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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE SOLOS

AGR03017 – MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO


NOTAS DE AULA
ESTIMATIVA DAS PERDAS DE SOLO POR EROSÃO HÍDRICA COM A
APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDAS DE SOLO(1)
Prof. Elemar Antonino Cassol (2)
INTRODUÇÃO
A estimativa de perdas de solo por erosão hídrica é de enorme importância no
planejamento de uso de glebas de terra. A busca de informações cada vez mais
precisas sobre métodos de se avaliar as perdas de solo por erosão para as várias
condições de uso e de manejo agrícola das terras é uma grande meta da pesquisa
científica em erosão do solo a nível mundial. Atualmente um dos modelos de predição
da erosão hídrica do solo mais utilizado a nível mundial é a Equação Universal de
Perdas de Solo (USLE, na língua original “Universal Soil Loss Equation”).

EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDAS DE SOLO


Por que universal? Porque contempla entre seus parâmetros, o "universo" de
fatores envolvidos ou que influenciam a erosão hídrica do solo, ou seja, chuva, solo,
relevo, manejo e cobertura do solo e práticas conservacionistas de suporte. É dada
pela expressão:
A =R K L S C P
onde:
A= perdas de solo por erosão hídrica, em t/ha/ano;
R= fator chuva;
K= fator erodibilidade do solo;
L= fator comprimento do declive;
S= fator grau do declive (declividade);
C= fator manejo e cobertura vegetal;
P= fator práticas conservacionistas.
Detalhes e descrição básica da equação universal de perdas de solo
encontram-se em Wischmeier e Smith (1978) e Bertoni et al. (1975).

(1)
“Notas de Aula” da disciplina AGR03017–Manejo e Conservação do Solo, Faculdade de Agronomia
da UFRGS, Porto Alegre, RS. Preparadas para o Semestre 2021/1 no sistema de ERE
(2)
Engo Agr o, PhD, Professor Titular do Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. e-mail: elemar.cassol@ufrgs.br
(Última atualização em outubro de 2021)
-2-

A seguir uma descrição de cada fator da USLE.


FATOR “R” (CHUVA E ESCOAMENTO SUPERFICIAL)
Características da chuva que afetam a erosão hídrica: tamanho e forma das
gotas de chuva, intensidade, energia cinética, etc. A partir de trabalhos básicos de
Laws & Parsons (1943) determinou-se que a energia cinética básica (ec) das gotas de
chuva é dada em função da intensidade da chuva. Isso porque toda chuva tem uma
distribuição normal de diâmetro de gotas e à medida que aumenta a intensidade da
chuva também aumenta o diâmetro médio das gotas. Aumentando o diâmetro (d),
aumenta a massa (m) e aumenta a velocidade (v) de queda das gotas, portanto,
aumentando a energia cinética da chuva (ec= ½ m v2).
Medições da chuva são normalmente feitas com base em quantidade,
representada pelo volume medido em pluviômetros, referidas a uma altura de lâmina
d'água, normalmente expressa em mm; ou com base em intensidade, que representa a
quantidade de chuva (lâmina) por unidade de tempo, normalmente expressa em
unidades de mm/h.
Uma das maneiras de medir a intensidade das chuvas é utilizando pluviógrafos
de registro diário, isto é, um pluviograma registra as chuvas que ocorrem num período
de 24 horas. Equipamentos e procedimentos meteorológicos são objetos de material e
de enfoques mais detalhados em disciplinas relacionadas com a Agrometeorologia.
Consultar textos dessa área para maiores detalhes sobre medições pluviométricas.
A capacidade potencial das chuvas em provocar erosão é denominada de
"erosividade da chuva". Na Equação Universal de Perdas de Solo a erosividade das
chuvas é expressa através do índice EI30. A erosividade das chuvas, representada pelo
índice EI30, representa o produto da energia cinética total da chuva pela intensidade
máxima, em mm/h, calculada para uma duração de 30 minutos. O índice de
erosividade da chuva é muito importante em erosão do solo, visto que as perdas de
solo por erosão hídrica em áreas cultivadas são diretamente proporcionais aos índices
de erosividade das chuvas. Na Equação Universal de Perdas de Solo, o Fator "R" é
obtido com base nos índices EI30 das chuvas.
Vejamos, resumidamente, como se calcula o índice EI30 das chuvas:
- Separar as chuvas individuais e classificá-las em erosivas e não erosivas. Na
USLE, por definição, é considerada chuva individual aquela separada da anterior e
da posterior, por um período mínimo de 6 horas sem chuva, ou onde a quantidade
total de chuva não ultrapasse 1 (um) mm; Chuva erosiva, por definição, é aquela
chuva individual cuja quantidade total seja igual ou superior a 10 mm, ou que tenha
volume total de 6 mm, ou mais, desde que tenha ocorrido em 15 minutos ou
menos;
- Para cada chuva individual e erosiva é determinado um índice EI30.
- Nos pluviogramas das chuvas individuais e erosivas, separar os segmentos
uniformes (segmentos com a mesma inclinação na curva), que representam
períodos de mesma intensidade de chuva. Em função da quantidade de chuva no
-3-

segmento e da duração do mesmo, calcula-se a intensidade de chuva em cada


segmento, em unidades de mm/h;
- Para cada um desses segmentos uniformes, calcular a unidade básica de energia
cinética da chuva, utilizando a seguinte expressão:
ec = 0,119 + 0,0873 log10 i
onde:
ec= unidade básica de energia por mm de chuva (MJ ha-1 mm-1);
i= intensidade da chuva no segmento uniforme (mm h-1).

Obs.: Para segmentos de chuva com i  76 mm/h, ec= 0,2832 MJ ha-1 mm-1.
- Multiplicar o valor de "ec" pela quantidade total de chuva, em mm, ocorrida no
segmento. Com isso teremos o valor de energia cinética naquele segmento (Es) de
chuva, em MJ ha-1;
- Repetir o procedimento do item anterior para todos os segmentos da chuva
individual;
- Somando-se a energia cinética de todos os segmentos de uma chuva individual,
teremos a energia cinética total da referida chuva (Ect);
- Determinar a intensidade máxima dessa chuva individual e erosiva com base em
30 minutos de chuva. Durante todo o período de uma chuva individual, determinar o
período consecutivo de 30 minutos em que ocorreu a maior quantidade de chuva;
com base nesses 30 minutos determinar a intensidade máxima da chuva individual,
dada em mm h-1 (quantidade de chuva em 30 minutos multiplicada por 2 para
expressar a intensidade em mm h-1). Caso a duração total da chuva individual e
erosiva for menor que 30 minutos, considerar como se tivesse durado 30 minutos.
- Calcular o índice EI30 da chuva individual e erosiva, que é dado pelo produto da
energia cinética total da chuva (Ect) e a intensidade máxima (I), em mm/h, dada
com base em um período de 30 minutos, em MJ mm ha-1 h-1;
- Somando-se os EI30 de todas as chuvas individuais de um determinado mês,
obtém-se a erosividade das chuvas daquele mês (erosividade mensal);
- Somando-se os índices de erosividade (EI30) dos 12 meses de um determinado
ano, obtém-se a erosividade anual, para aquele ano;
- Fazendo-se a média da erosividade anual das chuvas de um longo período (20
anos ou mais), obtém-se o Fator "R" da Equação Universal de Perdas de Solo, em
MJ mm ha-1 h-1 ano-1.
- Obtendo-se o Fator "R" de vários locais, pode-se construir o mapa das linhas iso-
erodentes, que é um mapa em que se traçam linhas unindo os pontos de mesma
erosividade média anual, isto é, os pontos com o mesmo Fator "R".
No ANEXO 1 dessas “NOTAS”, encontra-se um exemplo de cálculo da
erosividade da chuva pelo índice EI30.
-4-

