1.

INTRODUÇÃO

A água é um recurso fundamental para todos os tipos de vida, em especial para a

sobrevivência humana e desenvolvimento socioeconômico. Porém são vários os fatores que
podem influenciar a disponibilidade e a qualidade da água, principalmente ao que se refere á
sua destinação para o abastecimento público. (BARROS et al.,2018;Alves et al.,2019). Como
a água pode sofrer alteração da sua qualidade por meio de fatores naturais e antrópicos,
conhecer os principais usos do solo e identificar os usuários da água, são etapas importantes
para a identificação das potenciais fontes de poluição, sejam elas pontuais, como o
lançamento de um efluente industrial, ou difusas, através do escoamento superficial que
carreia para os rios os poluentes depositados na superfície da bacia (SCHUELER; SANTOS;
SANTOS, 2015; RIGHETTO; GOMES; FREITAS, 2017; VIDAL, 2019).
Desta forma, buscando contribuir com a gestão dos recursos hídricos no Estado do
Amapá, este relatório traz informações sobre a qualidade da água, em trechos do lago da
Praça Floriano Peixoto, localizado no bairro central do município de Macapá-Ap. Este
relatório está organizado em características do local, os pontos amostrais, coleta de amostras e
resultados.
Neste estudo, o objetivo foi fazer a determinação da qualidade da água em pontos
selecionados no lago da Praça Floriano Peixoto e fazer uma análise instrumental e
comparativa dos parâmetros da qualidade de água. Observa-se que estes estudos são
importantes fontes de informações para conhecer as características e os efeitos de ações
naturais eantrópicas exercidas nos corpos de água nesse caso um lago. Essa pesquisa foi
realizada por alunos graduandos de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado do
Amapá – UEAP.

2. METODOLOGIA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ARÉA DE ESTUDO

A área de estudo localiza-se na Praça Floriano Peixoto, na cidade de Macapá - AP, Brasil,
sendo o presente trabalho um instrumento avaliativo da disciplina de Poluição Aquática
Ministrada pela Professora Me. Fernanda Souza, na Universidade do Estado do Amapá -
UEAP. A Praça Floriano Peixoto foi criada em 23 de janeiro de 1922, e era conhecida como
Praça do Sapo, ou Largo do Sapo, por ser um local pantanoso e possuir um olho d'água. Em
2009, a Praça ganhou saneamento e pavimentação, virando uma atração turística do
município. A praça é um espaço público urbano livre de edificações que têm a função de
promover convivência sadia à população, oferecendo recreação e bem estar num ambiente
agradável. Localizada no bairro central do município de Macapá, tendo como frente a avenida
Antônio Coelho de Carvalho, lado esquerdo rua General Rondon, lado direito rua Raimundo
Ozanan de Souza e aos fundos avenida Pedro Baião.
Possui um diferencial das outras praças da cidade, por sua forma e conteúdo,
proporcionando usos diversos aos seus usuários, pelo conforto térmico bastante agradável aos
seus frequentadores graças a sua grande abrangência de área verde e diversidade de espécies
arbóreas, tendo como principais elementos visuais seus dois lagos, cinco pedalinhos em
formato de Cisnes gigantes, iluminação com refletores coloridos, chafariz e playground.

