.3 101.6
120 77.0 85.5 90.8 94.9 98.1 109.0 121.0
180 83.5 92.6 98.4 102.7 106.1 117.7 130.5
240 87.7 97.2 103.2 107.7 111.3 123.3 136.6
360 93.3 103.2 109.5 114.2 118.0 130.6 144.5
480 97.0 107.3 113.7 118.6 122.5 135.4 149.7
600 99.8 110.3 116.9 121.8 125.8 139.0 153.5
720 102.0 112.7 119.4 124.4 128.5 141.8 156.6
960 105.5 116.4 123.3 128.4 132.6 146.2 161.3
1200 108.2 119.3 126.3 131.5 135.7 149.6 164.8
1440 110.4 121.6 128.7 134.0 138.2 152.3 167.7

170.0
160.0
150.0
140.0
130.0
120.0
Altura Precipitada (mm)

110.0
100.0
90.0
80.0
70.0 5 Anos
60.0 10 Anos
50.0 15 Anos
40.0 20 Anos
30.0 25 Anos
20.0 50 Anos
10.0 100 Anos
0.0
120

240

360

480

600

720

840

960
0

1080

1200

1320

1440

Duração da Precipitação (min)

Figura 11: Curva das prováveis alturas precipitadas em milímetros para a cidade de Guarulhos, São
Paulo.
P á g i n a | 34

Comparando os resultados das intensidades de chuvas fornecidas pela Terceira Equação de


Chuvas de Guarulhos (Equação 16), Quadro 23 deste estudo, e comparando suas estimativas para as
alturas precipitadas com aquelas fornecidas pela Equação de Chuvas de São Paulo, apresentada pelo
Quadro 9, determinada por Martinez Jr. e Magni (1999), observa-se que as chuvas de Guarulhos são
superiores às de São Paulo. Este resultado parece ser razoável, uma vez que a cidade de Guarulhos está
mais próxima da Serra da Cantareira, o que propicia maiores precipitações devido ao efeito orográfico
da Serra. O Quadro 26 mostra as diferenças entre os resultados apresentados pela equação de São
Paulo e a de Guarulhos, em relação aos resultados da Eq. de Chuvas de São Paulo, conforme definido
pela expressão (17).

 Eq.GRU (16)  Eq.SP 


Estimativa =   (17)
 Eq.GRU (16) 

Quadro 26: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo (Martinez e Magni, 1999), determinada pelo
estudo do DAEE e os valores fornecidos pela aplicação da Terceira equação de Chuvas de
Guarulhos, determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
10 20.0% 17.3% 16.6% 16.4% 16.4% 17.1% 18.5%
15 19.7% 16.9% 16.2% 15.9% 15.9% 16.5% 17.9%
20 19.6% 16.7% 15.9% 15.6% 15.5% 16.1% 17.5%
30 19.4% 16.3% 15.4% 15.1% 15.0% 15.4% 16.7%
45 19.3% 16.0% 15.0% 14.6% 14.5% 14.8% 15.9%
60 19.2% 15.8% 14.7% 14.3% 14.1% 14.3% 15.4%
120 19.3% 15.4% 14.2% 13.6% 13.3% 13.2% 14.0%
180 19.4% 15.3% 13.9% 13.2% 12.9% 12.6% 13.3%
240 19.5% 15.2% 13.7% 13.0% 12.6% 12.2% 12.7%
360 19.7% 15.2% 13.5% 12.7% 12.2% 11.6% 11.9%
480 19.9% 15.2% 13.4% 12.5% 12.0% 11.2% 11.4%
600 20.0% 15.1% 13.3% 12.4% 11.8% 10.9% 11.0%
720 20.1% 15.1% 13.2% 12.2% 11.6% 10.6% 10.6%
960 20.3% 15.1% 13.1% 12.0% 11.4% 10.2% 10.1%
1200 20.4% 15.1% 13.0% 11.9% 11.2% 9.9% 9.7%
1440 20.6% 15.1% 12.9% 11.8% 11.0% 9.7% 9.3%