Os valores de erosividade das chuvas determinados com base em um maior


período de dados de chuva, são mais confiáveis, porém, nem sempre disponíveis. O
método tradicional de determinação da erosividade das chuvas, utilizando-se o índice
EI30, baseado em registros pluviográficos é bastante moroso e caro. No entanto, para
uso confiável do Fator “R” na USLE deve ser determinado ao menos em alguns locais
representativos do Estado de regiões climáticas bem definidas e com períodos de
registros de no mínimo 20 anos de chuvas. A partir dessas determinações, pode-se
utilizar pluviometria para se obter relações de regressão entre a quantidade de chuvas
e a erosividade. Essas relações têm se mostrado confiáveis para determinação do
valor do Fator “R”, entretanto não são adequadas para a determinação da distribuição
mensal do índice de erosividade das chuvas.
Os resultados do Fator “R” já disponíveis para o Estado do Rio Grande do Sul
estão apresentados na Tabela 1, baseados em diferentes períodos.
Tabela 1. Fator “R” das chuvas para utilização na Equação Universal de Perdas de
Solo (USLE) determinado no Estado do Rio Grande do Sul

Período Fator “R”


Local Latitude Longitude Altitude (MJ mm ha-1 Fonte
Levantado h-1 ano-1)
Mazurana et al.
Santa Rosa 27° 51’ S 54° 29’ W 273 m 1975 a 2003 11.217 (2009)
São Borja 28° 39’ S 56° 00’ W 99 m 1956 a 2003 9.751 Cassol et al. (2008)
Peñalva-Bazzano et
Quarai 30° 23’ S 56° 26’ W 100 m 1966 a 2003 9.292 al. (2007)
Uruguaiana 29° 45’ S 57° 05’ W 74 m 1963 a 1991 8.875 Hickmann et al (2008)
Ijui 28° 23’ S 53° 54’ W 448 m 1963-1993 8.825 Cassol et al. (2007)
Santa Maria 29° 41’ S 53° 48’ W 153 m 1963 a 2000 7.866 Cogo et al. (2006)
Passo Fundo 28° 15’ S 52° 24’ W 684 m 1966 a 1977 7.342 Cogo et al. (1978)
São Gabriel 30° 27’ S 54° 19’ W 109 m 1963 a 1993 6.432 Eltz et al. (2013)
Veranópolis 28° 56’ S 51° 33’ W 705 m 1957 a 1997 6.353 Cassol et al. (2002)
Taquari 29° 48’ S 51° 19’ W 76 m 1963 a 1999 6.222 Cassol et al. (2004)
Farroupilha 29° 14’ S 51° 26’ W 702 m 1963 a 1997 6.189 Cassol et al. (2002)
Hulha Negra 31° 20’ S 54° 06’ W 214 m 1956 a 1984 6.209 Martins et al. (2009)
EEA-UFRGS, 1967 a 1987; Cogo et al. (1978);
Eldorado do Sul 30° 05’ S 51° 39’ W 46 m 5.651 Silva (2016.)
1993 a 1994
Vacaria 28° 30’ S 50° 56’ W 955 m 1982 a 1991 5.565 Scalabrin et al. (1994)
Encruzilhada do
Sul 30° 32’ S 52° 31’ W 420 m 1958 a 1988 5.534 Eltz et. al. (2011)

Porto Alegre 30° 02’ S 51° 14’ W 10 m 1974 a 2003 5.242 Cassol et al. (2004)
Peñalva-Bazzano et al.
Rio Grande 32° 01’ S 52° 09’ W 15 m 1957 a 1981 5.135 (2010)
Pelotas 33° 31’ S 52° 25’ W 13 m 1961 a 1998 4.919 Lago (2000)
Santa Vitória do
Palmar 31° 47’ S 53° 21’ W 23 m 1985 a 1998 3.851 Lago (2000)
-5-

Pode-se constatar na Tabela 1, que no Estado do Rio Grande do Sul existe uma
clara tendência de aumento do potencial erosivo das chuvas no sentido de Sul →
Norte e no sentido Leste → Oeste. Desta forma, os maiores potenciais erosivos das
chuvas ocorrem na região Noroeste do Estado.
O potencial erosivo das chuvas pode ser classificado conforme a variação do
Fator “R”, em classes apresentadas na Tabela 2.
Tabela 2. Classes de erosividade das chuvas (adaptado de Carvalho, 1994)
Erosividade anual – Fator “R”
Classes de erosividade
(MJ mm ha-1 h-1 ano-1)
R ≤ 2.500 Baixo potencial erosivo
2.500 < R ≤ 5.000 Médio potencial erosivo
5.000 < R ≤ 7.500 Médio a alto potencial erosivo
7.500 < R ≤ 10.000 Alto potencial erosivo
≥ 10.000 Muito alto potencial erosivo
Conforme observa-se na Tabela 2, comparando-se com a Tabela 1, as chuvas
no estado do Rio grande do Sul estão entre um médio potencial erosivo e muito alto
potencial erosivo.
Com base nas informações disponíveis, Machado (2015) desenvolveu uma
primeira aproximação do mapa das linhas isso-erodentes, apresentado na Figura 1.

Figura 1. Mapa preliminar das linhas isso-erodentes do Estado do Rio Grande do Sul
(Machado, 2015)
-6-

No Rio Grande do Sul, os dados de erosividade das chuvas exista a


disponibilidade do Fator “R” para um razoável número de locais. Para utilização com
segurança, a erosividade das chuvas deve ser obtida com base em registros de
chuvas de 20 a 30 anos continuados.
Para o Estado de Santa Catarina também existe um bom número de localidades
em que o Fator “R” foi determinado. Assim foram determinados valores de “R” em MJ
mm ha-1 h-1 ano-1 de 4.756 para Itajaí (Back e Gonçalves, 2017); 5.036,3 para Lages
(Schick et al., 2014); 5.665 para Urussanga (Valvassori e Back, 2014); 6.030 para
Caçador (Back et al., 2017); 6.072 para Itá (Back et al., 2018); 6.818 para Videira (Back
et al., 2017); 7.025 para Indaial (Back e Gonçalves, 2017); 7.295 para Campos Novos
(Back et al., 2017); 7.522 para Florianópolis (Back e Poleto, 2017); 8.297 para
Chapecó (Back e Poleto, 2017); 9.522 para Ponte Serrada (Back e Poleto, 2017); e
10.478 para São Miguel do Oeste (Back e Poleto, 2017).

