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SABESP

Agente de Saneamento Ambiental

Noções de hidráulicas, tubulações, canais, galerias, saneamento básico com base na preservação do
meio ambiente. ........................................................................................................................................ 1
Conhecimentos básicos de produtos químicos utilizados em tratamento de água ou esgotos. Ex. cloro,
sulfato de alumínio, cloreto férrico, ácido fluorsilícico, polímero, hidróxido de sódio e hidróxido de
cálcio. ..................................................................................................................................................... 19
Vidraria de laboratório: pipetas, provetas, Béquer, etc. ..................................................................... 26
Equipamentos de laboratório: analisadores de PH, Cloro, Turbidez, flúor, cor, ferro e alumínio. ...... 30
Conhecimentos das fases do tratamento de água ou esgotos. ......................................................... 33
Análise de controle: PH, cloro residual, turbidez, flúor, cor, sólidos sedimentáveis, Oxigênio Dissolvido
(OD), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO). .................... 45
Tipos de tratamento de esgoto: Lagoas de estabilização ou lodo ativado com aeração prolongada. 48
Noções de destinação de resíduos industriais, proteção de mananciais e recursos hídricos. ........... 67
Normas Técnicas de Segurança no trabalho no manuseio de produtos químicos, transporte de
materiais, ergonomia. ............................................................................................................................. 76
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). ................................................................................... 93
Questões. .......................................................................................................................................... 98

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Noções de hidráulicas, tubulações, canais, galerias, saneamento básico com
base na preservação do meio ambiente.

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foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

Noções de Hidráulica

O que é hidráulica?
É a ciência que estuda as características físicas de fluidos líquidos em repouso (confinados) ou em
movimento (escoamentos). A lei fundamental da hidráulica é: "A pressão exercida em um ponto qualquer
de um líquido em repouso (estático) é a mesma em todas as direções e exerce forças iguais em áreas
iguais".
Em outras palavras, a hidráulica consiste no estudo das características e uso dos fluidos confinados
ou em escoamento como meio de transmitir energia.

Conceitos fundamentais - Força, Pressão e Perda de Carga


Quando uma força é aplicada sobre uma área, ocorre o que chamamos de pressão. Imagine um
reservatório com 10 metros de altura, completamente cheio de água. Qual é a força, ou pressão, que
teremos sobre o fundo deste reservatório? Será de 10 metros de força em cada cm² do seu fundo, não
importando qual seja o seu diâmetro.

Força - é o esforço feito sobre um objeto.


Unidades de medida: quilograma-força (kgf) ou Newton (N), sendo que
1 kgf = 9,80 N.
A água como qualquer outro objeto tem peso, por isso em
Hidráulica as forças exercidas pelos líquidos estão associadas à Área (A) onde os líquidos estão
contidos. Essa relação é conhecida como Pressão (P).

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Área – é a quantidade de espaço existente em uma superfície.
Quando aplicada à Hidráulica, a área por onde a água passa é a seção do tubo ou a área de um
reservatório.

Unidades de medida: metro quadrado (m²), centímetro quadrado (cm²) e quilômetro quadrado (km²).

Pressão (P) - é a quantidade de Força (F) que foi aplicada em uma determinada área (A).

a) Pressão Hidrostática: forças exercidas pelo líquido contido em reservatórios.

A água contida em um tubo tem um determinado peso, o qual exerce uma determinada pressão nas
paredes desse tubo. Qual é essa pressão? Olhando para os dois copos, A e B, em qual dos dois existe
maior pressão sobre o fundo? No copo A ou no copo B? A primeira ideia que nos vem à cabeça é de que
existe maior pressão no fundo do copo A.

No entanto, se ligarmos os dois copos, como mostra a figura abaixo, observaremos que os níveis
permanecem exatamente os mesmos. Isto significa que: se as pressões dos copos fossem diferentes, a
água contida no copo A empurraria a água do copo B, que transbordaria. As pressões, portanto, são
iguais em ambos os copos! É isto mesmo o que ocorre na prática. Esta experiência é chamada “Princípio
dos Vasos Comunicantes”.
Agora, se adicionarmos água no copo A, inicialmente ocorre um pequeno aumento da altura ”hA“. O
nível do copo A, então, vai baixando aos poucos. Com a adição de água, houve um aumento de pressão
no fundo do mesmo, a qual tenderá a se igualar com a pressão exercida pela água do copo B.

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A pressão que a água exerce sobre uma superfície qualquer (no nosso caso, o fundo e as paredes
dos copos) só depende da altura do nível da água até essa superfície. É o mesmo que dizer: a pressão
não depende do volume de água contido em um tubo, e sim da altura. Níveis iguais geram pressões
iguais. A pressão não depende da forma no recipiente.

Dentro do sistema de abastecimento e da instalação predial, a água exerce uma força sobre as paredes
das tubulações. A esta força damos o nome de “pressão”. Nos prédios, o que ocorre com a pressão
exercida pela água nos diversos pontos das tubulações é o mesmo que no exemplo dos copos. Isto é: a
pressão só depende da altura do nível da água, desde um ponto qualquer da tubulação até o nível da
água do reservatório. Quanto maior for a altura, maior será a pressão.
Se diminuirmos a altura, a pressão diminui. No esquema abaixo, observamos que a pressão no ponto
C é maior que em A, pois ali a altura da coluna da água é maior que a coluna do ponto A.

b) Pressão Hidrodinâmica: pressão que a água exerce quando está em movimento.

c) Pressão de Serviço: pressão máxima que pode existir na rede para que a instalação hidráulica
funcione em condições normais.

Velocidade - rapidez com que um corpo muda de posição em um determinado tempo.


Unidades de medida:
- m/s - metro por segundo
- km/h - quilômetro por hora
A velocidade aumenta:
- quanto mais inclinado estiver o tubo com escoamento livre
- quando diminui a pressão na tubulação

Vazão - rapidez com que o volume de líquido passa pelo tubo em um determinado tempo.
Unidades de medida:
m³/s - metro cúbico por segundo
L/min - litro por minuto

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Golpe de Aríete - aumento instantâneo de pressão da água dentro da tubulação. Ocorre quando a
descida da água é interrompida bruscamente.

1) Válvula fechada: apenas a pressão nominal atua dentro da coluna.

2) Válvula aberta: a água desce, aumentando sua velocidade dentro do tubo. A pressão hidrostática
contra as paredes reduz ao máximo.

3) Fechamento rápido da válvula: interrupção brusca da água, que causa violento impacto na válvula
e equipamentos. E também vibrações e fortes pressões que tendem a dilatar o tubo.

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Para solucionar:
- regule as válvulas de descarga a cada 6 meses
- troque as válvulas de fechamento rápido
- instale válvulas redutoras de pressão

Conduto livre - o líquido dentro do tubo está sujeito apenas à pressão atmosférica e não preenche
toda a seção no tubo.
Ex: escoamento de esgoto e águas pluviais.

Conduto sob pressão - o líquido dentro do tubo está sob pressão, positiva ou negativa, e preenche
toda a seção do tubo.
Ex: água fria, incêndio e água quente.

Perda de Carga - resistência ao movimento da água. Pode ser:


a) Localizada - o choque entre as partículas causam turbulências.

b) Distribuídas - atrito ao longo da tubulação

As principais causas da perda de carga são:


- Traçados de tubulações: quanto maior o comprimento da rede, maior será a perda de carga.
- Número de conexões: quanto mais conexões, maior será a perda de carga.
- Rugosidade: quanto mais rugosas forem as paredes internas dos tubos, maior será a perda de carga.
- Quanto menor forem os diâmetros dos tubos, maior será a perda de carga.

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TIPOS DE INSTALAÇÃO
a) Tubulações suspensas ou aéreas:
- Fixar com abraçadeiras ou suportes.
- Mais utilizadas para instalações de água fria e esgoto.

b) Tubulações enterradas:
- Assentadas em: terreno resistente ou sobre base apropriada, sem detritos nem materiais pontiagudos
- Mais utilizadas para instalações de esgoto.

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c) Tubulações embutidas:
- Ficam independentes da alvenaria.
- Devem permitir movimentação.
- Deixam uma abertura na alvenaria maior que a do diâmetro do tubo.

SISTEMAS DE ÁGUA FRIA

Conjunto de tubulações e dispositivos destinados ao abastecimento dos pontos de água da edificação.


Componentes
- Ambiente externo: entrada de água.
- Ambiente interno: instalação e distribuição.

a) Ambiente externo
- Executado pela concessionária pública.
- Colocação do kit cavalete e hidrômetro - medidor de consumo

b) Ambiente interno
- Instalação predial - fica toda a tubulação dentro da edificação.
- Distribuição de água - são 3 tipos: Direto, Indireto e Misto.

SISTEMAS DE ÁGUA QUENTE


Fornece água quente nos pontos de consumo, utilizando a tubulação de entrada de água da instalação
de água fria.
Tipos de aquecimento
a) Individual local - Água quente é fornecida em um ponto de consumo.
Ex: duchas elétricas.

b) Central privado - aquecedores residenciais


Ex.: Aquecedor de acumulação de passagem.

c) Central coletivo - aquecedores centrais da edificação.

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- Produtos
1) Aquecedores - Aumentam a temperatura da água que será fornecida.
a) Classificação por tipo de funcionamento - são 2 modelos:
• Aquecedor de passagem: não armazena a água quente, apenas aquece quando ela passa.
• Aquecedor de acumulação: armazena a água quente em reservatórios conhecidos como “boilers”.

b) Classificação por tipo de alimentação - são 3 modelos:


• Aquecedor a gás natural ou elétrico:
Instalação - em local com ventilação e chaminé.
Manutenção - no mínimo uma vez por ano.

• Aquecedor Solar:
- Utiliza a luz solar como fonte de energia.
- A captação da energia solar é feita por placas colocadas sobre o telhado, que retém o calor e aquece
a água. Depois essa água fica armazenada no “boiler” pronta para o uso.
- Precisa ter um sistema de aquecimento complementar.

SISTEMAS DE ESGOTO

Coletam, conduzem e afastam da edificação os despejos do uso dos aparelhos sanitários, levando
para a rede pública.
NBR 8160 recomenda que:
- Evite a contaminação da água potável.
- Tenha fácil acesso à inspeção.
- Impeça retorno de gases.
- Seja separado do sistema de águas pluviais.

Partes do Sistema
- Instalação secundária.

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- Instalação primária.
- Ventilação.

SISTEMAS DE ÁGUAS PLUVIAIS


Águas pluviais são as águas originadas a partir das chuvas.
Esse sistema recolhe águas da chuva e conduz para fora da edificação.
- Não é permitido ligar o sistema de águas pluviais a outros sistemas prediais como de água fria e
esgotos.

Componentes
a) Coberturas
Protege as áreas construídas contra a ação do tempo
Ex: telhados, marquises, terraços, etc.

b) Calhas e condutores
Recolhem as águas das coberturas e levam para o sistema público:
- Sarjetas.
- Redes de drenagem.
01 – Perfi l
02 – Condutor Vertical
03 – Abraçadeira
04 – Emenda
05 – Joelho 90°
06 – Joelho 60°
07 – Cabeceira Esquerda

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08 – Cabeceira Direta
09 – Esquadro Interno
10 – Esquadro Externo
11 – Suporte em PVC
12 – Suporte Dobrado
13 – Suporte Metálico
14 – Acoplamento
15 – Bocal
16 – Vedação

SISTEMAS DE RESERVAÇÃO
Reservatórios para armazenamento de água potável, águas pluviais ou água de poço.
Caixas dʼágua
- Nunca devem ser enterradas.
- Limpeza a cada 6 meses.

Cisternas
- Só podem ser enterradas.
- Limpeza a cada 6 meses.

Manutenção dos Sistemas


Requer inspeção visual inicial para verificar:
- Estado de conservação.
- Corrosão.
- Vazamentos.
- Alinhamento.
- Condição das juntas.
- Peças rompidas.

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Tipos
1) Preventiva
Realizada para eliminar problemas futuros.
2) Corretiva
Corrige problemas existentes, porém é considerada cara e gera alguns transtornos.
Na maioria das vezes, os problemas surgem devido à má execução na instalação ou manutenção.

Exposição ao sol
- Perdem resistência à pressão.
- Sofrem descoloração e ressecam, reduzindo a resistência ao impacto.

Entrada de Ar na Tubulação
- Causa falta de água em pontos internos da residência.
- Para detectar, verificar sifões invertidos e a falta de respiro ou suspiro na caixa d’água.

Tensionamento por instalação fora de prumo


- Partes internas e flanges fragilizados.
- Rompimento pelo deslocamento da tubulação.

Bolsas/curvas feitas por aquecimento


- Fragilizam as instalações.
- Perdem resistência à pressão.
- Causam rupturas.

Excesso de adesivo
- Fragiliza as partes internas.
- Reduz o diâmetro interno.

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- Causa rompimento por fadiga.

Tensionamento por excesso de aperto


- Observe as marcas de chave de grifo na peça.
- Compromete a resistência do produto.
- Deforma o fundo da rosca.

Ruptura por impacto na tubulação


- Apresenta linha de rompimento em forma de estrela.
- Trincas e rupturas.

Condutos Livres ou Canais

Denominam-se condutos livres ou canais, os condutos onde o escoamento é caracterizado por


apresentar uma superfície livre na qual reina a pressão atmosférica. Neste contexto, os cursos d’água
naturais constituem o melhor exemplo de condutos livres. Além dos rios, funcionam como condutos livres
os canais artificiais de irrigação e drenagem, os aquedutos abertos, e de um modo geral, as canalizações
onde o líquido não preenche totalmente a seção do canal.
Os escoamentos em condutos livres diferem dos que ocorrem em condutos forçados porque o
gradiente de pressão não é relevante. Nesses condutos, os escoamentos são mais complexos e com
resolução mais sofisticada, pois as variáveis são interdependentes com variação no tempo e espaço.
Uma importante característica da hidráulica dos canais além da superfície livre, é a deformidade desta.
Nos condutos livres, ao contrário do que ocorre nos forçados, a veia líquido tem liberdade de se modificar
para que seja mantido o equilíbrio dinâmico. Dessa forma a a deformidade da superfície livre dá origem
a fenômenos desconhecidos nos condutos forçados, como o ressalto hidráulico, o remanso etc...

Forma Geométrica dos canais


Os canais são projetados usualmente em uma das quatro formas geométricas seguintes: Retangular,
trapezoidal, triangular e semi-circular, sendo a forma trapezoidal a mais utilizada .

Seção transversal de um canal trapezoidal.

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Elementos característicos da seção de um canal

Área (A) – é a seção plana do canal, normal a direção geral da corrente líquída;

Seção molhada (A) - parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido (Tabela 3.1). Os elementos
geométricos da seção molhada são:

- Profundidade (h) - altura do líquido acima do fundo do canal;

- Área molhada (Am): é a área da seção molhada;

- Perímetro molhado (P) - comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto;

- Largura Superficial (B) - largura da superfície em contato com a atmosfera;

- Raio hidráulico (R) - relação entre a área molhada e perímetro molhado;

- Profundidade Hidráulica - relação entre a área molhada e a largura superficial.

Elementos de geométricos de canais.

Borda Livre do canal

Em canais abertos e fechados, deve-se prever uma folga de 20 a 30% de sua altura, acima do nível
d’água máximo do projeto. Este acréscimo representa uma margem de segurança contra possíveis
elevações do nível dá água acima do calculado, o que poderia causar trasbordamento.

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Borda livre em canais.

Declividade recomendas para taludes de Canais

Para obter estabilidade das paredes laterais dos canais não-revestidos, a declividade dos taludes deve
ser determinada em função da estabilidade do material com o qual se construirá o canal. Na Tabela
seguinte estão relacionadas as declividades de taludes mais usuais para canais não revestidos, de
diversos materiais.

Inclinação de taludes para canais não revestidos (valores de m):

Velocidade da água nos canais

Nos canais o atrito entre a superfície livre e o ar e a resistência oferecida pelas paredes e pelo fundo
originam diferenças de velocidades, tendo um valor mínimo, junto ao fundo do canal, e máximo, próximo
à superfície livre da água, conforme a figura a seguir. Devido essa variação da velocidade com a
profundidade, trabalha-se com a velocidade média.

Distribuição da velocidade da água em um canal

Na Tabela a seguir encontram-se os valores máximos recomendáveis da velocidade nos canais, os


quais foram determinados em funçao da erodibilidade do canal. Entretanto, outro problema é a
sedimentação nos canais. Nesse caso, são recomendados os seguintes valores mínimos para velocidade
nos canais.

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Valores máximos recomendáveis para velocidade média no canal.

Valores mínimos recomendáveis para velocidade média no canal.


Material Velocidades (m/s)
Água com suspensão fina 0,3 m/s
Água com areia fina Água de 0,45 m/s
esgoto 0,60 m/s
Água pluvial 0,75 m/s

Declividade de canais:

Movimento Uniforme nos canais


Em condições normais, ocorre nos canais um movimento uniforme, ou seja, a velocidade média da
água é constante ao longo do canal.
No caso da equação da continuidade:

Onde:

Q = Vazão ( m3/s );
A = Área da seção molhada (m2);
V = Velocidade de escoamento ( m/s );

A área é determinada geometricamente e a velocidade pode ser medida no local ou, na maioria dos
casos, determinada através de equações. Há varias equações para o calculo da velocidade média da
água em um canal, porém as mais usadas são as de Chezy, Strickler e Manning.
As equações de Strickler e Manning podem ser escritas da seguinte forma:

Onde:

K = Coeficiente de rugosidade de Strickler;


R = Raio hidráulico ( m ) R = A / P ( P = Perímetro molhado );
J = Declividade do fundo ( m/m ); e
n = Coeficiente de rugosidade de Manning.

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Coeficiente de Rugosidade de Strikler ( K )

Saneamento Básico1

É comum que o saneamento básico seja visto como um conjunto de serviços de acesso à água potável,
à coleta e ao tratamento dos esgotos. Essa definição é bem mais complexa na prática.
A prof. ª Simone Cynamon, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/FIOCRUZ)
define que o conjunto acima citado é apenas elementos que compõem algo muito maior. Ela, em
uma reportagem publicada pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
(EPSJV/Fiocruz), define saneamento básico como a ciência que trabalha a proteção do ser humano e do
meio ambiente do qual ele está inserido.

Símbolo dos serviços básicos do saneamento

Resumindo saneamento é basicamente o estudo do comportamento da sociedade quanto à produção


e descarte de resíduos que causam algum tipo de agressão à saúde do ser humano utilizando ferramentas
e elementos que proporcione qualidade de vida e que minimizem os riscos.
Cada um desses serviços tem peculiaridade própria e deve ser tratado dentro de tecnologias
atualizadas compatíveis com o grau de desenvolvimento do município. Independentemente do estágio
socioeconômico, o zelo e cuidados pela boa funcionalidade desses sistemas indicam o estágio cultural,
organizacional e de desenvolvimento de seus habitantes.
Conforme informações da revista SANEAS (ed. 56 – Ano XIII), somente no nosso continente, cerca de
100 milhões de pessoas são desprovidas de saneamento básico e as áreas rurais são as que mais
sofrem com a falta de água e saneamento. Com o crescimento da população é necessário a priorização
das necessidades de saneamento básico das grandes metrópoles através de políticas públicas.
No Brasil esse direito é assegurado pela Lei nº. 11.445/2007. Chamada de a Lei Nacional do
Saneamento Básico – LNSB, ela teve vigência a partir de 22 de fevereiro do mesmo ano, estabelecendo
as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal do saneamento básico.

1
http://www.eosconsultores.com.br/o-que-e-saneamento-basico/

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Serviços do Saneamento Básico

Distribuição de Água Potável


De toda água que o nosso planeta dispõe somente 2,5% é água doce. A região mais rica do mundo
em termos de disponibilidade de água doce por pessoa é a América Latina. Na lista de países que contam
com a maior quantidade de água, três da América Latina estão entre os primeiros: Brasil (primeiro),
Colômbia (terceiro) e Peru (oitavo).

Estação de tratamento de água

Mesmo com toda essa abundância de água não significa que ela seja suficiente para todos. Ainda
existe uma enorme desigualdade de abastecimento de água entre as cidades brasileiras, um exemplo
que pode ser citado é São Paulo, a demanda é muito elevada e o desperdício vem na mesma proporção
por conta de uso inadequado e às instalações precárias. No Brasil em torno de 83,3% dos brasileiros são
atendidos com abastecimento de água e mais de 35 milhões de pessoas ainda não possuem acesso a
este serviço básico de saneamento.

Coleta e Tratamento de Esgoto


Segundo os índices da ONU de saneamento básico no mundo, 40% da população mundial não têm
acesso aos serviços de coleta e tratamento de esgoto e à água potável. Isso significa que mais de 200
milhões de toneladas de esgoto são despejadas no meio ambiente anualmente sem coleta e tratamento
adequados.
No Brasil, conforme dados do SNIS, a coleta atende cerca de 50,3% da população brasileira.
Atualmente mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a este serviço básico. Mais de 3,5 milhões
de pessoas despejam esgoto irregularmente mesmo tendo redes coletoras disponíveis.
Cerca de 450 mil pessoas nos 15 municípios paulistas têm disponíveis os serviços de coleta dos
esgotos. Porém não estão ligados às redes, portanto, despejam seus esgotos de forma inadequada no
meio ambiente.

Estação de tratamento de esgoto

Com relação ao tratamento de esgoto, 42,67% dos esgotos do país são tratados. A média das 100
maiores cidades brasileiras em tratamento dos esgotos foi de 50,26%. E ainda, a Organização Mundial
da Saúde (OMS)/ UNICEF existe 4 milhões de habitantes sem acesso a banheiro. A falta desse serviço
afeta vários setores: como educação, saúde, trabalho entre outros.

Coleta e Manejo de Resíduos Sólidos


Segundo dados de 2008 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, por
meio da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, 99,96% dos municípios brasileiros têm
serviços de manejo de Resíduos Sólidos, mas 50,75% deles dispõem seus resíduos em vazadouros;
22,54% em aterros controlados; 27,68% em aterros sanitários.

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Coleta de Resíduos Sólidos

Esses mesmos dados apontam que 3,79% dos municípios têm unidade de compostagem de resíduos
orgânicos. Outros 11,56% têm unidade de triagem de resíduos recicláveis. Somente 0,61% têm unidade
de tratamento por incineração. A prática desse descarte inadequado provoca sérias e danosas
consequências à saúde pública e ao meio ambiente. Isso está ligado um quadro de um grande número
de famílias que sobrevivem dos “lixões”. Eles retiram os materiais que podem ser reciclados e
comercializam.
Ainda é frequente observar-se a execução de ações em resíduos sólidos sem prévio e adequado
planejamento técnico-econômico. A falta de regulação e controle social no setor contribui na gravidade
da quadro atual.

Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Urbanas


O sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas pode ser definido como o conjunto de
obras, equipamentos e serviços projetados para receber o escoamento superficial das águas de chuva
que caem nas áreas urbanas, fazendo sua coleta nas ruas, estacionamentos e áreas verdes, e
encaminhando-os aos córregos, lagos ou rios.

Para manter o sistema em funcionamento, algumas ações simples são essenciais:

- Evitar o descarte de lixo nas ruas;


- Não fazer ligações de esgoto na rede pluvial e
- Manter áreas permeáveis nos lotes.

Via sem adequado sistema de coleta de águas pluviais

Com isso, a qualidade dos corpos hídricos melhora, consequentemente elevando a qualidade de vida
da população.

Após essa análise é concluído que o saneamento básico é uma das chaves para a melhoria da
qualidade de vida. Com certeza é uma importante ferramenta para prevenção de doenças.
Consequentemente os investimentos aplicados em combate à essas doenças tendem a
diminuir. Podemos comprovar essa afirmação através dos dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS). A cada dólar investido em saneamento básico significa economizar U$ 9 em outras áreas,
especialmente a saúde.
Por isso é muito importante o planejamento das ações de políticas públicas sejam bem elaborados e
completos. É preciso que se pense e se planeje não só bons projetos, mas como eles serão aplicados e
como contribuirão para a sociedade.

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Conhecimentos básicos de produtos químicos utilizados em tratamento de água
ou esgotos. Ex. cloro, sulfato de alumínio, cloreto férrico, ácido fluorsilícico,
polímero, hidróxido de sódio e hidróxido de cálcio.

Produtos Químicos Usados no Tratamento de Água2

Os tipos de produtos químicos utilizados numa estação de tratamento de água podem varia muito, em
função da qualidade da água a ser tratada e do próprio mercado fornecedor.

Tempo médio na ETA

Abaixo listamos alguns produtos químicos utilizados nas ETA’s, assim como nas ETE’s. Seu uso,
armazenamento e manuseio.

2 http://www.snatural.com.br/Produtos-Quimicos-tratamento-agua.html

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Evaporadores e cloradores

Descrição dos Produtos Químicos Utilizados nas Etas/Etes

Listamos abaixo alguns dos produtos mais utilizados nas ETAs e ETEs, sua forma, armazenamento e
manuseio.

SULFATO DE ALUMÍNIO
Quase sempre é fornecido sob forma sólida. Entretanto, pode também ser fornecido sob forma líquida.
O sulfato de alumínio utilizado para o tratamento da água não exige especificação rigorosa, exceto no
que diz respeito à granulometria do produto sólido, no caso de dosagem a seco, e quanto ao teor de
impurezas insolúveis e umidade excessiva, com o consequente elevado teor de ácido livre, o que indica
que o produto foi mal fabricado.

Armazenagem
Em sacas de papel multifolhado seja armazenado em local seco, com as sacas colocadas sobre
estrados de madeira e afastadas de paredes.
Essas providência evitará o rompimento das sacas, resultante da absorção de umidade pelo sulfato
de alumínio e a consequente formação de ácido sulfúrico

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Preparo
O preparo da solução de sulfato de alumínio é realizado no interior de tanques apropriados,
adequadamente revestidos (de forma a resistirem à agressividade da solução preparada), usualmente
com concentrações variando entre 2% e 10%.
De modo geral, são construídos pelo menos dois tanques, de tal forma que um deles possa ser
preparado enquanto que o outro está fornecendo solução previamente preparada para o dosador.

CAL HIDRATADA
É provavelmente o mais popular dos alcalinizantes utilizados nas estações de tratamento de água
brasileiras. É fornecida sob forma de pó, e pode ser dosada por via seca ou via úmida, sendo essa última
a mais comum em pequenas estações de tratamento.

Armazenagem
Como no caso do sulfato de alumínio sólido, as sacas de cal devem ser estocadas sobre estrados de
madeira, de forma a evitar que o contato com a umidade “empedre” o produto.
As sacas mais velhas devem ser utilizadas com prioridade. Isto porque a cal reage com o gás carbônico
presente na atmosfera, retornando assim ao calcário encontrado na natureza.
Pode-se, assim, empilhar até cerca de 14 sacas, umas sobre as outras.

Manuseio
Usar EPIs - Luvas de látex ou PVC, óculos ampla – visão, mascara contra empoeiramento intenso e
botas de PVC.
Medidas técnicas apropriadas: Ventilação forçada em caso de empoeiramento intenso.
Precauções para manuseio seguro do produto químico: N/R.
Avisos de manuseio seguro: Proteger da chuva e do vento.

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Preparo
Na dosagem por via seca, não é necessário preparo preliminar, desde que a cal hidratada seja
fornecida dentro das especificações exigidas pelo equipamento dosador.
Em tal caso, a granulometria desse produto tem se mostrado de fundamental importância para o
correto funcionamento do equipamento dosador.
No caso de dosagem por via úmida, normalmente prepara-se o denominado leite de cal, que é a
suspensão do produto, em concentrações variando entre 2% e 10%, De modo geral, esse preparo é
realizado em tanques a cal hidratada comercial de algumas procedências costuma apresentar teor de
insolúveis acima do desejado.
A suspensão de cal hidratada deve ser agitada continuamente, qualquer que seja o nível no interior do
tanque de preparo, para evitar a sedimentação do produto e, em consequência, a alteração da
concentração da suspensão que está sendo dosada.
A partir daí, o leite de cal pode ser encaminhado para os dosadores de gravidade, do tipo de canecas
ou, através dos denominados sistemas mistos, para dosadores do tipo de extravasão ou recirculação.

ÁCIDO FLUOSSILÍCICO
É um subproduto da indústria de fertilizantes. É um líquido altamente solúvel e corrosivo, o que dificulta
o seu transporte e requer reservatórios apropriados. Todos os recipientes, tubulações e válvulas, que
estiverem em contato com o ácido devem ser de material plástico como: PVC, Polietileno, Polipropileno,
Acrílico ou Teflon. Os locais de armazenagem devem ser frescos e ventilados, por sua natureza tóxica,
pois ao vaporizar-se, decompõe-se em Ácido Fluorídrico e Tetrafluoreto de Silício. Suas principais
características são:

O Ácido Fluossilícico normalmente é encontrado no mercado em soluções concentradas a 20%, isto


é, em cada 1000 mL da solução, existem 200 mL de ácido. A dosagem na água a ser fluoretada dependerá
da concentração do ácido.
Os equipamentos mais utilizados para dosar o Ácido Fluossilícico são: as bombas dosadoras e os
dosadores de nível constante.