Pode-se observar do Quadro 26 que a terceira equação de chuvas proposta para a


cidade de Guarulhos-SP (Equação 16), também prevê precipitações maiores que aquelas
previstas para a Equação de Chuvas de São Paulo, proposta pelo DAEE-SP. Observa-se que a
terceira equação proposta para Guarulhos prevê um máximo de 20,6% e um mínimo de 9,3%,
para chuvas de 24 horas de duração daquela prevista pela equação de chuvas de São Paulo.
Como já discutido anteriormente esta superestimativa pode estar relacionada a não aplicação
do fator de transformação das chuvas de 1 dia para chuvas de 24h, e que corresponde a
14,3%, somados aos 4 a 7% correspondentes percentagens superiores das precipitações de
Guarulhos sobre as de São Paulo chega-se a uma faixa de valores de 18,87 a 22,3% (1,04*1,143
a 1,07*1,143), que representa exatamente ao erro detectado entre as duas equações, para a
duração de chuva de 24 horas.
O Quadro 27 ilustra os valores das intensidades de chuva para a cidade de São Paulo
segundo a equação proposta por Wilken (Equação 7) e o Quadro 28 mostra as intensidades de
chuva para a cidade de São Paulo pelas duas equações propostas por Occhipinti e Marques
(Equações 8 e 9).
P á g i n a | 35

Pode-se observar de ambos os Quadros (27 e 28) que os valores previstos para as
precipitações de Guarulhos são superiores aos valores previstos de precipitações para as duas
equações de chuvas mais antigas para a cidade de São Paulo, porém menores que aquelas
previstas pela equação mais recente proposta pelo estudo do DAEE-SP (1999).
A Figura 12 apresenta uma análise das séries históricas dos três postos pluviográficos
utilizados para a elaboração das três equações de chuvas de São Paulo, sendo eles:
 Posto E3-003, posto da Água Branca, utilizado por Wilken (1978) para o
período de 1934 a 1959, porém, no site do DAEE-SP está disponível apenas o
período de 1938 a 1959;
 Posto E3-035, posto do IAG, utilizado por Occhipinti e Marques (1965) para o
período compreendido entre 1928 a 1964, porém, somente disponível no site
do DAEE-SP o período compreendido entre os anos de 1931 a 1964;
 Posto E3-036, posto da Luz, utilizado por Martinez Jr. e Magni (1999) para o
período de 1933 a 1997, período completo disponível no site do DAEE-SP.

Quadro 27: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo (Wilken, 1978) e os valores fornecidos pela
aplicação da Terceira equação de Chuvas de Guarulhos, determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 17.7% 17.0% 16.6% 16.3% 16.1% 15.3% 14.6%
10 18.0% 17.3% 16.8% 16.5% 16.2% 15.4% 14.6%
15 18.5% 17.7% 17.2% 16.8% 16.6% 15.7% 14.9%
20 19.0% 18.1% 17.6% 17.3% 17.0% 16.1% 15.3%
30 20.0% 19.1% 18.6% 18.2% 17.9% 17.0% 16.1%
45 21.5% 20.6% 20.0% 19.6% 19.3% 18.3% 17.4%
60 22.9% 21.9% 21.3% 20.9% 20.6% 19.6% 18.5%
120 26.9% 25.8% 25.2% 24.7% 24.4% 23.3% 22.1%

Quadro 28: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo (Occhipinti e Marques, 1965) e os valores
fornecidos pela aplicação da Terceira equação de Chuvas de Guarulhos, determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 13.8% 14.5% 14.9% 15.2% 15.4% 16.1% 16.9%
10 15.2% 15.7% 16.0% 16.2% 16.3% 16.8% 17.4%
15 16.0% 16.3% 16.5% 16.6% 16.7% 17.1% 17.4%
20 16.5% 16.7% 16.7% 16.8% 16.9% 17.1% 17.3%
30 16.9% 16.8% 16.8% 16.7% 16.7% 16.7% 16.7%
45 17.0% 16.6% 16.4% 16.2% 16.1% 15.8% 15.5%
60 16.7% 16.1% 15.8% 15.6% 15.4% 14.9% 14.4%
120 19.5% 19.6% 19.6% 19.7% 19.7% 19.7% 19.8%
180 20.2% 20.2% 20.1% 20.1% 20.1% 20.1% 20.0%
240 20.0% 19.9% 19.9% 19.8% 19.8% 19.7% 19.5%
360 19.1% 18.9% 18.8% 18.7% 18.6% 18.4% 18.2%
480 18.1% 17.8% 17.6% 17.5% 17.4% 17.1% 16.8%
600 17.1% 16.8% 16.6% 16.4% 16.3% 15.9% 15.6%
720 16.2% 15.8% 15.6% 15.4% 15.3% 14.9% 14.4%
960 14.7% 14.2% 13.9% 13.7% 13.5% 13.0% 12.5%
1200 13.4% 12.8% 12.5% 12.3% 12.1% 11.5% 10.9%
1440 12.3% 11.7% 11.3% 11.0% 10.8% 10.2% 9.5%
P á g i n a | 36