FATOR ERODIBILIDADE DO SOLO (FATOR "K")


Erodibilidade do solo  Erosão do solo
Erodibilidade do solo representa a susceptibilidade (ou a vulnerabilidade) em ser
erodido e é dado pelas características intrínsecas do solo.
Características do solo que determinam sua erodibilidade:
- aquelas que afetam a agregação e estrutura do solo;
- aquelas que afetam a infiltração de água no solo.
Quando todas as demais condições forem idênticas entre dois solos distintos,
aquele que sofre mais perda de solo por erosão, diz-se ter uma maior erodibilidade.
Na Equação Universal de Perdas de Solo a erodibilidade do solo é representada
pelo Fator "K". O Fator “K” da USLE é expresso pela razão de perdas de solo por
unidade do índice de erosividade da chuva (Fator "R"), determinada em condições
padrões, as quais são, solo descoberto, preparado convencionalmente no sentido do
declive, com 22 m de comprimento do declive e 9% de declividade. Experimentalmente
é obtido a campo em experimentos sob chuva natural conduzido por longos períodos
de tempo, entre 20 a 30 anos (Figura 2).
Nas condições padrões, os fatores L, S, C e P terão valores iguais a um,
portanto o produto entre eles será igual a 1,0 e a equação se reduzirá a expressão
A= R × K, de onde obtém-se que K= A/R. Assim, conduzindo-se experimento de
campo com parcela na condição padrão, avaliando-se as perdas de solo em um longo
período de tempo e a respectiva erosividade das chuvas que provocou essas perdas,
obtém-se o Fator K da USLE O Fator "K" da Equação Universal de Perdas de Solo,
que representa a erodibilidade do solo, é um valor quantitativo, determinado
experimentalmente.
-7-

Figura 2. Parcela padrão da USLE para determinação do Fator “K”


(erodibilidade do solo), sob condições de chuva natural. (Foto: E. A. Cassol)
Pode um solo de baixa erodibilidade sofrer mais perda de solo que um solo de
alta erodibilidade? Sim, porque a perda de solo depende da combinação de todos os
fatores contemplados na equação universal de perdas de solo, onde, a erodibilidade do
solo representa apenas um fator.

O Fator "K" da Equação Universal de Perdas de Solo, e que representa a


erodibilidade do solo, pode ser determinado por dois métodos:

a) Método direto: com chuva natural ou com simuladores de chuva.


Instalando-se parcelas experimentais na condição padrão da USLE (Fig. 2),
com 22 m de comprimento e com 9% de declive, em solo descoberto e preparado
convencionalmente no sentido do declive, coletando-se os dados por longos períodos
(15 a 20 anos), obtém-se as perdas de solo em t ha-1 ano-1 como Fator "A" e a
erosividade média anual das chuvas que provocaram aquelas perdas, como Fator "R",
em MJ mm ha-1 h-1 ano-1. Nestas condições o Fator "K" é então calculado pela
expressão K= A/R e expresso em unidades de t ha h MJ-1 mm-1 ha-1.
Com simulador de chuvas o período de coleta de dados é bastante reduzido,
não necessitando 15 a 20 anos.
A partir de resultados experimentais de trabalhos conduzidos a campo pelo
autor e equipe, determinando perdas de solo e água em condições de chuva natural,
durante 13 anos em Eldorado do Sul (EEA-UFRGS), 10 anos em Ijuí e 8 anos em
Santa Maria foram obtidos os seguintes valores para o fator de erodibilidade do solo
(Fator “K”):
-8-

Latossolo Vermelho distroférrico típico (Solo da unidade de mapeamento “Santo


Ângelo”): 0,0090 t ha h MJ-1 mm-1 ha-1 (Schmidt, 2017).
Argissolo Vermelho distrófico típico (Solo da unidade de mapeamento “São
Jeronimo”): 0,0338 t ha h MJ-1 mm-1 ha-1 (Cassol et al., 2018).
Argissolo Vermelho distrófico arênico (Solo da unidade de mapeamento “São
Pedro): 0,0372 t ha h MJ-1 mm-1 ha-1 (Lima, 2020).
Os valores acima, obtidos em condições de chuva natural, tem um razoável
período de experimentação, dando boa confiabilidade aos valores determinados.
Talvez fosse necessário ainda um maior número de anos de determinações para se
definir valores mais precisos. Entretanto, os valores acima dão uma boa ideia da
amplitude de variação do fator de erodibilidade dos solos do Rio Grande do Sul.
Em Santa Catarina, pelo método padrão sob chuva natural, Schick et al
(2014), determinaram o valor do fator “K” de 0,0175 Mg ha h ha-1 MJ-1 mm-1 para um
Cambissolo Húmico alumínico léptico. Já, Bertol et al (2007) utilizando simulador de
chuvas, determinaram o valor do Fator K de 0,0110 t ha h MJ-1 mm-1 ha-1 para
Nitossolo Háplico alumínico argiloso.

b) Método nomográfico: método analítico, utilizando o nomograma de Wischmeier,


construído a partir de análise de regressão entre valores determinados a campo e
algumas características do solo e que é dado pela seguinte expressão:
(𝟐, 𝟏 𝑴𝟏,𝟏𝟒 𝒙 𝟏𝟎−𝟒 ) 𝒙 (𝟏𝟐 − 𝒂) + 𝟑, 𝟐𝟓 (𝒃 − 𝟐) + 𝟐, 𝟓 (𝒄 − 𝟑)
𝑲= ( ) 𝒙 𝟎, 𝟏𝟑𝟏𝟕
𝟏𝟎𝟎
onde: K= Fator “K” da USLE, em t ha h ha -1 MJ-1 mm-1 (que representa a erodibilidade
do solo);
M= parâmetro que representa a textura do solo;
M= (% de silte + areia muito fina)×(100,0 - % de argila);
a= percentagem de matéria orgânica;
b= código para estrutura do solo;
b= 1 (estrutura granular muito fina);
b= 2 (estrutura granular fina);
b= 3 (estrutura granular, média ou grossa);
b= 4 (estrutura em blocos, laminar ou massiva)
c= código para classe de permeabilidade do solo;
c= 1 (permeabilidade rápida); c= 2 (moderada a rápida);
c= 3 (permeabilidade moderada); c= 4 (lenta a moderada);
c= 5 (permeabilidade lenta); c= 6 (muito lenta).

A expressão acima pode ser resolvida pela utilização de um nomograma


utilizado a partir do conhecimento dos fatores da equação, por isso o método se
denomina de nomograma de Wischmeier. Nos anexos dessas notas, no ANEXO 2,
encontra-se um ábaco representando o nomograma (Wischmeier e Smith, 1978).
Conforme se deduz, para solução nomográfica, necessita-se conhecer os
seguintes parâmetros para se obter o fator "K":
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- Percentagem de silte + areia muito fina;


- Percentagem de areia com diâmetro maior que 0,1 mm;
- Percentagem de matéria orgânica;
- Estrutura do solo;
- Permeabilidade do solo.
Esta expressão para determinação nomográfica do Fator "K" é válida para solos
com altos teores de silte + areia muito fina, desde que não ultrapassem 70% de silte +
areia muito fina.
A utilização do nomograma de Wischmeier não tem se mostrado muito eficiente
e acurada para solos altamente argilosos como os Latossolos brasileiros (Schmidt,
2017). Isso porque na base de dados que originou o nomograma não havia nenhum
solo com as características de Latossolos, por exemplo, os Oxisols do Soil Taxonomy.
No entanto, para alguns solos, entre esses os Argissolos, a utilização do nomograma
de Wischmeier se mostrou adequada para determinação do Fator K da USLE (Silva et
al., 2018)
Alguns valores do Fator “K” da USLE (fator de erodibilidade do solo),
determinados indiretamente, com auxílio do nomograma, foram estabelecidos por
Pundek (1992) para solos do Estado de Santa Catarina. Os valores do Fator K dos
solos de Santa Catarina podem também ser aplicados aos solos semelhantes do Rio
Grande do Sul.

