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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER

ESCOLA SUPERIOR POLITÉCNICA


ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA HIDROLOGIA

ESTUDO DE BACIA HIDROGRÁFICA


REGIÃO HIDROGRÁFICA URUGUAI- RIO IJUÍ(RS)

IVO ETUR
PROF CARINA PEDROZO

ITAPEMA-SC
ATIVIDADE PRÁTICA
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DISCIPLINA DE HIDROLOGIA

1 INTRODUÇÃO

O estudo das bacias hidrológicas se fazem necessários para


implementação de projetos em áreas que possam estar no percurso dos Rios,
obras de saneamento, construção de rodovias, ou qualquer outro projeto que
possa vir a interferir no leito do rio. Por meio de bons estudos é possível analisar
e quantificar as águas de determinadas regiões, estes estudos auxiliam na
prevenção de possíveis degradações que novos projetos podem vir a prejudicar
esses Rios
O presente relatório tem como objetivo identificar e analisar o Rio Ijuí, que
está inserido na Bacia Hidrográfica Uruguai, na região sul do Brasil.

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PARTE I

2 CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA BACIA HIDROGRÁFICA RIO IJUÍ

Segundo a classificação do IBGE (1986), a Bacia Hidrográfica do rio Ijuí,


está inserida na região geomorfológica do Planalto das Missões, composta pelas
unidades do Planalto de Santo Ângelo e Planalto dissecado rio Iguaçu-Uruguai.
A Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí (Figura 01), situa-se a norte-noroeste do
Estado do Rio Grande do Sul, possui uma área de 10.703,78 km², da qual
participam, total ou parcialmente, 36 municípios, como Cruz Alta, Ijuí, Panambi
e Santo Ângelo, com população estimada em 341.569 habitantes, de acordo com
dados do IBGE (2010). Os principais cursos fluviais são os rios Caxambu,
Potiribu, Conceição, Ijuizinho e o Rio Ijuí.
Geologicamente, a bacia hidrográfica do rio Ijuí, composta
predominantemente por rochas vulcânicas básicas, possui registros mesozoicos
do período Cretáceo, de rochas do Grupo São Bento, Formação Serra Geral,
contendo as fácies Gramado, Caxias e Paranapanema; e registros de rochas
cenozoicas, do período Paleógeno da formação Tupanciretã. (CPRM, 2007). Os
depósitos recentes estão associados aos canais fluviais e suas planícies de
inundação.

Figura 01- Mapa de localização da bacia hidrográfica do rio Ijuí

FONTE: https://periodicos.ufsm.br/

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Figura 2- Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Ijuí

FONTE: https://sema.rs.gov.br/

Principais Características Físicas

-Área de drenagem
O padrão de drenagem da bacia estudada é de forma dendrítica, onde
seu desenvolvimento assemelha-se à configuração de uma árvore, com
ramificações irregulares em todas as direções, típica de regiões onde existe o
predomínio de rochas, seu curso é dado pelas linhas de falhamentos e fraturas
destas rochas, possui uma área total de 10.703,78 km².

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Figura 3- Forma da Bacia do Rio Ijuí

FONTE: http://ww3.fepam.rs.gov.br/

-Comprimento do rio principal


O rio Ijuí tem aproximadamente 300 km de extensão desde as nascentes
até sua foz no rio Uruguai.

-Declividade média do rio principal


A declividade média de uma bacia hidrográfica expressa sua inclinação
geral. Uma forma simples de obtê-la se dá por meio da razão entre a amplitude
altimétrica e o máximo comprimento horizontal da bacia hidrográfica (MOREIRA,
2018). A declividade média é obtida normalmente através da média de todos os
pixels da bacia hidrográfica, ela também pode ser calculada para pontos
específicos dentro da bacia hidrográfica como nascentes, vales, topo de morros,
canal principal.
Em uma bacia hidrográfica, a velocidade do escoamento superficial é
controlada, em boa parte, pela declividade do terreno. Estas e outras influências
das características físicas da bacia hidrográfica sugerem que o seu relevo deve
ser bem conhecido para melhor entender o seu comportamento hidrológico. A
declividade média da bacia pode ser calculada como a diferença de altitude entre
o início e o fim da drenagem dividida pelo comprimento da bacia em linha reta.
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Bacias de baixa declividade possuem alta vazão no exutório e baixa velocidade