Pode-se observar na Figura 12 que a previsão dos totais anuais para o Posto utilizado
por Martinez Júnior e Magni (1999) são superiores aos totais anuais previstos para os postos
utilizados por Wilken (1978), Occhipinti e Marques (1965) para a elaboração das equações de
chuvas de São Paulo mais antigas. O que se deveria esperar é que os valores das precipitações,
para a cidade de São Paulo, para as três equações de chuva analisadas obedecessem aos
mesmos padrões seguidos pelos totais anuais dos três postos analisados, o que não se
verificou. Desta forma, acredita-se que a equação de chuvas de São Paulo, elaborada pelo
estudo do DAEE-SP (1999), esteja subestimando as precipitações para a cidade de São Paulo e,
portanto, não deve ser utilizada como parâmetro de aferição da equação de chuvas de
Guarulhos.

3500

3000

2500

2000
Wilken_1938-1968
1500 Occhipinti_1936-1964
DAEE_1933-97
1000 Gumbel_Wilken
Gumbel_Occhipinti
500 Gumbel_DAEE

0
-2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7

Figura 12: Distribuição dos totais anuais para os postos pluviométricos E3-003 (Wilken de 1938
a 1959), E3-035 (Occhipinti e Marques de 1936 a 1964) e E3-036 (Martinez Júnior e
Magni de 1933 a 1997), segundo a distribuição de Gumbel.

Determinação da Quarta Equação de Chuvas de Guarulhos

A Universidade de Guarulhos possui uma estação pluviométrica e a opera diariamente. As


leituras são realizadas três vezes ao dia, a saber: às 12:00, 18:00 e 24:00 h. Intervalos de 6 e 12 horas.
Como a discretização do tempo de leitura é irregular, 6 e 12 horas, somente é possível, a utilização de
intervalos iguais, desta forma, as precipitação registradas em um intervalo de 6 horas serão somadas
para obter-se duas leituras diárias em intervalos de 12 horas, e a partir daí determinar as precipitações
de 1 Dia de duração.
Com essas durações de discretização, 12 e 24 horas, não é possível a utilização das equações de
sugeridas por Bell (1969), Uehara (1980) ou Chen (1983), uma vez que esses métodos necessitam de
informação correspondente à precipitação de 1 hora de duração para um período de retorno de 10
anos. Desta forma, emprestou-se as relações entre diferentes durações com a precipitação de 24 horas,
obtidas pelo tratamento de dados do posto pluviográfico do Aeroporto Internacional de Cumbica, em
Guarulhos.
O Quadro 29 mostra as alturas esperadas para cada duração e período de retorno, baseado nas
informações pluviométricas obtidas do posto pluviométrico operado junto à Universidade de Guarulhos.
P á g i n a | 37

Quadro 29: Alturas de chuvas, em milímetros (mm), para diferentes durações e períodos de retorno
para o posto pluviométrico da UnG em Guarulhos, SP.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 18.06 20.63 22.34 23.55 24.48 27.39 30.29
10 28.59 32.67 35.37 37.28 38.76 43.36 47.96
15 35.72 40.80 44.18 46.57 48.42 54.16 59.91
20 40.96 46.80 50.67 53.41 55.53 62.12 68.71
30 48.38 55.28 59.84 63.08 65.59 73.37 81.16
45 55.62 63.54 68.79 72.52 75.40 84.34 93.29
60 63.06 73.05 79.03 83.44 86.78 97.05 107.25
120 85.99 100.47 109.08 115.43 120.24 135.02 149.71
180 94.32 110.63 120.29 127.43 132.83 149.44 165.93
240 96.98 113.11 122.71 129.80 135.15 151.64 168.02
360 99.67 115.74 125.34 132.42 137.78 154.27 170.65
480 102.46 117.45 126.50 133.18 138.24 153.79 169.25
600 103.72 118.37 127.24 133.80 138.76 154.02 169.18
720 105.86 120.74 129.76 136.43 141.46 156.98 172.39
960 109.34 124.37 133.50 140.26 145.36 161.07 176.68
1200 112.04 126.40 135.20 141.71 146.63 161.78 176.83
1440 117.42 131.91 140.85 147.46 152.45 167.82 183.10