AREA DE ESTUDO
 2.2 PERIODO DA COLETA
No período escolhido para a coleta e aula prática, a Prefeitura de Macapá promoveu
em comemoração ao Dia do Trabalhador a edição especial do Feirão do Povo, a ação
aconteceu na Praça Floriano Peixoto, localizada no bairro Central na cidade de Macapá no dia
1 de maio de 2022 quatro dias antes da coleta ser realizada, e entre as atrações do evento
estavam o retorno da pescaria nos lagos da praça, que se tornou uma tradição dessa
celebração. Para a pescaria no lago, a Prefeitura disponibilizou duas toneladas de peixes das
espécies pirapitinga e tambaqui e de acordo com o secretário municipal de Agricultura,
Raimundo Costa, a atividade exige regras como o não uso de tarrafa ou qualquer outra rede
destinada à pesca. (portal bambamnews, 2022).
A ação também contou com o suporte dos guarda-parques do Bioparque da Amazônia,
que estavam no local da pescaria prestando orientações sobre educação ambiental. Durante o
mês de maio que correu tanto da ação do governo e da coleta é importante citar os períodos de
eventos chuvosos nos centros urbanos da cidade conduz os poluentes depositados sobre as
ruas, telhados e calçadas para os corpos d’água. Segundo PORTO (1995), dentre os principais
contaminantes presentes, destacam-se: resíduos sólidos, sedimentos e materiais flutuantes,
substâncias com elevadas DBO e DQO, patógenos, derivados de petróleo, metais pesados e
substâncias orgânicas sintéticas (pesticidas e herbicidas).
Foram selecionados pontos de amostragem P-01, P-02 e P-03 (Fig. 1, Fig. 2, Fig. 3),
sendo a turma dividida em dois grupos em dois horários específicos - Manhã/8:30h,
tarde/17:00h realizando as devidas coletas, a data escolhida foi dia 05 de maio de 2022. A
seleção dos pontos de amostragem foi realizada com a finalidade de comparar os diferentes
parâmetros da água no corpo hídrico e foram estabelecidos conforme indicação dos potenciais
trechos de poluição do lago em estudo, levou-se em consideração pontos que também podiam
ser facilmente acessados. Desta forma as cada ponto amostral segue especificado nas figuras
abaixo.

Figura 1. Imagem do ponto de amostragem, (P-01).

 Figura 2. Imagem do ponto de amostragem, (P-02).

Figura 3. Imagem do ponto de amostragem, (P-03).

 TRATAMENTO DA ÁGUA

Para que o lago pudesse receber os peixes, a Prefeitura de Macapá submeteu os lagos a um
tratamento sanitário, que foi feito com a utilização de carvão ativado e cal, que tem a função
de baixar o nível bacteriológico da água. Além disso, também foi colocado substâncias para
matar os coliformes fecais presentes no lago. O tratamento do lago também incluiu a retirada
de entulhos e resíduos sólidos que, eventualmente, pudessem estar depositados nos lagos da
Praça. Segundo dados divulgados pela prefeitura todos os cuidados foran tomados para
garantir uma pescaria segura aos participantes. (Portal Amapá Online, 2022) . De modo geral,
o tratamento de água ocorre pela na remoção de partículas suspensas e coloidais, matéria
orgânica, micro-organismos e outras substâncias possivelmente deletérias à saúde humana
presentes nas águas. (BOTERO, 2009).

 CLARIFICAÇÃO.

O processo de clarificação de água consiste na manutenção de condições físico-químicas

tais, que sólidos suspensos na água são removidos por uma sedimentação, sendo necessário
trabalhar em conjunto com as cargas das partículas para se obter um resultado da
sedimentação satisfatório. Para clarificar a água é necessário neutralizar as cargas negativas
das partículas em suspensão e promover a aglutinação das partículas para aumentar o tamanho
(MACEDO, 2007).
Neste processo, que é compreendido pelas operações unitárias de coagulação, floculação,
decantação e filtração, os parâmetros turbidez e cor da água são reduzidos através da remoção
de partículas em suspensão, coloidais e dissolvidas com a finalidade de atender os padrões de
potabilidade exigidos pela Portaria nº 518 de Março de 2004 (HELLER & PÁDUA, 2006;
MACEDO, 2007). Existem padrões de exigências de qualidade da água tanto para o consumo
humano, quanto para outras áreas, como recreação e indústria. Assim, os processos de
tratamento e análise da água devem ser adaptados de acordo com seu uso.

 PROCEDIMENTO

- MATERIAIS UTILIZADOS
a) Jarra medidora de Plástico 1L com bico Dosador e alça e transparente.

Figura 4. Jarra medidora de Plástico 1L

b) Garrafa de van Dorn.

A garrafa de van Dorn (fig. 2) consiste de um tubo de PVC com volume de 2; 5 e 7 litros ou
mais. O funcionamento consiste em mergulhar a garrafa aberta em ambas as extremidades e
após atingir o ponto desejado, deixa-se cair o mensageiro que fecha hermeticamente as duas
extremidades. A amostra é retirada pela mangueira que fica na parte lateral da garrafa
desconectando a parte superior (para a coleta e o armazenamento das amostras de água).