Segurança e manuseio
A segurança relacionada com o manuseio merece destaque em função da natureza tóxica do produto.
Os operadores devem evitar contato do composto com a pele, bem como qualquer possibilidade de
ingestão ou inalação dos vapores.
O manuseio do ácido Fluossilícico deve ser realizado com equipamentos de proteção individual – EPI
(NR 6 do Ministério do Trabalho e Emprego – 206.000.01/10): Óculos, máscara, luvas, botas e avental de
plástico ou borracha. O local de armazenagem deve possuir torneira com água corrente, de maneira a
ser utilizada em caso de acidente. Ocorrendo tal situação, a pele da pessoa acidentada deve ser lavada
com bastante água corrente.

Cuidados especiais
O vazamento de ácido deve ser neutralizado com água e cal. Os cuidados com a manipulação do
produto incluem a aplicação direta do recipiente, ventilação adequada, estocagem livre de outros
produtos, principalmente os incompatíveis. Os recipientes de armazenagem devem ter saída externa para
os gases e identificação. Atentar para as recomendações do rótulo com relação ao descarte do recipiente,
que deverá ser devolvido para reciclagem.

Concentração do ácido Fluossilícico na solução adquirida


Normalmente, o composto é fornecido na concentração de 20%. Recomenda-se monitorar essa
concentração, ou exigir do fabricante o certificado de análises. Enfatiza-se que a concentração é medida
por intermédio da aferição da densidade do composto adquirido e utilização de tabela que relaciona a
densidade obtida, concentração do ácido e quantidade em g/L.

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Manuseio
O produto deve ser manipulado, envasilhado ou diluído, somente em ambiente com ventilação local
de exaustão – VLE, para evitar concentrações perigosas no ambiente de trabalho.
Evite contato da substância com materiais metálicos, devido à liberação de gases inflamáveis
(hidrogênio). As embalagens devem ser etiquetadas devidamente e mantidas fechadas quando não
estiverem em uso Recipientes vazios podem conter resíduos perigosos do produto, mantenha-os bem
fechados e não reutilize as embalagens.
Fumar, comer, beber, estocar alimentos ou aplicar cosméticos, são atos que devem ser evitados nas
áreas em que o produto é manipulado. Lavar sempre as mãos e antebraços antes de comer, beber, fumar
ou utilizar o sanitário.

Condições de armazenamento seguro, incluindo qualquer incompatibilidade


Medidas técnicas
Condições adequadas: O produto deve ser armazenado em local seco, arejado (abaixo de 38ºC) e ao
abrigo de radiações solares em bombonas de polietileno. Evite danificar as embalagens – o produto é
corrosivo. As embalagens podem ficar quebradiças ao longo do uso. Faça inspeções periódicas nos
tanques e embalagens verificando a resistência das mesmas. Providenciar local adequado, ventilado, à
prova de fogo e materiais adequados para embalagens. O local deve conter diques de contenção.
Armazenar em local arejado, ao abrigo do calor, fontes de ignição e separados de produtos que possam
reagir com o ácido, de materiais combustíveis e inflamáveis Os depósitos de ácido fluorsilícico devem ser
providos de chuveiro de emergência, lava olhos e hidrantes equipados com bico de água tipo jato-neblina.
Condições que devem ser evitadas: Danificar as embalagens, pois o produto corrosivo
De sinalização de risco: Líquido corrosivo. Uso obrigatório de EPIs.
Produtos e materiais incompatíveis: Metais, vidros, álcalis, ácidos fortes e concentrados, oxidantes
fortes, peróxidos orgânicos, sólidos combustíveis, cianetos, sulfetos e carbonatos
Materiais seguros para embalagens:
Recomendadas: Os recipientes são em geral tanques ou bombonas plásticas.
Inadequadas: Não estocar (nem mesmo em solução), em containeres ou frascos de vidro ou cerâmica
Evitar material incompatível (ver itens acima).

CLORO GASOSO
Trata-se de um gás amarelo-esverdeado, tóxico, de odor irritante e sufocante. Embora, por si só, não
seja corrosivo, ao entrar em contato com a água forma ácido clorídrico e ácido hipocloroso, tornando-se
então muito corrosivo para todos os metais comuns, a tal ponto que apenas o ouro, a platina, a prata e o
titânio são capazes de resistir à sua ação.
Embora não seja inflámavel ou explosivo, da mesma forma que o oxigênio, ele é capaz de manter a
combustão de certas substâncias.

Armazenagem
A armazenagem dos cilindros de cloro deve ser feita em local separado das demais unidades da casa
de química. Além disto, é de todo conveniente que cilindros fiquem abrigados do calor e da incidência
direta de raios solares, bem como livres da ação da umidade, em vista da possibilidade da formação do
ácidos clorídrico e hipocloroso, agressivos aos metais.

APLICAÇÃO DO CLORO EM ETA’S

Cilindros de 90 kg

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Cilindros de 900 kg

Tanques estacionários de 50 ton

Caminhão tanque de 18 ton

POLICLORETO DE ALUMÍNIO

Sinônimos: PAC, Polímero de Hidróxido de Alumínio.


Fórmula química: Aln(OH)mCl3n-m
Classe: 8 - Corrosivo
Número da ONU: 1760

Características gerais
Policloreto de alumínio é um coagulante/floculante inorgânico polimerizado, apresenta-se na forma
líquida de cor âmbar com aparência viscosa. Devido ao grande volume e da estrutura polimérica dos
flóculos produzidos, é muito eficiente na floculação numa ampla faixa de pH e temperatura.

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Aplicação
É um floculante químico recomendado para uso nas seguintes aplicações:
Substitui com grande desempenho o Sulfato de Alumínio e Cloreto Férrico, aumentando a eficiência
na decantação primária, melhorarando as características de filtrabilidade, e reduz a carga enviada ao
tratamento biológico. Auxilia o processo de espessamento de lodo por centrífuga, filtro prensa ou de
esteira.
Clarificação de efluentes líquidos industriais.
Clarificação de água potável e águas para fins industriais.
Floculante // coagulante // Clarificação para processos industriais.
Para dosagens depende do efluente a ser tratado.

Armazenagem
Armazenar preferencialmente em área fresca, seca, ventilada, piso impermeável e dotado de diques
de contenção. Tanques de estocagem, tubulação e bombas devem ser resistentes ao ácido clorídrico,
por exemplo, aço carbono, PVC, PP, PE.
Materiais incompatíveis: Agentes oxidantes fortes, alcalinos e metais.
Temperaturas elevadas (>35º C).
A sucção da bomba deve estar na parte inferior do tanque, não permitindo lastro.
Este produto deve ser estocado por um período máximo de 3 meses, ou conforme especificado no
rótulo.
Manter a embalagem bem fechada quando não estiver em uso. Estes recipientes não devem ser
reutilizados para outros fins e devem ser dispostos em locais adequados.
Embalagem: Bombonas e Containeres.

Manuseio
Não fumar no local de trabalho.
Utilizar Equipamento de Proteção Individual:
- Use respirador contra vapores ácidos, seguindo as instruções do fabricante, em locais onde possam
ser gerados gases, vapores, fumos, borrifos ou névoas.
- Usar luvas impermeáveis preferencialmente de PVC.
- Protetores faciais ou óculos de ampla-visão com ventilação indireta devem ser usados.
- Usar botinas e uniforme de proteção.
Garantir ventilação adequada no local de trabalho.
Nos locais onde se manipulam produtos químicos deverá ser realizado o monitoramento da exposição
dos trabalhadores, conforme PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) da NR-9.
Manusear de acordo com as boas práticas industriais de higiene e segurança. As instalações de
armazenagem e de utilização devem ser equipadas com instalações de lavagem de olhos e um chuveiro
de segurança. As vestimentas e EPI’s sempre devem ser limpas e verificadas antes de uso. Utilize sempre
para higiene pessoal água, sabão e cremes de limpeza. Bons procedimentos operacionais e de higiene
industrial ajudam a reduzir o risco no manuseio de produtos químicos.

Informações relativas ao transporte


Evitar o transporte em veículos onde o espaço de carga não esteja separado da cabine de condução.
Assegurar que o condutor do veículo conhece os riscos potenciais da carga bem como as medidas a
tomar em caso de acidente ou emergência. Antes de transportar os recipientes, verificar se estão bem
fixados. Quando se tratar de transporte de produtos perigosos, cumprir a legislação em vigor. No
transporte fracionado cada recipiente deverá estar devidamente identificado, portando a rotulagem
prevista em norma. Os mesmos deverão estar lacrados e protegidos por lona na eminência de chuva
durante o percurso.

Referências
http://www.dipaquimica.com.br
Avanex – Industria e Comércio Ltda.
Quirios Produtos Químicos SA

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Vidraria de laboratório: pipetas, provetas, Béquer, etc.

Equipamentos de vidro (vidrarias)

As vidrarias são, em sua maioria, instrumentos de vidro cristal ou temperado, para que as medidas
sejam precisas e o recipiente não reaja com a substância contida nele. Entretanto, elas devem ser
tratadas com o maior cuidado possível, principalmente porque o vidro utilizado nelas é mais trabalhado
que os de outros vidros quaisquer, assim sendo mais caros, obviamente. Os materiais de metal podem
servir para suporte e manuseamento das vidrarias. Existem também materiais de porcelana, de borracha
ou plástico e materiais que são fontes de aquecimento.
Para trabalhar em um laboratório químico é preciso ter a formação em Química (Químico, Técnico em
Química, Engenheiro químico), esses profissionais são capacitados para lidar com situações previsíveis
em um laboratório.
Nele, os profissionais dessa área – professores de química ou de ciências, pesquisadores, químicos
industriais, técnicos de nível médio e engenheiros químicos – realizam diversas análises, reações
químicas e outros processos que são facilitados por meio do uso de alguns equipamentos, aparelhos e
dispositivos criados especialmente para essas atividades.
Existem vários tipos de equipamentos presentes em laboratórios de química. É verdade que a
qualidade e a quantidade desses aparelhos dependem da instituição e do investimento feito em cada
laboratório. No entanto, a seguir apresentaremos alguns equipamentos encontrados em qualquer
laboratório de química, apontando a função e o nome de cada um:

-Balão de fundo chato: dissolve substâncias por meio de agitação, preparando, dessa forma,
soluções; aquece líquidos e realiza reações com desprendimento de gases;
-Balão de fundo redondo: semelhante ao anterior, mas é usado principalmente em processos de
destilação;
-Balão volumétrico: por possuir uma medida exata de volume ele é usado para diluir e preparar
soluções que exigem um volume com maior precisão. Existem vários tamanhos de balões volumétricos,
sendo que cada um possui uma única graduação que é mostrada por um traço de aferição no gargalo;
-Proveta ou cilindro graduado: usado para medir e transferir líquidos e soluções, sem muita precisão;
-Bureta: como as pipetas, a bureta mede e transfere volumes de líquidos e soluções, mas eles são
colocados nela pela sua parte superior, que é aberta e maior. Além disso, ela possui uma torneira
embaixo que pode ser aberta para fazer escoar o líquido de forma rápida e gota a gota, de modo que
o volume transferido seja exatamente o desejado.

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Ela é muito utilizada em titulações, colocando-se nela o titulante e fazendo o seu gotejamento sobre
a solução titulada que se deseja descobrir a concentração e que está adicionada com um indicador
ácido-base. Seu uso é importante nessa técnica, pois uma única gota pode chegar ao ponto de valência
ou ponto de viragem do pH que é indicado pela mudança na cor do titulado.
-Pipeta graduada: mede e transfere volumes pequenos de líquidos e soluções com maior precisão
que a proveta. Podem ser volumes variáveis, pois ela possui uma escala;
-Pipeta volumétrica Tem a mesma finalidade que a pipeta graduada, mas tem a grande vantagem de
ter uma precisão bem maior. Todos os tipos de pipeta não podem ser aquecidos e os volumes medidos
nela são fixos, pois ela não possui uma escala, mas sim um traço fixo;
-Bastão de vidro: é usado para misturar ou agitar soluções;
-Funil: usado em filtrações simples;
-Béquer: usado para os mais diversos fins, tais como: realizar misturas, reações químicas,
dissoluções, ganhar líquidos e soluções. Pode-se até medir volumes pequenos, porém, a precisão é
mínima;
-Tubo de ensaio: testar reações com pequenas quantidades de reagentes;
-Erlenmeyer: usado para preparar e guardar soluções;
-Vidro de relógio: é usado para tampar béqueres, para evaporar e para pesar pequenas quantidades
de material.

Equipamentos de ferro:

-Bico de Bunsen: É a fonte de aquecimento mais utilizada em laboratório. Mas contemporaneamente


tem sido substituído pelas MANTAS E CHAPAS DE AQUECIMENTO.
O bico de Bunsen é um dispositivo usado em química para efetuar aquecimento de soluções em
laboratório. O bico de Bunsen foi aperfeiçoado por Robert Wilhelm Bunsen, a partir de um dispositivo
desenhado por Michael Faraday. Em biologia, especialmente em microbiologia e biologia molecular, é
usado para manutenção de condições estéreis quando da manipulação de micro-organismos, DNA, etc.
O bico de Bunsen queima em segurança um fluxo contínuo de gás sem haver o risco da chama se
propagar pelo tubo até o depósito de gás que o alimenta. Normalmente o bico de Bunsen queima gás
natural, ou alternativamente um GPL, tal como propano ou butano, ou uma mistura de ambos. (O gás
natural é basicamente metano com uma reduzida quantidade de propano e butano).
Diz-se que a área estéril do bico de Bunsen seja de 10 cm. Quando a janela do Bico de Bunsen está
fechada sua chama é igual à de uma vela, pois apenas queima o oxigênio que está em volta e sua chama
fica mais fraca.
-Tela de aquecimento: esse trançado de fios de ferro, com um material no centro adequado para
aquecimento, é usado exatamente para que o material a ser aquecido não receba diretamente a chama
do bico de Bunsen. Além disso, ela tem a função de distribuir o calor para que o equipamento de vidro
que está sendo aquecido não quebre;
-Tripé: apoio para a tela de amianto e outros equipamentos;

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-Suporte universal, garras e argolas de ferro: servem para montagem e sustentação de aparelhos
de laboratório.
Equipamentos de porcelana:

-Cadinho: usado em aquecimento de sólidos submetidos a altas temperaturas


-Almofariz e pistilo: usados para triturar sólidos;
-Cápsula de porcelana: usada na concentração e secagem de soluções;
-Triângulo de porcelana: suporte para cadinhos ao serem aquecidos pela chama de gás.

Outros equipamentos
Chapa Elétrica e Agitador: É utilizada para o aquecimento de substâncias de uma forma em geral,
principalmente as substâncias inflamáveis. Esta é a forma mais comum e segura de aquecimento em um
laboratório de química, atualmente. Ela também pode ser utilizada para o agitamento de soluções,
aquecidas ou não.

Condensador: Utilizado na destilação, tem como finalidade condensar vapores gerados pelo
aquecimento de líquidos.

Dessecador: Usado para guardar substâncias em atmosfera com baixo índice de umidade. Um
dessecador é um recipiente fechado que contém um agente de secagem chamado dessecante. A tampa
é engraxada (com graxa de silicone) para que feche de forma hermética. É utilizado para guardar
substancias em ambientes com baixo teor de umidade.
O agente dessecante mais utilizado é a sílica, que deve estar na coloração azul (seca). Quando a sílica
fica na coloração avermelhada, significa que já está saturada de água, impossibilitando que a mesma
absorva a água do interior do dessecador. Como auxílio ao processo de secagem de substâncias, é
comum o acoplamento de uma bomba de vácuo para reduzir a pressão no interior do dessecador, quando
o mesmo apresenta uma válvula para esta finalidade na tampa. Após o vácuo desejado, a válvula é
fechada e a bomba de vácuo desacoplada. Seu uso mais comum se dá nas etapas de padronização de
soluções, onde um sal de uma determinada substância é aquecido em estufa e posteriormente posto para
esfriar sob pressão reduzida no interior do dessecador.

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O resfriamento a pressão reduzida e no interior do dessecador impede a absorção de água pelo sal
enquanto sua temperatura se iguala à ambiente, para que seja posteriormente pesado.

Estante para Tubo de Ensaio: É usada para suporte de os TUBOS DE ENSAIO.

Manta Aquecedora: Equipamento usado juntamente com um balão de fundo redondo; é uma fonte
de calor que pode ser regulada quanto à temperatura.

Pinça Metálica: Usada para manipular objetos aquecidos

Pisseta ou Frasco Lavador: Usada para lavagens de materiais ou recipientes através de jatos de
água, álcool ou outros solventes.

Alonga: Serve para conectar o condensador ao frasco coletor nas destilações, direcionando o fluxo
de líquido.

Autoclave: É um aparelho utilizado para esterilizar artigos através do calor úmido sob pressão,
inventado pelo auxiliar de Louis Pasteur e inventor Charles Chamberland.

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Mufla (ou Forno Mufla): é um tipo de estufa para altas temperaturas usada em laboratórios,
principalmente de química, sendo utilizada na calcinação de substâncias.

Banho-maria: é um método científico utilizado tanto em laboratórios químicos e na indústria para


aquecer lenta e uniformemente qualquer substância líquida ou sólida num recipiente, submergindo-o
noutro, onde existe água a ferver ou quase.

Equipamentos de laboratório: analisadores de pH, cloro, turbidez, flúor, cor,


ferro e alumínio.

Características Físicas das Águas: Cor, Turbidez, Sólidos, Temperatura. Sabor e Odor

O que tomamos por base para caracterizar a água no seu aspecto físico, são: a cor, a turbidez, os
níveis de sólidos em suas diversas frações, a temperatura, o sabor e o odor.
Ainda que sejam considerados aspectos físicos, estes contribuem para a caracterização da qualidade
química da água, que são os níveis de sólidos em suspensão (associados à turbidez) e as concentrações
de sólidos dissolvidos (associados à cor), os sólidos orgânicos (voláteis) e os sólidos minerais (fixos), os
compostos que produzem odor, etc.

Cor das Águas


A cor da amostra de água está ligada ao grau de redução de intensidade que a luz sofre ao atravessá-
la, em virtude da presença de sólidos dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e
inorgânico. São exemplos de coloides orgânicos: os ácidos húmico e fúlvico, estes são resultantes da
decomposição parcial de compostos orgânicos encontrados em folhas.
Da mesma forma, os esgotos sanitários se caracterizam por apresentarem predominantemente
matéria em estado coloidal, além de diversos efluentes industriais contendo taninos (efluentes de
curtumes, por exemplo), anilinas (efluentes de indústrias têxteis, indústrias de pigmentos, etc), lignina e
celulose (efluentes de indústrias de celulose e papel, da madeira, etc.).
Nas estações de tratamento, a cor é essencial quando se fala em tratamento de água. Não se trata
apenas de um padrão de potabilidade como também de controle de qualidade da água bruta, da
decantada e da filtrada. É com base na cor da água que será determinada a dosagem de produtos
químicos a serem adicionados, os graus de mistura, tempos de contato e sedimentação das partículas
floculadas.
A cor das águas é medida através de comparação visual, empregando-se soluções padrão de cor e
fonte de luz. Quando os valores da cor são muito elevados, como é caso dos efluentes industriais, devem
ser preparadas diluições prévias da amostra até reduzir a cor abaixo do alcance do disco, mas para este
caso, o método espectrofotométrico é mais recomendado.

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Cor real e cor aparente
Na determinação da cor, a turbidez da amostra causa interferência, absorvendo parte da radiação
eletromagnética. O que diferencia a cor aparente da cor verdadeira, se dá pelo tamanho das partículas.
Para a obtenção da cor real ou verdadeira há a necessidade de se eliminar previamente a turbidez através
de centrifugação, filtração ou sedimentação.

Remoção de cor
Os métodos de remoção de cor de águas para abastecimento público e residuárias industriais são à
base de coagulação e floculação. Os tipos e dosagens de coagulantes, além dos efeitos auxiliares de
floculação, variam de acordo com as características das águas.

Turbidez das águas


A turbidez da amostra de água é o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao
atravessá-la, em virtude da presença de sólidos em suspensão, tais como partículas inorgânicas e de
detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton, entre outros.
A erosão das margens dos rios em estações chuvosas é um caso de fenômeno que resulta em
aumento da turbidez das águas e que exige manobras operacionais, como alterações nas dosagens de
coagulantes e auxiliares, nas estações de tratamento de águas.
A determinação da turbidez em águas teve início com o turbidímetro de vela. O turbidímetro é formado
de um tubo de vidro graduado sob o qual se posiciona uma vela acesa.

Remoção da turbidez
As partículas que provocam turbidez nas águas são as mais fáceis de serem separadas, pois se trata
de sólidos em suspensão, devido às baixas relações área superficial/volume apresentadas, ocorre a
predominância de fenômenos gravitacionais.
A turbidez pode ser removida por meio da sedimentação simples, com a utilização de decantadores,
sendo também possível em casos o emprego de flotação por ar dissolvido. A filtração é entendida como
um processo complementar aos anteriores ou empregada diretamente em casos de águas de baixa cor
e turbidez.

Sólidos em águas
Em saneamento, sólidos nas águas correspondem a toda matéria que permanece como resíduo, após
evaporação, secagem ou calcinação da amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante
determinado tempo.
As operações de secagem, calcinação e filtração são as que resolvem as diversas frações de sólidos
presentes na água (sólidos totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis). Os métodos utilizados
para a determinação de sólidos são gravimétricos, com exceção dos sólidos sedimentáveis, cujo método
mais comum é o volumétrico.

As diversas frações podem ser definidas em:


- Sólidos totais (ST): também conhecida como resíduo total, resta na cápsula após a evaporação em
banho-maria, de uma porção de atmosfera e sua posterior secagem em estufa a 103-105ºC;
- Sólidos em suspensão (ou sólidos suspensos) (SS): é a porção dos sólidos totais que fica retida em
em um filtro que permite a retenção de partículas de diâmetro maior ou igual a 1,2 µm.
- c) Sólidos Voláteis (SV): também conhecido como resíduo volátil, trata-se da porção de sólidos que
se perde após a ignição ou calcinação da amostra a 550-660ºC, durante uma hora para sólidos totais ou
dissolvidos voláteis ou 15 minutos para sólidos em suspensão voláteis, em forno mufla.
- Sólidos Fixos (SF): também denominado resíduo fixo, é a porção dos sólidos (totais, suspensos ou
dissolvidos) que resta após a ignição ou calcinação a 550-600º C, após uma hora (para sólidos totais ou
dissolvidos fixos) ou 15 minutos (para sólidos em suspensão fixos) em fornomufla.
- Sólidos Sedimentáveis (SSed): trata-se da porção dos sólidos em suspensão que se sedimenta sob
a ação da gravidade durante um período de uma hora, a partir de um litro de amostra mantida em repouso
em um cone Imhoff.

Remoção de sólidos
Embora os sólidos, sob o ponto de vista de tamanho, sejam classificados apenas em sólidos em
suspensão e sólidos dissolvidos, existem três faixas de tamanho com comportamentos distintos sob o
ponto de vista do tratamento. Os sólidos em suspensão, são fáceis de serem separados da água.

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Prevalecem sobre eles fenômenos de massa e geralmente são removidos por sedimentação simples.
Os flocos que apresentam baixas velocidades de sedimentação nos decantadores podem ser separados
em filtros de areia ou filtros de camada dupla de areia e carvão antracito.
Nas estações de tratamento de esgotos sanitários e de efluentes industriais predominantemente
orgânicos, ocorrem reduções nas concentrações de sólidos voláteis dos despejos que são tratados por
processos biológicos.

Temperatura
É uma condição ambiental muito importante em estudos voltados ao monitoramento da qualidade de
águas.
Entretanto, o aumento da temperatura provoca o aumento da velocidade das reações, em particular
as de natureza bioquímica de decomposição de compostos orgânicos. Por outro lado, reduz a solubilidade
de gases dissolvidos na água, principalmente o oxigênio, base para a decomposição aeróbia. Juntos,
esses dois fatores se superpõem, fazendo com que nos meses quentes de verão os níveis de oxigênio
diluídos nas águas poluídas sejam ínfimos, frequentemente provocando mortandade de peixes e, em
casos extremos, exalação de maus odores devido ao esgotamento total do oxigênio e consequente
decomposição anaeróbia dos compostos orgânicos sulfatados, produzindo o gás sulfídrico, H2S.
No campo de tratamento biológico de esgoto, as temperaturas mais altas, que foram registradas nos
países do hemisfério sul levam a distintos comportamentos dos registrados em sistemas existentes no
hemisfério norte.
Os processos físico-químicos em que ocorre equilíbrio, como por exemplo a dissociação do cloro e os
processos de precipitação química, também dependem da temperatura, porém o efeito não é tão
significativo como nos processos biológicos.
A temperatura da água é normalmente superior à temperatura do ar, uma vez que o calor específico
da água é bem maior do que o do ar.
A temperatura das águas é medida por meio de termômetros de mercúrio. A temperatura do ar, variável
controlada em diversos estudos ambientais, pode também ser medida através dos termômetros de
máximas e mínimas, que registram as temperaturas limites durante determinado período, por exemplo,
24 horas.
A temperatura de efluentes industriais pode ser diminuída por meio do emprego de torres de
resfriamento. Qualquer outro processo que provoque elevação da superfície de contato ar/água pode ser
usado, como aspersores, cascateamento, etc. Em diversos casos, apenas o tempo de detenção hidráulico
dos efluentes em tanques de equalização é suficiente para promover a redução desejada de temperatura.

Sabor e odor
Uma da características da água pura é que ela não produz sensação de odor ou sabor nos sentidos
humanos. Uma das principais fontes de odor nas águas naturais é a decomposição biológica de matéria
orgânica. No fundo de rios e represa, ocorre a formação de gás sulfídrico, H2S, que apresenta odor típico
de ovo podre, de mercaptanas e amônia, esta última ocorrendo também em meio aeróbio.
Outro lugar onde se pode encontrar forte odor é nas águas em que ocorre a floração excessiva de
algas devido à presença de grandes concentrações de nutrientes liberados de compostos orgânicos
biodegradados,
Em alguns casos, esse odor pode ser tóxico, que é o caso das algas azuis, onde se produz compostos
odoríficos. Os fenóis também contribuem para o odor nas águas, pois reage com o cloro residual,
formando clorofenóis que apresentam cheiro forte.
O sabor encontrada na água é proveniente de metais, acidez ou alcalinidade, que dão sabor salgado
a agua. Para que se identifique concentrações dos compostos aromáticos presentes na água, algumas
técnicas sofisticadas foram lançadas, como a cromatografia gasosa ou espectrometria de massa.
No entanto, a técnica mais utilizada é a do carvão ativado granulado em pó, para combate a odor. No
caso da liberação de H2S de processos anaeróbicos, perceptível pelo olfato humano em concentração
de apenas 1 ppb, técnicas oxidativas podem ser utilizadas, como é o caso do cloro, peróxido de hidrogênio
e ozonização, entre outras.
A inibição da proliferação de odores interferindo na atividade biológica tem sido aplicada com êxito.
Algumas cidades, que na maior parte do ano possuem clima quente, sofrem com o problema da exalação
de maus odores pela rede coletora de esgotos. Isso ocorre com a redução anaeróbia do sulfato para
sulfeto, com consequente liberação do H2S. Aplicada de forma contínua, uma solução de nitrato de sódio,
ocorre preferencialmente a redução do nitrato em nitrogênio gasoso, diminuindo o crescimento das
bactérias redutoras de sulfato e a exalação do gás sulfídrico.

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Conhecimentos das fases do tratamento de água e/ou esgotos.

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO

A água é um constituinte inorgânico em relação a matéria viva: no ser humano, mais de 60% do seu
peso é constituído por água, sendo que em determinados animais aquáticos o percentual é de 98%.
A água abrange entre 97% referente aos mares e 3% relacionados às aguas doces. Entretanto,
apenas poderá ser usado para consumo 0,0,1% que é encontrada em rios e lagos e o restante em poços
ou nascentes.