FATOR TOPOGRÁFICO (LS)


L= fator que representa o comprimento do declive;
S= fator que representa o grau do declive (declividade).
Comprimento do declive é definido como a distância entre o ponto de origem do
escoamento superficial, até o ponto onde a declividade diminui tanto que o sedimento
começa a se depositar ou até que o escoamento superficial encontre uma rede de
drenagem ou um canal bem definido, como, por exemplo, um canal de terraço em
nível. Expresso em unidades de distância, como m, km, etc.
Declividade representa a diferença de nível entre dois pontos, normalmente
expressa em % ou em m/m.
Fator "L" representa a razão das perdas de solo que ocorrem num determinado
comprimento de declive, para as perdas que ocorrem com comprimentos de 22 m.
Esse fator é adimensional.
A USLE arbitrou que o Fator L= 1,0 para comprimento de declive de 22 m. Para
comprimentos maiores que 22 m, L>1,0 e para comprimentos menores que 22 m,
L<1,0. O valor do Fator "L" é adimensional.
Fator "S" representa a razão entre as perdas de solo que ocorrem em uma
determinada declividade e as perdas que ocorrem com 9% de declividade.
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A USLE arbitrou que o Fator S= 1,0 para 9% de declive. Para declividades


maiores que 9%, Fator S>1,0 e para declividades menores que 9%, Fator S<1,0. O
valor do Fator "S" é adimensional.
Normalmente os fatores L e S são apresentados em conjunto e denominados
Fator topográfico. Na Equação Universal de Perdas de Solo, o Fator Topográfico é
calculado pela expressão:
m
 
LS    (65,41 Sen   4,56 Sen   0,065)
2
 22 
Onde: = comprimento do declive, m;
 = ângulo do declive;
m= 0,5 se a declividade é ≥ 5%;
m= 0,4 se a declividade é entre 3,5 e 4,5%;
m= 0,3 se a declividade é entre 1,0 e 3,0%;
m= 0,2 se é área plana.
Na expressão acima, a primeira parte refere-se ao fator L (comprimento do
declive) e a segunda parte refere-se ao fator S (grau do declive ou declividade).
A expressão para cálculo do fator LS pode ser resolvida de forma gráfica. No
ANEXO 3 destas Notas encontra-se um gráfico que pode ser utilizado diretamente
para determinação do fator LS, bastando que se conheça o comprimento do declive
(ou comprimento de rampa) e a declividade da área.

FATOR MANEJO E COBERTURA VEGETAL DO SOLO (FATOR "C")


Na USLE, o Fator "C" representa a razão entre as perdas de solo que ocorrem
quando o solo recebe uma determinada cobertura e manejo, para as perdas que
ocorrem quando este mesmo solo está descoberto. O valor do Fator "C" é
adimensional.
O fator “C” é o fator mais importante que o técnico pode lançar mão para
manipular a equação e manter os níveis de perdas de solo dentro dos limites
toleráveis. Também, é dos fatores da equação, o mais complexo para se determinar o
valor. Procedimento para determinar o Fator "C" é bastante complicado.
Outro fator que se pode manejar com certa facilidade é o fator "P" e com menor
facilidade, mas ainda com possibilidade de ser manuseado estão os fatores L e S.
Existem inúmeros tipos de coberturas e de manejos de solo e combinações de
tipos de cobertura e de manejo. Para cada uma dessas condições, pode-se determinar
um valor do Fator "C".
No gráfico a seguir, ilustra-se o caso do comportamento das perdas de solo em
face de diferentes tipos de cobertura do solo. A cobertura em contato direto com a
superfície do solo, como a cobertura que é fornecida por restevas ou por plantas de
hábito prostrado, tem uma eficácia maior no controle da erosão hídrica do que a
cobertura por plantas de copada ou de porte ereto. A cobertura em contato direto com
a superfície do solo dissipa a energia cinética de queda no ponto onde ocorre o
- 11 -

impacto da gota da chuva, junto à superfície do solo, e reduz a energia do escoamento


superficial pelo aumento da rugosidade hidráulica na superfície do solo. Na cobertura
por plantas de hábito ereto, as gotas de chuva são interceptadas pela copada ou pelo
dossel das plantas acima do nível do solo e podem ser refeitas e virem a cair sobre o
solo (certamente com muito menor energia cinética, mas ainda assim com alguma
energia), além do que o escoamento superficial ocorre com muito mais facilidade, pois
a rugosidade hidráulica é bem menor do que no caso da cobertura em contato direto
com a superfície do solo.
PERDA DE SOLO

COBERTURA POR
PLANTAS ERETAS

COBERTURA POR RESTEVAS


OU PLANTAS PROSTRADAS

0 25 50 75 100
COBERTURA DO SOLO, %

Para uma mesma cultura, ou sucessão de culturas, o método de preparo do


solo também determina uma diferença no valor do Fator "C". Assim, por exemplo,
uma sucessão anual trigo-soja, terá um valor do Fator "C" se for implantada em
preparo convencional, outro valor se for em preparo reduzido, e ainda outro valor se
for em plantio direto. Como exemplo, a partir de trabalhos desenvolvidos pelo autor e
equipe durante 13 anos de experimentação determinando as perdas de solo e água
por erosão na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, valores do Fator “C”
são apresentados na Tabela 3 para diferentes sucessões de culturas e sistemas de
manejo do solo (Silva, 2006 e Silva et al. 2020).
Observa-se na Tabela 3 que para uma mesma sucessão de culturas anuais, a
variação do sistema de manejo afeta o valor do Fator “C”, pois isso se reflete nas
perdas de solo estimadas.
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Tabela 3. Valores do Fator “C” para diferentes cultivos e sucessões de culturas em


diferentes sistemas de manejo obtidos por experimentação a campo na
determinação de perdas de solo e água por erosão durante 13 anos na
Estação Experimental Agronômica da UFRGS (Silva, 2016)

Sucessão de culturas Sistemas de Manejo do solo Fator “C”


Preparo Convencional 0,1576
Trigo -Soja Preparo Reduzido 0,0407
Plantio Direto 0,0368