A partir das alturas precipitadas apresentadas no Quadro 29, transformou-se em intensidades e


posterior ajustes necessários para a obtenção da equação de chuva.

Quadro 30: Intensidades de chuvas (mm/h) para diferentes durações e períodos de retorno para o posto
pluviográfico da INFRAERO em Guarulhos, SP.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 216.74 247.61 268.08 282.58 293.82 328.66 363.54
10 171.57 196.01 212.21 223.69 232.59 260.17 287.78
15 142.86 163.21 176.70 186.26 193.67 216.64 239.62
20 122.89 140.40 152.00 160.23 166.60 186.36 206.13
30 96.77 110.55 119.69 126.17 131.18 146.74 162.31
45 74.16 84.72 91.72 96.69 100.53 112.45 124.39
60 63.06 73.05 79.03 83.44 86.78 97.05 107.25
120 43.00 50.24 54.54 57.72 60.12 67.51 74.85
180 31.44 36.88 40.10 42.48 44.28 49.81 55.31
240 24.25 28.28 30.68 32.45 33.79 37.91 42.01
360 16.61 19.29 20.89 22.07 22.96 25.71 28.44
480 12.81 14.68 15.81 16.65 17.28 19.22 21.16
600 10.37 11.84 12.72 13.38 13.88 15.40 16.92
720 8.82 10.06 10.81 11.37 11.79 13.08 14.37
960 6.83 7.77 8.34 8.77 9.08 10.07 11.04
1200 5.60 6.32 6.76 7.09 7.33 8.09 8.84
1440 4.89 5.50 5.87 6.14 6.35 6.99 7.63
A 4028.70 4670.74 5119.45 5429.17 5673.48 6436.40 7205.80
B 0.92 0.93 0.93 0.93 0.93 0.94 0.94

Após várias análises de regressões determinou-se que o valor de “c”, que retornava o melhor
B
ajuste correspondia ao valor 19. Desta forma, o denominador da expressão (10) passa a ser (t + 22) .

O parâmetro “B“ encontra-se definido como uma equação potencial e igual a (0.9196 ∗ 𝑇𝑅0.005 ).
O valor do parâmetro “A” é função do período de retorno e deve ser determinado igualmente por
regressões. Desta forma, chega-se a seguinte equação para o parâmetro “A”: (2994.3 ∗ 𝑇𝑅0.1946 ) e com
2
uma correlação de r =0.9872.
P á g i n a | 38

A equação final para a Quarta Equação de Chuvas para a cidade de Guarulhos ficou como:

2994.3∗𝑇𝑅0.1946
𝑖= 0.005 (mm/h) (18)
(𝑡+22)0.9169∗𝑇𝑅

Os intervalos de validade da equação de chuvas de Guarulhos estão compreendidos entre os


seguintes valores:

5 minutos < t < 1440 minutos (1 dia)


5 anos < TR < 100 anos

Validação da Quarta Equação de Chuvas de Guarulhos

Após a determinação da quarta equação de chuvas de Guarulhos, verifica-se se os valores


fornecidos pela mesma são coerentes com os valores iniciais utilizados para sua determinação. O
Quadro 31 fornece os valores das intensidades pluviométricas obtidas pela aplicação da equação e o
Quadro 32 mostra as diferenças relativas entre os valores originais utilizados para a determinação da
equação (Quadro 29).

