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Universidade Federal de Alagoas - UFAL

Campus A.C Simões


Centro de Tecnologia - CTEC

MEMORIAL DESCRITIVO
FOSSA AGROECOLÓGICA

Maceió
2022
MEMORIAL DESCRITIVO
FOSSA AGROECOLÓGICA

MACEIÓ - AL
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO 4
2.1 Socioeconomia 4
2.2 Clima 5
2.3 Evapotranspiração 6
2.4 Hidrologia 7
2.5 Vegetação 9
3. MEMORIAL DE CÁLCULO 9
3.1 Dimensionamento da fossa séptica 9
3.2 Filtro anaeróbio 10
3.3 Dimensionamento para sumidouro 10
4. DESCRIÇÃO GERAL DA FOSSA 11
5. CARACTERÍSTICA DO ESGOTO 11
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
1. INTRODUÇÃO

O presente memorial tem como objetivo descrever a fossa agroecológica do PAESPE


(Programa de Apoio aos Estudantes das Escolas Públicas do Estado), ligado ao Centro de
Tecnologia - CTEC localizado na Universidade Federal de Alagoas, Campus A.C. Simões.

Figura 1 - Mapa de localização do Paespe.

Fonte: Autoria própria

2. DESCRIÇÃO DO MUNICÍPIO

2.1 Socioeconomia

O PAESPE situa-se no município de Maceió, Alagoas, contando com uma população


estimada de 1 milhão de habitantes (IBGE, 2021) localizado no bairro Cidade Universitária, o
mesmo possui uma área de aproximadamente 22,400 Km², e segundo o censo de 2010 do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o bairro concentra uma população com
cerca de 71.441 habitantes.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de
2019, o produto interno bruto (PIB) per capita do município é de R$ 22,9 mil. Desde sua
estruturação, o bairro se desenvolve cada vez mais, desde os anos de 1960, cresceu
aceleradamente com a construção de indústrias, aberturas de novas ruas e o Campus
Universitário. Além disso, houve o aparecimento de agências bancárias, instalação de
supermercado, mercadinho e vários pontos comerciais que alavancaram e contribuem até hoje
para o desenvolvimento do bairro.
Uma característica marcante, perdida ao longo do tempo, era a tranquilidade que a
Cidade Universitária oferecia aos moradores, porém, com a construção de novos
estabelecimentos, o bairro tornou-se movimentado e ponto comercial de diversas pessoas.
Com tudo, isso colaborou para o crescimento econômico e social, tornando-se um agitado
corredor de transporte, mercadorias e pessoas.
A região de Maceió apresenta segundo dados do IBGE 47,1% de domicílios com
esgotamento sanitário adequado, 57,1% de domicílios urbanos em vias públicas com
arborização e 32,7% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada
(presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio).

2.2 Clima
Quanto ao clima, de acordo com a classificação de Köppen-Geiger, o paespe e toda a
região metropolitana de Maceió se encontram em um Clima Tropical com tempo seco no
verão. Seguem também nas figuras 2 e 3 dados do INMET e Agritempo referentes a
temperatura e precipitação, coletados na estação meteorológica de Maceió.

Figura 2 - Temperaturas e Precipitação de Maceió em março 2022


Fonte: INMET, 2022

2.3 Evapotranspiração
A evapotranspiração é um parâmetro bastante utilizado na área agropecuária, pois leva
em consideração a evaporação da água tanto pela superfície do solo assim como pela
transpiração das plantas e dos animais. Em outras palavras, representa, na prática, o consumo
de água pelas culturas agrícolas e pecuárias.
Entretanto, por se tratar no estudo de área urbana, onde a cobertura vegetal é incipiente
em relação à área construída e, em muitas localidades ainda são verificados bolsões de solo
desnudo, sem edificações nem vegetação, optou-se por adotar os dados de evaporação,
desconsiderando a especificidade da transpiração, até mesmo em virtude da falta de dados
para os períodos levantados nas fontes utilizadas.
A evaporação, corresponde ao processo físico, através do qual um líquido passa para o
estado de vapor, transferindo-se para a atmosfera, decorrente, tanto da evaporação que se
verifica em solo úmido sem vegetação, nos oceanos, lagos, rios e em outras superfícies
hídricas naturais (VAREJÃO-SILVA, 2001).
Esse processo é ocasionado pela atuação de diversos fatores climáticos e meteorológicos,
como a radiação solar, a umidade relativa do ar, a temperatura ambiente e os ventos, por
exemplo (RAMOS; OLIVEIRA, 2016).
Diante disso, de acordo com os dados do INMET para as séries históricas adotadas neste
trabalho, constata-se que, invariavelmente, os maiores valores registrados correspondem aos
meses de maio e junho.