Preparo Convencional 0,1238


Trigo - Milho
Plantio Direto 0,0329

Pastagem de campo nativo Sem preparo (preservação permanente) 0,0009

No caso da pastagem de campo nativo sem pastejo (condição de preservação


permanente) foi deduzido um valor de C= 0,0009, bastante baixo, significando que
em situações dessa haverá muito baixa perda de solo por erosão. Assim, pode-se
entender a importância dos preparos conservacionistas de solo e do uso com
pastagens.
Outros trabalhos determinaram Fator C= 0,50 para culturas de milho para
silagem, feijão e canola em preparo convencional.
Uma mesma cultura ou sucessão de culturas apresenta valores diferentes do
fator "C" se for cultivada continuadamente ou se for em rotação de culturas. É o efeito
residual da cultura (e do manejo) anterior. Para exemplificar temos os resultados do
experimento de perdas de solo por erosão hídrica em condições de chuva natural,
conduzido na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, onde em um ano, a
sucessão de culturas trigo-soja em preparo convencional apresentou perdas de solo de
87,41 t/ha quando foi cultivada no mesmo local onde nos 4 anos anteriores fora
cultivado trigo-soja em preparo convencional, enquanto que a sucessão trigo-soja em
preparo convencional quando cultivada numa área onde nos 4 anos anteriores havia
sido cultivada pastagem de trevo vesiculoso, apresentou perdas de solo de 25,21 t/ha,
no mesmo período (Silva, 2016).
Outro fator que influencia o valor do Fator "C" é a distribuição anual da
erosividade das chuvas. Se as chuvas erosivas se concentram nos períodos de
preparo do solo e plantio, o Fator "C" será maior do que se as chuvas erosivas se
concentrarem nos períodos de pleno desenvolvimento vegetativo, quando a cobertura
do solo será maior que 75%. Por isso, para uma mesma cultura (ou sucessão de
culturas) o Fator "C" pode variar de uma localidade para outra, mesmo que os períodos
de plantio e colheita forem os mesmos.
Existem poucos valores do fator “C” calculados para as condições do Estado do
Rio Grande do Sul. Esse fato é devido, principalmente à complexidade de sua
- 13 -

determinação. Entretanto, os organismos públicos de pesquisa possuem um razoável


banco de dados que possibilitará, certamente, em curto prazo determinar alguns
valores a mais desse fator.
No Anexo 3 dessas Notas de Aula encontram-se tabelas com valores do Fator
“C” para vários tipos de cobertura, de cultivos e de sistemas de manejo que foram
extraídas e adaptadas do Agricultural Handbook 537 (Wischmeier & Smith, 1978)

FATOR PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS (FATOR "P")


O Fator "P" é a razão das perdas de solo sob uma dada prática
conservacionista complementar, para as perdas de solo quando o mesmo é cultivado
no sentido do declive (morro-à-cima e morro-à-baixo).
As práticas conservacionistas consideradas para o Fator "P" são aquelas ditas
práticas complementares, como o preparo e plantio em contorno, culturas em faixa,
cordões de pedra, terraceamento, etc. Outras práticas tais como evitar queimadas,
manejo dos resíduos e da matéria orgânica, culturas de cobertura do solo, adubação
verde, rotação de culturas, etc., são todas consideradas dentro do fator "C", isto é,
consideradas como manejo e cobertura do solo.
Valores do Fator "P" para a prática conservacionista de cultivo em contorno
(preparo, semeadura e tratos culturais seguindo linhas de nível) são dados na Tabela 4
a seguir. Observe que o valor do Fator "P" para esta prática conservacionista varia
conforme o comprimento do declive ou com a declividade.
Quando se utiliza terraços como prática conservacionista com terraços em nível
(terraço de armazenamento) considera-se que o comprimento do declive é o
espaçamento entre terraços.
Tabela 4. Valores do Fator "P" para preparo e plantio em
contorno (Wischmeier & Smith, 1978)
Declividade Máximo comprimento
Valor de "P"
% do declive, m (1)
1 a 2 0,60 120
3 a 5 0,50 90
6 a 8 0,50 60
9 a 12 0,60 40
13 a 16 0,70 25
17 a 20 0,80 20
21 a 25 0,90 15
(1) Limites podem ser aumentados em 25% quando na semeadura das culturas
existir ao menos 50% da superfície do solo coberta por resíduos de plantas.
Quando a prática conservacionista utilizada é o terraceamento e a estimativa de
perdas de solo é feita para a faixa entre os terraços, os valores do fator "P" são os
mesmos que os apresentados na Tabela 4 (para o caso do preparo e plantio em
contorno), visto que entre dois terraços, o preparo do solo deverá ser feito seguindo os
- 14 -

pontos de mesma cota do terreno, isto é, em curva de nível. Nesse caso, a construção
de terraços com canal em nível, provoca uma alteração no valor do Fator "L", visto que
o comprimento do declive passará a ser o espaçamento entre os terraços, ou seja, o
espaçamento horizontal (EH). A perda de solo estimada será então aquela da faixa
entre os terraços. No caso de se considerar toda a área e o tipo de terraço é o de
armazenamento (retenção, infiltração), pode-se considerar a eficiência de 100% em
relação a área total da lavoura terraceada, pois o solo perdido por erosão ficará dentro
do canal dos terraços e não sairá da área da lavoura. Certamente, para que essa
situação seja alcançada é imprescindível que os terraços sejam adequadamente
dimensionados e bem construídos, para que todo o escoamento superficial e o solo
erodido fiquem retido no canal dos terraços, isto é, dentro da lavoura.
Quando a prática conservacionista é o terraceamento com terraços com
gradiente (terraço de drenagem) e a estimativa de perdas de solo é efetuada para
toda a área e não apenas para o espaço entre um terraço e outro, o comprimento de
rampa é o de toda encosta e o valor do fator “P” para o terraceamento é dado na
Tabela 5, conforme a declividade do terreno.
Tabela 5. Fator “P” para terraceamento com terraços com gradiente e cultivo em
contorno (Extraído e adaptado de Wischmeier & Smith, 1978).

Faixa de declividade do terreno


1-2 3-5 6-8 9 - 12 13 - 16 17 - 20 21 - 25

Terraço de Fator P para terraceamento com terraços com gradiente


drenagem 0,12 0,10 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18

Na Tabela 6 são apresentados valores do Fator “P” quando do emprego da


prática conservacionista de cultivos em faixas estabelecidas em contorno.
Tabela 6. Valores do Fator “P”, largura máxima das faixas e limites de comprimento
de declive para cultivos em faixas em contorno (Extraído e adaptado de Wischmeier
& Smith, 1978).

Grau do Valor de “P” Largura da Comprimento


declive (%) A (1) B (2) C (3) faixa (m) do declive (m)
1-2 0,30 0,45 0,60 40 244
3-5 0,25 0,38 0,50 30 183
6-8 0,25 0,38 0,50 30 122
9 - 12 0,30 0,45 0,60 25 73
13 - 16 0,35 0,52 0,70 25 49
17 - 20 0,40 0,60 0,70 18 37
21 - 25 0,45 0,68 0,90 15 31
(1)
Para uma rotação de: cultura anual em fileiras → pequenos grãos + pastagem → pastagem →
pastagem (dá para substituir a segunda cultura por pastagem)
(2)
Para uma rotação de: cultura anual em fileira → cultura anual em fileira → grãos de inverno +
pastagem → pastagem
(3)
Para uma rotação de: faixas alternadas de cultura anual em fileira → grãos de inverno
- 15 -

No caso do Fator “P” para cultivos em faixas, com diferentes rotações de


culturas (Tabela 6), a rotação “A” envolve culturas bastante densas, a rotação “B”,
culturas de média densidade de cobertura e a rotação “C” envolve rotação com
culturas mais abertas, ou com baixa cobertura do solo.
Quando se utiliza cultivos em faixas ou apenas cultivo em contorno o
comprimento do declive é o de toda a área da encosta (Wischmeier & Smith, 1978).