Fonte: Sabesp

1 – Represa
2 – Captação e bombeamento: após a captação, a água é bombeada para as Estações de Tratamento
de Água. Depois de bombeada, a água passará por um processo de tratamento, passando por diversas
etapas explicadas a seguir.
3 - Pré cloração , Pré-alcalinização e Coagulação
4 – Floculação
5 – Decantação
6 – Filtração
7 – Cloração e Fluoretação
8 – Reservatório
9 – Distribuição
10 – Redes de distribuição
11 - Cidade
Tratamento de água

Tratamento convencional: é aplicado às aguas com partículas divididas em suspensão e partículas


coloidais, que ensejam um tratamento químico mais avançado, que consiga fazer sua deposição, com
baixo período de detenção.
Para que este tratamento ocorra é necessário subdividi-lo em algumas etapas:

a. coagulação: ocorre através de uma mistura rápida adicionando-se sulfato de alumínio ou sulfato
ferroso, ocasionando a coagulação, em virtude dos compostos químicos. A união desses compostos por

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meio de choques com as partículas de impurezas, são absorvidas por elas, causando desequilíbrio das
cargas elétricas superficiais.

b. floculação: os compostos químicos, misturados anteriormente, irão de encontro com a alcalinidade


da água e serão formados compostos que levam a adsorção, que nada mais é do que a capacidade de
atrair partículas com cargas elétricas contrárias. Este tipo de partícula tem cargas elétricas positivas, já
as impurezas possuem carga elétrica negativa.
Na fase da floculação é que será dado início a formação dos flocos, que crescem em tamanho, indo
em caminho ao decantador.

c. decantação: os flocos que já agregaram as impurezas dão início ao processo de sedimentação e


clarificação da água. Isto se dá porque os flocos que são mais pesados do que a própria água, juntamente
com a baixa velocidade da mesma, na área do decantador irão afundar em decorrência da ação
gravitacional. Desta maneira, ficarão depositados no fundo do tanque, de forma que deixe a água da
superfície mais clara, permitindo que dirija-se a próxima etapa.

d. filtração: grande parte das partículas fida retida no decantador, porém uma persiste na suspensão,
na qual a filtração irá remover essa parte. Hidraulicamente, a água irá transpassar uma camada filtrante,
formada por leito arenoso, com granulometria predimensionada, sustentada por uma camada de
cascalho, de forma que as impurezas, partículas e maiorias das bactérias fiquem retidos e água filtrada
ficará límpida.

e. desinfeção: uma água que tenha sido filtrada corretamente elimina as partículas e grande parte das
bactérias, contudo todas as bactérias devem ser removidas. A desinfecção irá cuidar desse procedimento,
com a adição de produtos químicos, em especial o cloro.
Este processo de aplicação do cloro na água é conhecido como cloração, que será feito com dosagens
de compostos de água e cloro, desinfetando a água.

f. fluoretação: será acrescido flúor à água em tratamento, com a finalidade de diminuir o elevado
número de cáries dentárias. Para esta finalidade será utilizado o fluorsilicato de sódio e o ácido
fluorsilícico.
Vejamos o esquema abaixo para entendermos o processo de tratamento da água:

Fonte: http://www.samaecaxias.com.br/documents/50537/0/Apostila%20Operador%20ETAE.pdf

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O tratamento convencional para que se dê de forma adequada deve obedecer aos controles de
processo, quais sejam:

a) Controle Analítico
A realização de análises físico-químicas, durante as várias etapas do tratamento, possibilita o
acompanhamento da eficiência do mesmo e determina a necessidade, ou não, da implementação de
medidas preventivas e/ou corretivas.
Além disto, serve para monitorar os principais parâmetros relativos à potabilidade da água. Para cada
etapa, distintas análises são feitas, a saber:
- Água Bruta: normalmente, são realizadas as seguintes análises: temperatura, cor, turbidez, pH, odor,
alcalinidade, matéria orgânica, oxigênio dissolvido, dióxido de carbono, ferro, manganês e dureza. Esta
bateria de análises é realizada a cada turno de trabalho e tem como objetivo monitorar a qualidade da
água bruta que chega à ETA e detectar alterações na mesma.
- Água Coagulada: analisa-se pH, alcalinidade, cor, turbidez e alumínio.
- Água Decantada: cor, turbidez, pH, alcalinidade.
- Água Tratada: na água tratada são analisados os mesmos parâmetros avaliados na água bruta. Além
disto, a cada duas horas, são efetuadas análises de pH, turbidez, cor, flúor, cloro residual livre e alumínio
residual. Diariamente, análise bacteriológica.

b) Controle Operacional
O controle operacional compreende todas as ações necessárias ao bom andamento do processo de
tratamento da água. A seguir estão elencadas as principais atividades relativas à operação de estações
de tratamento de água:
- medição da vazão de água bruta;
-ajustes e conferências nas dosagens dos produtos químicos utilizados no tratamento;
- preparo de soluções dos produtos químicos utilizados no tratamento;
- lavagem de filtros;
- medição dos níveis dos reservatórios de água tratada;
- registro de consumo de produtos químicos, e
- verificação periódica do funcionamento de bombas, válvulas, dosadores e demais equipamentos
existentes nas estações de tratamento de água.

As águas bruta e tratadas passam pela análise do parâmetro físico, que indica a turbidez da água, sua
cor, sabor e odor, além da temperatura.
Por sua vez os parâmetros químicos indicam o PH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro e manganês,
alumínio, fluoretos, oxigênio e cloro residual.
Já os parâmetros bacteriológicos levam a transmissão de algumas doenças, como é o caso da cólera,
febre tifoide, disenterias. As principais doenças transmitidas pela água são causadas por bactérias e vírus.

Quanto à distribuição da água:


A água tratada será conduzida por meio de tubulações, aos mais diversos pontos de consumo da
população. Sua formação ocorre por malhas hidráulicas que são compostas por tubulações de adução,
subadução, redes distribuidoras e prédios. Essas malhas comportam grandes reservatórios de
distribuição, com estações de bombeamento para as regiões mais elevadas e o emprego de outros
equipamentos que permitam que a distribuição tenha continuidade.

A ESTAÇÃO CLÁSSICA DE TRATAMENTO DE ÁGUA

A estação clássica efetua o tratamento convencional em compartimentos separados uns dos outros.
Nesse tipo de estação existem, portanto, os misturadores rápidos, os floculadores, os decantadores,
os filtros e o tanque de contato (onde a adequada desinfecção é assegurada).
A Figura apresenta alguns dos arranjos possíveis para os floculadores, decantadores e filtros de uma
estação clássica de tratamento de água, mais a denominada casa de química.

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Essa casa é, na realidade, um prédio no interior do qual são realizadas, entre outras, as seguintes
atividades:
(a) armazenagem, preparo e dosagem de produtos químicos;
(b) análises de qualidade da água;
(c) administração da estação de tratamento de água.
De acordo com esses processos, a floculação, a decantação e a filtração podem ser realizadas no
interior de meios granulares (e.g.: colunas contendo seixos rolados).
A reunião dos três processos anteriores numa só coluna constitui o que se denomina impropriamente
de clarificador de contato (também impropriamente denominado de filtro russo, ou ainda filtro ascendente,
tendo em vista que essa unidade não é apenas um filtro, mas a reunião dos três processos citados).

Notação: CQ = casa de química; F = filtro; FL = floculador(es); D = decantador(es)

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MISTURADORES RÁPIDOS

O conceito de mistura rápida


A mistura rápida é a fase crucial no tratamento convencional da água.
Nessa fase, as partículas existentes em suspensão na massa líquida, cuja remoção se pretende
efetuar, são bombardeadas por agentes químicos, com o objetivo de desestabilizá-las, para que, em fases
posteriores do tratamento, sejam aglutinadas umas às outras, formando flocos que serão removidos por
sedimentação e filtração.

Disposições da NBR-12216
A NBR 12216 reconhece como dispositivos de mistura os seguintes:
a) qualquer trecho ou seção de canal ou de canalização que produza perda de carga compatível com
as condições desejadas, em termos de gradiente de velocidade e tempo de mistura;
b) difusores que produzam jatos da solução de coagulante, aplicados no interior da água a ser tratada;
c) agitadores mecanizados;
d) entrada de bombas centrífugas.
Ainda, de acordo com essa Norma, podem ser utilizados como dispositivos hidráulicos de mistura:
a) qualquer singularidade onde ocorra turbulência intensa;
b) canal ou canalização com anteparos ou chicanas;
c) ressalto hidráulico;
d) qualquer outro trecho ou seção de canal ou canalização que atenda às condições especificadas por
essa Norma para dispositivos de mistura rápida.

Misturadores hidráulicos
Podem ser de diversos tipos. No Brasil, dois tipos são os mais utilizados: o medidor Parshall e a queda
d'água originária de vertedouros.
Outro tipo também utilizado no Brasil, porém com frequência bem menor, é a malha difusora, conforme
concebida originalmente ou com pequenas variações.

Medidor Parshall
Também denominado algumas vezes calha Parshall ou vertedor Parshall, este é, sem dúvida, o
dispositivo mais utilizado como misturador rápido em estações de tratamento de água brasileiras.
O medidor Parshall, idealizado pelo engenheiro R. L. Parshall, do Servico de Irrigação do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, alia, nas estações de tratamento de água, a função de
medidor de vazão à de misturador rápido, quando convenientemente utilizado.
A Figura representa um medidor Parshall em planta e em seção longitudinal.

Observe, na próxima figura: a lâmina d’água a montante do Parshall é alta e, em consequência, a


velocidade média de escoamento é baixa. Nesse local, o número de Froude é inferior a 1, e o regime de
escoamento é subcrítico. Na garganta, a lâmina d’água vai baixando, de forma que a seção de
escoamento e, consequentemente, a velocidade média e o número de Froude, vão aumentando. Em
alguma seção da garganta, o número de Froude torna-se superior a 1, e o regime de escoamento passa
a ser supercrítico.
Ocorrendo a passagem do regime subcrítico para o supercrítico, é possível conhecer a vazão que
atravessa o medidor Parshall através da realização da leitura da altura da lamina d'água numa seção a
montante de sua garganta.

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No tratamento da água, aproveita-se a ocorrência do ressalto hidráulico no trecho imediatamente a
jusante de sua garganta para a aplicação do produto químico coagulante, (na realidade, o valor do número
de Froude na garganta do medidor, embora superior a 1, é insuficiente para que se obtenha ressaltos
verdadeiros a jusante dessa unidade, segundo sua classificação conforme o número de Froude).

Esse ressalto precisa ser provocado, fazendo-se tentativas, aumentando-se a lâmina d'água no canal
de jusante através de um artifício qualquer, utilizando, por exemplo, stop-logs, afogados ou não. O
ressalto, como foi visto, produz uma dissipação de energia relativamente grande.

Queda d'água de vertedouros


Caso exista, numa estação de tratamento, um vertedouro para medir a vazão afluente, será possível
aproveitar a queda d'água resultante para efetuar a mistura rápida.
Para tanto, deve-se distribuir, do modo mais uniforme possível, o floculante ao longo de toda a queda
d'água

Utiliza-se uma calha perfurada para esse fim, assegurando-se de que todos os seus orifícios estarão
sempre desobstruídos.
O ideal é que a lâmina d’água vertente caia sobre um pequeno anteparo. Nestas condições, a energia
resultante dessa queda propiciará a máxima energia, possibilitando excelentes condições de mistura
rápida.

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Misturadores mecanizados
Muito especificados pelos projetistas há até alguns anos atrás, os misturadores mecanizados vem
caindo em desuso.
Isto porque os misturadores hidráulicos produzem resultados tão bons, ou mesmo superiores, e
apresentam uma grande vantagem: não possuem equipamentos que, devido ao uso, manutenção
inadequada, ou ambos, possam ficar fora de serviço, ainda que temporariamente.
Não obstante, algumas estações de tratamento de água ainda utilizam, com sucesso, misturadores
mecanizados.

Turbinas e hélices
São equipamentos especialmente construídos para efetuarem a mistura dos produtos químicos.
Por serem bastante utilizados na indústria, onde efetuam a mistura de líquidos diversos entre si, ou
mesmo de sólidos e gases em líquidos, diversos fabricantes especializaram-se em construir
equipamentos desse tipo.
Entretanto, por mais diversos que sejam os modelos oferecidos no mercado, podemos classificá-los
como turbinas ou hélices.

FLOCULADORES
Uma vez desestabilizadas as partículas coloidais, na fase de tratamento denominada coagulação,
pode-se, em seguida, tratar de reuni-las umas às outras, formando os denominados flocos. Para tanto,
deve-se manter a água em agitação durante certo tempo, de forma que as partículas desestabilizadas
choquem-se entre si.
No início do processo, existem, na água em tratamento, muitas partículas desestabilizadas a serem
reunidas. Por este motivo, e para propiciar condições favoráveis ao choque entre elas, a agitação é
inicialmente intensa.

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Com o passar do tempo, os flocos que se formam como resultado desses choques vão se tornando
menos numerosos e mais volumosos.
Flocos maiores não resistem a agitações intensas, como as utilizadas no início da floculação: as forças
de cisalhamento aí prevalecentes seriam capazes de rompê-los.
Por este motivo, a intensidade da agitação vai sendo reduzida com o tempo, e os flocos crescem cada
vez mais ao longo do processo.

Tipos de floculadores
Normalmente, inicia-se a floculação com muita agitação da água em tratamento (isto é, com gradientes
de velocidade mais elevados).
Ao longo do floculador, esse grau de agitação (vale dizer: o gradiente de velocidade) vai sendo
reduzido.
Com isto, os flocos vão crescendo e se tornando mais pesados.
Na saída do floculador, deseja-se obter flocos pesados o suficiente para que a maioria deles possa ser
separada da água em tratamento, por sedimentação, no interior dos decantadores.
Existem, basicamente, duas formas de se efetuar essa agitação:
· fazendo com que a água percorra um caminho cheio de mudanças de direção, ou...
· introduzindo equipamentos mecânicos, capazes de manter a água em constante agitação.
No primeiro caso, tem-se os floculadores hidráulicos.
No segundo caso, tem-se os floculadores mecanizados.

DECANTADORES
Após sair do floculador, espera-se que praticamente toda a matéria em suspensão existente na água
bruta esteja aglutinada entre si e com o hidróxido de alumínio, constituindo o que se denomina de flocos.
Da mesma forma, espera-se que esses flocos tenham adquirido tamanho e peso suficientes para que
possam ser separados da água em tratamento através da decantação.
Decantar significa, segundo Aurélio Buarque de Holanda: separar, por gravidade, impurezas sólidas
que se contenham em (um líquido); limpar, livrar, purificar.
Portanto, água decantada é aquela que se purificou através de separação, por gravidade, das
partículas sólidas trazidas consigo. Tais partículas sólidas separam-se por ação da gravidade,
sedimentando-se no interior da água (citando novamente Aurélio: sedimento: substância depositada, pela
ação da gravidade, na água ou ar; sedimentar: formar sedimentos).
Assim sendo:
- os flocos separam-se da água porque sedimentam-se;
- a água, isenta desses flocos, é chamada de água decantada; (portanto, o floco não decanta, mas
sedimenta-se; quem decanta é a água!)
As partículas trazidas pela água podem sedimentar-se como partículas discretas ou como partículas
floculentas.
O primeiro caso aplica-se principalmente, no tratamento da água, aos desarenadores, enquanto que o
segundo caso aplica-se aos decantadores instalados após os floculadores.

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Dimensionamento de desarenadores (caixas de areia)
O modelo apresentado a seguir, embora bastante simplista, é adotado de modo mais generalizado
pelos engenheiros no projeto de desarenadores.
Unidades desse tipo são muito utilizadas na captação de águas superficiais.
Destinam-se à remoção de areia e partículas mais pesadas que, por sua natureza, sejam capazes de
danificar equipamentos mecânicos (e.g.: rotores e carcaças de bombas centrífugas) ou sedimentarem no
interior de condutos, levando à sua obstrução parcial ou total.
Uma vez conhecida a velocidade terminal da partícula que se deseja remover, pode-se proceder ao
dimensionamento dessas unidades.

Tipos de decantadores
De modo geral, dois tipos de decantadores são utilizados no Brasil para o tratamento da água:
• decantadores clássicos;
• decantadores tubulares.

Decantadores clássicos
O tipo mais utilizado é o de seção retangular, em planta.
Entretanto, algumas estações de tratamento de água possuem decantadores de seção circular,
também em planta.
Embora menos utilizado, esse último tipo permite, em determinadas situações, que se crie um manto
de lodo em seu interior, capaz de melhorar muito a qualidade da água decantada.

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De modo geral, imediatamente após ser admitida no interior do decantador, a água floculada é
distribuída em toda sua seção transversal através de uma cortina distribuidora. Em seguida, ela percorre
a extensão do decantador com velocidade muito baixa, até atingir a zona de saída. Nesse local, a água
decantada é recolhida, através de calhas coletoras ou tubos perfurados, sendo o primeiro tipo o modo
mais comum no Brasil.

Decantadores tubulares
A água floculada é introduzida sob as placas, Ao escoar entre elas, ocorre a sedimentação dos flocos.
A água decantada sai pela parte de cima do decantador, após haver escoado entre as placas paralelas,
e é coletada por calhas coletoras.
Observe que as bandejas, ou módulos para decantação laminar (que podem ser placas paralelas ou
dutos superpostos, de diversas seções) são dispostos de modo a formarem um ângulo com a horizontal
superior a 50 graus.
Essa inclinação assegura a autolimpeza dos módulos, ou seja, à medida que os flocos vão se
sedimentando em seu interior, e aglutinando-se uns aos outros, as maiores massas de flocos que vão se
formando adquirem peso suficiente para se soltarem dos módulos e se arrastarem em direção ao fundo.
Dessa forma, os flocos removidos pelo decantador acabam por se precipitarem para o poço de lodo,
onde permanecem acumulados até serem removidos através da abertura da descarga de fundo.

Em algumas situações, em que se faz necessário ampliar a capacidade de tratamento das ETAs, cujos
decantadores são clássicos, e em que não há interesse, ou possibilidade, de se construir novos
decantadores desse tipo, eles podem ser convertidos em decantadores tubulares.

Dimensionamento
O sistema distribuidor deve ser dimensionado de modo que os gradientes de velocidade em seu interior
sejam, no máximo, iguais ao da última câmara de floculação, com o objetivo de evitar a quebra dos flocos
previamente formados.
Além disto, devem assegurar que a água floculada seja distribuída do modo mais uniforme possível
sob as placas dos decantadores.
Para atingir esse objetivo, pode-se fazer com que o duto principal (que distribui a água floculada para
os orifícios ou tubos de prolongamento) tenha seção variável, como foi feito para o canal de acesso aos
decantadores clássicos.
Se isto não for possível, uma receita de bolo é fazer com que a área da seção transversal do duto
distribuidor seja igual ao superior ao dobro da soma das áreas dos orifícios ou tubos de prolongamento
alimentados por ele.
Finalmente, é importante assegurar que a velocidade média no interior do duto principal seja igual ou
superior a 0,10 m/s, com o objetivo de impedir a sedimentação de flocos em seu interior.

FILTROS
Em tratamento de água, a filtração pode ser realizada através de processos que podem ser:
a) predominantemente biológicos: nos filtros lentos;

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b) predominantemente físicos, químicos e físico-químicos: nos filtros rápidos.
Após decantada, a água em tratamento é encaminhada aos filtros.
Em algumas estações de tratamento, a água é apenas previamente coagulada ou, noutros casos,
previamente coagulada e floculada.
Conforme vimos anteriormente, denominam-se estações clássicas de tratamento de água as estações
que realizam, em unidades separadas, a mistura rápida, a floculação, a decantação e a filtração.
Quando os filtros recebem água coagulada ou floculada, sem passar, portanto, pelo decantador, diz-
se que a estação de tratamento de água é do tipo de filtração direta.
A filtração, numa estação de tratamento clássica, remove, da água em tratamento, as partículas em
suspensão que não foram retidas na decantação.
Juntamente com essas partículas, a filtração remove também os microrganismos que a elas estiverem
associados.
Existem diversos tipos de filtros, concebidos para atuarem de diferentes formas no tratamento da água.
Do ponto de vista da análise hidráulica do comportamento básico dos filtros, a filtração pode ser
efetuada segundo uma das seguintes concepções:
Filtração de fluxo descendente
· de baixa taxa de filtração (filtros lentos);
· de alta taxa de filtração (filtros rápidos):
a) de camada simples;
b) de camadas múltiplas: duplos (areia e antracito)

Filtração de fluxo ascendente


· de baixa taxa de filtração (filtros lentos ascendentes);
· de alta taxa de filtração: filtros rápidos ascendentes (ou clarificadores de contato, ou filtros russos).

Filtros lentos
Destinados a potabilizar águas brutas de excelente qualidade física, química e físico-química, os filtros
lentos são capazes de propiciar águas tratadas com expressivas reduções no índice de coliformes, entre
outras melhorias.
Entretanto, por requererem águas brutas de boa qualidade, e por imporem áreas filtrantes muito
grandes, isto é, por exigirem grandes áreas para sua implantação (esses dois requisitos infelizmente vêm
se tornando cada vez mais raros), os filtros lentos vêm caindo em desuso.

Filtros rápidos de fluxo descendente


São os mais utilizados em estações clássicas de tratamento de água.
Observe que a água a filtrar é introduzida na parte superior do filtro; percola, em seguida, através do
leito filtrante e, logo após, através da camada suporte; atravessa, posteriormente, o fundo falso e é
encaminhada, finalmente, ao duto ou reservatório de água filtrada.

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Filtros rápidos de fluxo ascendente
Muitos estudos vêm sendo realizados a respeito desse tipo de filtro, procurando determinar, entre
outros elementos, as especificações mais adequadas para a camada de areia e para a camada suporte.
Acima da camada de areia, calhas coletoras ou tubos perfurados recolhem a água filtrada.
A lavagem é efetuada injetando-se água para lavagem da mesma forma – de baixo para cima - com
velocidade suficiente para expandir o leito de areia.
A água de lavagem é recolhida por calhas coletoras instaladas acima do leito de areia.

Leitos filtrantes, camada suporte e fundos falsos


Basicamente, os filtros são constituídos de um leito filtrante, formado por uma ou mais camadas de
material granular, instalada(s) sobre um sistema drenante, denominado fundo falso (tendo em vista que
sob ele é que se encontra o fundo verdadeiro do filtro). Entre ambos é instalada a denominada camada
suporte.

TANQUE DE CONTATO
O tratamento da água para fins de potabilização só sé estará completo após haver sido assegurada à
eliminação dos organismos patogênicos que porventura tenham conseguido atravessar as fases de
tratamento anteriores.
Conforme foi visto, grande parte dos microorganismos patogênicos, especialmente vírus e bactérias,
é removida da água em tratamento pela decantação e filtração.
Entretanto, alguns deles poderão estar presente na água filtrada. Por este motivo, ela é desinfetada,
para o que quase sempre utiliza-se o cloro.
Outros métodos podem ser utilizados para a desinfecção, tais como: ozonização, utilização de raios
ultravioleta e utilização de compostos alternativos de cloro.
Além disto, o tratamento da água deve assegurar que a água tratada não seja corrosiva, nem
incrustante, aos componentes do sistema de abastecimento.
Finalmente, a água tratada deve ser utilizada para veicular, às crianças em fase de dentição, o íon
flúor, reconhecidamente capaz de reduzir o índice de cáries dentárias nas populações.
De modo geral, nas estações de tratamento de água brasileiras, os agentes desinfetantes,
fluoretadores e de correção do pH são adicionados à água filtrada numa mesma câmara, denominada
tanque de contato: o desinfetante imediatamente a montante do tanque; o produto químico destinado à
correção do pH, na saída desse tanque: e o produto destinado à fluoretação, num ponto qualquer entre
os dois anteriores. Este último é utilizado em estações de tratamento de água após as quais é necessário
bombear água tratada para a cidade.
Os principais tipos de microrganismos patogênicos existentes em águas contaminadas são: vírus,
bactérias, fungos, protozoários e vermes, originários, conforme foi visto, do lançamento de excrementos
humanos.

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Identificar cada representante de uma população tão grande exigiria métodos e equipamento capazes
de tornar impraticável a implantação dos laboratórios de análise de águas, bem como a rotina de trabalho
de seus técnicos.

Referência
Hidráulica Aplicada as ETAs

Análise de controle: pH, cloro residual, turbidez, flúor, cor, sólidos


sedimentáveis, Oxigênio Dissolvido (OD), Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO).

DBO, DQO e OD

Algumas aplicações importantes incluem o tratamento de efluentes, processos fermentativos,


bioprocessos em geral e o monitoramento hídrico ambiental.
Oxigênio dissolvido (OD): Indicador da concentração de oxigênio dissolvido na água em mg L-1. O
oxigênio é um gás pouco solúvel em água e a sua solubilidade depende da pressão (altitude), temperatura
e sais dissolvidos, normalmente a concentração de saturação está em torno de 8 mg L-1 a 25oC entre 0 e
1.000 m de altitude).
Demanda bioquímica de oxigênio (DBO5): indicador que determina indiretamente a concentração de
matéria orgânica biodegradável através da demanda de oxigênio exercida por microrganismos através da
respiração. A DBO é um teste padrão, realizado a uma temperatura constante de 20 oC e durante um
período de incubação também fixo, 5 dias. É uma medida que procura retratar em laboratório o fenômeno
que acontece no corpo d´água. Assim uma amostra é coletada em duplicata, e em uma das amostras é
medido o oxigênio dissolvido após a coleta; o oxigênio da outra amostra é medido após 5 dias, período
em que a amostra fica em uma incubadora a uma temperatura de 20 oC. A diferença de concentração de
oxigênio representa a demanda bioquímica de oxigênio (oxigênio consumido para oxidar a matéria
orgânica via respiração dos microrganismos). É um indicador estimativo, já que as condições: turbulência
das águas, aeração e insolação etc. não são consideradas. Quando a água possui muita matéria orgânica
e microrganismos, é necessário diluir a amostra e introduzir nutrientes. Para efluentes indústrias que não
possuem oxigênio suficiente e nem microrganismos, é necessário além da diluição e introdução de
nutrientes, adicionar "semente", ou seja uma porção de esgoto com microrganismos e DBO conhecido
para corrigir o resultado final.8 No período de 5 dias a 20oC (DBO5), é consumido cerca de 70% a 80% da
matéria orgânica (esgoto doméstico); após 5 dias começa a demanda nitrogenada, em que durante cerca
de 20 dias são consumidos 100 % da matéria orgânica. O esgoto é considerado biodegradável quando a
relação DQO/DBO é menor 5.

Metodologia de análise: DBO

A) Água de diluição:
1. Em um béquer de 3000 mL coloque aproximadamente 2500 mL de água destilada e aere por
aproximadamente 30 minutos;
2. Imediatamente após a aeração, transfira 2000 mL desta água para um balão volumétrico de 2000
mL e acrescente 2 mL da solução tampão de fosfato e das soluções de sulfato de magnésio, cloreto de
cálcio e cloreto férrico.

B) Diluição das amostras:


1. Em um balão volumétrico de 1000 mL faça a diluição necessária da sua amostra usando a água de
diluição. Essa diluição deve permitir que o consumo de oxigênio dissolvido (OD) durante a incubação da
amostra esteja entre 40 e 70% do OD inicial;
2. A determinação prévia da DQO da amostra é um bom indicativo para se obter a melhor diluição para
uma dada amostra.
C) Preenchimento dos frascos de DBO e incubação das amostras:
1. Transferir por sifonação a amostra diluída de cada balão para três frascos de DBO enchendo-os até
transbordar e tendo o cuidado de não deixar bolhas no interior dos mesmos. Anotar nos frascos a
denominação das amostras;

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2. Para efetivar o controle da água de diluição, preencher dois frascos de DBO com água de diluição
de modo semelhante ao acima explicado;
3. Após 15 minutos determinar a concentração de oxigênio dissolvido inicial (ODi) de um dos três
frascos de cada uma das diferentes amostras e incubar as demais (2 réplicas para cada amostra) por um
período de 5 dias a 20 °C, utilizando-se a estufa incubadora de DBO.
Realizar esse mesmo procedimento com os frascos contendo a água de diluição;
4. Após 5 dias determinar a concentração de oxigênio dissolvido final (ODf) para todas as amostras
incubadas;
5. Para efetivar o controle da água de diluição, verificar a quantidade de oxigênio dissolvido consumido
pela água de diluição, no período de incubação, que não deve ser superior a 0,2 mg/L.

CÁLCULOS

F - inverso do fator de diluição;ODi


- oxigênio dissolvido inicial;ODf
- oxigênio dissolvido final.