média de escoamento, enquanto bacias de alta declividade possuem baixa
vazão e alta velocidade de escoamento. A declividade média da bacia em
questão é de 4,27 graus ou 7,49%.

-Densidade de drenagem
A relação entre o comprimento total dos cursos de água efêmeros,
intermitentes e perenes de uma bacia hidrográfica e a área total da mesma bacia
é denominada densidade de drenagem. Segundo S. M. Villela e A. Mattos, os
índices em torno de 0,5 km/km² indicaria uma drenagem pobre, índices maiores
que 3,5 km/km² indicariam bacias excepcionalmente bem drenadas.

Com esse resultado a densidade de drenagem para essa bacia em estudo


é de uma drenagem regular.

-Desnível
Além dos postos pluviométricos, está a hípsometria da bacia para se ter
uma noção da altitude, então, na jusante, a leste é o ponto mais baixo da bacia
onde há localizado apenas um posto pluviométrico, a montante da bacia a oeste
e a sul são as regiões mais altas com altitude chegando a 609 metros de altitude
o que mostra que a bacia possui um desnível de mais de 500 metros o que
possivelmente poderia influenciar a variabilidade da precipitação na bacia.

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PARTE 2

3 CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS E CLIMÁTICAS DA BACIA


HIDROGRÁFICA
Características do relevo da bacia Influência os fatores hidrológicos e
meteorológicos, pois, a velocidade do escoamento Superficial é determinada
pela declividade do terreno, enquanto que a temperatura, a precipitação e
evaporação são funções da altitude da bacia.

- Principal tipo de solo;


A bacia hidrográfica do rio Ijuí, composta predominantemente por rochas
vulcânicas básicas, possui registros mesozoicos do período Cretáceo, de rochas
do Grupo São Bento, Formação Serra Geral, contendo as fácies Gramado,
Caxias e Paranapanema; e registros de rochas cenozoicas, do período
Paleógeno da formação Tupanciretã. (CPRM, 2007). Os depósitos recentes
estão associados aos canais fluviais e suas planícies de inundação.

- Ocupação da Bacia hidrográfica (cidades, reservatórios, agropecuária);


As principais atividades econômicas desta bacia, estão ligadas ao setor
primário, com predomínio em lavouras de soja, trigo e milho. Alguns municípios
pertencentes à bacia apresentam também setores secundários e terciários mais
desenvolvidos, geração de Energia, navegação, turismo, lazer e pesca.
Os principais usos não consuntivos na Bacia do Rio Ijuí são: amineração,
a geração de energia e a pesca. A geração de energia elétrica leva destaque
sobre os demais usos. Os principais usos consuntivos de água na Bacia são:
abastecimento público, criação animal, irrigação e abastecimento industrial (RIO
GRANDE DO SUL, 2012).

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- Principal tipo de clima


O clima da região da bacia é classificado como mesotérmico brando
super. úmido, subtropical úmido, com distribuição de chuvas durante o ano todo.
A temperatura média das máximas da região é de 32°C e a média das mínimas
fica em torno de 8°C (RIO GRANDE DO SUL, 2012).

I. Regime Hidrológico:

- Períodos de cheia e de seca


Segundo, pt.weatherspark, a estação de maior precipitação dura 5,5
meses, de 24 de setembro a 9 de março, com probabilidade acima de 38% de
que um determinado dia tenha precipitação. O mês com maior número de dias
com precipitação em Ijuí é fevereiro, com média de 12,8 dias com pelo menos 1
milímetro de precipitação.
A estação seca dura 6,5 meses, de 9 de março a 24 de setembro. O mês com
menor número de dias com precipitação em Ijuí é agosto, com média de 9,4
dias com pelo menos 1 milímetro de precipitação.