TOLERÂNCIA DE PERDAS DE SOLO


CONCEITO: Conforme o Handbook 537 (Wischmeier & Smith, 1978) o termo
“tolerância de perdas de solo” representa o nível máximo de perdas de solo por
erosão que permite seja mantido economicamente e indefinidamente um alto
nível de produtividade das culturas.
Observa-se pelo conceito, que os limites de tolerância de perda de solo definidos
para aplicação da USLE, levaram em conta tão somente critérios de produtividade.

Critérios para o estabelecimento de níveis de Tolerância de Perdas de


Solo para aplicação da USLE
(Critério baseado em produtividade das culturas)
Considera:  profundidade do solo para o desenvolvimento de raízes
 gradiente textural
 densidade do solo
 período de 1.000 anos para desgastar quantidade de solo da
profundidade de desenvolvimento das raízes.
Para a definição dos valores de tolerância de perda de solo é importante que
seja considerada a taxa de formação de solos. A razão é que solos com taxa rápida de
formação de solos podem “perder” maiores quantidades de solo do que solos com taxa
lenta de formação, sem que haja prejuízo para os níveis de produtividade das plantas
cultivadas, apenas com aplicação de adubações e outros insumos simples.

TAXAS DE FORMAÇÃO DE SOLOS


Considera-se que a taxa de formação de solo é rápida quando a cada 30 anos
se forma no perfil uma nova camada com 25 mm de espessura. Já taxa lenta de
formação de solo, quando essa mesma espessura de camada demora 300 anos para
se formar.
1) RÁPIDA: 25 mm de espessura em 30 Anos
25 mm 1m 10.000 m 2 1.300 kg kg
x x x 3
 10.833
30 Anos 1.000 mm 1 ha 1m ha ano
Ou seja, há uma massa de solo formada de 10.833 kg/ha/ano quando a taxa
de formação de solo é rápida; isso acrescenta uma espessura de solo de 2,5 cm em
30 anos.
- 16 -

2) LENTA: 25 mm de espessura em 300 Anos


25 mm 1m 10.000 m 2 1.300 kg kg
x x x 3
 1.083
300 Anos 1.000 mm 1 ha 1m ha ano
Ou seja, há uma massa de solo formada de 1.083 kg/ha/ano quando a taxa
de formação de solo é lenta; isso acrescenta uma espessura de solo de 2,5 cm em
300 anos.

LIMITES TOLERÁVEIS DE PERDAS DE SOLO


1. Para solos sem gradiente textural:  Profundidade de 1 m
Densidade de 1.300 kg/m3
Solos sem gradiente textural com até 100 cm de profundidade para o
desenvolvimento das raízes e que essa camada leve 1.000 anos para se formar e
que a densidade média do solo seja de 1.300 kg/m3
1m 1.300 kg 1t 10.000 m 2 t
x 3
x x  13
1.000 Anos 1m 1.000 kg 1 ha ha ano

Nesse tipo de situação, com perdas toleráveis de solo até 13 t ha-1 ano-1
enquadram-se a maioria dos Latossolos e dos Nitossolos.

2. Para solos com gradiente textural:  Profundidade de 50 cm


Densidade de 1.300 kg/m3
Solos com gradiente textural com até 50 cm de profundidade para o
desenvolvimento das raízes e que essa camada leve 1.000 anos para se formar e
que a densidade média do solo seja de 1.300 kg/m3
0,50 m 1.300 kg 1t 10.000 m 2 t
x 3
x x  6,5
1.000 Anos 1m 1.000 kg 1 ha ha ano
Nesse tipo de situação, com perdas toleráveis de solo até 6,5 t ha -1 ano-1
enquadram-se os Argissolos, Luvissolos e Planossolos.

3. Para solos rasos:  Profundidade de 20 cm


Densidade de 1.300 kg/m3
Solos com até 20 cm de profundidade para o desenvolvimento das raízes e
que essa camada leve 1.000 anos para se formar e que a densidade média do solo
seja de 1.300 kg/m3
0,20 m 1.300 kg 1t 10.000 m 2 t
x 3
x x  2,6
1.000 Anos 1m 1.000 kg 1 ha ha ano
Nesse tipo de situação, com perdas toleráveis de solo até 2,6 t ha -1 ano-1
enquadram-se os Neossolos e alguns Cambissolos e Vertissolos.
Assim é tolerável perda de solo de 13 t/ha/ano em Latossolos, de 6,5 t/ha/ano
em Argissolos e de 2,6 t/ha/ano em Neossolos Litólicos. De acordo com os critérios
definidos para aplicação da USLE esses níveis de perdas de solo por erosão não
afetariam a produtividade das culturas, com a utilização de tecnologias simples de
produção.
- 17 -

Quando da definição dos valores de “tolerância de perdas de solo”, foram


levados em consideração apenas critérios baseados em produtividade das culturas
(Wischmeier & Smith, 1978). Na atualidade, não se pode desconsiderar os “critérios
ambientais”. Tendo em vista que as perdas de solo, mesmo quando mantidas dentro
do limite tolerável para garantir a sustentabilidade do sistema produtivo, podem
causar prejuízos excessivos em outras áreas fora da lavoura. É necessário que a
sociedade avalie, sobretudo através de comitês de bacias, se as perdas de solo se
encontram dentro dos limites para assegurar a sustentabilidade da bacia como um
todo. Frente a isso, sugere-se que os valores de tolerância de perdas de solo sejam
reduzidos em, pelo menos, 50%.

COMO USAR A EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDAS DE SOLO


A Equação Universal de Perdas de Solo pode ter muitas aplicações, e as
principais são as seguintes:
- Predizer ou estimar as perdas de solo por erosão hídrica sob determinado uso
agrícola e outros tipos de uso;
- Determinar alternativas de uso e manejo do solo
- Escolher práticas agrícolas;
- Determinar o espaçamento entre terraços;
Em todos os tipos de aplicação, os valores estimados de perdas de solo devem
ser relacionados com os níveis de tolerância de perdas de solo (níveis aceitáveis), para
que se possa comparar e avaliar os valores calculados, tendo uma referência na
magnitude desses valores.