PRESERVAÇÃO DA AMOSTRA
• Frasco: polietileno, vidro ou borossilicato (pirex)
• Amostra: 2.000 mL
• Preservação: refrigeração a 4ºC
• Prazo: 24 horas

Importância dos dados de DBO: A determinação da DBO consiste em medidas da concentração de


oxigênio dissolvido nas amostras, diluídas ou não, antes e após o período de incubação de 5 dias a 20
ºC. Durante esse período ocorrerá redução da concentração de OD na água, consumido por
microrganismos aeróbios nas reações bioquímicas de decomposição de compostos orgânicos
biodegradáveis.
Ou seja, indica o consumo potencial de OD por micro-organismos decompositores, em águas que
receberam despejos orgânicos•
Caracterização do grau de poluição de corpos d’água•
Estudos de autodepuração dos cursos d’água•
Dá uma indicação da fração biodegradável dos efluentes•
Parâmetro utilizado na regulamentação da qualidade de efluentes lançados em corpos receptores•
Parâmetro de dimensionamento de estações de tratamento biológico de esgotos•
Parâmetro de avaliação da eficiência do tratamento de esgotos

Demanda química de oxigênio (DQO): Indicador de matéria orgânica baseado na concentração de


oxigênio consumido para oxidar a matéria orgânica, biodegradável ou não, em meio ácido e condições
energéticas por ação de um agente químico oxidante forte. Esta técnica apenas estima a concentração
de matéria orgânica em termos de oxigênio consumido já que nos corpos d’águas as condições não são
tão energéticas, além do fato de que algumas espécies inorgânicas, tais como nitritos, compostos
reduzidos de enxofre e substâncias orgânicas - como hidrocarbonetos aromáticos, compostos alifáticos
de cadeia aberta e piridinas - não são oxidadas. A principal vantagem da DQO é a rapidez, pouco mais
de duas horas, enquanto que a DBO leva 5 dias.
Embora a demanda química do oxigênio possa ser medida com vários oxidantes, o mais comum é
com o dicromato:

Cr2O72-(aq) + 14 H+(aq) + 6 e-  2 Cr3+(aq) + 7 H2O Eo = + 1,33 V

Oxigênio consumido: O termo "oxigênio consumido" quimicamente tem o mesmo significado que a
DQO, mas o mesmo é mais utilizado quando o oxidante é o permanganato. Assim o oxigênio consumido,
também conhecido como "matéria orgânica", é um indicador da concentração de matéria orgânica, como
a DQO, no entanto a oxidação é realizada em condições menos energéticas. A oxidação com
permanganato é mais utilizada para águas limpas, com baixa concentração de matéria orgânica.

MnO42- (aq) + 8 H+ (aq) + 5 e- Mn2+ (aq) + 4 H2O Eo = + 1,55 V

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1431859 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JOSE LIZARDO
A DQO é mais utilizada para concentrações acima de 5 mgO2 L-1 (águas mais com maior teor de
matéria orgânica) e o permanganato para concentrações inferiores a 5 mgO2 L-1 (águas mais limpas,
avaliação de potabilidade). A DQO ocorre em condições mais energéticas, temperaturas acima de 150oC
e meio muito ácido; os seus resultados são normalmente maiores que do Oxigênio Consumido com
permanganato que ocorre em temperaturas e inferiores a 100oC e condições menos ácidas.
O teste de DQO é uma análise indispensável nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e
industriais. Este teste, em conjunto com a DBO, é muito útil para observar a biodegradabilidade de
despejos.

Metodologia de análise:DQO
Aplicado para amostras com DQO<50 mg O2/L. Exemplos: águas brutas em geral, de rios, represas e
na ausência de poluição elevada e esgotos com baixo teor de matéria orgânica.
- Adicionar num balão de 500 mL, através de uma pipeta, 50 mL de amostra;
- Adicionar no balão 1,0g de sulfato mercúrico p.a. e pérolas de ebulição;
- Adicionar no balão, através de uma pipeta, 20 mL de solução de ácido sulfúrico/sulfato de prata para
dissolução do sal;
- Adicionar no balão, através de uma pipeta, 25 mL de solução padrão de dicromato de potássio
0,00417M e misturar;
- Adicionar 50 ml de ácido sulfúrico/sulfato de prata lentamente pelas paredes do balão, de modo que
o ácido chegue ao fundo sem reagir com a solução;
- Preparar de maneira semelhante ao balão com amostra, a prova em branco, utilizando 50 mL de
água deionizada e o controle do padrão utilizando 50 mL de solução padrão de biftalato de potássio.
Esta solução deve estar diluída de modo a cair na faixa de DQO < 50 mg O2/L.;
- Deixar os balões por 2 horas em refluxo na chapa. Esperar esfriar, lavar as paredes do condensador
com água deionizada e desconectar os condensadores;
- Lavar as paredes internas dos balões com água deionizada;
- Titular o conteúdo de cada balão sob agitação magnética com solução de sulfato ferroso amoniacal,
0,025M utilizando como indicador 2 a 3 gotas de solução indicadora de ferroin;
- Anotar os volume gastos correspondentes da solução de sulfato ferroso amoniacal. A mudança de
cor é nítida, de azul esverdeado a marrom avermelhado.
- Proceder à padronização da solução de sulfato ferroso amoniacal diariamente, conforme descrito a
seguir:
- Num erlenmeyer de 250 mL adicionar, através de uma pipeta, 10 mL de solução padrão de dicromato
de potássio 0,00417M;
- Adicionar no erlenmeyer, através de um balão volumétrico, 100 mL de água deionizada e, através de
uma pipeta, 30 mL de solução de ácido sulfúrico/sulfato de prata;
- Deixar esfriar e adicionar algumas gotas de solução indicadora de ferroin;
- Titular com solução de sulfato ferroso amoniacal 0,025M até a viragem de verde para marrom
avermelhado. Anotar o volume de titulante gasto na padronização da solução de sulfato ferroso
amoniacal. Com este volume calcular a molaridade M da solução, conforme a fórmula:

EXPRESSÃO DE RESULTADOS

onde,

A = volume (mL) de solução padrão de sulfato ferroso amoniacal gasto na titulação da prova em branco;
B = volume (mL) de solução padrão de sulfato ferroso amoniacal gasto na titulação da amostra; M =
Molaridade da solução padrão de sulfato ferroso amoniacal; V (mL) = volume da amostra

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Vantagens do teste de DQO em relação ao de DBO
Maior rapidez para obtenção dos resultados. Aproximadamente 3 horas, comparados com5 dias para
o teste de DBO5.
O teste não é afetado pela nitrificação, dando uma indicação apenas da matéria orgânica carbonácea
(e não da nitrogenada).

Limitações do teste de DQO


No teste são oxidadas tanto a matéria orgânica biodegradável quanto a não biodegradável. Desta
forma, o teste superestima o oxigênio a ser consumido no tratamento biológico do efluente.
Não fornece indicação da taxa de consumo de oxigênio ao longo do tempo.
Alguns constituintes inorgânicos podem ser oxidados e interferir no resultado. Ex.: cloretos

A relação DQO/DBO5
Dá indicações sobre a biodegradabilidade dos despejos e o processo de tratamento a ser empregado.
Baixa relação DQO/DBO5
A fração biodegradável é elevadaprovável indicação para tratamento biológico
Elevada relação DQO/DBO5
A fração inerte (não biodegradável) é elevada
Se a fração não biodegradável não for importante em termos de poluição do corpo receptorpossível
indicação de tratamento biológico
Se a fração não biodegradável for importante em termos de poluição do corpo receptor provável
indicação para tratamento físico-químico

Valores práticos da relação DQO/DBO5


Se a relação DQO/DBO5: é baixa (< 2,5) indicação para tratamento biológico
Se a relação DQO/DBO5: é intermediária (2,5 a 3,5)
A fração biodegradável não é elevadadeve-se fazer estudo de tratabilidade para avaliar a viabilidade
do tratamento biológico
Se a relação DQO/DBO5 é elevada (>3,5)
A fração inerte (não biodegradável) é elevadapossível indicação para tratamento físico-químico.

Tipos de tratamento de esgoto: lagoas de estabilização ou iodo ativado com


aeração prolongada.

Sistema de Tratamento do Esgoto3

O que é esgoto?
É todo despejo proveniente dos diversos usos da água, tais como as de uso doméstico, contendo
matéria fecal e águas servidas, industrial, de utilidade pública, de áreas agrícolas, de superfície, de
infiltração, pluviais e outros efluentes sanitários. Outra denominação: águas residuárias.

Classificação dos esgotos


Os esgotos que chegam as Estações de Tratamento de Esgotos são basicamente originados de três
fontes distintas:
•Esgotos domésticos;
•Águas de infiltração;
•Efluentes não domésticos - os esgotos não domésticos deverão passar por pré-tratamentos e/ou
tratamentos específicos antes de serem lançados no sistema coletor público ou no corpo receptor.

Esgotos Domésticos: Provem principalmente das residências, edificações comerciais, instituições ou


quaisquer edificações que contenham instalações de banheiro, lavanderias, cozinhas ou qualquer
dispositivo de utilização de água para fins domésticos.

3
Apostila elaborada pelos servidores do SAMAE, Eng.ª Liseane Peluso Rech, Eng.º Edson Charles Rippel, Eng.ª Fernanda Ballardin Spiandorello e Silvana de
Fátima da Silva Mastella, designados através da Portaria n.º 23.314, de 01 de agosto de 2014.

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Esgotos Não Domésticos: Provem principalmente de industrias – esgotos industriais, de hospitais,
laboratórios, unidades de saúde, lavanderias, lava jatos, oficinas mecânicas. Esses esgotos possuem
características próprias em função da atividade e do processo industrial empregados.
Águas de infiltração: parcela de contribuição dos esgotos que provem das águas do subsolo, que
penetra nas canalizações de esgotos através das juntas, poços de visita e defeitos nas estruturas do
sistema.

Caracterização quantitativa dos esgotos sanitários


A vazão geralmente é medida com uma calha Parshall, mas existem também outros tipos de
equipamentos para este fim, a serem montados dentro ou fora da tubulação.

Vazão de infiltração
Dependendo da execução da tubulação da rede de esgoto, água infiltra na rede, especialmente em
partes porosas da tubulação, poços de inspeção e conexões. Esta água de infiltração pode ter uma vazão
significante, especialmente se a maior parte da rede de coleta for construída usando materiais permeáveis
e/ou se o nível do lençol freático estiver acima da rede coletora.
A vazão de infiltração geralmente varia entre 0,05 l/s e 1,0 l/s por quilômetro de rede de esgoto
construída, dependendo das condições.

Níveis de tratamento
O tratamento de esgotos pode ser dividido em níveis de acordo com o grau de remoção de poluentes
ao qual se deseja atingir:
1- Preliminar
2 -Primário
3 -Secundário
4 -Terciário.

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Tratamento Preliminar - remoção de grandes sólidos e areia para proteger as demais unidades de
tratamento, os dispositivos de transporte (bombas e tubulações) e os corpos receptores. A remoção da
areia previne, ainda, a ocorrência de abrasão nos equipamentos e tubulações e facilita o transporte dos
líquidos. É feita com o uso de grades que impedem a passagem de trapos, papéis, pedaços de madeira,
etc; caixas de areia, para retenção deste material; e tanques de flutuação para retirada de óleos e graxas
em casos de esgoto industrial com alto teor destas substâncias.

Tratamento Primário - os esgotos ainda contém sólidos em suspensão não grosseiros cuja remoção
pode ser feita em unidades de sedimentação, reduzindo a matéria orgânica contida no efluente. Os sólidos
sedimentáveis e flutuantes são retirados através de mecanismos físicos. Os esgotos fluem
vagarosamente, permitindo que os sólidos em suspensão de maior densidade sedimentem gradualmente
no fundo, formando o lodo primário bruto. Os materiais flutuantes como graxas e óleos, de menor
densidade, são removidos na superfície. A eliminação média do DBO é de 30%.

Poluentes removidos:
- Sólidos em suspensão sedimentáveis: matéria orgânica em suspensão (lodo primário)
- Sólidos flutuantes: óleos e graxas

Tratamento Secundário - processa, principalmente, a remoção de sólidos e de matéria orgânica não


sedimentável e, eventualmente, nutrientes como nitrogênio e fósforo. Após as fases primária e secundária
a eliminação de DBO deve alcançar 90%. É a etapa de remoção biológica dos poluentes e sua eficiência
permite produzir um efluente em conformidade com o padrão de lançamento previsto na legislação
ambiental. Basicamente, são reproduzidos os fenômenos naturais de estabilização da matéria orgânica
que ocorrem no corpo receptor, sendo que a diferença está na maior velocidade do processo, na
necessidade de utilização de uma área menor e na evolução do tratamento em condições controladas.

Tratamento Terciário - remoção de poluentes tóxicos ou não biodegradáveis ou eliminação adicional


de poluentes não degradados na fase secundária.

Etapa de Desinfecção - grande parte dos microrganismos patogênicos foi eliminada nas etapas
anteriores, mas não a sua totalidade. A desinfecção total pode ser feita pelo processo natural - lagoa de
maturação, por exemplo – ou artificial - via cloração, ozonização ou radiação ultravioleta. A lagoa de
maturação demanda grandes áreas, pois necessita de pouca profundidade para permitir a penetração da
radiação solar ultravioleta. Entre os processos artificiais, a cloração é o de menor custo, mas pode gerar
subprodutos tóxicos, como organoclorados. A ozonição é muito dispendiosa e a radiação ultravioleta não
se aplica a qualquer situação. O desenvolvimento tecnológico no tratamento de esgotos está concentrado
na etapa secundária e posteriores. Uma das tendências verificada é o aumento na dependência de
equipamentos em detrimento do uso de produtos químicos para o tratamento. Os fabricantes de
equipamentos para saneamento, por sua vez, vêm desenvolvendo novas tecnologias para o tratamento
biológico.

Requisitos de qualidade do efluente


Para a escolha do tratamento e/ou o grau de eficiência de remoção de determinado poluente no
tratamento ou em uma etapa pode ser dado pela formula:

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1431859 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JOSE LIZARDO
Onde:
E = eficiência de remoção (%)
Co = Concentração afluente do poluente (mg/l)
Ce = Concentração efluente do poluente (mg/l)

Processos de tratamento
Para a definição do processo de tratamento dos efluentes são testadas e utilizadas diversas operações
unitárias. Os processos podem ser classificados em físicos, químicos e biológicos em função da natureza
dos poluentes a serem removidos e ou das operações unitárias utilizadas para o tratamento.

A comporta de entrada é utilizada para liberar ou impedir a entrada de esgoto afluente à ETE,
desviando para o canal de by-pass, eventualmente, quando a vazão for maior do que a admitida para a
operação da Estação, quando se percebe que o afluente possui características prejudiciais ao tratamento,
ou ainda, no caso da necessidade de manutenção e limpeza em equipamentos

Processos físicos
São os processos que basicamente removem os sólidos em suspensão sedimentáveis e flutuantes
através de processos físicos, tais como:
- Gradeamento;
- Peneiramento;
- Separação de óleos e gorduras;
- Sedimentação;
- Flotação;

Gradeamento
Com o objetivo da remoção de sólidos grosseiros capazes de causar entupimentos e aspecto
desagradável nas unidades do sistema de tratamento são utilizadas grades mecânicas ou de limpeza
manual. O espaçamento entre as barras varia normalmente entre 0,5 e 2 cm.

Gradeamento em caixas de areia (efluentes industriais e sanitários)

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Peneiramento
Com o objetivo da remoção de sólidos normalmente com diâmetros superiores a 1 mm, capazes de
causar entupimentos ou com considerável carga orgânica são utilizadas peneiras.
As peneiras mais utilizadas têm malhas com barras triangulares com espaçamento variando entre 0,5
a 2mm, podendo a limpeza ser mecanizada (jatos de água ou escovas) ou ser estática.

Peneiramento - Este consiste de uma grade automática de 3mm

Separação água/óleo
O processo de separação é um processo físico que ocorre por diferença de densidade, sendo
normalmente as frações oleosas mais leves recolhidas na superfície. No caso de óleos ou borras oleosas
mais densas que a água, esses são sedimentados e removidos por limpeza de fundo do tanque.

Os separadores de Água e Óleo são equipamentos compactos destinados a separação física


(Água/Óleo)
Sedimentação
O processo de sedimentação é uma das etapas de clarificação, devendo ser aplicado conforme as
características de cada efluente e do processo de tratamento. No caso dos processos que gerem lodos
orgânicos deve-se evitar a permanência exagerada desses no fundo dos decantadores para reduzir a sua
anaerobiose e a consequente formação de gases que causam a flutuação de aglomerados de lodos. Os
decantadores apresentam diversas formas construtivas e de remoção de lodo, com ou sem mecanização

Fonte: enasa.com.br

Filtração
É o processo da passagem de uma mistura sólido – líquido através de um meio poroso (filtro), que
retém os sólidos em suspensão conforme a capacidade do filtro e permite a passagem da fase líquida.

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Principais processos de separação por membranas: Microfiltração (MF), Ultrafiltração (UF),
Nanofiltração (NF) e Osmose Inversa (OI)

Flotação
A flotação é outro processo físico muito utilizado para a clarificação de efluentes e a consequente
concentração de lodos, tendo como vantagem a necessidade reduzida de área, tendo como desvantagem
um custo operacional mais elevado devido à mecanização.

A flotação no tratamento de efluentes e água separa líquidos de sólidos com nuvens de microbolhas de
ar que arrastam as impurezas em suspensão para a superfície.

Processos químicos
São considerados como processos químicos esses que utilizam produtos químicos, tais como: agentes
de coagulação, floculação, neutralização de pH, oxidação, redução e desinfecção em diferentes etapas
dos sistemas de tratamento; através de reações químicas promovem a remoção dos poluentes ou
condicionem a mistura de efluentes a ser tratada aos processos subsequentes.

A clarificação de efluentes
Os processos físico-químicos aplicados com o objetivo de clarificar efluentes são baseados na
desestabilização dos colóides por coagulação seguido da floculação e separação de fases por
sedimentação ou flotação.
Os colóides podem ser formados por microorganismos, gorduras, proteínas, e argilas, estando o
diâmetro das partículas coloidais na faixa de 0,1 de 0,01μm.

Eletrocoagulação
A Eletrocoagulação (EC) se obtém com a passagem de eletricidade pela água desestabilizando a
solução e coagulando os contaminantes. É considerada uma tecnologia amigável, sem grande impacto
ambiental.

Precipitação química
Tem a finalidade de alterar, através da adição de reagentes, o estado físico de substâncias que existem
em solução (ou dispersas), facilitando a sua remoção por sedimentação.
É usada para:

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- aumentar a eficiência da sedimentação primaria;
- na remoção de metais pesados;
- na remoção de fósforo.

Processos biológicos
Os processos biológicos de tratamento reproduzem em escala de tempo e área os fenômenos de
autodepuração que ocorrem na natureza.
Os processos de tratamento biológicos têm como princípio utilizar a matéria orgânica dissolvida ou em
suspensão como substrato para microrganismos tais como bactérias, fungos e protozoários, que a
transformam em gases, água e novos microrganismos.

Lagoas

Lodos ativados

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Biofilmes

Reator

Disposição no solo

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Etapas de Tratamento

Gradeamento grosso (manual) e Gradeamento fino (mecanizado)


Composto por grade de barras em aço inox, seguido de grade mecanizada com sistema autolimpante,
tem a função de reter sólidos presentes no esgoto afluente com dimensões maiores de 10mm, recolhendo
os mesmos em uma calha com rosca transportadora, que encaminha os resíduos para um contêiner, para
posterior envio a aterro sanitário.

Desarenadores mecanizados
O sistema de remoção de areia é constituído por caixas de areia com diâmetro de 6,0m, com um
sistema mecanizado de raspagem do fundo que encaminha a areia para um poço de acúmulo, de onde
é feita a retirada do material sedimentado através de rosca transportadora, para um contêiner de resíduos
a ser encaminhado a aterro sanitário.

Calha Parshall
Após a saída dos dois tanques desarenadores, o esgoto já destituído de sólidos minerais é
encaminhado para um canal de reunião do fluxo, onde está instalada a calha Parshall, com vistas à
medição da vazão afluente. Após a calha tem-se uma série de comportas e válvulas, as quais permitem
efetuar manobras de desvio de esgoto para as 4 linhas de tratamento (Linhas A-B-C-D), conforme for
conveniente para a operação do sistema.

Controle da velocidade por calha Parshall


Para se manter a mesma velocidade na caixa de areia tipo canal com velocidade constante controlada
por calha Parshall, para Qmín e Qmáx, tem-se:

Fórmula da calha Parshall:


Q = K.HN, em que:
Q = vazão (m3/s)
H = altura de água (m)

Valores de K e N - Fórmula da Calha Parshall:


Q = K.HN (Q em m3/s e H em m)

Tratamento Secundário (remoção de matéria orgânica – DBO e sólidos suspensos)

Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente com Manta de Lodo (UASB)


O esgoto já destituído dos sólidos grosseiros e dos sólidos minerais removidos na caixa de areia será
conduzido por tubulação e descarregado nas nove coroas de alimentação de cada reator, na parte
superior de cada unidade. Cada coroa de alimentação é dividida em 30 partes, de onde partem as

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tubulações de distribuição do esgoto fixadas por todo o fundo do reator, que têm por finalidade promover
uma distribuição de esgoto o mais uniformemente possível no fundo do reator.
Denominado originalmente na Holanda de UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket Reactor) – Reator
Anaeróbio de Fluxo Ascendente e Manta de Lodo, no Brasil são também denominados de DAFA (Digestor
Anaeróbio de Fluxo Ascendente), RAFA (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente), RALF (Reator
Anaeróbio de Leito Fluidificado), etc.
A principal função dos reatores UASB é fornecer as condições ideais para promover a remoção de
matéria orgânica presente no esgoto afluente, por meio de micro-organismos anaeróbios. O processo de
tratamento se dá devido à formação de uma colônia específica de bactérias e outros micro-organismos
dentro do reator, cujo metabolismo se dá em meio anaeróbio, ou seja, sem a presença de oxigênio
dissolvido na massa líquida.
O lodo de esgoto é retido nessa unidade de tratamento por separação de fases gasosa, líquida e
sólida. As bactérias em flocos ou grânulos formam uma manta de lodo no interior do reator. Dispositivos
projetados e instalados para separar gases, sólidos e líquidos garantem a permanência do lodo no
sistema e a retirada do biogás e a coleta do efluente tratado.
A coleta do efluente se dá na parte superior do reator, por meio de canaletas com vertedores em fibra
de vidro, e encaminhado para a unidade de tratamento seguinte. O gás produzido no processo anaeróbio
é separado da fração líquida por meio dos separadores trifásicos, e encaminhado por tubulação até o
filtro de carvão ativado e em seguida é queimado no flare. O lodo excedente descartado do sistema, com
idade (tempo de residência celular) superior a 30 dias já se encontra estabilizado. A remoção do lodo
estabilizado se dá pelo fundo do reator e encaminhado para o tanque de acúmulo e recalque de lodo por
sistema de válvulas, registros e tubulações.

Tratamento Terciário (remoção de nutrientes – nitrogênio amoniacal e fósforo)

Filtro Biológico Aerado Submerso (FBAS)


Após passar por tratamento anaeróbio nos UASB, o líquido efluente segue para o tratamento nos
filtros aerados, compostos por uma camada filtrante com pedra britada Nº 4, e fornecimento de ar através
de sopradores e sistema de distribuição de ar por tubulações e difusores instalados no fundo de cada
filtro. A entrada do afluente no filtro se dá pelo fundo da estrutura, onde se distribui pelo fundo falso da
mesma, e então segue com fluxo ascendente, permeando pelo meio filtrante, até ser coletado por
canaletas situadas na parte superior do filtro. O filtro biológico aerado submerso desempenha duas
funções: a remoção de um percentual de matéria orgânica restante do processo anaeróbio e,
principalmente, a transformação do nitrogênio amoniacal presente no líquido em outros compostos
nitrogenados. O processo de tratamento se dá em ambiente com abundância de oxigênio dissolvido,
fornecido mecanicamente pelo sistema de aeração submersa, o qual favorece o crescimento de
microorganismos de características metabólicas aeróbias, ou seja, com a presença de oxigênio dissolvido
no meio líquido, que, além de utilizar a matéria orgânica presente no líquido percolado, utiliza o nitrogênio
amoniacal também no mecanismo metabólico, transformando em outros compostos nitrogenados menos
danosos ao meio ambiente natural (corpo receptor).
A limpeza do filtro se dá por dreno de fundo, que quando acionado, encaminha o lodo para a estação
elevatória de reciclo, retornando ao sistema.

Câmara de Mistura Rápida/Floculador/Decantador Secundário


Após passar pelo FBAS, o efluente é encaminhado para a câmara de mistura rápida, onde é adicionada
a solução de coagulante ao líquido. O coagulante a ser utilizado é o Cloreto Férrico, cuja mistura na
massa líquida é feita mecanicamente por um misturador rápido instalado nesta câmara. A função do
coagulante é desestabilizar as partículas coloidais presentes no esgoto, a fim de promover a formação de
flocos na estrutura seguinte. A seguir o efluente passa para o sistema de floculação do tipo Alabama,
onde o líquido passa por uma série de câmaras, construídas de forma a propiciar uma agitação ideal para
que as partículas coloidais desestabilizadas se unam e formem flocos com peso específico maior que a
água, que serão removidos na etapa seguinte, nos decantadores retangulares.
Os flocos formados na etapa anterior sedimentam e ficam depositados no fundo dos decantadores
retangulares. Para evitar o acúmulo e promover a remoção do material decantado, entram em
funcionamento as pontes raspadoras, que arrastam o lodo de fundo dos decantadores para um canal
localizado na extremidade oposta à entrada do líquido, de onde uma bomba de sucção negativa retira o
lodo e encaminha para a elevatória de reciclo. O líquido clarificado é coletado na parte superior do tanque,
na extremidade oposta à entrada, e encaminhado para a próxima etapa denominada desinfecção.

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Desinfecção (eliminação de agentes patogênicos – Coliformes termotolerantes)

Câmara de Contato
Consiste em um tanque de passagem do efluente tratado onde é dosada uma solução de dióxido de
cloro, que é um agente com alto potencial oxidante, cuja função é a eliminação de agentes patogênicos
presentes no efluente tratado, medidos por meio de análises laboratoriais de coliformes termotolerantes.
Esta câmara de contato é formada por chicanas que permitem que o efluente fique em contato com o
dióxido de cloro por cerca de 30 minutos, antes de seguir para o corpo receptor, garantindo assim o tempo
necessário para a eliminação de agentes patogênicos do esgoto. Após a passagem pela câmara de
contato, o esgoto tratado é encaminhado para o canal de emissário, e lançado no corpo hídrico receptor
do sistema.

Estruturas Anexas e acessórias

Filtro de carvão ativado com queimador de gases (flare)


O processo anaeróbio apresenta como subproduto do metabolismo bacteriológico a formação de
biogás, composto por vários tipos de gases, entre eles o gás sulfídrico H2S e o gás metano CH4. O gás
formado dentro dos reatores anaeróbios é coletado por meio de separadores trifásicos formados por
campânulas de fibra de vidro ou lona, e encaminhado por meio de tubulação de PVC até o filtro de carvão
ativado, formado por várias camadas de meio filtrante com granulometrias diferentes, sendo a última
camada formada por carvão ativado em pó, onde o biogás é filtrado e queimado no flare, instalado acima
do filtro. O flare é equipado com sistema de ignição automático, para garantir que a queima do gás não
seja interrompida.

Elevatória de reciclo
O lodo proveniente do sistema de limpeza dos floculadores, decantadores retangulares e dos filtros
aerados submersos, bem como o líquido purgado da centrífuga são encaminhados por meio de um
conjunto de válvulas, registros e tubulações até as estações elevatórias de reciclo, onde bombas
submersíveis instaladas dentro do poço de acúmulo recalcam o líquido afluente para dentro dos reatores
anaeróbios, sofrendo novo processo de tratamento.

Tanque de acúmulo e recalque de lodo


O lodo em excesso gerado dentro dos reatores anaeróbios é removido apenas em um único nível,
junto ao fundo dos mesmos. Do poço de acúmulo, o lodo é bombeado por meio de dois conjuntos de
bombas helicoidais para os decanters centrífugos localizados na casa da centrífuga, onde será feito o
deságue do lodo.

Casa da centrífuga
Local onde estão instalados dois conjuntos de decanters centrífugos, um conjunto de preparo e
dosagem de polieletrólito e o painel geral de controle do sistema de deságue do lodo gerado na ETE, de
onde é possível efetuar todos os comandos referentes à operação de descarte e deságue de lodo, como
acionamento da válvula de controle, bombas helicoidais, sistema de dosagem de polieletrólito,
acionamento dos decanters centrífugos e sistema de limpeza dos mesmos. As bombas helicoidais
recalcam o lodo para os decanters centrífugos, onde na entrada é adicionada a solução de polieletrólito
que auxilia na separação da água/sólido. O lodo desaguado é descartado em contêineres localizados
abaixo das centrífugas, e o líquido clarificado e de limpeza do sistema é encaminhado para as estações
elevatórias de reciclo, onde retornam para o sistema de tratamento.

Casa de química
A armazenagem das soluções químicas, o sistema de geração de dióxido de cloro, e os sistemas de
dosagem dos produtos químicos utilizados no processo de tratamento estão localizados na casa de
química.

Administração, laboratório, vestiário e guarita


Como unidade de apoio à operação a ETE possui estrutura para comportar a parte administrativa
operacional da ETE composta por salas, sanitários e cozinha. A administração possui também dois
laboratórios de análises químicas e biológicas, com sala para separação de amostras e almoxarifado, e
sala para comportar uma balança analítica.

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LODOS ATIVADOS
É um processo biológico onde o esgoto afluente, na presença de oxigênio dissolvido, agitação
mecânica e pelo crescimento e atuação de microrganismos específicos, forma flocos denominados lodo
ativado ou lodo biológico. Essa fase do tratamento objetiva a remoção de matéria orgânica biodegradável
presente nos esgotos. Após essa etapa, a fase sólida é separada da fase líquida em outra unidade
operacional denominada decantador. O lodo ativado separado retorna para o processo ou é retirado para
tratamento específico ou destino final.