- Vazão média (m³/s);


De acordo com Decol, Silva e da Silva (2018), as vazões de permanência de
1986 a 2017 demonstraram valores de 34,8 m³/s e 27,2 m³/s para Q90 e Q95,
conforme Gráfico. Em 1992, em virtude ao evento de cheia, a disponibilidade
hídrica da bacia sofreu grandes alterações, isso maximizou as vazões Q90 e
Q95 para 91 m³/s e 79,4 m³/s. Estes valores foram superiores a 250% do obtido
na série histórica de 31 anos (Gráfico). No ano de 2012 houve estiagem, fazendo
com que as vazões Q90 e Q95 minimizassem a 15,7m³/s e 13,80m³/s
respectivamente, valores percebidos como extremamente baixos, decaindo 50%
em relação ao avaliado em toda a série de dados (Gráfico).

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Gráfico - Curva de permanência de vazões da bacia do Rio Ijuí, seção Médio-Alto Ijuí
(1986- 2017, 1992 e 2012).

Fonte: Autor (2020) com base em Decol, Silva e da Silva (2018).

- Obras hidráulicas que alteram ou podem alterar o regime hidrológico natural do rio
(barragem, captação de água, canal de adução, entre outros);

-Chuvas
Zaniol (1982, p. 18) salienta que “as chuvas no Rio Grande do Sul são bem
distribuídas durante todo o ano, fazendo com que a agricultura seja bem
desenvolvida, com colheitas abundantes de soja, arroz, trigo milho, etc”.
Segundo climate-data.org, agosto é o mês mais seco com 110 mm.
Apresentando uma média de 242 mm, o mês de Outubro é o mês de maior
precipitação e o mês mais seco tem uma diferença de precipitação 132 mm em
relação ao mês mais chuvoso.

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Chuva (mm) 181 152 147 173 145 146 154 110 163 242 171 182

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Comportamento das cotas de nível do Rio Ijuí entre 1986 e 2017

Fonte: Joniel Decol(2020)

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4 Conclusão das análises

O estudo da bacia hidrográfica do rio Ijuí possibilitou compreender melhor


como os rios se relacionam dentro de uma bacia hidrográfica, bem como permitiu
estabelecer e classificar indicadores de ocorrência de situações hídricas
estiagens e inundações, primordiais para uma eficiente gestão do uso das águas
e para a manutenção da segurança hídrica.
Existe uma baixa possibilidade de ocorrência de inundações, mas, é possível,
observar que eventos de estiagens são mais recorrentes e afetam com maior
intensidade a região.
Hoje a Bacia do rio Ijui conta com a Usina, São José (UHESJ) na qual
seu reservatório tem somente a função de manter o desnível necessário
para a geração de energia. Tendo em vista a disponibilidade dos recursos
hídricos percebe-se uma possibilidade de aumentar as demandas e a reserva de
água, assim prevenindo estiagens mais críticas com a implantação de novas
barragens, para garantir que esses recursos hídricos fiquem na região.

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REFERÊNCIAS

-RIO GRANDE DO SUL. Departamento de Recursos Hídricos. Relatório síntese (RS),


para o Processo de Planejamento dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica
do Rio Ijuí. Porto Alegre, 2012
ANA. Agência Nacional de Águas. Rede Hidrometeorológica Nacional. 2018. Disponível
em: . Acesso em: 20 de junho de 2018.
S. M. Villela e A. Mattos. Hidrologia aplicada (1975). Hidrologia aplicada. São Paulo:
1975, p. 16.
https://periodicos.ufsm.br
http://ww3.fepam.rs.gov.br
https://sema.rs.gov.br
www.ibge.gov.br
https://pt.climate-data.org
https://pt.weatherspark.com

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