Quadro 31: Intensidades pluviométricas determinadas pela aplicação da quarta equação de chuvas de
Guarulhos em milímetros por hora (mm/h).
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 194.67 220.44 237.06 249.60 259.79 294.15 333.05
10 156.81 179.10 193.57 204.54 213.48 243.81 278.46
15 137.29 156.76 169.40 178.99 186.80 213.29 243.54
20 122.14 139.46 150.70 159.22 166.17 189.72 216.61
30 100.15 114.33 123.54 130.52 136.20 155.49 177.50
45 79.25 90.45 97.73 103.24 107.74 122.97 140.36
60 65.88 75.19 81.23 85.81 89.54 102.19 116.63
120 39.55 45.12 48.74 51.48 53.71 61.28 69.91
180 28.79 32.85 35.47 37.47 39.09 44.59 50.86
240 22.77 25.97 28.05 29.62 30.90 35.24 40.19
360 16.13 18.39 19.86 20.97 21.87 24.94 28.44
480 12.63 14.40 15.55 16.41 17.12 19.52 22.25
600 10.42 11.88 12.83 13.54 14.13 16.10 18.36
720 8.90 10.14 10.95 11.56 12.06 13.75 15.67
960 6.90 7.86 8.49 8.96 9.34 10.65 12.13
1200 5.68 6.47 6.99 7.37 7.69 8.76 9.99
1440 4.84 5.52 5.95 6.29 6.56 7.47 8.51
P á g i n a | 39

Quadro 32: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da quarta equação de chuvas de Guarulhos e os valores fornecidos pela aplicação da
equação.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 10.2% 11.0% 11.6% 11.7% 11.6% 10.5% 8.4%
10 8.6% 8.6% 8.8% 8.6% 8.2% 6.3% 3.2%
15 3.9% 4.0% 4.1% 3.9% 3.5% 1.5% -1.6%
20 0.6% 0.7% 0.9% 0.6% 0.3% -1.8% -5.1%
30 -3.5% -3.4% -3.2% -3.4% -3.8% -6.0% -9.4%
45 -6.9% -6.8% -6.5% -6.8% -7.2% -9.4% -12.8%
60 -4.5% -2.9% -2.8% -2.8% -3.2% -5.3% -8.7%
120 8.0% 10.2% 10.6% 10.8% 10.7% 9.2% 6.6%
180 8.4% 10.9% 11.5% 11.8% 11.7% 10.5% 8.0%
240 6.1% 8.2% 8.6% 8.7% 8.5% 7.0% 4.3%
360 2.9% 4.7% 5.0% 5.0% 4.8% 3.0% 0.0%
480 1.4% 1.9% 1.7% 1.4% 0.9% -1.5% -5.2%
600 -0.5% -0.4% -0.8% -1.2% -1.8% -4.6% -8.5%
720 -0.9% -0.8% -1.3% -1.7% -2.3% -5.1% -9.1%
960 -0.9% -1.1% -1.7% -2.2% -2.8% -5.8% -9.9%
1200 -1.4% -2.4% -3.3% -4.1% -4.9% -8.3% -12.9%
1440 1.0% -0.4% -1.5% -2.3% -3.2% -6.8% -11.6%

Observa-se que as diferenças calculadas, entre os valores das intensidades originalmente


utilizados para a determinação da quarta equação de chuvas de Guarulhos e os valores das intensidades
de chuvas determinadas pela própria equação, são muito pequenos. Para a duração de 180 minutos de
duração o máximo de 11,8% para o Tr de 20 anos, o valor positivo indica que a equação subestima as
precipitações em relação aos dados originais. A máxima superestimativa prevista para a equação é de
12,9%, correspondente a precipitação de 1200 minutos de duração para um período de retorno de 100
anos. Para as demais durações os erros das estimativas são inferiores a esses valores, menores mesmos
que os próprios erros de leituras das precipitações, podendo ser utilizadas para os projetos de
drenagem urbana.
A Figura 13 ilustra as curvas das Intensidades Durações e Freqüências determinadas a partir da
quarta equação de chuvas de Guarulhos. O Quadro 33 mostra as alturas das chuvas obtidas pela quarta
equação de chuvas de Guarulhos em milímetros e a Figura 14 ilustra as alturas esperadas para cada uma
das durações e seus respectivos períodos de retorno.
P á g i n a | 40

140
5 Anos

10 Anos
120
15 Anos

20 Anos

100 25 Anos
Intensidade da chuva (mm/h)

50 Anos

80 100 Anos

60

40

20

0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Duração em minutos

Figura 13: Curva Intensidade-Duração-Frequência (IDF) para a cidade de Guarulhos, São Paulo, segundo
dados do posto pluviométrico instalado na Universidade de Guarulhos, Guarulhos, SP.
P á g i n a | 41