Figura 3 - Registro das evaporações médias para os períodos de 1931-1960, 1961-1990 e


1981-2010 no município de Maceió

Fonte: INMET, 2022.

Figura 3 - Evapotranspiração nos períodos de 26/10/2022 a 30/10/2022


2.4 Hidrologia
O Estado de Alagoas tem um regime pluviométrico irregular, onde há má distribuição
temporal e espacial das chuvas, ou seja, as precipitações ocorrem por no máximo seis meses
ao longo do ano, podendo chover de forma considerável em um determinado local e período
do ano e praticamente nada no outro (SCHMIDT, et al., 2011).

Atualmente, a crescente escassez dos recursos hídricos, impôs a necessidade da busca


pela minimização do uso da água. Em 1997 foi instituída em Alagoas a Lei n° 5.965 que
determina a Política Estadual de Recursos Hídricos e o Sistema Estadual de Gerenciamento
de Recursos Hídricos. No entanto, ainda são insuficientes as diretrizes de ações que efetivem
a legislação, o que torna o estado carente de informações que propiciem esta instrumentação.

No ciclo hidrológico a distribuição temporal e espacial da precipitação e


evapotranspiração são variáveis de entrada na bacia, que podem produzir alterações nas
estatísticas das séries de vazões, entre outras variáveis de resposta da bacia (TUCCI, 2002). A
água que atinge o solo através da chuva segue diversos caminhos dependendo do tipo do solo,
declividade do terreno, cobertura vegetal, umidade entre outros. O escoamento superficial
converge, geralmente, para os rios que formam a drenagem principal das bacias hidrográficas
(SCHMIDT, et al., 2011).
A bacia hidrográfica consiste em uma área delimitada topograficamente, drenada por
um curso de água ou um sistema conectado de cursos de água, tal que toda a vazão efluente
seja descarregada em uma única seção (VIESSMAN et al. 2003). Dentro do sistema de bacia
hidrográfica, está inserido o ciclo hidrológico que é o processo de recirculação contínua e
infinita da água entre a atmosfera, continentes e oceanos (HONBERGER et al. 1998).

O ciclo hidrológico não é um fenômeno isolado, ele resulta de uma interação entre
processos hidrológicos, geomorfológicos e biológicos, tendo como agentes dinâmicos a água
e o clima. Cada processo interfere e sofre a interferência dos demais processos interagidos
(KOBIYAMA et al. 1998). No contexto do bairro da Cidade Universitária, verifica-se a
existência de apenas uma bacia hidrográfica que engloba o bairro em questão. Trata-se da
bacia Endorreica do Tabuleiro passando pelo Rio Jacarecica.

Figura 4 - Mapa de Hidrografia para o entorno do PAESPE


Fonte: Autora, 2022.

2.5 Vegetação

O Campus A.C. Simões apresenta uma diversidade de espécies vegetais, grande parte
exóticas, distribuídas entre árvores, arbustos, palmeiras, forração e epífitas nativas, sendo
caducas ou perenes e de grande ou pequeno porte.

Alguns tipos de vegetação presentes na região do Campus A.C. Simões: Amendoeira


(Terminalia catappa), Ipês, Flamboyant (Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf.), Cajueiro
(Anacardium occidentale L.), Pitangueira (Eugenia uniflora L.), Brinco de Viúva (Syzygium
jambolanum (Lam.) DC.), Coqueiro (Cocos nucifera L.), Pinheiro (Pinus sp),
Palmeiras,Aroeira (Schinus terebinthifolia), Craibeira (Tabebuia aurea), Jambeiro (Syzygium
malaccense (L.) Merr. & L.M.), Jurubeba (Solanum paniculatum L.), Helicônias,
Espada-de- são-jorge, Samambaias, Trapoeraba-roxa (Tradescantia pallida purpurea),
Jasmin-manga (Plumeria rubra L.), Jibóia (Epipremnum pinnatum (L.)), Abacaxi roxo
(Tradescantiaspathacea), Alpínia (Alpinia purpurata).