APLICAÇÃO DA USLE NO PLANEJAMENTO CONSERVACIONISTA


Exemplo 1:
Na região de Ijuí, RS, em um Latossolo Vermelho distroférrico típico, cultiva-se
trigo-soja em preparo convencional numa área com 8% de declive e 150 m de
comprimento de rampa, sendo o preparo do solo feito no sentido do declive. Qual é a
perda de solo estimada nessa área para as condições apresentadas?
A= R × K × L × S × C × P
Para Ijuí, RS, obtém-se Fator R= 8.825 MJ mm ha-1 h-1, na Tabela 1 das Notas
de aula. Para Latossolo Vermelho distroférrico típico, obtém-se nas Notas de Aula,
Fator K= 0,0090 ha h MJ-1 mm-1 ha-1. Para 150 m de comprimento de declive e 8% de
declividade, aplicando-se a expressão apropriada ou usando-se a solução gráfica,
obter-se-á um valor do Fator LS= 2,2. Para trigo-soja em preparo convencional pelas
Notas de Aula tem-se o Fator C= 0,1576 (Tabela 3). Como o preparo do solo é feito no
sentido do declive o Fator P= 1,0. Desta forma:
A= 8.825 x 0,0090 x 2,2 x 0,1576 x 1,0 = 27,54 t/ha/ano.
- 18 -

Admitindo-se que a perda máxima tolerável neste solo seja de 6,5 t ha-1 ano-1, o
valor acima estará muito alto e deve ser reduzido. Uma das primeiras soluções seria
realizar o preparo do solo e o plantio em contorno, ao invés de no sentido do declive.
Para declividade de 8%, conforme a Tabela 4 das Notas de Aula, o Fator P= 0,50,
mas, com eficiência apenas para 60 m de comprimento do declive. Pode-se então
utilizar terraços em nível, espaçados em 60 m. Nesse caso, o preparo do solo
continuaria em contorno e o Fator P= 0,5; mas o comprimento do declive seria 60 m o
qual com a declividade de 8% daria um fator LS= 1,4. Então, as perdas de solo seriam
estimadas por:
A= 8.825 x 0,0090 x 1,4 x 0,1576 x 0,5 = 8,76 t ha-1 ano-1
Somente fazendo-se o cultivo em contorno e terraços distanciados a 60 m não é
suficiente para reduzir as perdas de solo a níveis abaixo do limite tolerável. Se o
produtor quer manter o uso agrícola com a sucessão trigo-soja, a solução então é usar
um preparo de solo conservacionista, que pode ser o sistema de manejo em plantio
direto ou em preparo reduzido.
Para trigo-soja em plantio direto o valor do Fator C= 0,0368, conforme as Notas
de Aula (Tabela 3). Nesse caso a cobertura do solo com resíduos será de 50% ou mais
e, então, valor do Fator P= 0,5 na declividade de 8%, passa a ter eficiência para
comprimentos de rampa de até 75 m (Tabela 4, ver nota de rodapé). Assim, os
terraços em nível podem ser construídos com EH=75 m. Dessa forma, com 8% de
declividade e comprimento de rampa de 75 m obtém-se Fator LS= 1,6 (pela solução
gráfica ou pela expressão matemática). Nessas condições, as perdas de solo
estimadas serão de:
A= 8.825 x 0,0090 x 1,6 x 0,0368 x 0,5 = 2,34 t ha-1 ano-1.
Assim, a alternativa eficiente para reduzir as perdas de solo a níveis abaixo do
tolerável será utilizar a sucessão trigo-soja com manejo do solo em plantio direto, com
cultivo em contorno e com terraços espaçados a distâncias máximas de 75 m.
Logicamente que os terraços nesse espaçamento devem ser dimensionados para
suportar todo o escoamento superficial proveniente do excesso das chuvas, pois nessa
solução os terraços serão construídos em nível. Admitindo que para ter uma seção
transversal menor, os terraços em nível venham a ser construídos em espaçamentos
de 40 m, ter-se-á então um Fator LS= 1,15, e as perdas de solo estimadas serão de:
A= 8.825 x 0,0090 x 1,15 x 0,0368 x 0,5 = 1,68 t ha-1 ano-1.
Assim o valor das perdas de solo seria reduzido para o máximo tolerável e o
planejamento de uso e manejo utilizando a equação universal de perdas de solo
estaria concluído.
No caso de ser possível a construção de terraços com gradiente (terraços de
drenagem), quando há a existência ou a possibilidade de se utilizar canal escoadouro
revestido, então, mesmo com os terraços de drenagem com EH= 75 m, deve-se
considerar o comprimento total da encosta (150 m e 8% de declive) sendo LS= 2,2 e,
pela Tabela 5 um Fator de P = 0,10 (Wischmeier & Smith, 1978), de maneira que, com
trigo-soja em plantio direto, as perdas de solo estimadas seriam de:
- 19 -

A= 8.825 x 0,0090 x 2,2 x 0,0368 x 0,1 = 0,64 t ha-1 ano-1.


Fica evidente a importância do manejo e do preparo do solo no controle da
erosão hídrica e também as várias maneiras como se pode utilizar a Equação
Universal de Perdas de Solo como uma valiosa ferramenta pelo Agrônomo
extensionista e de planejamento agrícola.
Exemplo 2:
Localizada nas proximidades da Estação Experimental Agronômica (EEA) da
UFRGS, uma propriedade agrícola cultiva trigo-soja em preparo convencional, sendo
as operações efetuadas no sentido do declive (morro-à-cima-morro-à-baixo). O solo da
área é um Argissolo Vermelho distrófico típico e está localizada numa meia encosta
com 8% de declividade e 120 m de comprimento de rampa. Estime as perdas de solo
por erosão hídrica que estão acontecendo na situação atual, utilizando a Equação
Universal de Perdas de Solo.
Solução: nas Notas de Aula encontra-se na Tabela 1 que para a EEA-UFRGS
fator R= 5.651 MJ mm ha-1 h-1 ano-1. O Fator K= 0,0338 t ha h ha-1 MJ-1 mm-1 é obtido
nas Notas de Aula (Cassol et al., 2018). O Fator LS pode ser determinado diretamente
pela solução gráfica ou utilizando a equação do LS dada nas Notas de Aula:
m
 
LS    (65,41 Sen   4,56 Sen   0,065)
2
 22 
Sendo λ= 120 m e θ= 4,574º (correspondente a 8% de declividade) e m= 0,5. Logo:
1
 120  2
LS    (65,41Sen 4,574  4,56 Sen 4,574  0,065)  1,97  2,0
2

 22 
Pode-se usar a solução gráfica, LS= 2,0 com aceitável precisão.
Nas Notas de Aula, na Tabela 3 se encontra C= 0,1576 para trigo soja cultivado
em sistema de preparo convencional e para plantio morro-à-cima-morro-à-baixo, P=
1,0
Assim, a perda de solo estimada nas condições atuais será:
A= 5.651 x 0,0338 x 2,0 x 0,1576 x 1,0 = 60,2 t/ha/ano
Considerando que a perda máxima tolerável nesse solo seja de 4,5 t/ha/ano,
algumas ações devem ser executadas para que as perdas de solo estimadas sejam
reduzidas de 60,2 t/ha/ano, para no máximo 4,5 t/ha/ano.
Uma primeira ação será utilizar o preparo do solo e os cultivos em contorno,
afetando assim o Fator “P”. Para a declividade de 8%, conforme a Tabela 4 das Notas
de Aula, Fator P= 0,5, mas com eficiência apenas para comprimentos de declive
máximo de até 60 m. Como o comprimento da encosta é de 120 m será necessário
seccionar a rampa a cada 40 m. Isso pode ser efetuado com a construção de terraços
com EH = 40 m. Nesse caso, o Fator LS será dado por:
1
 40  2
LS    (65,41Sen 2 4,574  4,56 Sen 4,574  0,065)  1,14  1,15
 22 
- 20 -