Quadro 33: Alturas pluviométricas (mm) esperadas para cada uma das durações e seus respectivos
períodos de retorno, obtidos por meio da quarta equação de chuvas de Guarulhos.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 16.22 18.36 19.75 20.79 21.64 24.50 27.74
10 26.13 29.84 32.25 34.08 35.57 40.62 46.39
15 34.31 39.17 42.34 44.73 46.68 53.30 60.86
20 40.70 46.47 50.21 53.05 55.37 63.22 72.18
30 50.06 57.14 61.75 65.23 68.07 77.71 88.72
45 59.41 67.81 73.27 77.40 80.77 92.19 105.23
60 65.85 75.15 81.19 85.77 89.50 102.14 116.58
120 79.06 90.20 97.43 102.90 107.37 122.49 139.75
180 86.34 98.48 106.37 112.34 117.20 133.69 152.49
240 91.04 103.83 112.13 118.42 123.54 140.89 160.69
360 96.70 110.26 119.06 125.73 131.15 149.54 170.52
480 100.97 115.11 124.29 131.24 136.89 156.07 177.93
600 104.17 118.74 128.20 135.36 141.19 160.94 183.46
720 106.74 121.66 131.34 138.67 144.64 164.86 187.91
960 110.29 125.69 135.67 143.24 149.39 170.25 194.02
1200 113.51 129.35 139.61 147.39 153.72 175.16 199.59
1440 116.14 132.32 142.82 150.77 157.23 179.15 204.11

200.00

180.00

160.00

140.00
Altuta Precipitada (mm)

120.00

100.00
5 Anos
80.00 10 Anos
15 Anos
60.00 20 Anos
25 Anos
40.00
50 Anos
100 Anos
20.00

0.00
0 120 240 360 480 600 720 840 960 1080 1200 1320 1440
Duração em minutos

Figura 14: Curva das prováveis alturas precipitadas em milímetros para a cidade de Guarulhos, São
Paulo.
P á g i n a | 42

Comparando os resultados das intensidades de chuvas fornecidas pela Quarta Equação de


Chuvas de Guarulhos (Equação 18), Quadro 31 deste estudo, e comparando suas estimativas para as
alturas precipitadas com aquelas fornecidas pela Equação de Chuvas de São Paulo, apresentada pelo
Quadro 9, determinada por Martinez Jr. e Magni (1999), observa-se que as chuvas de Guarulhos são
superiores às de São Paulo. Este resultado está de acordo com as demais equações estabelecidas para a
cidade de Guarulhos, determinadas neste estudo. O Quadro 34 mostra as diferenças entre os resultados
apresentados pela equação de Guarulhos e a de São Paulo, em relação aos resultados da Eq. de Chuvas
de São Paulo, conforme definido pela expressão (19).

 Eq.GRU (18)  Eq.SP 


Estimativa =   (19)
 Eq.GRU (18) 

Quadro 34: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo (Martinez e Magni, 1999), determinada pelo
estudo do DAEE e os valores fornecidos pela aplicação da Quarta Equação de Chuvas de Guarulhos,
determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
10 19.1% 18.2% 18.7% 19.3% 19.8% 22.3% 25.4%
15 19.7% 18.8% 19.2% 19.7% 20.3% 22.7% 25.8%
20 20.1% 19.2% 19.5% 20.0% 20.6% 23.0% 26.0%
30 20.6% 19.5% 19.8% 20.3% 20.8% 23.1% 26.1%
45 21.0% 19.8% 20.1% 20.5% 21.0% 23.3% 26.2%
60 21.4% 20.1% 20.3% 20.8% 21.2% 23.4% 26.3%
120 21.5% 19.9% 20.0% 20.4% 20.8% 22.8% 25.6%
180 22.1% 20.4% 20.4% 20.8% 21.2% 23.1% 25.8%
240 22.5% 20.7% 20.7% 20.9% 21.3% 23.2% 25.8%
360 22.6% 20.6% 20.5% 20.7% 21.1% 22.8% 25.4%
480 23.1% 21.0% 20.8% 21.0% 21.3% 23.0% 25.5%
600 23.4% 21.2% 21.0% 21.2% 21.5% 23.1% 25.6%
720 23.7% 21.4% 21.2% 21.3% 21.6% 23.2% 25.6%
960 23.8% 21.4% 21.1% 21.2% 21.4% 23.0% 25.3%
1200 24.2% 21.8% 21.4% 21.4% 21.7% 23.1% 25.5%
1440 24.6% 22.0% 21.6% 21.6% 21.9% 23.3% 25.6%