Este processo de tratamento de esgotos apresenta vantagens e desvantagens:

Vantagens
- exige pouca área para implantação;
- maior eficiência no tratamento;
- maior flexibilidade de operação;

Desvantagens
- custo operacional elevado;
- controle laboratorial diário;
- operação mais delicada.

LODOS ATIVADOS REGIME INTERMITENTE OU BATELADA


Os sistemas de tratamento de esgotos denominados lodos ativados convencional e aeração
prolongada, são exemplos de sistemas de tratamento que apresentam fluxo contínuo. Em outras palavras,
à medida que o esgoto bruto alimenta o sistema, o tratamento está sendo realizado. Há sempre fluxo
(movimento) no sistema – esgoto bruto alimentando e esgoto tratado deixando o sistema.
No processo de tratamento de esgoto denominado lodos ativados regime intermitente ou batelada, há
uma diferença, onde se tem apenas um único tanque que serve tanto de reator biológico (quando aeração
presente) quanto de tanque de decantação (quando aeração ausente). Desta forma, as etapas de aeração
e decantação, necessárias para o tratamento do esgoto, tornam-se apenas sequências no tempo e não
são mais unidades físicas distintas construídas em separado. Assim sendo, a incorporação de todas as
unidades, operações e processos normalmente associados ao tratamento convencional de lodos
ativados, sejam elas decantação primária, oxidação biológica e decantação secundária, em um único
tanque, é o princípio do processo de lodos ativados conhecido como regime intermitente ou batelada.

Representação esquemática simplificada de um sistema de tratamento de esgotos lodos ativados do


tipo regime intermitente.

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O sistema de tratamento de esgotos do tipo lodos ativados intermitente pode ser utilizado tanto na
modalidade convencional como também na aeração prolongada, sendo que nesta última, o tanque único
passa a agregar adicionalmente a unidade de digestão do lodo.
Conforme mencionando anteriormente, este processo consiste em um reator de mistura completa onde
acontecem todas as etapas do tratamento. Isso é alcançado porque no fluxo intermitente, o sistema de
lodos ativados possui ciclos bem definidos de operação, sendo eles:
1. Enchimento (entrada de esgoto bruto ou decantado para o interior do reator).
2. Reação (aeração/mistura da massa líquida contida no reator).
3. Sedimentação (sedimentação e separação dos sólidos em suspensão da fase líquida sobrenadante
do esgoto tratado).
4. Esvaziamento (retirada do esgoto tratado do interior do reator).
5. Repouso (ajuste de ciclos e remoção do lodo excedente).

A massa biológica permanece no reator durante todos esses ciclos, eliminando assim a existência de
tanques decantadores como unidades físicas separadas. A duração usual de cada ciclo pode sofrer
alterações em função das variações da vazão afluente, das características do esgoto, das necessidades
do tratamento e da biomassa no sistema.
No ciclo denominado repouso é onde geralmente ocorre o descarte do lodo excedente, mas como o
descarte é opcional, tendo em vista que sua função é permitir o ajuste entre os ciclos de operação de
cada reator, ele pode se dar também em outras fases do processo. Existem algumas modificações nos
sistemas intermitentes, relacionadas à forma de operação e à sequência e duração dos ciclos associados
a cada fase do processo. Com estas variações permitem-se a simplificação adicional no processo ou a
remoção biológica de nutrientes.

VALO DE OXIDAÇÃO
Os valos de oxidação são unidades compactadas de tratamento com os mesmos princípios básicos
da aeração prolongada e constituem estações de tratamento completo de nível secundário. Suas
instalações, com o mínimo possível de unidades de tratamento, concentra processos físicos químicos e
biológicos.
A decantação no final é uma inclusão optativa e dependem do tipo de operação estabelecido mas, a
existência desta unidade no efluente do valo eliminará sólidos decantáveis transportados além de permitir
o funcionamento contínuo do sistema.

As unidades mais simples são compostas de:


- dispositivo de entrada: caixa de passagem e de distribuição quando houver mais de um valo que
podem ser precedidas por sistema de gradeamento e medição;
- tanque de aeração: têm os formatos mais variados, sendo que o mais comum é o de fluxo orbital. O
importante sobre o seu funcionamento é que seja mantido os critérios estabelecidos para a velocidade
média do fluxo de 0,3m/s durante o período de operação e que o fluxo escoe sem a possibilidade de
zonas mortas.
O esgoto é submetido a um processo de aeração onde ocorre a oxidação biológica e o que promove
o crescimento de flocos biológicos e consequentemente a redução da DBO (Demanda bioquímica de
Oxigênio).
- dispositivo de saída: são projetados em função do tipo de operação, que poderá exigir fluxo contínuo
ou intermitente.

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Sistema de tratamento de esgotos da Lagoa de Conceição – Florianópolis

Lagoas de Estabilização
De maneira geral, as lagoas de estabilização são bastante indicadas para regiões de clima quente e
países em desenvolvimento, devido aos seguintes aspectos:
- Suficiente disponibilidade de área em um grande número de localidades;
- Clima favorável (temperatura e insolação elevadas);
- Operações simples;
- Necessário de poucos ou nenhum equipamento.

São indicados para as condições brasileiras devido ao clima favorável, suficiente disponibilidade de
área, à operação simples e à utilização de poucos equipamentos. As lagoas de estabilização podem ser
classificadas em três tipos: lagoas anaeróbias, lagoas facultativas e lagoas de maturação.

Processos de tratamento de águas residuárias

Lagoas anaeróbias: São lagoas com profundidades da ordem de 3 a 5 metros, cujo objetivo é
minimizar ao máximo a presença de oxigênio para que a estabilização da matéria orgânica ocorra
estritamente em condições anaeróbias.

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A eficiência nesse tipo de sistema poderá atingir até 60% na remoção de DBO (Demanda Bioquímica
de Oxigênio) dependendo da temperatura.

É uma das melhores soluções técnicas, mas esbarra no problema de necessitar de uma grande área
para sua implantação. Na lagoa anaeróbia ocorre à retenção e a digestão anaeróbia do material
sedimentável e na facultativa ocorre predominantemente a degradação dos contaminantes solúveis e
contidos em partículas suspensas muito pequenas. O lodo retido e digerido na primeira lagoa tem de ser
removido em intervalos que geralmente variam de 2 a 5 anos. Na primeira, predomina o processo
anaeróbio e na segunda o aeróbio, onde se atribui às algas, a função da produção do oxigênio a ser
consumido pelas bactérias.

Lagoas facultativas: São lagoas com profundidade de 1,5 a 3 metros. Neste tipo de lagoa ocorrem 2
processos distintos: aeróbios e anaeróbios. Na região superficial ocorre os processos fotossintéticos
realizados pelas algas onde há liberação de oxigênio no meio, favorecendo o processo aeróbio e, no
fundo quando a matéria orgânica tende a sedimentar ocorrem os processos anaeróbios.

O uso de lagoa facultativa é uma solução simples e de baixo custo, isto quando se dispõe de área com
topografia adequada e custo acessível. Esta técnica exige o uso de tratamento preliminar, provido de
grade e desarenador. Esta é uma alternativa simples para a construção, e que exige operação mínima,
sem qualquer necessidade de se contratar operador especializado.

Lagoa Aerada Facultativa: Esta diminui a necessidade de grande área, mas em consequência da
utilização de aeradores, aumenta o seu custo de operação. Quando o sistema incluir um decantador
primário, a lagoa aerada pode ter o tempo de detenção (ou retenção) menor, porém, quando somente se
usa grade e caixa de areia, normalmente é empregado um tempo de detenção maior.

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Lagoa Aerada de Mistura Completa – Lagoa de Decantação: O tempo de detenção típico da lagoa
aerada é da ordem de 2 a 4 dias. A operação deste tipo de lagoa são mais complicados devido ao fato
de se ter um menor período de armazenagem na lagoa, comparado com os outros sistemas.

Lagoas de maturação: São lagoas com profundidades de 0,8 a 1,5 m e sua principal função é remover
patogênicos devido a boa penetração de radiação solar, elevado pH e elevada concentração de oxigênio
dissolvido. A função desta lagoa é a remoção de patogênicos. Esta é uma alternativa mais barata à outros
métodos como por exemplo a desinfecção por cloração.

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Lagoa Facultativa
Descrição do processo
O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai pela outra. Durante este caminho, que pode
demorar vários dias, o esgoto sofre os processos que irão resultar em sua purificação. Após a entrada do
efluente na lagoa, a matéria orgânica em suspensão (DBO particulada) começa a sedimentar formando
o lodo de fundo. Este sofre tratamento anaeróbio na zona anaeróbia da lagoa.

Há necessidade de suficiente iluminação solar, portanto, estas lagoas devem ser implantadas em
lugares de baixa nebulosidade e grande radiação solar. Na zona aeróbia há um equilíbrio entre o consumo
e a produção de oxigênio e gás carbônico. Enquanto as bactérias produzem gás carbônico e consomem
oxigênio através da respiração, as algas produzem oxigênio e consomem gás carbônico na realização da
fotossíntese.
Tem-se o perfeito equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e gás carbônico:

O efluente de uma lagoa facultativa possui as seguintes características principais: (Cetesb, 1989)
- Cor verde devida às algas;
- Elevado teor de oxigênio dissolvido;
- Sólidos em suspensão, embora praticamente estes não sejam sedimentáveis.

Influências das algas


Numa lagoa de estabilização facultativa, as algas desempenham um papel fundamental. A sua
concentração é mais elevada do que a de bactérias. Em termos de sólidos em suspensão secos, a
concentração é usualmente inferior a 200mg/l embora em termos de números elas podem estar na
contagens na faixa de 104 a 106 organismos por ml.
Grupos de algas de importância encontrados nas lagoas de estabilização:
- Algas verdes (clorofíceas);
- Cianobactérias
As espécies variam de local para local, e, ainda, com a posição na série de lagoas (facultativas e
lagoas de maturação)

Profundidade da zona aeróbia em função da carga de DBO


A profundidade da zona aeróbia, além de variar ao longo do dia, varia também com as condições de
carga da lagoa. Lagoas com uma maior carga de DBO tendem a possuir uma maior camada anaeróbia,
que pode ser praticamente total durante a noite.
O pH na lagoa também varia ao longo da profundidade e ao longo do dia. Durante o dia, nas horas de
máxima atividade fotossintética, o pH pode atingir valores em torno de 10.

Influências das condições ambientais


As principais condições ambientais em uma lagoa de estabilização são a radiação solar, temperatura
e o vento.

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Mistura e estratificação térmica
Em lagos de pequena profundidade a mistura pode ocorrer uma vez ao dia, de acordo com a seguinte
sequência:
- Início da manhã, com vento: Mistura completa. A temperatura é uniforme ao longo da profundidade.
- Meio da manhã, com sol, sem vento: Aumento da temperatura na camada superficial. A temperatura
no fundo, varia pouco, sendo influenciada pela temperatura do solo.
- Inicio da noite, sem vento: A camada acima da termoclima perde calor mais rapidamente do que a
camada de fundo. Caso as temperaturas das camadas se aproximem, ocorre a mistura
- Noite, com vento. O vento auxilia na mistura das camadas. A camada superior afunda, e a inferior se
eleva.

Profundidade da zona aeróbia em função da carga de DBO

Influência da carga aplicada à lagoa e da hora do dia na espessura das camadas aeróbias (Sperling,
2002).

Rotina de operação – lagoas


• seguir as rotinas gerais de operação de lagoas de estabilização;
• retirar todo o material sobrenadante - escumas, óleos, graxas, lodo e folhas usando peneiras ou jatos
d’água. O material removido deve ser desidratado, tratado e disposto em valas na área da ETE, com
recobrimento diário, ou em aterro sanitário preferencialmente licenciado;
• variar o nível d’água em função da maior ou menor insolação - mais alto no período de maior insolação
e mais baixo no de menor insolação;
• verificar a coloração do efluente tratado - deve estar preferencialmente verde-claro e sem cheiro;
• verificar diariamente as condições de tempo, da temperatura do ar e do líquido, do pH e do oxigênio
dissolvido - OD. Os dados devem ser anotados no registro de operação da ETE.

Estimativa da concentração efluente de DBO


A remoção de DBO processa-se segundo uma reação na qual a taxa de reação é diretamente
proporcional à concentração do substrato. Nestas condições o regime hidráulico da lagoa influencia a
eficiência do sistema.

Características dos modelos hidráulicos

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Filtro Biológico (Leito Percolador)
Filtros biológicos são unidades de tratamento de esgotos destinados a oxidação biológica da matéria
orgânica remanescente de decantadores.
O efluente do decantador é aspergido continuamente sobre um leito de pedras justapostas entre os
quais o ar pode circular.
O ambiente ecológico desempenhado pelo filtro biológico tem como condicionantes a matéria orgânica,
luz, oxigênio temperatura e pH.O leito de pedras, atravessado por líquido contendo matéria orgânica e os
outros fatores acima citados, propicia o desenvolvimento de microrganismos aeróbios. A variabilidade dos
fatores de oxigenação também permite desenvolvimento anaeróbio resultando uma alternância de
condições que permite a predominância de organismos facultativos.
As populações microbianas nos leitos dos filtros biológicos são principalmente bactérias heterotróficas
formadoras da zooglea, são consumidoras da matéria orgânica predominante e por isso consideradas os
principais agentes primários da purificação.

Destinação final de lodos de ETAS e ETES4


Os lodos de ETAs têm sido dispostos em cursos de água sem nenhum tratamento. Todavia essa
prática tem sido questionada pelos órgãos ambientais devido aos possíveis riscos à saúde pública e à
vida aquática. Estima-se que a produção de lodos de ETA’s nos municípios operados pela Sabesp, no
Estado de São Paulo seja de aproximadamente 90 toneladas por dia, em base seca.
Observou-se uma grande variabilidade nos quantitativos de lodos gerados ao longo do período de
um ano em cada ETA. Normalmente, ocorreu uma maior produção de lodo no período chuvoso, que vai

4
www.tratamentodeagua.com.br

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de novembro a março, época em que há piora na qualidade geral das águas dos mananciais,
representada pelos parâmetros cor aparente e turbidez, necessitando, consequentemente, da aplicação
de maiores quantidades de produtos químicos para o tratamento, notadamente de coagulantes.
Os usos benéficos mais utilizados ou de maior potencial de utilização para o Estado de São Paulo
são: fabricação de cimento, disposição no solo, cultivo de grama comercial, fabricação de tijolos, solo
comercial, compostagem e plantações de cítricos. O lodo também poderá ser utilizado para a melhoria
da sedimentabilidade em águas de baixa turbidez, recuperação de coagulantes e controle de H2S. Além
das utilizações benéficas citadas, muitas vantagens têm sido observadas, quando os lodos de ETAs são
lançados em redes coletoras de esgotos ou diretamente nas estações de tratamento de esgotos.
A busca de soluções economicamente viáveis e ambientalmente vantajosas para o tratamento e
disposição final de lodos de ETAs continua sendo um desafio em vários países, principalmente no Brasil,
onde o assunto é mais recente. A caracterização adequada do lodo é o passo inicial para poder avançar
nesse sentido. As legislações ambientais específicas devem ser analisadas para cada tipo de disposição
final desejada.
Também é imprescindível que seja realizada uma pesquisa de mercado, identificando potenciais
clientes, aceitação do produto por fabricantes e pelo consumidor final, além da viabilidade da
comercialização do produto. Dentre as várias soluções de disposição final para o Estado de São Paulo
destacam- se: a fabricação de tijolos, o aterro e a descarga em redes coletoras de esgoto.

Noções de destinação de resíduos industriais, proteção de mananciais e


recursos hídricos.

DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS5

Com o crescimento das cidades, o desafio da limpeza urbana não consiste apenas em remover o lixo
de logradouros e edificações, mas, principalmente, em dar um destino final adequado aos resíduos
coletados.
Essa questão merece atenção porque, ao realizar a coleta de lixo de forma ineficiente, a prefeitura é
pressionada pela população para melhorar a qualidade do serviço, pois se trata de uma operação
totalmente visível aos olhos da população. Contudo, ao se dar uma destinação final inadequada aos
resíduos, poucas pessoas serão diretamente incomodadas, fato este que não gerará pressão por parte
da população.
Assim, diante de um orçamento restrito, como ocorre em grande número das municipalidades
brasileiras, o sistema de limpeza urbana não hesitará em relegar a disposição final para o segundo plano,
dando prioridade à coleta e à limpeza pública.
Por essa razão, é comum observar nos municípios de menor porte a presença de "lixões", ou seja,
locais onde o lixo coletado é lançado diretamente sobre o solo sem qualquer controle e sem quaisquer
cuidados ambientais, poluindo tanto o solo, quanto o ar e as águas subterrâneas e superficiais das
vizinhanças.
Os lixões, além dos problemas sanitários com a proliferação de vetores de doenças, também se
constituem em sério problema social, porque acabam atraindo os "catadores", indivíduos que fazem da
catação do lixo um meio de sobrevivência, muitas vezes permanecendo na área do aterro, em abrigos e
casebres, criando famílias e até mesmo formando comunidades.
Diante desse quadro, a única forma de se dar destino final adequado aos resíduos sólidos é através
de aterros, sejam eles sanitários, controlados, com lixo triturado ou com lixo compactado. Todos os
demais processos ditos como de destinação final (usinas de reciclagem, de compostagem e de
incineração) são, na realidade, processos de tratamento ou beneficiamento do lixo, e não prescindem de
um aterro para a disposição de seus rejeitos.

Disposição dos resíduos domiciliares


O processo recomendado para a disposição adequada do lixo domiciliar é o aterro, existindo dois tipos:
os aterros sanitários e os aterros controlados.
A diferença básica entre um aterro sanitário e um aterro controlado é que este último prescinde da
coleta e tratamento do chorume, assim como da drenagem e queima do biogás.
5
Manual Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos – Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República -
SEDU

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1431859 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JOSE LIZARDO
A seguir será apresentado, de forma detalhada, o processo para se selecionar uma área de destino
final, assim como será descrita, passo a passo, a metodologia para se projetar, licenciar, implantar e
operar um aterro.
Um enfoque mais detido será dado ao aterro sanitário, já que esta solução é a tecnicamente mais
indicada para a disposição final dos resíduos sólidos.

O aterro sanitário é um método para disposição final dos resíduos sólidos urbanos, sobre terreno
natural, através do seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo,
segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente, em particular à
saúde e à segurança pública.

O aterro controlado também é uma forma de se confinar tecnicamente o lixo coletado sem poluir o
ambiente externo, porém, sem promover a coleta e o tratamento do chorume e a coleta e a queima do
biogás.

ATERRO SANITÁRIO
Um aterro sanitário conta necessariamente com as seguintes unidades:
• Unidades operacionais:
• células de lixo domiciliar;
• células de lixo hospitalar (caso o Município não disponha de processo mais efetivo para dar destino
final a esse tipo de lixo);
• impermeabilização de fundo (obrigatória) e superior (opcional);
• sistema de coleta e tratamento dos líquidos percolados (chorume);
• sistema de coleta e queima (ou beneficiamento) do biogás;
• sistema de drenagem e afastamento das águas pluviais;
• sistemas de monitoramento ambiental, topográfico e geotécnico;
• pátio de estocagem de materiais.
•Unidades de apoio:
• cerca e barreira vegetal;
• estradas de acesso e de serviço;
• balança rodoviária e sistema de controle de resíduos;
• guarita de entrada e prédio administrativo;
• oficina e borracharia.
A operação de um aterro deve ser precedida do processo de seleção de áreas, licenciamento, projeto
executivo e implantação.

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Seleção de áreas para a implantação de aterros sanitários
A escolha de um local para a implantação de um aterro sanitário não é tarefa simples. O alto grau de
urbanização das cidades, associado a uma ocupação intensiva do solo, restringe a disponibilidade de
áreas próximas aos locais de geração de lixo e com as dimensões requeridas para se implantar um aterro
sanitário que atenda às necessidades dos municípios.
Além desse aspecto, há que se levar em consideração outros fatores, como os parâmetros técnicos
das normas e diretrizes federais, estaduais e municipais, os aspectos legais das três instâncias
governamentais, planos diretores dos municípios envolvidos, pólos de desenvolvimento locais e regionais,
distâncias de transporte, vias de acesso e os aspectos políticosociais relacionados com a aceitação do
empreendimento pelos políticos, pela mídia e pela comunidade.
Por outro lado, os fatores econômico-financeiros não podem ser relegados a um plano secundário,
uma vez que os recursos municipais devem ser sempre usados com muito equilíbrio.
Por isso, os critérios para se implantar adequadamente um aterro sanitário são muito severos, havendo
a necessidade de se estabelecer uma cuidadosa priorização dos mesmos.
A estratégia a ser adotada para a seleção da área do novo aterro consiste nos seguintes passos:
• seleção preliminar das áreas disponíveis no Município;
• estabelecimento do conjunto de critérios de seleção;
• definição de prioridades para o atendimento aos critérios estabelecidos;
• análise crítica de cada uma das áreas levantadas frente aos critérios estabelecidos e priorizados,
selecionando-se aquela que atenda à maior parte das restrições através de seus atributos naturais.
Com a adoção dessa estratégia, minimiza-se a quantidade de medidas corretivas a serem
implementadas para adequar a área às exigências da legislação ambiental vigente, reduzindo-se ao
máximo os gastos com o investimento inicial.

TRATAMENTO DO CHORUME
Chorume é uma substância líquida resultante do processo de putrefação (apodrecimento) de matérias
orgânicas. Este líquido é muito encontrado em lixões e aterros sanitários. É viscoso e possui um cheiro
muito forte e desagradável (odor de coisa podre).
O processo de tratamento do chorume é muito importante para o meio ambiente. Caso não seja
tratado, ele pode atingir lençóis freáticos, rios e córregos, levando a contaminação para estes recursos
hídricos. Neste caso, os peixes podem ser contaminados e, caso a água seja usada na irrigação agrícola,
a contaminação pode chegar aos alimentos (frutas, verduras, legumes, etc).
Em função da grande quantidade de matéria orgânica presente no chorume, este costuma atrair
moscas que também podem trazer doenças aos seres humanos.
A principal característica do chorume é a variabilidade de sua composição em decorrência do
esgotamento progressivo da matéria orgânica biodegradável. Por essa razão, o elevado potencial poluidor
do "chorume novo" vai se reduzindo paulatinamente até atingir níveis que dispensam seu tratamento, ao
final de 10 anos ("chorume velho").
Também o volume de chorume produzido num aterro varia sazonalmente em função das condições
climáticas da região e do sistema de drenagem local, sofrendo a influência da temperatura, do índice de
precipitação pluviométrica, da evapotranspiração, da existência de material de cobertura para as células,
da permeabilidade do material de cobertura utilizado, da cobertura vegetal da área do aterro e ainda de
muitos outros fatores.
A melhor forma de se determinar a vazão de chorume gerada em um aterro é através da medição
direta. Uma outra forma para se estimar as vazões de aterros sanitários é através de uma correlação
direta com a geração de chorume em aterros conhecidos, embora, para isso, tenha que se admitir uma
série de simplificações.
A forma de tratamento mais empregada é através de lagoas aeróbias precedidas de um gradeamento
manual ou peneiramento mecânico e de um tanque de equalização onde chorume deve ficar retido, pelo
menos 24 horas, para homogeneizar ao máximo a sua composição.

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É conveniente que no tanque de equalização seja instalado um conjunto de aeração superficial, para
efetuar uma melhor homogeneização da massa líquida e também para melhorar as condições aeróbias
do chorume.
As lagoas de estabilização do tipo aeróbia possuem as seguintes características básicas:
• formato: tronco-piramidal;
• profundidade: 1,5 metro;
• tempo de detenção: 25 dias, no mínimo.
A entrada nessas lagoas deve ser através de uma tubulação dupla para melhorar o fluxo hidráulico do
chorume dentro da lagoa, evitando cantos mortos e curtos-circuitos. A saída do efluente deve ser por
meio de vertedores de altura variável, assegurando o tempo mínimo de permanência do chorume no
interior das lagoas para qualquer vazão afluente.
Dessa série de lagoas, o efluente sofre um polimento final numa pequena lagoa, também aeróbia e
com as mesmas características físicas das duas anteriores, mas com capacidade para reter o chorume
tratado por sete dias.
As margens das lagoas devem ser tratadas de modo a não permitir o crescimento de vegetação na
interface ar-efluente, uma vez que esta vegetação serve de abrigo para mosquitos e outros vetores.
A remoção do lodo deve ser feita periodicamente para não interferir na eficiência do sistema de
tratamento.
O lodo removido deve ser seco em um leito de secagem e removido de volta para o interior do aterro
sanitário, enquanto a fração líquida pode ser descartada diretamente no corpo receptor.

A forma mais correta de se definir o tipo de tratamento a ser utilizado é através da realização de um
estudo de tratabilidade do chorume conduzido em bancada de laboratório, sendo desaconselhável o
uso de dados bibliográficos no dimensionamento das unidades para o seu tratamento.
A medição da vazão de chorume deve ser feita em pelo menos dois pontos do sistema de tratamento:
• logo após o poço de coleta de chorume ou imediatamente antes do tanque de equalização;
• imediatamente antes do lançamento no corpo receptor.
O efluente bruto e o efluente tratado devem ser monitorados periodicamente.

Outra forma usual de se tratar o chorume é através de sua recirculação para o interior da massa de
lixo com a utilização de aspersores, caminhão-pipa ou de leitos de infiltração.
Nesse processo, o chorume vai perdendo sua toxicidade (basicamente carga orgânica), pelo fato de
estar sendo aerado e também pela ação biológica dos micro-organismos presentes na massa de lixo.
Além disso, parte do chorume recirculado sofre evaporação, sendo importante que os bicos dos
aspersores sejam regulados para atuar como vaporizadores, aumentando a taxa de evaporação.
Visto que a evaporação é um fator importante para a recirculação do chorume, este processo só deve
ser adotado em regiões onde o balanço hídrico seja negativo, isto é, em regiões onde a taxa de
evaporação é maior do que a precipitação pluviométrica.
Outro ponto importante que deve ser ressaltado são as dimensões do poço de reunião do chorume,
que devem ser suficientes para armazenar uma grande quantidade deste líquido, evitando que a bomba
de recirculação entre em funcionamento em intervalos muito curtos. O ideal é que ele seja projetado para

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armazenar um dia da geração de chorume na época das chuvas, permitindo que a recirculação seja feita
apenas uma vez por dia e, preferencialmente, ao longo das oito horas em que o operador está presente
na área do aterro.
As desvantagens desse processo estão ligadas ao grande consumo de energia elétrica e à sua
dependência de um bom suprimento de energia e de um bom funcionamento do conjunto motobomba,
uma vez que, caso haja falta de energia ou uma pane na bomba de recirculação, o chorume bruto seja
inevitavelmente lançado em algum corpo d'água, podendo causar danos ao meio ambiente.
A situação ideal é que a recirculação seja realizada de forma complementar a um dos processos de
tratamento convencional de chorume, como lagoas de estabilização ou lodos ativados.

Outros processos de tratamento de chorume são o sistema de lodos ativados e a evaporação.

Lodos ativados

Evaporador de chorume

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No sistema de lodos ativados, o chorume passa por um tratamento preliminar que, em geral, consiste
em um gradeamento grosseiro, sendo posteriormente encaminhado a um decantador primário, onde há
a retenção dos sólidos sedimentáveis primários. Em seguida, é encaminhado a um tanque de aeração,
onde aeradores, normalmente superficiais, injetam ar na massa líquida, permitindo que as bactérias
aeróbias realizem a estabilização da matéria orgânica, gerando um lodo secundário que permanece em
suspensão.
O efluente do tanque de aeração vai para um decantador secundário, onde o lodo gerado
anteriormente é precipitado. Parte desse lodo retorna ao tanque de aeração, enquanto o restante do lodo
depositado se junta ao lodo do decantador primário, indo ter a um leito de secagem. O lodo seco é
encaminhado de volta ao aterro.
Após o decantador secundário, a fração líquida segue para uma lagoa de polimento, similar à do
processo de lagoas aeróbias, de onde é lançado no corpo receptor.
Já no processo de evaporação, o chorume é enviado para um tanque metálico, o evaporador, onde é
aquecido a uma temperatura entre 80 e 90°C, o que faz com que parte da fração líquida se evapore,
concentrando o teor de sólidos do chorume.
O vapor quente, quando sai do evaporador, passa por um filtro retentor de umidade e vai para uma
câmara de aquecimento final, de onde é lançado, seco, na atmosfera.
O lodo adensado, com cerca de 30% de material sólido, sai pela parte inferior do evaporador e é
vazado no aterro.
A grande vantagem deste processo é seu baixo custo operacional, pois o combustível utilizado para
evaporar o chorume é o biogás captado no próprio aterro.
Entretanto, qualquer que seja a alternativa de tratamento escolhida, o efluente deve atender aos
padrões de lançamento impostos pelo órgão de controle ambiental.