Figura 5. Garrafa de van Dorn.

c) Copo béquer de plástico - 250 ml. (caplab)

 Figura 6. Copo béquer de plástico.
d) Multiparâmetro de bolso (pHCondTDSSalTemp) – combo 5

Figura 7. Multiparâmetro
2.3 ETAPAS DA COLETA

a) Ponto de captação (tomada d’água);

b) Amostras de superfície;
c) Amostras de profundidades.

Essas etapas foram realizadas para os dois períodos estipulados manhã (Esquema 01)
tarde (Esquema 02) e para os 3 pontos de amostragem selecionados previamente, anotando o
horário de início de cada coleta (superfície e fundo). Ao final de cada amostra, foram
despejadas e jogadas fora. Para a sistematização dos resultados foi utilizada a estatística
descritiva, tabulando os resultados e uma esquematização para a comparação dos dados.

Esquema 01 – Registro Coleta manhã 8h30

Esquema 02 – Registro coleta tarde 17h00

 Para as Amostra de superfície encheu-se a Jarra medidora de Plástico 1L com a água
da superfície (esq. 3A), foi despejado no copo béquer de 250 ml (esq. 3B) que foi analisado
usando o Multiparâmetro (esq. 3C), anotando-se os valores (pH, Cond, TDS, Sal, Temp), foi
levando em consideração também o tempo, o clima, a coloração, cheiro da água e sedimentos
no momento exato da coleta. (esq. 3D)
Para as Amostras de profundidade cada coleta foi realizada manualmente com auxílio
de garrafa Van dorn (esse equipamento permite a coleta de amostras na superfície e em
diferentes profundidades para estudo dos fatores abióticos). O processo é bem simples, basta
arma a garrafa e soltá-la, ao alcançar a profundidade desejada de água, as tampas das
extremidades são fechadas por um mensageiro que irá tampá-la e dessa forma, recolher a
amostra. (esq. 3E), mergulhou se a garrafa até a profundidade desejada; ao enchê-la
retornaram à superfície (esq. 3F); sendo desconectado a parte superior da mangueira que fica
a lateral da garrafa (esq. 3G) e por fim encher Copo béquer de plástico de 250 ml para analisar
no Multiparâmetro (esq. 3H) e anotar os valores. (esq. 3I).

MANHÃ:

Primeiro ponto às 9:04. O ponto estava sobre a sombra e com pouco vento. Foi possível
observar que havia terra, que possivelmente foi trazida no período de chuva para o interior do
lago.
No segundo ponto às 9:18. Se encontra na parte mais larga do lago e ainda assim raso
também. Este ponto está de baixo de sombra de árvores ao redor. A água possui um odor e
Coloração verdeada.
No terceiro ponto às 9:22. localizado próximos dos pedalinhos, havia peixes mortos, e foi
possível chegar numa profundidade maior com auxílio da ponte. Nesse ponto estava sobre o
sol e tinha folhas próxima com quantidade maior de lixos ao redor.

TARDE:
Primeiro ponto às 17:31. O ponto estava sobre o sol e água sem ondulação e com a presença
de uma coloração verdeada e água sem odor. Havia presença também de pequenas folhas ao
derredor da margem.
Segundo ponto às 17:42. O ponto estava sobre a sombra. Seria a ponto de coleta no meio do
Lago, água sem ondulação sem odor e coloração verdeada.
Terceiro ponto às 17:55. Ponto estava sobre a sombra em relação ao segundo já estava bem
mais frio o clima e com vento. Água com ondulação, com verdeada e com odor e sabor.

É possível verificar com maior clareza os dados descritos na tabela com auxílio do gráfico.

Esquema 3 - Procedimentos e etapas em ambas as coletas

 3. RESULTADOS

Os principais parâmetros da qualidade da água utilizados foram:

 Parâmetros físicos: Temperatura, cor
 Parâmetros químicos: condutividade, sólido totais, salinidade
A tabela abaixo mostra o resultado das determinações das medidas com a amostra de água
coletada.