Pode-se observar do Quadro 34 que a quarta equação de chuvas proposta para a


cidade de Guarulhos-SP (Equação 18), também prevê precipitações maiores que aquelas
previstas para a Equação de Chuvas de São Paulo, proposta pelo DAEE-SP. Observa-se que a
quarta equação proposta para Guarulhos prevê um máximo de 26,3% e um mínimo de 18,2%,
para chuvas de 24 horas de duração daquela prevista pela equação de chuvas de São Paulo.
O Quadro 35 ilustra os valores das intensidades de chuva para a cidade de São Paulo
segundo a equação proposta por Wilken (1978), equação (7) e o Quadro 36 mostram as
intensidades de chuva para a cidade de São Paulo pelas duas equações propostas por
Occhipinti e Marques (1965), equações (8) e (9).
Pode-se observar dos Quadros 35 e 36, que os valores previstos para as precipitações
de Guarulhos são superiores aos valores previstos de precipitações para as duas equações de
chuvas mais antigas para a cidade de São Paulo, porém, mais próximas às estimativas para as
precipitações previstas pela Quarta Equação de Chuvas de Guarulhos que aquelas previstas
pela equação de chuvas de São Paulo, proposta por Martinez Jr. e Magni (1999).
P á g i n a | 43

Quadro 35: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo (Wilken, 1978) e os valores fornecidos pela
aplicação da Quarta Equação de Chuvas de Guarulhos, determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 20.5% 20.9% 21.1% 21.3% 21.4% 21.8% 22.2%
10 17.1% 18.2% 18.9% 19.3% 19.7% 20.8% 21.9%
15 18.4% 19.5% 20.2% 20.6% 20.9% 22.0% 23.0%
20 19.5% 20.6% 21.2% 21.6% 22.0% 23.0% 24.0%
30 21.2% 22.2% 22.8% 23.2% 23.6% 24.6% 25.5%
45 23.2% 24.2% 24.8% 25.2% 25.5% 26.5% 27.4%
60 24.9% 25.9% 26.5% 26.9% 27.2% 28.1% 29.0%
120 28.9% 29.8% 30.3% 30.6% 30.9% 31.8% 32.6%

Quadro 36: Diferenças relativas entre os valores das intensidades originais utilizadas para a
determinação da equação de chuvas de São Paulo (Occhipinti e Marques, 1965) e os valores
fornecidos pela aplicação da Quarta Equação de Chuvas de Guarulhos, determinada neste estudo.
Duração TR (anos)
(minutos) 5 10 15 20 25 50 100
5 16.7% 18.5% 19.6% 20.3% 20.9% 22.6% 24.3%
10 14.3% 16.7% 18.1% 19.1% 19.8% 22.1% 24.3%
15 16.0% 18.2% 19.5% 20.4% 21.1% 23.2% 25.3%
20 17.1% 19.2% 20.4% 21.2% 21.8% 23.8% 25.8%
30 18.1% 20.0% 21.1% 21.8% 22.4% 24.2% 26.0%
45 18.8% 20.4% 21.4% 22.0% 22.6% 24.2% 25.8%
60 19.0% 20.5% 21.3% 21.9% 22.4% 23.9% 25.4%
120 21.7% 23.9% 25.1% 26.0% 26.6% 28.6% 30.6%
180 22.9% 25.0% 26.2% 27.0% 27.7% 29.7% 31.6%
240 23.0% 25.1% 26.3% 27.1% 27.8% 29.7% 31.6%
360 22.0% 24.1% 25.3% 26.2% 26.8% 28.8% 30.7%
480 21.3% 23.5% 24.7% 25.5% 26.1% 28.1% 30.0%
600 20.6% 22.8% 24.0% 24.8% 25.5% 27.4% 29.4%
720 20.0% 22.1% 23.3% 24.2% 24.8% 26.8% 28.7%
960 18.4% 20.6% 21.8% 22.7% 23.3% 25.4% 27.3%
1200 17.5% 19.7% 20.9% 21.8% 22.4% 24.5% 26.5%
1440 16.7% 18.9% 20.1% 21.0% 21.6% 23.7% 25.7%