Desta forma a perda de solo estimada será de:


A= 5.651 x 0,0338 x 1,15 x 0,1576 x 0,5 = 17,31 t/ha/ano.
Essa perda de solo estimada ainda está superior ao máximo tolerável de 4,5
t/ha/ano.
Uma opção adicional é então mudar o sistema de manejo do preparo
convencional para o plantio direto. Na Tabela 3 das Notas de Aula, é dado para trigo-
soja em plantio direto Fator C = 0,0368. Nesse caso, admitindo-se que a cobertura do
solo seja sempre maior que 50%, a eficiência do cultivo em contorno (P= 0,5) para a
declividade de 8% passa a ser de até 75 m. Assim, ao invés de se utilizar terraços
espaçados em 40 m, pode-se utilizar terraços com EH= 75 m. Nesse caso o
comprimento de rampa será de 50 m e o Fator LS passa ser de:
1
 75  2
LS    (65,41Sen 2 4,574  4,56 Sen 4,574  0,065)  1,56
 22 
Pode-se usar a solução gráfica, LS= 1,5 com aceitável precisão.
Desta forma, a perda de solo estimada será de:
A= 5.651 x 0,0338 x 1,5 x 0,0368 x 0,5 = 5,27 t/ha/ano.
Ainda assim, as perdas de solo estimadas estão acima de 4,5 t/ha/ano.
Uma alternativa de solução é utilizar um sistema de terraceamento com terraços
em nível espaçados a 40 m (LS= 1,15), com cultivo de trigo-soja em sistema de plantio
direto (C= 0,0368) com semeadura em contorno (P=0,5). Assim, teríamos:
A= 5.651 x 0,0338 x 1,15 x 0,0368 x 0,5 = 4,04 t/ha/ano.
Assim, nas condições apresentadas, mantendo-se a sucessão de culturas trigo-
soja, para que as perdas de solo estimadas sejam menores que o limite de tolerância
de perdas, uma alternativa viável é usar as seguintes ações conjuntamente: trigo-soja
no sistema de manejo em plantio direto, com preparo e cultivo em contorno e terraços
em nível espaçados em 40 m.
Pode-se também considerar alternativas envolvendo rotação de culturas,
utilizando-se culturas de cobertura no inverno (alternando com o trigo) e milho no verão
(alternando a soja), por exemplo. Isso sem considerar a possibilidade de introdução de
pastagens perenes no sistema de cultivo, o que poderá até reduzir as perdas de solo
abaixo do limite de tolerância, mesmo sem a utilização de práticas mecânicas de
controle da erosão, como é o caso do terraceamento.
Exemplo 3:
Propriedade em Taquari, RS, com solo Nitossolo Háplico alumínico argiloso, em
área com 6% de declividade, 200 m de comprimento do declive, cultivada com
sucessão de culturas de Trigo e Milho em preparo convencional, com preparo do solo
e semeadura morro-à-cima-morro-à-baixo; Tolerância de perdas de solo T= 6,5
t/ha/ano
Informações obtidas na Literatura e/ou calculadas:
R= 6.222 MJ mm ha-1 h-1 ano-1 (Tabela 1 Notas de Aula)
K= 0,0110 t ha h ha-1 MJ-1 mm-1 (Bertol, 1992)
- 21 -

LS= 1,73 pela expressão matemática (pela solução gráfica LS= 1,7)
C= 0,1238 (Tabela 3 das Notas de aula)
P= 1,0 (Notas de aula, preparo morro-à-cima-morro-à-baixo)
Assim, a perda de solo estimada nas condições atuais será de:
A= 6.222 x 0,0110 x 1,7 x 0,1238 x 1,0 = 14,4 t ha-1 ano-1 > T
Desta forma, a perda de solo estimada está acima do limite de tolerância.
Solução: Preparo em contorno, P= 0,5 (para declividade de 6% e preparo
convencional a eficiência é de 60 m). Construindo terraços em nível com EH= 60 m,
fator LS= 0,95. Passando o sistema de manejo para plantio direto, C= 0,0329 (Tabela 3
das Notas de Aula). Assim, as perdas de solo estimadas seriam:
A= 6.222 x 0,0110 x 0,95 x 0,0329 x 0,5 = 1,07 t ha-1 ano-1 < T → solução OK.
São inúmeras as possibilidades de diferentes sistemas de cultivo e de preparo
do solo, bem coo de práticas conservacionistas complementares das quais pode-se
lançar mão para que as perdas de solo estimadas se mantenham abaixo dos limites de
tolerância. A escolha da melhor alternativa certamente dependerá das condições
econômicas que interessam ao produtor rural.
O importante é que se mantenha presente a utilidade dessa ferramenta
denominada Equação Universal de Perdas de Solo no Planejamento Conservacionista
de propriedades agrícolas.

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ANEXO 1 - 25 -

C OMPUTAÇÃO DA ER OSIVIDADE DA CHUVA DE 20/04/1986 EM SANTA ROSA, RS


LEITURAS DA SEGMENTOS COM DECLIVE ENERGIA CINÉTICA DA
CARTA UNIFORME CHUVA
Chuva Inten- Por mm Por
Tempo acumulada t P sidade de Chuva Incremento
(h:min) (mm) (min) (mm) (mm/h) (MJ ha-1 mm-1) (MJ/ha)
21:20 1,5 0 0,0 0,0 0,00000 0,00000
21:50 2,7 30 1,2 2,4 0,15219 0,18265
22:20 3,0 30 0,3 0,6 0,09963 0,02989
24:20 3,0 120 0,0 0,0 0,00000 0,00000
24:30 4,9 10 1,9 11,4 0,21268 0,40141
01:00 10,0 30 5,1 10,2 0,20705 1,05596
01:30 13,2 30 3,2 6,4 0,18938 1,21203
01:40 16,8 10 3,6 21,6 0,23550 0,84779
01:45 18,2 5 1,4 16,8 0,22597 0,31636
01:50 20,0 5 1,8 21,6 0,23550 0,42390
02:30 23,2 40 3,2 4,8 0,17847 0,57111
02:45 25,5 15 2,3 9,2 0,20314 0,46722
03:00 26,6 15 1,1 4,4 0,17517 0,19269
03:20 36,0 20 9,4 28,2 0,24565 2,30870
03:30 40,0 10 4,0 24,0 0,23949 0,95797
04:20 46,6 50 6,6 7,9 0,19746 1,30323
04:50 47,0 30 0,4 0,8 0,11054 0,04422
TOTAL 450 45,5 10,31513
Maior quantidade de chuva em 30 minutos: 13,4 mm (de 3:00h a 3:30 h)
13,4mm 60 min MJ mm MJ mm
I 30  x  26,8mm/h; EI 30  10,32 x26,8  276,58
30 min 1h ha h ha h
- 26 -

ANEXO 2
ANEXO 3 - 27 -
- 28 -

ANEXO 4

Os próximos quadros, sobre o Fator C, foram extraídos ou adaptados do


Agricultural Handbook 537 (Wischmeier & Smith, 1978)
- 29 -
- 30 -
- 31 -

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