De acordo com as amostras analisadas a temperatura sofreu uma pequena variação que
deve vir da influência do horário e variação do tempo que foi retirada amostra. O pH
apresenta valores que demonstram uma composição básica. A condutividade da água está em
níveis baixos, revelando poucos sais dissolvidos. A cor esverdeada demonstra ser imprópria
para consumo.
De forma geral, considerando todo o trecho do curso de água em estudo e os dois
períodos de coleta (manhã e tarde do dia 05/05/2022), o lago foi considerado impróprio, visto
que, esses dados, ainda que considerados poucos mostram a necessidade de limpeza do local.
Temperatura é o parâmetro que faz a medição da intensidade de calor, refletindo o
grau de aquecimento das águas e da radiação solar, e depende de fatores como clima,
composição geológica, dentre outras. Segundo (Matic et al., 2013). As variações de
temperatura nos corpos d'água naturais podem ser sazonais e diurnas de acordo com estudos
de Sá Filho (2010) e estão associadas com as estações do ano - Bucci et al. (2015). A
temperatura é um parâmetro que também permite determinar se há poluição térmica pela
descarga de efluentes (Von Sperling, 2007; Sanchez, 2006). Como diversos corpos hídricos
são receptores de efluentes, a resolução do CONAMA 430 estabelece como temperatura
máxima para lançamento de efluentes, 40°C.
Observou-se que nos pontos de amostragem (CONAMA, 2011), ponto P-01 segue
com o teor estável nos pontos que variam entre 28.1 e 31 estes pontos estão localizados em
áreas abertas e livres da influência vegetal, porém o ponto 1 é cercado por árvores que pode
impedir a entrada dos raios solares. De acordo com Madden et al. (2013) as descargas de
efluentes mudam a temperatura dos ecossistemas aquáticos representando ameaça para a biota
aquática. Por outro lado, na coluna d'água a temperatura diminui com a profundidade de um
corpo hídrico e tem correlação com outros parâmetros (Malheiros et al., 2012).
pH sendo uma variável abiótica com uma grande importância nos ecossistemas
aquáticos e de difícil interpretação porque há diversos fatores que o podem afetar (Esteves,
2011). O valor médio do pH foi de 6,4 a 7.47. Embora os valores do pH estejam na faixa da
neutralidade, levando em conta que a coleta foi feita no período chuvoso, os teores de pH do
presente estudo estão dentro dos padrões permitidos pelo CONAMA/357 para águas doces
classes I, II e III, que aceita valores entre a faixa de 6,0 a 9,0 (CONAMA, 2005).
Condutividade elétrica é um parâmetro o que pode mostrar modificações na
composição dos corpos d'água, mas não especifica quantidades e componentes. Sendo assim
se torna um parâmetro importante para controlar e determinar o estado e a qualidade de água
(Piñeiro Di Blasi et al., 2013). Existe uma correlação estatística entre a condutividade da água
e a concentração de diversos elementos e íons (Tundisi e Matsumura-Tundisi, 2008). De
acordo com Esteves (2011), nas regiões tropicais a condutividade está relacionada com as
características geoquímicas da região e condições climáticas (periodicidade de precipitações).
Rios que podem ter a mesma nascente e diferentes drenagens apresentam diferenças na
condutividade elétrica (Frančišković-Bilinski, et al. 2013).
Os resultados na área de estudo mostraram que os teores de condutividade mudam de
256.4 a 294.5 uS cm' na superfície dos pontos 1 2 e 3, e 195 a 200 µS cm¹ no fundo, nos 3
pontos (Tabela 1).
Os sólidos totais dissolvidos (STD) se relacionam diretamente com a condutividade elétrica
(Araújo e Oliveira, 2013; Esteves, 2011, 1998; Tundisie e Matsumura Tundisi, 2008). Os
STD incluem todos os sais e componentes não iônicos. Os processos de intemperismo geram
produtos que são encontrados nos corpos da água na forma iônica, que são os principais
constituintes dos STD. Este parâmetro é utilizado no controle de poluição de corpos d’água
natural com esgotos sanitários e efluentes industriais, para avaliar a eficiência nas estações de
tratamentos de efluentes como Marimuthu et al. (2013). padrão de qualidade da resolução
CONAMA 357 para águas doces classe I, II e III (CONAMA, 2005).
Salinidade mede a quantidade de sais dissolvidos nas águas dos lagos e reservatórios.
Nas águas doces, uma unidade usual é o ppb (partes por bilhão) ou mesmo o ppt ou “partes
por trilhão”. A água doce, é comum 0,5 ppt. A Salinidade é maior no Verão e menor no
Inverno. A Resolução Conama nº 357 (Conama, 2005) adota a seguinte classificação: yy água
doce: apresenta salinidade igual ou inferior a 0,05% ou ≈ 500 mg/L;
A cor sendo uma característica física da água devido à existência de substâncias
dissolvidas, ou em estado coloidal, na maioria dos casos de natureza orgânica (NBR
9896/1993). Sendo assim a cor é um parâmetro a ser avaliado segundo a legislação, em
estudos da qualidade da água para potabilidade (Santos et al., 2015).
Como as coletas foram feitas em período chuvoso teve um aumento no transporte de
material orgânico e inorgânico para dentro do lago, e foi influenciado pela atividade
antrópicas realizada no lago dias antes da coleta, o lago apresentou coloração esverdeada. O
padrão estabelecido na resolução CONAMA 357 (2005) para a cor é de até 75 mg Pt L¹.
 Parâmetros físico-química da superfície - Manhã
192 194.3