Drenagem de gases
O sistema de drenagem de gases é composto por poços verticais de 50cm de diâmetro, espaçados de
50 a 60m entre si, e executados em brita ou rachão.
Existem dois métodos de se executar os drenos de gás: subindo o dreno à medida que o aterro vai
evoluindo ou escavar a célula encerrada para implantar o dreno, deixando uma guia para quando se
aterrar em um nível mais acima.
Uma vez aberto o poço, o solo ao seu redor, num raio de aproximadamente dois metros, deve ser
aterrado com uma camada de argila de cerca de 50cm de espessura, para evitar que o gás se disperse
na atmosfera.
O topo do poço deve ser encimado por um queimador, normalmente constituído por uma manilha de
concreto ou de barro vidrado colocada na posição vertical.
O sistema de drenagem de gases deve ser vistoriado permanentemente, de forma a manter os
queimadores sempre acesos, principalmente em dias de vento forte.

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Execução dos poços de drenagem de gás

ATERROS CONTROLADOS
O aterro controlado deve ser construído e operado exatamente como um aterro sanitário.
Por não possuir sistema de coleta de chorume, esse líquido fica retido no interior do aterro. Assim, é
conveniente que o volume de água de chuva que entre no aterro seja o menor possível, para minimizar a
quantidade de chorume gerado. Isso pode ser conseguido empregando-se material argiloso para efetuar
a camada de cobertura provisória e executando-se uma camada de impermeabilização superior quando
o aterro atinge sua cota máxima operacional.
Também é conveniente que a área de implantação do aterro controlado tenha um lençol freático
profundo, a mais de três metros do nível do terreno.
Normalmente, um aterro controlado é utilizado para cidades que coletem até 50t/dia de resíduos
urbanos, sendo desaconselhável para cidades maiores.

ATERROS CLASSE II
O aterro Classe II é como um aterro sanitário para lixo domiciliar mas, normalmente, sem o sistema de
drenagem de gases.
A 1,5m do nível máximo do lençol freático, a partir de baixo para cima, o aterro Classe II é constituído
das seguintes camadas:
• camada de impermeabilização de fundo, com manta plástica (0,8 a 1,2mm de espessura) ou com
argila de boa qualidade (k = 10-6cm/s; e > 80cm);
• camada de proteção mecânica (somente se a impermeabilização for feita com manta sintética);
• sistema de drenagem de percolado;
• camadas de resíduos (de 4,0 a 6,0m de altura) entremeadas com camadas de solo de 25cm de
espessura;
• camada de impermeabilização superior4, com manta plástica (0,8 a 1,2mm de espessura) ou com
argila de boa qualidade (k = 10-6cm/s; e > 50cm);
• camada drenante de areia com 25cm de espessura (necessária somente se houver
impermeabilização superior);
• camada de solo orgânico (e > 60cm);
• cobertura vegetal com espécies de raízes curtas.
O líquido percolado, coletado através de um sistema de drenagem, similar ao apresentado na Figura
37, deve ser conduzido para tratamento. O tipo de tratamento a ser adotado depende das características
dos resíduos aterrados, sendo usual a adoção de um processo físico-químico completo seguido de um
processo biológico convencional (lagoas de estabilização ou lodos ativados).

ATERROS CLASSE I
As condições de impermeabilização dos aterros Classe I são mais severas que as da classe anterior.
A distância mínima do lençol d'água é de três metros e as seguintes camadas são obrigatórias:
• dupla camada de impermeabilização inferior com manta sintética ou camada de argila (e > 80cm; k
< 10-7cm/s);

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• camada de detecção de vazamento entre as camadas de impermeabilização inferior;
• camada de impermeabilização superior;
• camada drenante acima da camada de impermeabilização superior (e = 25cm).

APROVEITAMENTO ENERGÉTICO DO GÁS DE ATERRO NO BRASIL6


O Aproveitamento energético do gás de aterro, além de seu valor como fonte descentralizada de
energia elétrica, reduz o potencial de efeito estufa dos gases emitidos na conversão do metano (CH4) –
gás que tem alto potencial de aquecimento global (GWP, da sigla em inglês para global warming potencial)
em gás carbônico (CO2) – com GWP mais de vinte vezes mais baixo que o CH4, segundo o Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC. Além disso, este aproveitamento pode substituir
fontes fósseis de geração de energia da matriz por uma fonte renovável.
Como no Brasil o aproveitamento energético do gás de aterro era quase inexistente até as discussões
no âmbito do Protocolo de Quioto, ele não entra no que se chama de “linha de base”. Ou seja, por não
ter existido antes, entende-se que ocorre devido ao incentivo dos créditos de carbono. Desta maneira,
considera-se que a atividade é adicional ao que ocorreria na ausência do protocolo, sendo elegível para
receber esses créditos, denominados Reduções Certificadas de Emissões ou RCEs.15 Isto pode ocorrer
mesmo em casos hipotéticos em que o fluxo de caixa dos projetos seja atrativo.
Aproveitamento energético do gás de aterro no Brasil responde por apenas pouco mais de 2% da
capacidade instalada de geração de energia (3.517 MW) entre os projetos no âmbito do mecanismo de
desenvolvimento limpo (MDL) – mecanismo de flexibilização previsto no Protocolo de Quioto que permite
projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento possam ser utilizados para países
desenvolvidos atingirem suas metas de redução de emissões (Brasil, 2010b). Neste trecho do diagnóstico
de resíduos sólidos, considerando que outras iniciativas sejam negligenciáveis, deixa-se o pressuposto
de que todos os projetos de aproveitamento de gás de aterro para produção de energia elétrica
submeteram projetos de MDL para validação.

O Projeto de Aproveitamento do Biogás de Aterro Sanitário (NovaGerar) foi pioneiro em aproveitar


recursos advindos das negociações no âmbito da Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima e seu
Protocolo de Quioto para viabilizar o uso de biogás de aterro como fonte energética. Seu projeto previa
reduzir 14.073 mil t de gás carbônico equivalentes (CO2eq) em 21 anos ao gerar, de forma líquida, 654
mil MWh de energia elétrica neste período.16 Seguiram projetos maiores, como o Projeto Bandeirantes
de Gás de Aterro e Geração de Energia (capacidade instalada de 22 MW), com previsão de receber 7.500
mil RCEs em sete anos, e o Projeto Gramacho de Gás de Aterro, previsto para gerar 5.966.573 RCEs,
também nos sete primeiros anos do projeto.
Projetos de recuperação de gás de aterro e de geração de energia por combustão do gás devem estar
atrelados a uma política de destinação otimizada de resíduos sólidos.
Se considerado o balanço energético de uma gestão de resíduos que englobe coleta seletiva, reuso e
reciclagem de materiais e captação de gás de aterro para fins energéticos, ela é fortemente positiva, pois
soma a economia de energia advinda da produção de bens a partir de matériaprima reciclada – em vez
da extração de novo – com a geração de energia propriamente dita.

6 http://www.portalresiduossolidos.com

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Pode-se gerar energia a partir de resíduos sólidos tanto do gás de aterro, a partir da decomposição
anaeróbica dos resíduos orgânicos, do papel e papelão, como a partir da combustão direta dos resíduos.
No entanto, na combustão, para se ter níveis aceitáveis de emissões de furanos, dioxinas e cinzas, além
de tratamento do resíduo sólido da combustão – conforme tecnologia descrita em Bilitewski, Härdtle e
Marek (2000) –, é necessário um investimento financeiro que, via de regra, não compensa a diferença de
geração de energia, mesmo contabilizando as emissões evitadas de gases causadores do efeito estufa
– GEEs (Dijkgraaf e Vollebergh, 2004; 2008). Na Alemanha, por exemplo, o alto investimento em
instalações adequadas para a combustão de lixo com geração de energia forçou o país a importar
resíduos sólidos da Itália para compensar o custo afundado e fornecer a energia planejada quando a
geração de resíduos não atendeu as previsões (Observ’er, 2008).
O biogás para aproveitamento energético, que pode ser proveniente não apenas de captura de biogás
de aterros sanitários – resíduos sólidos –, mas também de vários tipos de rejeitos, como efluentes urbanos
(esgoto), dejetos de animais e/ou vegetais em biodigestores, vinhoto ou ainda da indústria de celulose,
pode ser utilizado na sua forma bruta, gerando energia por “queimadores” (flairs) ou em substituição ao
gás de cozinha, ou pode ainda ser melhorado mediante tecnologia específica (enriquecendo o gás
resultante de cerca de 55% CH4, para 92% CH4) para substituir o gás natural em veículos ou na indústria.
A participação da geração de energia por uso de resíduos sólidos no Brasil ainda é muito tímida, não
chegando a ser explicitada no Balanço Energético Nacional – BEN (EPE, 2009). Na Comunidade
Europeia, os governos garantem preços premium semelhantes aos pagos por energia eólica à energia
gerada por biogás (Ewea, 2009). A capacidade instalada de produção de eletricidade desta modalidade
– 19,9 MWh – corresponde a 24% da eletricidade produzida entre as diversas fontes de biomassa
(Observ’er, 2008). O biogás proveniente de aterros, na Europa, corresponde a 49% do biogás total,
seguido por biodigestores na agricultura – 36% – e efluentes – 15%. O potencial de biogás neste
continente pode chegar ao suprimento de um terço da demanda por gás.
No Brasil, no âmbito do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa),
apesar de estar prevista a compra da eletricidade a partir do biogás de aterro sanitário, rico em CH4,
nenhum projeto foi apresentado. Comentários de alguns stakeholders indicam que o índice de
nacionalização exigido pelo Proinfa é muito alto, sendo proibitivo para o setor. Outras fontes citam o
“preço premium”, oferecido na primeira fase do Proinfa para a energia gerada por gás de aterro como não
sendo suficientemente atrativo – Costa (2006) e os documentos de concepção de projeto (DCPs), Projeto
Gramacho de Gás de Aterro. A exigência de que os créditos de carbono gerados em projetos com o
financiamento do Proinfa sejam atribuídos à Centrais Elétricas Brasileiras – Eletrobras (Decretos no
5.025/2004 e no 5.886/2006) certamente pesou na decisão dos empreendedores do setor.
Em um contexto internacional, é preciso que se tenha em mente que as RCEs, os chamados créditos
de carbono, são um incentivo importante que deve ser aproveitado neste momento em que as
negociações sobre clima possibilitam que haja recursos advindos dos países desenvolvidos para que
países em desenvolvimento adotem métodos e tecnologias que reduzam emissões nas atividades
econômicas, em especial na geração de energia. Políticas de incentivo, como houve na primeira fase do
Proinfa, devem ser melhoradas para contemplar de maneira mais eficaz o aproveitamento energético de
resíduos, de forma a viabilizá-la.
Em um futuro próximo, o aproveitamento energético de fontes como resíduo podem vir a se tornar uma
obrigação, sem qualquer subvenção externa. Entretanto, é preciso mencionar que o Brasil defende nas
convenções internacionais que o GWP calculado em horizontes de cem anos, como publicado pelo IPCC,
infla a diferença entre o GWP do CH4 em relação ao CO2. Neste sentido, é preciso ter em mente que
uma possível queda nesta diferença deve entrar no estudo de viabilidade dos empreendedores, baixando
o potencial de ganho com créditos de carbono, porém em uma escala muito pequena se comparada à
flutuação dos preços de mercado em relação ao tamanho das metas que estão sendo discutidas para
serem estabelecidas em um segundo período de compromisso do Protocolo de Quioto.
É necessário, também, que projetos de lei e planos que visem ao incentivo dessa geração de energia
considerem que a obrigação do aproveitamento energético de resíduos pode impedir que se obtenha
receita advinda de créditos de carbono, dado que para ser elegível a receber RCEs, a atividade que
mitigue emissões de GEEs deve ser de caráter voluntário. Na tabela abaixo pode-se observar o número
de projetos de MDL no Brasil envolvendo aterros.
Apesar de a viabilidade técnica e econômica da implantação de aterros dotados de um sistema de
geração de energia proveniente do gás de aterro depender de uma quantidade mínima de resíduos
aterrados, o incentivo à criação de gestões compartilhadas dos resíduos de vários municípios, conforme
a PNRS, deverá causar um ganho de escala que viabilize não só o aproveitamento de resíduos recicláveis
de pequenos municípios, mas também a emissão do gás de aterro como fonte de energia.

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Normas Técnicas de Segurança do Trabalho no manuseio de produtos químicos,
transporte de materiais, ergonomia.

Códigos

CÓDIGOS E SÍMBOLOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DOTRABALHO7

SST (SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO) / SMT (SAÚDE E MEDICINA NO TRABALHO)

A SST (Saúde e Segurança no Trabalho) ou SMT (Segurança e Medicina no Trabalho) visa, por
meio de leis e princípios, buscar a diminuição dos riscos existentes no ambiente de trabalho. As atividades
relacionadas com SST, temos:
PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador);
CANPAT (Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.

MTE (Ministério do Trabalho e Emprego)

O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) é um órgão de âmbito Nacional com sede em Brasília e
tem entre suas diversas funções as de:
Fiscalizar:
Os dispositivos de SST (Saúde e Segurança do Trabalho);
As NR (Normas Regulamentadoras);
Emitir o CAI (Certificado de Aprovação das Instalações) para estabelecimentos novos.

Função:
Fomentar o emprego;
Liberar o seguro desemprego;
Emitir CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social).

Dentro do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) existe a SIT (Secretaria de Inspeção do


Trabalho). A SIT é uma secretaria fiscalizadora e que edita as NR (Norma Regulamentar) de que tratam
as SST (Segurança e Saúde do Trabalho).

Temos também, dentro do MTE a fundação pública chamada FUNDACENTRO (Fundação Jorge
Duprat e Figueiredo). Essa fundação tem como principal função a de produzir e difundir conhecimento
sobre SST(Saúde e Segurança do Trabalho).

O MTE também é auxiliado pelo SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e


Qualidade Industrial). O SINMETRO é composto por entidades como ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas) e INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

ABNT - Órgão responsável pela normalização técnica no Brasil, ou seja, elabora normas técnicas para
facilitar o comércio e fornecer base para melhorar processos.
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) – Responsável por planejar
e executar atividades de acreditação de laboratórios de calibração e de ensaios de avaliação de
conformidade de produtos. O INMETRO é o órgão responsável por realizar testes laboratoriais em EPI
(Equipamento de Proteção Individual).

Após a aprovação nos testes, o INMETRO confere ao EPI o número de CA (Certificado de Aprovação),
o qual demonstra conformidade às exigências técnica de proteção.

SIT (SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO)

A SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho) cria e edita as normas regulamentadoras de que tratam o
SST(Saúde e Segurança do Trabalho) em nível Nacional. Ela possui dois departamentos;
7
https://docslide.com.br/documents/codigos-e-simbolos-de-saude-e-seguranca-do-trabalho.html.

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1431859 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JOSE LIZARDO
DEFIT (Departamento de Fiscalização do Trabalho);
DSST (Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho).

A SIT (Secretaria de Inspeção do Trabalho) supervisiona, orienta, coordena e controla a fiscalização.

SRTE (SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DO TRABALHO E EMPREGO) / DRT


(DELEGACIAREGIONAL DO TRABALHO

O SRTE (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego), também conhecida como DRT


(Delegacia Regional do Trabalho) executa a fiscalização à nível estadual. Portanto, cada estado possui
sua unidade.
É como se fosse o braço do MTE em ação nas diversas unidades da federação.

AFT (AUDITOR FISCAL DO TRABALHO)

AFT (Auditor Fiscal do Trabalho), também conhecido como “Fiscal Azia” é um servidor público
investido de poderes para fiscalizar o cumprimento das normas de SST (Saúde e Segurança no
Trabalho) e penalizar os infratores através do AI (Auto de Infração).

CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES DO TRABALHO)

Dentro das medidas existentes em SST para buscar a prevenção de acidentes e doenças no trabalho,
existe a obrigatoriedade de que algumas empresas implantem uma comissão formada por empregados
dos mais diversos setores do estabelecimento com a missão de atuar como vigias das condições de
trabalho. Essa comissão se chama CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho).
A obrigatoriedade de existência da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de
Trabalho) depende do número de empregados que tenha o estabelecimento.
A CIPA determina que todos os anos sejam realizados uma semana com palestras e cursos sobre
prevenção de acidentes e doenças do trabalho, a qual chamamos de SIPAT (Semana Interna de
Prevenção de Acidentes de Trabalho).
Algumas empresas ainda são obrigadas a terem um serviço chamado SESMT (Serviço Especializado
em Segurança e Medicina do Trabalho) com funções essencialmente prevencionistas e encarregado
de aconselhar o empregado e os empregados sobre os requisitos necessários para manter a segurança
e a salubridade do local de trabalho.

OBS: A obrigatoriedade de existência do SESMT (Serviço Especializado em Segurança e Medicina


do Trabalho) depende do número de empregados que tenha no Estabelecimento e do GR (Grau de
Risco) do local.
Já nos estabelecimentos de saúde, deve existir uma comissão diferenciada: CCIH (Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar).

PROGRAMAS DO SST (SAÚDE E SEGURANÇA DOTRABALHO)

Os programas mais importantes são o PPRA e o PCMSO, visto que são obrigatórios em todas as
empresas:

PPRA (PROGRAMA DE PREVENÇÃO A RISCOS AMBIENTAIS)

O PPRA (Programa de Prevenção a Riscos Ambientais), é um programa de segurança que visa à


preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores por meio do estudo dos riscos existentes no
ambiente do trabalho e da implementação de medidas de segurança para proteger os trabalhadores
destes riscos.

PCMSO (PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL)

O PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) é um programa de caráter de


prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive
de natureza subclínica, além da constatação de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à
saúde dos trabalhadores. Visa garantir a saúde do conjunto de trabalhadores da empresa por meio de

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várias medidas, dentre elas a submissão dos empregados a exames admissionais, periódicos e
demissionais, por exemplo. Ao ser avaliado, o médico do trabalho emitirá um atestado denominado ASO
(Atestado de Saúde Ocupacional).
As empresas são obrigadas a manter dentro do seu estabelecimento placas indicativas da
obrigatoriedade de uso do EPI.

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) trata de assuntos de SST (Saúde e Segurança do


Trabalho) à nível internacional.

A ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists) é uma organização


Americana semelhante à nossa FUNDACENTRO, onde seus integrantes promovem pesquisas científicas
sobre SST.

EST – Engenheiro de Segurança do Trabalho;

TST – Técnico de Segurança do Trabalho;

GR – Grau de Risco;

OS – Ordem de Serviço (Avisos aos funcionários);

DDS (Diálogo Diário de Segurança) todos os dias, os TST e os EST reúne os trabalhadores para
falar sobre assuntos relacionados à SST.

Estabelecimentos de saúde deverão conter o PGRSS (Plano de Gerenciamento de Resíduos de


Serviços de Saúde), que é um projeto que descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos,
observadas suas características e riscos.
Símbolos

A NR 26 é a Norma Regulamentadora que tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos
locais de trabalho para prevenção de acidentes.

Ela tem como objetivos:


• Prevenção de Acidentes;
• Identificar os equipamentos de segurança;
• Delimitar áreas;
• Identificar de Tubulações de líquidos e gases advertindo contra riscos;
• Identificar e advertir acerca dos riscos existentes.

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Esse estudo das cores pode ser representado pelo Mapa de Risco do local de trabalho.

Mapa de Risco – Identificação dos riscos no Mapa

Sinalização de Segurança8

Nos locais de trabalho, devem ser empregadas cores, inclusive nas sinalizações de perigo (Artigo 200,
VIII, CLT).
Os materiais e substâncias empregados, manipulados nos locais de trabalho, quando perigosos ou
nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua composição, recomendações de socorro e o símbolo de
perigo correspondente, segundo a padronização internacional.
Os locais de trabalho deverão conter avisos ou cartazes, com advertência quanto aos materiais e
substâncias perigosos ou nocivos à saúde, ou seja, o mapa de risco.
Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de
trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.
As normas quanto à sinalização de segurança são especificadas pela NR 26 da Portaria 3.214/78.
A sinalização destina-se à prevenção de acidentes, mostrando os equipamentos de segurança,
delimitando áreas, identificando as canalizações de líquidos e gases e advertindo contra riscos.
No local de trabalho, devem ser utilizadas cores.

VERMELHA Usada para indicar e distinguir equipamentos de proteção e combate a incêndio, como
hidrantes, bombas de incêndio, etc.
AMARELA Utilizada para identificar gases não liquefeitos, em canalizações, ou é empregada para
indicar cuidado, em portas, escadas, corrimões.
BRANCA Será empregada para mostrar passarelas e corredores de circulação, localização de
bebedouros, áreas destinadas a armazenagem, zonas de segurança.
PRETA Será empregada para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta
viscosidade (óleo lubrificante, asfalto, alcatrão, piche).
AZUL É utilizada para identificar cuidado, ficando seu emprego limitado a aviso contra uso e
movimentação de equipamentos, que deverão permanecer fora de serviço.
VERDE É usada para indicar segurança.
PÚRPURA Será usada para indicar perigos provenientes das radiações eletromagnéticas
penetrantes de partículas nucleares.
LILÁS Deverá ser usada para indicar canalizações que contenham álcalis.
CINZA- Deverá ser usada para identificar canalizações em vácuo.
CLARO
CINZA- Usada para identificar eletrodutos.
ESCURO
ALUMÍNIO Será usado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis
de baixa viscosidade (exemplo: óleo diesel, gasolina, querosene).
MARROM Será adotada, a critério da empresa, para identificar qualquer fluido não identificável
pelas demais cores.

8
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 28ª edição. São Paulo: Atlas, 2012, p. 675-676.

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Exemplos de utilização das cores no trabalho:

Outras Cores:

LARANJA

Cores de Canalizações:

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Formas das Placas

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

Formas e Cores de Sinalização

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

Categorias de Sinalizações

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

Sinalização de Proibição

São sinais que proíbem um comportamento suscetível de expor uma pessoa a um perigo ou de
provocar um perigo.

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

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1431859 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JOSE LIZARDO
Sinalização de Perigo

Os sinais nesta categoria visam advertir para uma situação, objeto ou ação susceptível de originar
dano ou lesão pessoal e/ou instalações.

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

Sinalização de Obrigação

Os sinais incluídos nesta categoria visam prescrever um determinado comportamento.

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

Sinalização de Emergência

Os sinais incluídos nesta categoria visam indicar, em caso de perigo, saídas de emergência, o caminho
para o posto de socorro ou local onde existam dispositivos de resgate.

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

Sinalização de Incêndio

Os sinais inseridos nesta categoria visam indicar, em caso de incêndio, a localização dos
equipamentos de combate a incêndio à disposição do utilizador.

Fonte:https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MTM3NzE0Mjg2ODYzMDQ2NTAxMzQBMDA3MzQwNDU4MTc3Mjc2MDM5OTEBM2ZsUkNILU
RKd0FKATAuMQEBdjI.

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NR 26 - Sinalização de Segurança9

26.1 Cor na segurança do trabalho


26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim
de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
26.1.2 As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança,
delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra
riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais.
26.1.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes.
26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão
e fadiga ao trabalhador.
26.2 Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de Produto Químico
26.2.1 O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado quanto aos perigos para
a segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema
Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização
das Nações Unidas.
26.2.1.2 A classificação de substâncias perigosas deve ser baseada em lista de classificação
harmonizada ou com a realização de ensaios exigidos pelo processo de classificação.
26.2.1.2.1 Na ausência de lista nacional de classificação harmonizada de substâncias perigosas pode
ser utilizada lista internacional.
26.2.1.3 Os aspectos relativos à classificação devem atender ao disposto em norma técnica oficial
vigente.
26.2.2 A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso a segurança e saúde
dos trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de
Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.
26.2.2.1 A rotulagem preventiva é um conjunto de elementos com informações escritas, impressas ou
gráficas, relativas a um produto químico, que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que
contém o produto.
26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos:
a) identificação e composição do produto químico;
b) pictograma(s) de perigo;
c) palavra de advertência;
d) frase(s) de perigo;
e) frase(s) de precaução;
f) informações suplementares.
26.2.2.3 Os aspectos relativos à rotulagem preventiva devem atender ao disposto em norma técnica
oficial vigente.
26.2.2.4 O produto químico não classificado como perigoso a segurança e saúde dos trabalhadores
conforme o GHS deve dispor de rotulagem preventiva simplificada que contenha, no mínimo, a indicação
do nome, a informação de que se trata de produto não classificado como perigoso e recomendações de
precaução.
26.2.2.5 Os produtos notificados ou registrados como Saneantes na ANVISA estão dispensados do
cumprimento das obrigações de rotulagem preventiva estabelecidas pelos itens 26.2.2, 26.2.2.1, 26.2.2.2
e 26.2.2.3 da NR-26. (Inserido pela Portaria MTE n.º 704, de 28 de maio de 2015).
26.2.3 O fabricante ou, no caso de importação, o fornecedor no mercado nacional deve elaborar e
tornar disponível ficha com dados de segurança do produto químico para todo produto químico
classificado como perigoso.
26.2.3.1 O formato e conteúdo da ficha com dados de segurança do produto químico devem seguir o
estabelecido pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos
Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.
26.2.3.1.1 No caso de mistura deve ser explicitado na ficha com dados de segurança o nome e a
concentração, ou faixa de concentração, das substâncias que:
a) representam perigo para a saúde dos trabalhadores, se estiverem presentes em concentração igual
ou superior aos valores de corte/limites de concentração estabelecidos pelo GHS para cada
classe/categoria de perigo; e
b) possuam limite de exposição ocupacional estabelecidos.

9
Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR26.pdf.

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26.2.3.2 Os aspectos relativos à ficha com dados de segurança devem atender ao disposto em norma
técnica oficial vigente.
26.2.3.3 O disposto no item 26.2.3 se aplica também a produto químico não classificado como
perigoso, mas cujos usos previstos ou recomendados derem origem a riscos a segurança e saúde dos
trabalhadores.
26.2.3.4 O empregador deve assegurar o acesso dos trabalhadores às fichas com dados de segurança
dos produtos químicos que utilizam no local de trabalho.
26.2.4 Os trabalhadores devem receber treinamento:
a) para compreender a rotulagem preventiva e a ficha com dados de segurança do produto químico.
b) sobre os perigos, riscos, medidas preventivas para o uso seguro e procedimentos para atuação em
situações de emergência com o produto químico.

Referências Bibliográficas:
http://cpan.sites.ufms.br/wp-content/blogs.dir/73/files/2014/06/2014-UFMS-Grupo-D-SINALIZA%C3%87%C3%83O-Sinaliza%C3%A7%C3%A3o.pdf.

NR 11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS

11.1 Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e


máquinas transportadoras.
11.1.1 Os poços de elevadores e monta-cargas deverão ser cercados, solidamente, em toda sua altura,
exceto as portas ou cancelas necessárias nos pavimentos.
11.1.2 Quando a cabina do elevador não estiver ao nível do pavimento, a abertura deverá estar
protegida por corrimão ou outros dispositivos convenientes.
11.1.3 Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como ascensores, elevadores
de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes,
transportadores de diferentes tipos, serão calculados e construídos de maneira que ofereçam as
necessárias garantias de resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho.
11.1.3.1 Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos que
deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas.
11.1.3.2 Em todo o equipamento será indicado, em lugar visível, a carga máxima de trabalho permitida.
11.1.3.3 Para os equipamentos destinados à movimentação do pessoal serão exigidas condições
especiais de segurança.
11.1.4 Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos.
11.1.5 Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá receber
treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função.
11.1.6 Os operadores de equipamentos de transporte motorizado deverão ser habilitados e só poderão
dirigir se durante o horário de trabalho portarem um cartão de identificação, com o nome e fotografia, em
lugar visível.
11.1.6.1 O cartão terá a validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto, e, para a revalidação, o empregado
deverá passar por exame de saúde completo, por conta do empregador.
11.1.7 Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência sonora
(buzina).
11.1.8 Todos os transportadores industriais serão permanentemente inspecionados e as peças
defeituosas, ou que apresentem deficiências, deverão ser imediatamente substituídas.
11.1.9 Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases tóxicos, por máquinas
transportadoras, deverá ser controlada para evitar concentrações, no ambiente de trabalho, acima dos
limites permissíveis.
11.1.10 Em locais fechados e sem ventilação, é proibida a utilização de máquinas transportadoras,
movidas a motores de combustão interna, salvo se providas de dispositivos neutralizadores adequados.

11.2 Normas de segurança do trabalho em atividades de transporte de sacas.


11.2.1 Denomina-se, para fins de aplicação da presente regulamentação a expressão "Transporte
manual de sacos" toda atividade realizada de maneira contínua ou descontínua, essencial ao transporte
manual de sacos, na qual o peso da carga é suportado, integralmente, por um só trabalhador,
compreendendo também o levantamento e sua deposição.
11.2.2 Fica estabelecida a distância máxima de 60,00m (sessenta metros) para o transporte manual
de um saco.