3. MEMORIAL DE CÁLCULO
As fórmulas utilizadas para os cálculos estão disponíveis a seguir:
3.1 Dimensionamento da fossa séptica

A fossa séptica será de câmara única e prismática, e seu dimensionamento, de acordo com a
NBR 7.229/93, é dado pela fórmula:

V = 1000 + N (C T + K Lf) (equação 1)

Dados:
V = volume expresso em litros
N = número de contribuintes
C = contribuição de despejos
T = período de detenção em dias
Lf = contribuição de lodo fresco em litros por pessoa por dia
K = taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de acumulação de
lodo fresco

Dimensões do tanque séptico:


Para volume útil de 6,00 a 10,00 m³ , tem-se:
Profundidade útil mínima = 1,50m (Tab. 4-NBR 7.229/93)
Profundidade útil máxima = 2,50m (Tab. 4-NBR 7.229/93)

3.2 Filtro anaeróbio

Será utilizada uma única câmara de forma retangular cujo dimensionamento, de acordo com a
NBR 13.969/97.

Cálculo do volume útil:


Vu = 1,6xNxCxT (equação 2)

Dados do projeto:
Vu = volume útil do filtro em m³
N = número de contribuintes
C = contribuição de despejos
T = período de detenção em dias

3.3 Dimensionamento para sumidouro


Será utilizada uma única câmara de forma cilíndrica cujo dimensionamento, de acordo com a
NBR 13.969/97. O sumidouro foi projetado para uma região não arenosa (K médio
> 500 min/m).
Área das paredes do sumidouro:
Af = Ve/Ci (equação 3)
Onde:
Ve = volume de contribuição de esgoto (L/dia)
Ci = coeficiente de infiltração de água no solo

Determinação da profundidade do sumidouro:

Adotando dois sumidouros de diâmetro igual a 1,50 m, temos:


Af = π x D x h (equação 4)

Onde:
D = Diâmetro do sumidouro (m);
h = profundidade do sumidouro (m);
Af = área lateral do sumidouro (m 2 ).

4. DESCRIÇÃO GERAL DA FOSSA

A fossa tem como objetivo evitar o lançamento de esgoto doméstico não tratado em corpos
hídricos e consequentemente a degradação ambiental, a partir da construção de sistemas
sustentáveis de tratamento de efluentes sanitários.

● Construção de Bacias de Evapotranspiração para o tratamento de águas negras;


● Construção de Círculos de Bananeira para tratamento de águas cinzas;
● Realização de mobilização social;
● Promoção do acesso ao Saneamento Básico (eixo esgotamento sanitário), conforme
prevê a Lei do Saneamento (Lei nº 11.445/2007);
● Tratar os esgotos domésticos provenientes de habitações unifamiliares do município;
● Evitar a contaminação do solo e do lençol freático.

5. CARACTERÍSTICA DO ESGOTO
Tendo em vista que a natureza do empreendimento, o esgoto a ser lançado/descartado
constitui-se de efluente doméstico, tendo como fontes contribuintes a água de banho, águas
de lavagem, excretas, restos de comida, sabão e detergentes, compondo as águas negras e
cinzas.
De acordo com o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em sua Resolução
nº 430/2011, efluentes só poderão ser lançados diretamente nos corpos receptores
(mananciais, normalmente) após serem submetidos ao devido tratamento, enquadrando-se em
todos os padrões e exigências solicitados, de modo a assegurar a não contaminação ou
comprometimento do corpo hídrico. Dessa forma, uma vez que o esgoto do PAESPE terá
como destinação final a rede municipal do município, será necessário realizar estudos que
caracterizem o efluente para que se possa realizar o tratamento mais efetivo e adequado
possível, sendo tal estudo a fossa agroecológica.
Tabela 1 - Características químicas dos esgotos domésticos brutos

Fonte: Prof. Carlos Ernando da Silva.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Prof. Carlos Ernando da. Tratamento de Resíduos e Impactos Ambientais:
caracterização qualitativa dos esgotos. Santa Maria: Ufsm/Ct/Hds, 2022. 6 slides, P&B.
Disponível em: http://jararaca.ufsm.br/websites/ces/download/A1.pdf.

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