Pode-se observar na Figura 12 que a previsão dos totais anuais para o Posto utilizado
por Martinez Júnior e Magni (1999) são superiores aos totais anuais previstos para os postos
utilizados por Wilken (1978) e Occhipinti e Marques (1965) para a elaboração das equações de
chuvas de São Paulo mais antigas. O que se deveria esperar, como mencionado anteriormente
é que os valores das precipitações, para a cidade de São Paulo, para as três equações de chuva
analisadas obedecessem o mesmo padrão seguido pelos totais anuais dos três postos
analisados, o que não se verificou. As precipitações máximas anuais nem sempre são
proporcionais aos totais anuais, pois dependem mais das características topográficas e
microclimáticas da região em que o posto pluviométrico ou pluviográfico está localizado.
P á g i n a | 44

CONCLUSÕES

Foram determinadas quatro equações de chuvas para o Município de Guarulhos, São Paulo, a
partir de 3 postos distintos, sendo dois postos pluviométricos, e um pluviográfico. Também utilizou-se
diferentes metodologias para o cálculo das equações de chuvas, e em todas as quatro equações
determinadas, as precipitações são, em média, 20% superiores àquelas previstas para as equações de
chuvas da cidade de São Paulo, proposta pelo estudo do DAEE-SP em 1999. Desta forma, pode-se
afirmar que as precipitações intensas na cidade de Guarulhos são superiores às precipitações intensas
da vizinha cidade de São Paulo.
O Quadro 37 resume as quatro equações de chuvas determinadas para a cidade de Guarulhos,
e recomenda a adoção da Terceira Equação de Chuvas como a mais representativa para a cidade, pois
foi a única baseada em dados pluviográficos, referente ao posto pluviográfico operado pela INFRAERO
no Aeroporto Internacional de São Paulo (Cumbica). Todas as equações foram determinadas para
períodos de retorno variando de no mínimo 5 anos e no máximo de 100 anos. As durações variam de 5
minutos a 1 dia (1440 minutos).

Quadro 37: Equações de chuva para a cidade de Guarulhos, SP. (Intensidades em mm/h)

Posto e metodologia adotada Equação


Posto E3-002, Bom Sucesso. 1)
Adotado coeficientes médios entre durações de 517,8 ∗ ln(Tr ) + 1595,1
pequenas durações e a chuva de 24 horas. Média i=
obtida pelas Equações de Chuvas do estudo do (t + 18)0.858
DAEE (1999).
Página 15
Posto E3-002, Bom Sucesso. 2)
Adotado coeficientes médios entre durações de
pequenas durações e a chuva de 24 horas. 1041,4 ∗ 𝑇𝑅0.1655
𝑖=
(𝑡 + 9)0.762
Coeficientes determinados pela CETESB (1985).

Página 22
Posto INFRAERO, Cumbica (FAB). 3)
Pluviógrafo com leituras discretizadas de 1 em 1
2507 ∗ 𝑇𝑅0.1748
𝑖=
hora. Para durações menores adotou-se o método
de Chen (1983). 0.0053
(𝑡 + 19)0.8958∗𝑇𝑅
Página 29

2507 ∗ 𝑇𝑅0.1748
𝑖=
Equação simplificada (𝑡 + 19)0.91
Posto Universidade de Guarulhos. 4)
Pluviômetro com leitura discretizada em 12 horas.
2994,3 ∗ 𝑇𝑅0.1946
𝑖=
Adotou-se as relações observadas no posto da
INFRAERO para a determinação das precipitações 0.005
de durações inferiores a 12 horas. (𝑡 + 22)0.9169∗𝑇𝑅
Página 37
P á g i n a | 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Edição Revisada. DAEE-SP, Convênio DAEE - USP.
GENOVEZ, A. M., ZUFFO, A. C. e BORRI GENOVEZ, A. I. (1994) – Relações entre chuvas intensas de
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WEISS, L. L. (1964) – Ratio of true to fixed-interval maximum rainfall. Journal of Hydraulics Division,
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