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11.2.2.1 Além do limite previsto nesta norma, o transporte descarga deverá ser realizado mediante
impulsão de vagonetes, carros, carretas, carros de mão apropriados, ou qualquer tipo de tração
mecanizada.
11.2.3 É vedado o transporte manual de sacos, através de pranchas, sobre vãos superiores a 1,00m
(um metro) ou mais de extensão.
11.2.3.1 As pranchas de que trata o item 11.2.3 deverão ter a largura mínima de 0,50m (cinquenta
centímetros).
11.2.4 Na operação manual de carga e descarga de sacos, em caminhão ou vagão, o trabalhador terá
o auxílio de ajudante.
11.2.5 As pilhas de sacos, nos armazéns, devem ter altura máxima limitada ao nível de resistência do
piso, à forma e resistência dos materiais de embalagem e à estabilidade, baseada na geometria, tipo de
amarração e inclinação das pilhas.
11.2.6 (Revogado).
11.2.7 No processo mecanizado de empilhamento, aconselha-se o uso de esteiras-rolantes, dadas ou
empilhadeiras.
11.2.8 Quando não for possível o emprego de processo mecanizado, admite-se o processo manual,
mediante a utilização de escada removível de madeira, com as seguintes características:
a) lance único de degraus com acesso a um patamar final;
b) a largura mínima de 1,00m (um metro), apresentando o patamar as dimensões mínimas de 1,00m
x 1,00m (um metro x um metro) e a altura máxima, em relação ao solo, de 2,25m (dois metros e vinte e
cinco centímetros);
c) deverá ser guardada proporção conveniente entre o piso e o espelho dos degraus, não podendo o
espelho ter altura superior a 0,15m (quinze centímetros), nem o piso largura inferior a 0,25m (vinte e cinco
centímetros);
d) deverá ser reforçada, lateral e verticalmente, por meio de estrutura metálica ou de madeira que
assegure sua estabilidade;
e) deverá possuir, lateralmente, um corrimão ou guarda-corpo na altura de 1,00m (um metro) em toda
a extensão;
f) perfeitas condições de estabilidade e segurança, sendo substituída imediatamente a que apresente
qualquer defeito.
11.2.9 O piso do armazém deverá ser constituído de material não escorregadio, sem aspereza,
utilizando-se, de preferência, o mastique asfáltico, e mantido em perfeito estado de conservação.
11.2.10 Deve ser evitado o transporte manual de sacos em pisos escorregadios ou molhados.
11.2.11 A empresa deverá providenciar cobertura apropriada dos locais de carga e descarga da
sacaria.

11.3 Armazenamento de materiais.


11.3.1 O peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o
piso.
11.3.2 O material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução de portas,
equipamentos contra incêndio, saídas de emergências, etc.
11.3.3. Material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de
pelo menos 0,50m (cinquenta centímetros).
11.3.4 A disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação, e o acesso às saídas de
emergência.
11.3.5 O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo de
material.
11.4 Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Chapas de Mármore, Granito e outras rochas.
(Acrescentado pela Portaria SIT n.º 56, de 17 de setembro de 2003)
11.4.1 A movimentação, armazenagem e manuseio de chapas de mármore, granito e outras rochas
deve obedecer ao disposto no Regulamento Técnico de Procedimentos constante no Anexo I desta NR.

Anexo
Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR11.pdf

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Ergonomia – Posturas adequadas para realização das atividades

Ergonomia10 vem do grego ergon, que significa trabalho e nomos, que quer dizer normas, ou seja,
normas para organizar o trabalho.
Ergonomia é a ciência que estuda as relações do homem com seu trabalho sob o aspecto
psicofisiológico.
A NR 17 da Portaria nº 3.214/78 estabelece regras para as condições de trabalho relacionadas com
levantamento, transporte e descarga de materiais.
A CLT estabelece no Artigo 198 que é de 60 quilos o peso máximo que um empregado pode remover
individualmente, ressalvado o uso de material que utilize tração ou impulsão por vagonetes, trilhos, carros
de mão ou outros aparelhos mecânicos, para o qual poderá ser fixado outro limite pelo Ministério do
Trabalho. A mulher não poderá fazer serviços que empreguem força superior a 20 quilos para o trabalho
contínuo, ou 25 quilos para o trabalho ocasional (Artigo 390 da CLT), não se compreendendo nessa
orientação a remoção por vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou aparelhos mecânicos. Os menores
devem obedecer às mesmas limitações de peso previstas quanto /ás mulheres (§5º do Artigo 405 da
CLT).
Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao trabalhador, capazes de
evitar posições incomodas ou forçadas, sempre que a execução da tarefa exija que se trabalhe sentado.
Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito de pé, bancadas, mesas, escrivaninhas e painéis
devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação.
Quando o trabalhador for feita de pé´, os empregados terão à disposição assentos para serem
utilizados nas pausas que o serviço permitir.

Objetivos da ergonomia

A ergonomia pode apresentar os seguintes objetivos:


• Controlar a introdução de novas tecnologias nas organizações e sua adaptação às capacidades e
habilidades da força laboral existente.
• Aumentar a satisfação e motivação no trabalho.
• Adaptar o local e as condições de trabalho em relação às características do trabalhador.
• Definir requisitos para a compra de máquinas, equipamentos ergonômicos e outros materiais.
• Identificar, analisar e minimizar os riscos ocupacionais.

As definições de ergonomia, na sua maioria, questionam dois objetivos fundamentais conforme


citados a seguir:
• O conforto e a saúde dos trabalhadores – quando aplicado para evitar os riscos (acidentais e
ocupacionais) e para diminuir a fadiga.
• Eficácia – utilizada pela organização para medir as suas diferentes dimensões (produtividade e
qualidade), sendo dependente da eficiência humana.

De acordo com Iida (2005), a ergonomia visa inicialmente à saúde, segurança e satisfação do
trabalhador e, que podem ser assim descritas:
• Saúde – mantém-se a saúde do trabalhador a partir do momento em que não são ultrapassadas as
limitações energéticas e cognitivas das exigências do trabalho e do ambiente.
• Segurança – obtida através de projetos do posto de trabalho, ambiente e da sua organização, desde
que dentro das limitações e capacidades do trabalhador, permitindo reduzir acidentes, estresse, erros e
fadiga.
• Satisfação – é o resultado referente ao atendimento das necessidades e expectativas do trabalhador.

Conforme Dul & Weerdmeester (2004), Em projetos de trabalho e em situações cotidianas, a


ergonomia enfoca o homem, na busca da adaptação de suas capacidades e limitações físicas e
psicológicas em relação à eliminação das condições de insegurança, desconforto, ineficiência e
insalubridade.

Segundo este mesmo autor, a ergonomia estuda vários aspectos, tais como:
• Postura e movimentos corporais, os quais podem ser assim relacionados – sentados, em pé,
puxando e levantando cargas, empurrando.

10
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 31ª edição. São Paulo: Atlas, 2015.

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1431859 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JOSE LIZARDO
• Fatores ambientais – evidenciados através de ruídos, vibrações, iluminação, clima e agentes
químicos.
• Informação, captadas por meio da audição, visão e demais sentidos.

A ergonomia também aborda conhecimento de diferentes áreas científicas, como a antropometria,


biomecânica, toxicologia, engenharias, etc.

Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia – Abergo (2013), Em agosto de 2000, a Associação


Internacional de Ergonomia – IEA adotou a definição oficial de ergonomia, como sendo uma disciplina
científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e diferentes
elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos com o
objetivo de aperfeiçoar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.

Atualmente, o desenvolvimento da ergonomia pode ser caracterizado de acordo com quatro


níveis de exigências:
Exigências tecnológicas – relativas ao aparecimento de novas técnicas de produção que impõem
novas formas de organização do trabalho.
Exigências organizacionais – relativas a uma gestão mais participativa, trabalho em times e
produção enxuta em células que impõem uma maior capacitação e polivalência profissional.
Exigências econômicas – relativas à qualidade e ao custo da produção que impõem novas
condicionantes às atividades de trabalho, como zero defeito, zero desperdício, zero estoque, etc.
Exigências sociais – relativas a melhoria das condições de trabalho e, também, do meio ambiente.

De maneira geral e segundo a Abergo (2013), os domínios de especialização da ergonomia são:

• Ergonomia física – a qual está relacionada com as características da anatomia humana,


antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. De forma que os temas
relevantes abrangem o estudo da postura no trabalho, manejo de materiais, movimentos repetitivos,
distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e
saúde.

• Ergonomia cognitiva – refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio
e a forma de como afetam as interações entre seres humanos e diferentes elementos de um sistema.
Neste sentido ressalta-se o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho
especializado, interação homem computador, estresse e treinamento.

• Ergonomia organizacional – reportar-se à otimização dos sistemas sócio técnicos, abrangendo


suas estruturas organizacionais, políticas e de processos, principalmente através das comunicações,
projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos
paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede e gestão da
qualidade.

Aplicação da Ergonomia

Aplicação ergonômica nas diversas etapas do processo produtivo. A ergonomia pode ser aplicada em
diversas etapas do processo produtivo, principalmente nas etapas que seguem a seguir:

a) Etapa de projetação - Fase em que ocorre a identificação de dificuldades, riscos e problemas de


produtividade relacionados a projetos que envolvem novas instalações, máquinas e equipamentos, e
postos de trabalho. Constatação dos requisitos legais e normativos da ergonomia com a conformidade do
projeto. Redefinição de layout visando aperfeiçoar o funcionamento da área laboral, especificando com
detalhes os fluxogramas, equipamentos, deslocamentos, tarefas, etc.
b) Etapa do planejamento - Fase em que é realizado o estudo de impacto de mudanças
organizacionais na operação com a identificação das limitações e necessidades de investimento em
novas tecnologias, tais como equipamentos, máquinas, ferramentas, softwares, recursos ou
competências. Gerenciamento de riscos ergonômicos e desenvolvimento e aplicação de metodologias de
identificação precoce. Aplicação operacional por meio de modelagem e otimização de processos e/ou
métodos de trabalhos.

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c) Etapa do investimento/aplicações - Definição das condições para compra de ferramentas,
máquinas, equipamentos, mobiliários, acessórios e materiais compatíveis com as atividades
desenvolvidas e de acordo com as características dos trabalhadores.
d) Etapa de produção - Está relacionada à solução de problemas referentes à saúde, qualidade,
segurança, os quais podem ser assim descritos: • Má qualidade identificada em produtos e serviços.
• Reclamações de trabalhadores.
• Ocorrência de acidentes graves.
• Trabalho fisicamente repetitivo.
• Posturas rígidas durante jornada laboral.
Aplicação ergonômica nos diversos setores da atividade produtiva

Ergonomia na indústria
Geralmente, nas atividades laborais na indústria, de acordo com Iida (2005), cada trabalhador tem uma
função e local bem definido, utilizando determinadas máquinas e equipamentos. Neste caso, o
trabalhador geralmente recebe treinamento e conta com o apoio de outros diversos profissionais, tais
como, ferramenteiros, profissionais em higiene e segurança, bombeiros, médicos, etc. A ergonomia na
indústria refere-se à ergonomia utilizada para melhorar as:
• Interfaces dos sistemas seres humanos/tarefas.
• Condições ambientais de trabalho.
• Condições organizacionais de trabalho
Ergonomia na agricultura e na construção
Nas atividades laborais agrícolas ou de construções ocorre geralmente uma variedade de tarefas para
cada trabalhador, de forma que podem utilizar diversos tipos de instrumentos, expostos a possíveis e
frequentes mudanças climáticas nos ambientes de trabalho. De acordo com Iida (2005) em relação às
aplicações da ergonomia nas atividades laborais efetuadas na agricultura, pode-se afirmar que são
relativamente recentes se comparadas com as da indústria. Estas atividades em geral são árduas,
executadas em posturas inconvenientes, frequentemente exigindo grandes esforços musculares e em
determinados casos sob ambientes climáticos desfavoráveis.
Nesse caso, a ergonomia também é utilizada no projeto de máquinas e equipamentos da área agrícola
para aprimorar o transporte e armazenagem. Estes equipamentos permitem abranger com menor tempo
e esforço atividades excessivamente duras e árduas, evitando, dessa forma, maiores esforços físicos e
as amplas e duras jornadas de trabalho, próprias do trabalho exclusivamente manual.

Ergonomia no setor de serviços


Empregado para aperfeiçoar o projeto de sistemas de informação através da aplicação da ergonomia
no setor de informática, principalmente em relação ao desenvolvimento de problemas na saúde física,
relacionados à anatomia humana muscular e esquelética, que ocorrem devido ao uso prolongado e sob
condições ergonômicas inadequadas. Neste caso, e como exemplo, envolvendo posturas incorretas e
movimentos repetitivos na área de informática, pode ser citada a interação homem-computador.
A aplicação ergonômica no setor de serviços se faz também pela necessidade de alterar o projeto em
sistemas complexos de controle (layout), e que pode ser realizado em inúmeros locais, entre eles,
hospitais, bancos, supermercados, etc.

Ergonomia na vida diária


Refere-se às recomendações ergonômicas voltadas a concepção de objetos e equipamentos
eletrodomésticos utilizados no dia-a-dia, considerando que a altura de balcões e armários pode influir
durante o uso e manuseio de objetos próximos.

A COLUNA E A POSTURA

A coluna sofre forte influência da idade, perceptível através do tempo de permanência sentado.
Inicialmente o indivíduo suporta altas horas e, com o passar da idade, esse tempo diminui
acentuadamente. A coluna vertebral reage às vibrações e às pressões excessivas ocorridas no ambiente
de trabalho.
Viel (2000) cita que as dores resultantes de atividades profissionais realizadas em pé terão como
consequência o surgimento de dores na posição sentada.

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1431859 E-book gerado especialmente para FRANCISCO JOSE LIZARDO
A POSTURA SENTADA
Esta posição é a mais frequentemente utilizada pelas pessoas no seu ambiente de trabalho. Boa parte
das pessoas permanece longos períodos nessa posição, podendo sofrer mais de dores em coluna. Se
permanecer sentado é uma condição necessária para a realização do trabalho, o ideal é que se observem
algumas características, como:
• Posição da coluna;
• Presença de encosto;
• Possibilidade de inclinação do encosto;
• Possibilidade de inclinação do assento;
• Altura do assento;
• Altura do encosto;
• Textura/maciez;
• Outras.

Moraes (1992) diz que “a pressão dos discos intervertebrais é maior quando se está sentado, mesmo
com o tronco ereto. Chega a ser 40% maior do que quando o indivíduo está em pé. Quando se flexiona
o tronco, a situação é ainda pior, as bordas frontais das vértebras são pressionadas umas contra as outras
com uma força considerável. Nessa postura, a pressão intradiscal é ainda maior, cerca de 90% a mais
que a postura em pé. Esse fato pode levar a lesões, tanto nos discos intervertebrais como nas vértebras
e até em áreas periféricas à coluna”.

Algumas vantagens são:


• baixa solicitação da musculatura dos membros inferiores, reduzindo, assim, a sensação de
desconforto e cansaço;
• possibilidade de evitar posições forçadas do corpo;
• menor consumo de energia;
• facilitação da circulação sanguínea pelos membros inferiores.

Em contrapartida podem apresentar:


• pequena atividade física geral (sedentarismo);
• adoção de posturas desfavoráveis: lordose ou cifose excessiva;
• estase sanguínea nos membros inferiores, situação agravada quando há compressão da face
posterior das coxas ou da panturrilha, provocada pela altura incorreta do assento.

A POSTURA DE PÉ
Essa postura é altamente fatigante, exigindo um elevado trabalho muscular estático em que o coração
encontra maior resistência para bombear o sangue, além da dificuldade de encontrar um ponto de
referência. A pressão na coluna é menor que na posição sentada, mas ainda é alta. Neste tipo de postura
a influência é sistêmica. Há sobrecarga do sistema cardiovascular e o principal acometimento são as
varizes, pela dificuldade em fazer o sangue retornar para o coração, já que não há o efeito de bomba
externa (contração muscular). As rotações realizadas nesta posição são mais aceitas, em relação à
posição sentada, pois o movimento não ocorre somente na coluna, mas também na pelve e nas pernas.

Outras desvantagens desta postura são:


• Sensações dolorosas nas superfícies de contato articulares que suportam o peso do corpo (pés,
joelhos, quadris);
• A tensão muscular permanentemente desenvolvida para manter o equilíbrio dificulta a execução de
tarefas de precisão;
• A penosidade da posição em pé pode ser reforçada se o trabalhador tiver ainda que manter posturas
inadequadas dos braços (acima do ombro, por exemplo), inclinação ou torção de tronco etc.

A escolha da postura em pé como posição de trabalho se justificada quando as condições


exigirem:
• deslocamentos contínuos;
• manipulação de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg;
• alcances amplos frequentes, para cima, para frente ou para baixo;
• operações frequentes em vários locais de trabalho, separados fisicamente;
• a aplicação de forças para baixo, como em empacotamento.

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Métodos de Avaliação

O método OWAS
Foi desenvolvido na Finlândia e baseia-se em analisar determinadas atividades em intervalos variáveis
ou constantes, observando-se a frequência e o tempo despendido em cada postura. Permite que os dados
posturais sejam analisados para catalogar posturas combinadas entre as costas, braços, pernas e forças
exercidas e determinar o efeito resultante sobre o sistema músculo-esquelético; e para examinar o tempo
relativo gasto em uma postura específica para cada região corporal, determinando o efeito resultante
sobre o sistema osteomuscular.
É possível obter os dados mediante observação direta (em campo) ou indireta (por vídeo), devendo
ser observado todo o ciclo, em atividades cíclicas, e nas atividades não cíclicas ser observado um período
de no mínimo trinta segundos. São atribuídos valores e um código de seis dígitos às posturas laborais.
Após a categorização destas posturas, o método calcula e classifica a carga de trabalho em quatro
categorias, determinando ainda as medidas a serem adotadas.

O método REBA
Criado com o intuito de desenvolver um sistema de análise postural que fosse sensível aos riscos
músculo-esqueléticos presentes em uma variedade de atividades, dividisse o corpo em segmentos para
serem codificados individualmente, com referência aos planos de movimento, proporcionasse um sistema
de pontuação para a atividade muscular decorrente de posturas estáticas, dinâmicas e mudanças rápidas
ou posturas instáveis, com o objetivo de refletir a importância da interação entre a pessoa e a carga
quando do manejo de cargas, mas que nem sempre esse manejo é feito com as mãos, que incluísse a
variável “apoio” para avaliar o manejo de cargas, e que propusesse um nível de ação com uma indicação
da urgência de intervenção ergonômica.
A avaliação dos fatores de risco se inicia mediante a observação do trabalhador durante alguns ciclos
de trabalho para selecionar as atividades e posturas que serão avaliadas. Pode selecionar-se a postura
de maior duração dentro do ciclo de trabalho ou aquela que necessite maior esforço do trabalhador. O
REBA é uma técnica de análise rápida, tornando possível analisar todas as posturas adotadas pelo
trabalhador durante o ciclo de trabalho. Só um lado poderá ser avaliado. Se o avaliador se interessa em
ambos os lados, será necessário realizar duas avaliações.

O método RULA
É um método de estudo desenvolvido para ser usado em investigações ergonômicas de postos de
trabalho onde existe a possibilidade de desenvolvimento de lesões por esforços repetitivos em membros
superiores. Este método foi desenvolvido para ser aplicado em operadores de máquinas industriais,
técnicos que realizam inspeção, pessoas que trabalham com corte de peças ou embrulhadores. Também
foi desenvolvido para avaliação de posturas, forças necessárias e atividade muscular de operadores de
terminais de vídeo. O método utiliza diagramas de posturas do corpo e três tabelas que avaliam o risco
de exposição a fatores de risco, como fatores de carga externos, que incluem:
1. número de movimentos;
2. postura estática;
3. força;
4. postura de trabalho determinada por equipamentos e mobiliários;
5. tempo de trabalho e pausa.
Além destes existem outros fatores importantes que influenciam, mas que variam de pessoa para
pessoa, como posturas adotadas, atividade muscular estática desnecessária, velocidade e precisão de
movimentos, a frequência e duração das pausas feitas pelo operador. Existem, ainda, fatores que alteram
a resposta de cada indivíduo para carregamentos específicos, fatores individuais (como experiência ou
idade), fatores ambientais do posto de trabalho e variáveis psicológicas. Muitos outros fatores também
são associados como fatores de risco para lesões dos membros superiores.

O método Back School


Foi desenvolvido por uma fisioterapeuta sueca com o objetivo de capacitar os indivíduos para que
assumissem atitudes de autocuidado com a coluna, por meio de orientações sobre a lombalgia. Para
tanto, a Back School é estruturada em lições compostas por conteúdos teóricos e práticos (exercícios
específicos). Atualmente, a Back School pode representar uma alternativa de intervenção para pacientes
portadores de problemas na coluna, necessitando, primeiro, de uma sistematização em sua metodologia.

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NR 17 – ERGONOMIA

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e
descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho
e à própria organização do trabalho.
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a mesma
abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.


17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:
17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado
inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga.
17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua
ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.
17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos e maior de
quatorze anos.
17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo
peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves,
deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar,
com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios
técnicos apropriados.
17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de
cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens,
para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.
17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos,
carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço
físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua
saúde ou a sua segurança.
17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual
deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua
capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança.

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.


17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser
planejado ou adaptado para esta posição.
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e
operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a
distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos
segmentos corporais.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos
no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento
e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do
corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado.
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos
de conforto:
a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.

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17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise
ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna
do trabalhador.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados
assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as
pausas.

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.


17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou
mecanografia deve:
a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa
postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do
papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo
devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do
ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo
com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias
olho-tela, olho teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo
forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem 17.4.3,
observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.

17.5. Condições ambientais de trabalho.


17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou
análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no
INMETRO;
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três graus centígrados);
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no subitem 17.5.2, mas não
apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído
aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não
superior a 60 dB.
17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo
os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do
trabalhador.
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou
suplementar, apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores
de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3 deve ser feita no campo
de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a
sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência.
17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem 17.5.3.4, este será
um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros) do piso.

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17.6. Organização do trabalho.
17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas.
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros,
dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado
o seguinte:
a) todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de
qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas para descanso;
c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze)
dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na
época anterior ao afastamento.
17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em
convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas
atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o
automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora
trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o
teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco)
horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras
atividades, observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam
movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada
50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 (quinze)
dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores
do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.

Anexos
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR17.pdf;
http://trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras/norma-regulamentadora-n-17-ergonomia.

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Uso de EPIs

Qualquer atividade profissional que possa gerar algum tipo de risco físico para o trabalhador deve ser
executada com o auxílio de EPI's.11
Acidentes do trabalho vem sendo algo muito comum conforme o passar dos anos. São números
assustadores que deveriam ser evitados com iniciativas simples. Empresas, organizações do ramo de
construção civil, estão liderando este cenário de acidentes.
O órgão do trabalho de risco elaborou uma pesquisa, a fim de fazer um levantamento dos acidentes
nos últimos anos. É representada uma queda das casas dos 24,3% para 7%, porém mesmo com essa
queda nos números o cenário não é positivo. As empresas demonstram descuido ou despreparo para
amparar seus colaboradores e oferecer mais segurança a fim de evitar essas causas.

11
Disponível em: http://www.yorgos.com.br/blog/a-importancia-do-uso-de-epi.html.

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Para isso separamos algumas dicas que valem muito a pena de serem seguidas e vão ajudar a sua
empresa a entrar nas normas de segurança do trabalho de risco, garantindo que seus colaboradores não
englobem essa estatística trágica.
O uso de EPI vem se tornando algo importante para evitar esse tipo problema nas empresas. Segue
logo abaixo algumas dicas e obrigações que devem ser seguidas a respeito destes equipamentos de
segurança.

O que é EPI?
Acredito que muitos não tenham o real conhecimento sobre este assunto, então vamos partir do básico.
A sigla EPI significa Equipamento de Proteção Individual e caracteriza todo equipamento de segurança
utilitário a fim de garantir a segurança do colaborador.
Existe também o EPC ou Equipamento de Proteção Coletiva que engloba todos os utensílios de
proteção local, os mais conhecidos são os extintores, sistemas de sprinters que são os chuveiros
automáticos, fitas zebradas, cones, correntes que colocamos para isolar uma área, sinais sonoros para
avisos de emergência ou eventuais sinistros.
Sendo assim o uso de EPI é importantíssimo para proteção dos funcionários, mas não se trata apenas
do simples uso destes dispositivos, se faz necessário eliminar os riscos do ambiente e contar com o uso
do EPI como sendo um último recurso em caso de acidentes.

Diferentes tipos de EPI


O uso de EPI é um fator fundamental para a segurança dos colaboradores organizacionais, contudo é
necessário saber quais os tipos de EPI existentes para fazer a implantação nas empresas. Existem
normas que regulamentam o uso de EPI e devem ser seguidas à risca.

Outro fator que deve ser destacado aqui quanto ao uso de EPI, são os fabricantes deste equipamento
de segurança. Todo material fabricado deve ter uma amostra enviada para o MTE (Ministério do Trabalho
e Emprego) que fará uma série de baterias de testes de qualidade.

Segue logo abaixo os tipos de EPI:

A - PROTEÇÃO DA CABEÇA – Capacete


O Capacete de proteção é produzido em polietileno de alta densidade garantindo proteção contra fortes
impactos. É muito comum o uso deste tipo de equipamento em obras de construção civil e fabricas
industriais.

B - PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE - Protetor Facial e Óculos de Proteção


É um item muito comum do uso de EPI, pois se trata de uma área muito exposta em nosso corpo. O
protetor facial deve garantir a cobertura de toda parte respiratória do nosso rosto, isso é do nariz a boca,
comportando uma proteção total dessa área sensível evitando a contaminação pelo ar.
Óculos de proteção também é outro fator muito importante no uso de EPI e deve ser incluso com todos
os demais itens. Este item serve para proteção contra pequenas partículas que possam entrar em contato
com nossa face ou atingir nossa visão.

C - PROTEÇÃO AUDITIVA - Protetor Auricular


É um dos mais conhecidos e utilizados já que ruídos contínuos são prejudiciais à saúde e podem
causar um grande problema com o decorrer do tempo. Outro fator também é que os barulhos nos tiram a
atenção das atividades e consequentemente atrapalhando no foco do trabalho.
Protetores articulares ou abafadores auditivos podem ser facilmente encontrado em lojas para
segurança do trabalho.

D - PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA - Máscaras e Filtros


Pensando no uso de EPI, a Proteção Respiratória sem dúvida alguma é um dos itens de segurança
indispensáveis, além de ser obrigatório nas organizações que lidam com situações de insalubridade.
Como destacado em um dos tópicos acima, máscara protetora serve para impedir o ar contaminante
atinja o funcionário.

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Essas Mascaras de Proteção possuem alguns filtros e desses existem vários tipos e níveis diferentes
que você pode identificar abaixo e ver qual vai ser melhor para utilizar na sua empresa.
• Filtro Químico VO (Vapores Orgânicos): Indicado para vapores orgânicos de até 1000 ppm ou até 10
vezes o seu limite de tolerância. Também até o acumulo de IPVS (Imediatamente Perigosa à Vida e a
Saúde) o que for menor.

Exemplos: piridina, heptano, tetrahidrofurano (THF), xileno, tolueno, triclorobenzeno, acetato de etila,
acetona, éter, álcool, etílico, formaldeído.
• VO/GA (Vapores Orgânicos e Gases ácidos): Indicado para gases ácidos de até 1000ppm ou 10
vezes a sua capacidade de tolerância e também ao acumulo de IPVS menor que seja. Exemplo de Gases:
brometo de hidrogênio, cloro, peróxido de cloro, dióxido de enxofre, etc.
• Filtro combinado PE+P2: Indicado para quem trabalha com pesticidas. A aplicação de agrotóxicos
em baixo nível e lugares abertos é indicado que se use esse filtro. Filtro Químico (Amônia) indicado para
uso quem trabalha com amônia e metilamina até 1000ppm ou 10 vezes o seu limite de tolerância ou até
a concentração IPVS.

E - PROTEÇÃO DO TRONCO - Aventais


O uso de EPI se trata de proteger os colaboradores em todas as partes do corpo a fim de proteger ao
máximo contra qualquer perigo químico que seja. O avental para proteção do corpo pode ser aquele de
material feito em poliéster laminado para não haver infiltração de liquido indesejado.

F - PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES - Luvas e Mangote


A proteção de toda parte do corpo é uma norma básica do uso de EPI. Hoje devido alguns fatores do
trabalho rotineiro o uso de luvas e mangote torna-se indispensável nas tarefas. Alguns trabalhadores que
precisam do contato do tato para realizar tarefas em peças ou superfícies sólidas ou trabalhos com
líquidos mais viscosos podem optar por usar pomadas apropriadas para a segurança.
G - PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES - Calçados de Segurança e Calça de Brim
Em determinadas empresa o uso de EPI como botas e calças é obrigatório e sua falta pode gerar
multas em caso de fiscalização.

H - PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO - Uniforme


O Uniforme além de ser uma padronização da empresa, serve também como proteção aos
funcionários. Alguns uniformes são produzidos com lonas leves que resistem até a pontas agudas
evitando cortes.

I - PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL - Cadeira Suspensa, Talabarte,


Trava quedas, Cabo de Aço, Afastador e Cinto Paraquedista
Aqui vemos uma das obrigatoriedades do uso de EPI, pois trabalhos em altura talvez sejam um dos
que mais vêm tendo acidentes. É caracterizado trabalho em altura, atividades que ultrapassem uma altura
de 2 metros.

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Existem uma série de Normas para o trabalho em altura que devem ser seguidas. Caso essas normas
não sejam seguidas corretamente pela empresa em prol da segurança do colaborador, ocorrerá uma
multa muito grave.
A Norma que regulamenta os dispositivos que devem ser usados é a NBR 35 para trabalhos em altura
e de fato ela é muito assertiva, pois presa pela vida e saúde dos colaboradores em suas tarefas de
trabalho.

Qual a importância do uso de EPI?


O Uso de EPI garante que o funcionário das organizações esteja seguro em seu meio de trabalho
evitando grandes fraturas e acidentes graves.
Isso significa que o funcionário fique livre de qualquer tipo de acidente? Não. O uso de EPI é a última
medida de proteção ao colaborador. Deve ser de uso obrigatório e quem deve proporcionar esses
dispositivos de segurança é a própria empresa.
Acidentes podem acontecer, mas os cuidados proporcionados devido ao uso de EPI garantem que
esses acidentes sejam minimizados garantindo uma fácil recuperação do colaborador.

Como funcionam as NR (Normas Regulamentares)?


A norma regulamentadora ou NR, tem como fim a aplicação de todo Equipamento de Proteção
Individual (EPI) pelo colaborador. Destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e
a integridade da saúde do colaborador.
Quanto a compra dos dispositivos de uso de EPI você pode ficar atento se este é legalizado e
certificado.
Todo dispositivo de EPI, seja ele importado ou nacional deve passar por uma bateria de testes proposto
pela C.A. (Certificado de Aprovação), legalizado pelo órgão nacional responsável em matéria de
segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
E o mais básico de tudo que devemos estar cientes quanto a NR, é que o uso de EPI é uma obrigação
que a empresa ceda gratuitamente a seu funcionário esses dispositivos.

Como comprar um EPI de qualidade?


Para comprar seus equipamentos e garantir o uso de EPI para seus colaboradores, você deve ficar
atento se esses dispositivos tem a certificação de aprovação do ministério do trabalho e emprego junto
ao órgão de saúde do trabalhador.
Também é preciso que você fique muito atento aos detalhes de utilização. Caso procure uma máscara
para gases, verifique se ela atende aos requisitos do qual você precisa que ela atenda, pois existem
inúmeros modelos que servem em níveis diferentes.

Manutenção de EPI
O EPI é um produto de alto valor dependendo da qualidade e grau de segurança que você precisa na
sua organização. Existem assistências técnicas que fazem esse tipo de serviço e são preparadas para
oferecer atendimento personalizado a sua empresa oferecendo junto um seguro assistência.
Por se tratar de segurança individual é necessário que essas vistorias sejam feitas com uma frequência
continua evitando assim qualquer tipo de problema futuro.
Procure sempre manter os dispositivos limpos, isso serve para máscaras, óculos de proteção,
uniformes, luvas, mangotes e botas. Manter o EPI limpo garante uma durabilidade maior do seu produto.
Procure deixar lubrificado e limpo os dispositivos de trabalhos em altura. Revisá-los diariamente
garante que você não tenha problemas.

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Saúde e Segurança do Trabalho para Operador de Sistema de Água e Esgotos

O Operador de Sistema de Água e Esgotos executa atividades de operação, manutenção e controle


dos sistemas de águas e esgotos nos processos de produção.

Fonte:http://www.prosafe.com.br/getfile?MONITOR=NO&FL=OGVjYzM2OGM0Mzk5ZDdlMzg5NzNmMWJhOWY4M2FmOTA0NmQyODBmMF9mbF8xMjk0LlB
ERg.PDF.

Abaixo estão selecionadas as descrições dos perfis que os Operadores de Água e Esgotos têm como
função:

Operar conjunto e grupo moto-bomba, geradores


• Efetuar e controlar o tratamento da água e efluentes
• Realizar manutenção
• Executar serviços de manutenção em adutoras
• Executar serviços de extensões de redes
• Auxiliar as equipes de manutenção e eletromecânica
• Executar serviços de limpeza e manutenção
• Entregar as faturas de consumo de água
• Efetuar a medição de consumo de água e registro de irregularidades
• Fiscalizar ramais
• Relacionar-se com o cliente
• Executar serviços de ligação, instalação de hidrômetros
• Estabelecer a comunicação com colaboradores
• Fazer a reposição de pavimentação
• Manter atenção sobre higiene e segurança do trabalho
• Manter e controlar os equipamentos
• Conduzir motocicletas
• Executar outras atividades
Para o exercício de todas essas atividades é estritamente necessário a utilização de Equipamentos
de Proteção:

• Capacete de segurança
• Óculos de segurança
• Protetores auriculares (tipo concha ou plug)
• Máscara e respiradores
• Protetores faciais
• Aventais
• Macacão e/ou jardineira impermeável tipo saneamento
• Luvas impermeáveis/ de raspa de couro
• Luvas para eletricidade para baixa e alta tensão
• Calçados de segurança
• Capa de chuva
• Cinto de segurança

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Fonte:http://www.prosafe.com.br/getfile?MONITOR=NO&FL=OGVjYzM2OGM0Mzk5ZDdlMzg5NzNmMWJhOWY4M2FmOTA0NmQyODBmMF9mbF8xMjk0LlB
ERg.PDF.

Equipamentos de proteção individual (EPI) são todos dispositivos de uso individual, destinados a
proteger a integridade física do trabalhador.

Questões

01 (UFF - Engenheiro Civil) Existe um método de determinação da qualidade de um curso d'água


que mede a quantidade de oxigênio necessária para que microrganismos aeróbios mineralizem a matéria
orgânica carbonada de uma amostra, sob determinadas condições. Esse teste tem grande utilidade na
determinação do grau de poluição de cursos de água, no estudo de cargas poluidoras e na avaliação da
eficiência dos sistemas de tratamentos. Esse teste mede o(a):

(A) OD;
(B) DQO;
(C) DBO;
(D) pH;
(E) SS.

02 (UNISOCIESC - Companhia Águas de Joinville - Operador de Estação) A demanda bioquímica


da água é importante fator para avaliar se a mesma possui ou não grande carga orgânica dissolvida.
Como balizador deste parâmetro está a demanda química de oxigênio, pois guarda uma relação entre
seus valores. Pode-se dizer que quando a DBO é alta:

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(A) A DQO será sempre inferior.
(B) Existirá igual possibilidade da DQO ser superior ou inferior a DBO.
(C) Foi eliminada a matéria orgânica do meio.
(D) A DQO será maior ainda.
(E) Necessitará de uma DQO baixa para compensar

03(FCC -MPU - Analista Pericial – Antropologia) A DBO e a DQO são métodos para caracterizarem
efluentes quanto à carga de poluentes.
I. Substâncias, como cloretos dissolvidos nos efluentes, influenciam no resultado da DQO, sendo
necessária uma correção levando em conta este problema.
II. Enquanto que na determinação da DQO se utiliza um oxidante forte como uma mistura de dicromato
de potássio e ácido sulfúrico, na determinação da DBO, o oxidante utilizado é o oxigênio e a oxidação
requer a interferência de bactérias.
III. A determinação da DBO, para um mesmo efluente, é sempre mais rápida do que a determinação
da DQO.
IV. A diferença entre a DQO e a DBO indica aproximadamente a porcentagem de matéria orgânica
não biodegradável presente no efluente.
V. DQO e DBO medem a quantidade de oxigênio dissolvido nos efluentes através de processos
químicos e biológicos respectivamente.
Sobre estes métodos é correto o que se afirma em

(A) I, II, III, IV e V.


(B) I, II, III e V, apenas.
(C) I, II e IV, apenas.
(D) III, IV e V, apenas.
(E) I e II, apenas.

04(BIO-RIO - IF-RJ - Tecnólogo - Gestão Ambiental- 2015) A Demanda Química de Oxigênio,


identificada pela sigla DQO, é um parâmetro importante nos estudos de caracterização de esgotos
sanitários e de efluentes industriais. Ela avalia a quantidade:
(A) de oxigênio dissolvido (OD) necessário para ocorrer a redução da matéria orgânica biodegradável.
(B) de componentes ligados ao oxigênio e que podem servir como precursores de substâncias tóxicas.
(C) total de componentes reduzíveis, seja nitrogênio, enxofre ou fósforo, provenientes de detergentes.
(D) de oxigênio dissolvido (OD) consumido em meio ácido que leva à degradação de matéria orgânica.
(E) de substâncias livres de oxigênio e que podem permitir o crescimento de organismos patogênicos.

05(CESPE - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - Perito Criminal - Engenharia Agronômica- 2016) Alguns


parâmetros físicos, químicos e biológicos são utilizados para caracterizar a qualidade da água e indicar
possíveis contaminações dos corpos d’água. A respeito dos indicadores de qualidade de água, é correto
afirmar que:
(A) os compostos nitrogenados, como nitrito e nitrato, podem indicar o grau de estabilização da matéria
orgânica.
(B) a cor da água é decorrente da presença de materiais em suspensão, finamente divididos ou em
estado coloidal.
(C) a clorofila-a é utilizada raramente como indicadora da biomassa fitoplanctônica presente na água.
(D) valores elevados da relação DBO/DQO são indicativos de efluentes menos facilmente
biodegradáveis.
(E) a bactéria Escherichia coli não é um indicador de contaminação fecal.

06. Sobre o Código Sanitário Estadual, julgue o item a seguir:

As ações de vigilância sanitária e epidemiológica serão desenvolvidas através de métodos científicos,


mediante pesquisas, monitoramento através da análise da situação, mapeamento de pontos críticos e
controle de riscos.
( ) Certo
( ) Errado

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07. A política de recursos humanos da Secretaria de Estado da Saúde deverá manter atividade de
capacitação permanente dos profissionais que atuam em vigilância sanitária e epidemiológica, de acordo
com os objetivos e campo de atuação das mesmas.
( ) Certo
( ) Errado

08. É permitida a reciclagem de resíduos sólidos infectantes gerados por estabelecimentos prestadores
de serviços de saúde.
( ) Certo
( ) Errado

09. A comercialização dos produtos importados de interesse à saúde ficará sujeita à prévia autorização
da autoridade sanitária competente.
( ) Certo
( ) Errado

10. Os estabelecimentos de assistência à saúde deverão possuir quadro de recursos humanos


legalmente habilitados, em número adequado à demanda e às atividades desenvolvidas.
( ) Certo
( ) Errado

11. Vigilância Epidemiológica é o conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção


ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e
coletiva, com a finalidade de adotar ou recomendar medidas de prevenção e controle das doenças e
agravos à saúde.
( ) Certo
( ) Errado

12. É dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência, comprovada ou
presumível, de doença e agravos à saúde de notificação compulsória, nos termos do artigo anterior.
( ) Certo
( ) Errado

13. Os atestados de vacinação obrigatória não poderão ser retidos por qualquer pessoa natural ou
jurídica.
( ) Certo
( ) Errado

14. Existindo indícios de que o óbito tenha ocorrido por doença transmissível, a autoridade sanitária
determinará a realização de necropsia.
( ) Certo
( ) Errado

15. O órgão de vigilância sanitária que interditar estabelecimentos de interesse à saúde ou suas
subunidades, deverá publicar edital de notificação de risco sanitário em Diário Oficial e veículos de grande
circulação.
( ) Certo
( ) Errado

16. (Banco do Brasil – Médico do Trabalho – CESGRANRIO) A elaboração do mapa de riscos é


uma atribuição da(o)
(A) SESMT, com auxílio dos membros da CIPA.
(B) CIPA, com auxílio dos trabalhadores e do SESMT.
(C) SESMT, com auxílio dos trabalhadores.
(D) médico coordenador do PCMSO.
(E) responsável pelo PPRA, pois o mapa é parte integrante deste.

17. (Prefeitura de Canavieira – Vigia – IMA/2015) Sobre os aspectos gerais relacionados ao Mapa
de Riscos, assinale a única alternativa INCORRETA.

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(A) É um instrumento participativo, elaborado pelos próprios trabalhadores e de conformidade com as
suas sensibilidades.
(B) O Mapa de Riscos é uma das modalidades mais simples de avaliação tipicamente quantitativa dos
riscos existentes nos locais de trabalho.
(C) É a representação gráfica dos riscos por meio de círculos de diferentes cores e tamanhos,
permitindo fácil elaboração e visualização.
(D) São objetivos do Mapa de Risco: reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o
diagnóstico da situação da segurança e saúde no trabalho na empresa, e possibilitar, durante a sua
elaboração, a troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua
participação nas atividades de prevenção

18. (SES/PR – Técnico de Segurança do Trabalho – IBFC/2016) De acordo com o que está disposto
na Norma Regulamentadora N°26 (NR26; 26.1.4) que regulamenta sobre as normas de sinalização de
segurança, sobre as cores que devem ser adotadas na segurança do trabalho, está INCORRETO o que
se afirmar em:
(A) As cores a serem adotadas para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, possuem
a finalidade de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
(B) A utilização de cores adotadas na sinalização de segurança não dispensa o emprego de outras
formas de prevenção de acidentes.
(C) O uso de cores deve ser potencializado o máximo possível, a fim de alertar o trabalhador.
(D) As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar
áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos,
devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais.

19. (EBSERH – Engenheiro de Segurança do Trabalho – IADES/2015) De acordo com a Norma


Regulamentadora no 26 (NR 26), que diz respeito à sinalização de segurança, assinale a alternativa
correta.
(A) A utilização de cores dispensa o emprego de qualquer outra forma de prevenção de acidentes.
(B) As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança e as
tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases são escolhidas aleatoriamente pelo
empregador.
(C) O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e
fadiga ao trabalhador.
(D) O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado quanto aos perigos para a
segurança e saúde dos trabalhadores, de acordo com os critérios estabelecidos pela Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes (CIPA).
(E) A rotulagem preventiva de produtos químicos utilizados no local de trabalho não necessita conter
palavras de advertência nem pictogramas de perigo.

20. (Prefeitura de Jandira – Enfermeiro do Trabalho – IBFC/2016) De acordo com a norma


regulamentadora 26 (NR 26), que trata da sinalização de segurança, a rotulagem preventiva é um
conjunto de elementos com informações escritas, impressas ou gráficas, relativas a um produto químico,
que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que contém o produto. Sobre rotulagem
preventiva, é incorreto afirmar:
(A) A rotulagem preventiva deve conter pictograma(s) de perigo.
(B) A rotulagem não deve conter preventiva frase (s) de perigo.
(C) A rotulagem preventiva deve conter palavra de advertência.
(D) A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso à segurança e saúde dos
trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de
Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.

21. (Ceron/RO – Técnico em Segurança do Trabalho – EXATUS/2016) Assinale a alternativa que


está correta em relação a NR-26, item 26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes
elementos:
(A) Identificação e composição do produto químico; pictograma(s) de perigo; palavra de advertência;
frase(s) de perigo; frase(s) de precaução; informações suplementares.
(B) Identificação do produto químico; pictograma(s) de perigo; palavra de advertência; informações
suplementares.
(C) Identificação e composição do produto químico; pictograma(s) de perigo; palavra de advertência.

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(D) Indicação do nome, a informação de que se trata de produto não classificado como perigoso e
recomendações de precaução.

22. (CASAN – Técnico de Segurança do Trabalho – INSTITUTO AOCP/2016) Sobre a sinalização


de segurança, conforme a NR-26, assinale a alternativa correta.
(A) O uso de cores é uma medida efetiva para a sinalização. O uso de cores não possui probabilidade
de causar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.
(B) Na ausência de lista internacional de classificação harmonizada de substâncias perigosas, pode
ser utilizada lista nacional, com pictograma de dano do produto químico.
(C) O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado quanto aos perigos para a
segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Universal
Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, da Organização das Nações Unidas.
(D) O fabricante ou, no caso de importação, o fornecedor no mercado nacional deve elaborar e tornar
disponível ficha com dados de segurança do produto químico para todo produto químico classificado
como perigoso.
(E) Os trabalhadores devem receber treinamento para compreender a rotulagem corretiva e a ficha
com dados de segurança do produto químico.

23. (SABESP – Agente Saneamento – FCC) Numa estação de tratamento de água e esgoto, é comum
a utilização de produtos químicos que podem estar acondicionados em sacarias de até 60 Kg, bombonas
plásticas de até 50 litros ou tambores de até 200 litros. A norma regulamentadora (NR) que rege a
atividade no que tange ao transporte de materiais, independentemente de periculosidade, é a
(A) NR 15 – Atividades e Operações Insalubres.
(B) NR 11 − Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais.
(C) NR 16 – Atividades e Operações Perigosas.
(D) NR 12 − Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.
(E) NR 21 − Trabalho a Céu Aberto.

24. (EBSERH – Engenheiro de Segurança do Trabalho – IBFC/2016) De acordo com a NR-11, é


correto afirmar que:
(A) Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos
(B) Os equipamentos de transporte motorizados com capacidade superior a 1 tonelada, deverão
possuir sinal de advertência visual
(C) É permitido transporte manual de sacos, através de pranchas, sobre vãos inferiores a 1,00m (um
metro) de extensão, desde que as pranchas tenham largura mínima de 0,40m (quarenta centímetros)
(D) As pilhas de sacos, nos armazéns, devem ter altura máxima limitada a 3,00m (três metros) baseada
na geometria, tipo de amarração e inclinação mais desfavoráveis
(E) Na operação manual de carga e descarga de sacos, em caminhão ou vagão, o trabalhador terá o
auxílio de ajudante, quando a distância exceder 80,00m (oitenta metros)

25. (IFB – Professor – IFB/2017) Na avaliação da adaptação das condições de trabalho às


características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do
trabalho, visando melhorar as condições laborais, conforme estabelecido na Norma Regulamentadora
(NR):
(A) NR 5.
(B) NR 6.
(C) NR 7.
(D) NR 9.
(E) NR 17.

26. (EBSERH – Engenheiro de Segurança do Trabalho – INSTITUTO AOCP/2015) Em relação à


NR 17 – Ergonomia –, assinale a alternativa correta.
(A) Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a trinta anos e maior de dezoito
anos.
(B) Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve
receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com
vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.
(C) Deverá ser exigido o transporte manual de cargas, por um trabalhador, cujo peso seja suscetível
de comprometer sua saúde ou sua segurança.

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(D) Para as atividades em que os trabalhos devem ser realizados sentados, a partir da análise
ergonômica do trabalho, o comprimento da perna do trabalhador deverá se adaptar ao mobiliário, portanto
pessoas pequenas ou grandes demais não poderão trabalhar nesse mobiliário.
(E) Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, apropriada à natureza da
atividade, exceto quando o empregador passar por uma crise financeira.

27. (Prefeitura de Poá – Engenheiro de Segurança do Trabalho – VUNESP/2015) A Ergonomia


(A) é a disciplina que, aplicada à organização do trabalho de um sistema produtivo, obriga considerar,
entre outros aspectos, as normas de produção, o modo operatório, a exigência de tempo, a determinação
do conteúdo de tempo, o ritmo de trabalho e o conteúdo das tarefas.
(B) fundamenta-se, na análise do levantamento de cargas, em estudos desenvolvidos em outras áreas
do conhecimento, como a fisiologia e a biomecânica, que apontam como risco principal do excesso de
carga a força de cisalhamento do disco L5/S1 na coluna vertebral.
(C) aplicada na análise da atividade, mais especificamente na determinação do conteúdo do tempo,
tem o propósito exclusivo de avaliar o impacto à saúde causado por demandas cognitivas superiores
àquelas suportáveis pelo operador padrão.
(D) antropométrica, que se observava na Administração Científica do Trabalho, considera que a
adequação do posto de trabalho às características métricas e biomecânicas do operador é independente
dos fatores organizacionais, ambientais e sociais.
(E) aplicada à organização do trabalho foi conceituada, em 1959, pela American Ergonomics Society,
como o conjunto de conhecimentos empíricos e científicos relacionados ao homem e imprescindíveis à
adaptação de instrumentos, máquinas e dispositivos que proporcionem conforto, segurança e eficiência.

28. (EBSERH – Técnico em Enfermagem – INSTITUTO AOCP/2015) Qual é a Norma


Regulamentadora que estabelece os princípios de ergonomia?
(A) NR- 23.
(B) NR- 21.
(C) NR- 17.
(D) NR- 16.
(E) NR- 7.

29. (IF/RJ - Fonoaudiólogo - BIO-RIO/2015) A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) define


a ergonomia como sendo o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o
ambiente para intervenções e projetos que visem melhorar de forma integrada e não dissociada a
segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas (BRASIL, 2002). No âmbito
internacional, a ergonomia é dividida em três domínios de especialização; são eles:
(A) ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional.
(B) ergonomia corporal, ergonomia psíquica e ergonomia do trabalho.
(C) ergonomia estrutural, ergonomia emocional, ergonomia do trabalho.
(D) ergonomia física, ergonomia emocional e ergonomia organizacional.
(E) ergonomia corporal, ergonomia cognitiva e ergonomia do trabalho.

30. (CVM - Analista - Recursos Humanos – ESAF) Marque a única informação sobre ergonomia que
está incorreta.
(A) Ergonomia física: está relacionada com as características da anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da
postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculoesqueletais
relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
(B) Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio
e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um
sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão,
desempenho especializado, interação homem computador, estresse e treinamento conforme esses se
relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas.
(C) Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sociotécnicos, incluindo suas
estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações,
gerenciamento de recursos de tripulações (domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização
temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho
cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, teletrabalho e gestão da qualidade.

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(D) Os Ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de
trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades,
habilidades e limitações das pessoas.
(E) A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das
interações entre os seres humanos, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim
de otimizar o bem estar humano.

31. Qual das alternativas abaixo NÃO apresenta um EPI?

32. (UFF – Técnico em Equipamento Médico-Odontológico – COSEAC/2015) São considerados


equipamentos de proteção individual:
(A) abafador de ruído e cone de sinalização.
(B) grade dobrável e tapete de borracha.
(C) botina de couro e luva isolante.
(D) máscara filtradora e aterramento temporário.
(E) manga isolante e guarda-corpo.

33. (EMBASA – Analista – IBFC/2015) Não é um equipamento de proteção individual:


(A) Capacete para proteção do crânio e face contra agentes térmicos.
(B) Capuz para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica.
(C) Luvas para proteção contra umidade proveniente de operações com uso de água.
(D) Capa para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de
operações com uso de água.

34. (Prefeitura de Cascavel/PR – Segurança do Trabalho – CONSULPLAN/2016) Diversos são os


equipamentos de proteção individual específicos para proteção de membros inferiores (pernas),
EXCETO:
(A) Calça para proteção das pernas contra agentes térmicos.
(B) Calça para proteção das pernas contra agentes químicos.
(C) Calça para proteção das pernas contra agentes biológicos.
(D) Calça para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes.
(E) Calça para proteção das pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água.

35. (IF/CE – Técnico – IF/CE/2017) São equipamentos de proteção individual (EPIs):


(A) protetor auricular, capacete, capela química, touca para cabelos.
(B) extintor de incêndio, capacete, luvas de látex, máscara de proteção.
(C) luvas de látex, touca para cabelos, máscara de proteção, protetor auricular.
(D) Óculos de proteção, capela química, chuveiro de emergência, touca para cabelos.
(E) Chuveiro de emergência, luvas de látex, máscara de proteção, capacete.

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Respostas
01 Resposta: C

02 Resposta: D

03 Resposta: C
I. Substâncias, como cloretos dissolvidos nos efluentes, influenciam no resultado da DQO, sendo
necessária uma correção levando em conta este problema. (CORRETA)
II. Enquanto que na determinação da DQO se utiliza um oxidante forte como uma mistura de dicromato
de potássio e ácido sulfúrico, na determinação da DBO, o oxidante utilizado é o oxigênio e a oxidação
requer a interferência de bactérias. (CORRETA)
III. A determinação da DBO, para um mesmo efluente, é sempre mais rápida do que a determinação
da DQO. (ERRADA)
Correção >>> É exatamente o contrário, o método químico (DQO) tem duração de 2 a 3 horas,
enquanto que o método bioquímico (DBO) equivale ao tempo de 5 dias. Sendo assim, a DQO é bem mais
rápida que a DBO.
IV. A diferença entre a DQO e a DBO indica aproximadamente a porcentagem de matéria orgânica
não biodegradável presente no efluente. (CORRETA)
V. DQO e DBO medem a quantidade de oxigênio dissolvido nos efluentes através de processos
químicos e biológicos respectivamente. (ERRADA)
Correção >>> A definição de DBO é um referente a Demanda bioquímica de oxigênio.

04 Resposta: D
Demanda Química de Oxigênio, identificada pela sigla DQO, avalia a quantidade de oxigênio dissolvido
(OD) consumido em meio ácido que leva à degradação de matéria orgânica, sendo essa biodegradável
ou não. É neste ponto que ela se diferencia da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), onde é medida
a quantidade de oxigênio necessária para ocorrer a oxidação da matéria orgânica biodegradável.

05 Resposta: A
A demanda nitrogenada (nitratos e nitritos) é um processo de transformação da matéria orgânica que
permitem determinar a DBO. A DBO é o parâmetro mais empregado para medir a poluição; quanto maior
o grau de poluição, maior a DBO.

06. Resposta: Certo.


Art. 3º

07. Resposta: Certo.


Art. 6º.

08. Resposta: Errado.


De acordo com o disposto no art. 26 da Lei n. 10.083/98 fica proibida a reciclagem de resíduos sólidos
infectantes gerados por estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

09. Resposta: Certo.


Art. 44.

10. Resposta: Certo.


Art. 53.

11. Resposta: Certo.


Art. 61.

12. Resposta: Certo.


Art. 65.

13. Resposta: Certo.


Art. 77.

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14. Resposta: Certo.
Art. 84.

15. Resposta: Certo.


Art. 91.

16. Resposta: B.
A CIPA terá por atribuição, identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos,
com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.

17. Resposta: B.
Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de
trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.

18. Resposta: C.
26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão
e fadiga ao trabalhador.

19. Resposta: C.
26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão
e fadiga ao trabalhador.

20. Resposta: B.
26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos:
a) identificação e composição do produto químico;
b) pictograma(s) de perigo;
c) palavra de advertência;
d) frase(s) de perigo;
e) frase(s) de precaução;
f) informações suplementares.

21. Resposta: A.
26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos:
a) identificação e composição do produto químico;
b) pictograma(s) de perigo;
c) palavra de advertência;
d) frase(s) de perigo;
e) frase(s) de precaução;
f) informações suplementares.

22. Resposta: D.
26.2.3 O fabricante ou, no caso de importação, o fornecedor no mercado nacional deve elaborar e
tornar disponível ficha com dados de segurança do produto químico para todo produto químico
classificado como perigoso.

23. Resposta: B.
NR 11 - Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.

24. Resposta: A.
11.1.4 Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos.

25. Resposta: E.
NR 17 – ERGONOMIA: 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores,
de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.

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26. Resposta: B.
17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves,
deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar,
com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

27. Resposta: A.
Ergonomia12 vem do grego ergon, que significa trabalho e nomos, que quer dizer normas, ou seja,
normas para organizar o trabalho.
Ergonomia é a ciência que estuda as relações do homem com seu trabalho sob o aspecto
psicofisiológico.

28. Resposta: C.
A NR 17 da Portaria nº 3.214/78 estabelece regras para as condições de trabalho relacionadas com
levantamento, transporte e descarga de materiais.

29. Resposta: A
No âmbito internacional, a ergonomia é dividida em três domínios de especialização; são eles:
ergonomia física, ergonomia cognitiva e ergonomia organizacional.

30. Resposta: E
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia – Abergo (2013), Em agosto de 2000, a Associação
Internacional de Ergonomia – IEA adotou a definição oficial de ergonomia, como sendo uma disciplina
científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e diferentes elementos
ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos com o objetivo de
aperfeiçoar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Não podemos dizer que a ergonomia
é a ciência que estuda as interações entre os seres humanos! A ergonomia estuda a relação dos homens
com as maquinas, equipamentos e com o ambiente (ou seja, a relação do homem com os diferentes
elementos e sistemas).

31. B
32.C
33. D
34. C
35. C

12
MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho. 31ª edição. São Paulo: Atlas, 2015, p. 727-728.

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