156.4
126.9 127.4
103.3 98 96.5 97.3

28.1 29 29.6
6.53 10 10 6.64 10 10 6.53 10 10

P1 Sombra (09h04) P2 Sombra (09h18) P3 Sol (09h22)

Temperatura pH Condutividade TDS Salinidade Cor Odor

Parâmetros físico-química do fundo - Manhã

196.3 200
191.2

128.6 125.5 130.4

97.5 96.7 98.6

31.4 30.7 31.1

7.28 7.15 6.82

P1 Sombra (09h04) P2 Sombra (09h18) P3 Sol (09h22)

Temperatura pH Condutividade TDS Salinidade
 Parâmetros físico-química da superfície - Tarde

187.3 194.5
173.3

123.6 128.5
102 96.5 96.7
88.2

28.7 34.5 32.2

7.34 10 7.37 10 7.47 10 10
0 0

P1 Sol (17h31) P2 Sombra (17h42) P3 Sombra (17h55)

Temperatura pH Condutividade TDS Salinidade Cor Odor

Parâmetros físico-química do fundo - Tarde

196.3 191.2 200

128.6 125.5 130.4

97.5 96.7 98.6

31.4 30.7 31.1

7.28 7.15 6.82

P1 Sombra (09h04) P2 Sombra (09h18) P3 Sol (09h22)

Temperatura pH Condutividade TDS Salinidade

Nível de coloração Nível de odor

0 = Transparente 0 = sem cheiro
5 = Turva 5 = Moderado
10 = Esverdeada 10 = Forte
 4. DISCUSSÃO

A análise e controle de qualidade da água é de suma importância, principalmente se

tratando de água para o consumo humano, não sendo o caso do objeto de estudo deste
trabalho. Para realizar análises é necessário levar em consideração alguns parâmetros físico-
químicos que vão corresponder a características apresenta por ela. Esses parâmetros foram
utilizados para fazer a análise da água do lago da Praça Floriano Peixoto, após as medições
realizadas foi possível comparar os parâmetros dos dois períodos em que foram realizados,
manhã e tarde.

Foi possível identificar oscilações na temperatura entre os dois períodos e no mesmo

horário em diferentes pontos e também em relação a superfície/fundo, essa oscilação advém
da radiação solar que varia ao longo do dia, a temperatura em relação a manhã/tarde teve
variações de 28.1°C à 34.5°C indicado nas tabelas 1 e 2, sendo normal a variação, visto que a
menor temperatura tem ocorrência próximo ao nascer do sol e a temperatura mais alta ocorre
no começo ou meio da tarde (GRIMM, 1999), já a temperatura relacionada a superfície/fundo
está relacionada a densidade, de acordo com (Vidal et al., 2016) as diferenças de temperatura
geram camadas de água com diferentes densidades, causando a formação de uma barreira
física, isso impede que as águas se misturem, se a energia do vento não for capaz de misturar
a água, o calor não será distribuído igualmente, por isso a diferença de temperatura entre
superfície/fundo, na análise realizada foi identificado variações na temperatura da
superfície/fundo que ficou entre 28.5°C e 31.4°C, a resolução CONAMA não determina um
padrão para temperatura da água, mas segundo (SILVA, 2014) águas com temperatura acima
de 33° aceleram reações químicas, fazendo com que se tornem impróprias para o consumo.

Outro parâmetro analisado foi o pH da água, pH é o potencial hidrogeniônico que

representa um índice que indica acidez, neutralidade e alcalinidade da água, na tabela indica
que na amostra foi identificada a variação entre 6.53 à 7.47 na superfície do lago e 6.40 a 7.15
no fundo, segundo o Ministério da Saúde e os padrões permitidos pela resolução CONAMA
357/2005, o pH da água deve ser mantido entre 6 a 9,5 que é o padrão indicado para consumo
(PIRATOBA et al., 2017), a água que foge ao padrão pode trazer riscos à saúde se consumida
em grande quantidade.

A capacidade da água de conduzir uma corrente elétrica é chamada de condutividade

elétrica, essa medida depende da temperatura da água e estão sempre associadas, cada corpo
de água tem um grau de constante de condutividade, no lago da Praça Floriano Peixoto, a
condutividade varia de 1.56 uS/cm à 1.94 uS/cm na superfície e 1.28 uS/cm a 2.0 uS/cm no
fundo, seguindo o padrão de água destilada que apresenta condutividade entre 0.5 à 3.0 uS/cm
(embrapa, 2022). Outro parâmetro analisado foi o TDS, que é a medida de total de sólidos
dissolvidos na água, o resultado na amostra foi de 102 à 128.5 mg/L na superfície e 125.5 à
130.4 mg/L no fundo, a Organização Mundial da Saúde determinou que <300 mg/L é um
nível excelente na amostra, acima desse valor não é recomendado o consumo e níveis
extremamente baixos também não são aceitáveis, visto que um certo nível desses íons é
necessário para os animais aquáticos e o desequilíbrio desse parâmetro pode limitar a vida
aquática.

Geralmente lagos são de água doce, isso inclui o lago estudado em questão, um dos
parâmetros analisados também foi a salinidade da água, segundo a resolução CONAMA
n°357/2005 a água foi classificada da seguinte forma: I água doce: apresenta salinidade igual
ou inferior a 0,05% ou ≈ 500 mg/L; II água salobra: apresenta salinidade superior a 0,05% e
inferior a 3,0% ou entre 500 mg/L e 30.000 mg/L; III água salina: apresenta salinidade igual
ou superior a 3,0% ou acima de 30.000 mg/L. Na amostra foi detectada a salinidade entre 88 à
98 mg/L na superfície, e 96.2 à 98.6 mg/L no fundo, indicando que a água se encaixa na
classificação como água doce, pois a salinidade não ultrapassa 500 mg/L de água.

O nível de coloração e odor foram representados na tabela em uma escala de 0 a 10, a

coloração do lago é de um tom esverdeado, que pode ser causado por excesso de nutrientes ou
a presença de peixes, causando a proliferação de algas verdes, o que dá o tom esverdeado a
água. No terceiro ponto de coleta, nos dois períodos foi identificado um odor intenso, com
causas desconhecidas.

A água do lago da praça Floriano Peixoto não é utilizada ao abastecimento para consumo
humano, mas de acordo com os parâmetros apresentados, seria aceitável para o consumo,
visto que a cor é considerada um parâmetro estético na água, apesar de alguns casos
apresentarem excessos de íons ou matérias orgânicas. No capítulo II, seção I da resolução
CONAMA n°357/2005, à classificação de águas doces, onde é possível identificar que a água
do lago estudado se encaixa na classe 4: águas que podem ser destinadas: à navegação; e, à
harmonia paisagística.
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RETORNA À PROGRAMAÇÃO DO DIA DO TRABALHADOR EM MACAPÁ,
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FLORIANO-PEIXOTO-RETORNA-A- PROGRAMACAO-DO-DIA-DO-
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