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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO

AMAPÁ NOME DO CURSO


SHIRLEY MIRANDA
VIEIRA MAIDA VEIGA

RELATÓRIO DE PATOLOGIA DE ORGANISMOS AQUÁTICOS

HEMATOLOGIA DE PEIXES

MACAPÁ
2023
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
AMAPÁ NOME DO CURSO
SHIRLEY MIRANDA
VIEIRA MAIDA VEIGA

RELATÓRIO DE PATOLOGIA DE ORGANISMOS AQUÁTICOS

HEMATOLOGIA DE PEIXES

Relatório apresentado como requisito para a


Disciplina Patologia de Organismos Aquáticos,
do Curso de Engenharia de Pesca da
Universidade do Estado do Amapá – UEAP
ministrada pela prof. Marcela nunes videira
como componente avaliativo final.

MACAPÁ
2023
INTRODUÇÃO

Os peixes são organismos que habitam todos os tipos de ambientes aquáticos e


exibem uma enorme diversidade de comportamento, morfologia, dieta e reprodução.
Tanto em espécies já cultivadas, quanto em potenciais espécies para criação, as doenças
de peixes são atualmente um dos maiores alvos de preocupação de produtores e
pesquisadores. O surgimento de enfermidades é um sério problema que atrapalha o
sucesso comercial da aquicultura (Noga 2010).
Na necessidade de controlar as enfermidades que acometem os peixes, houve um
aumento no interesse sobre a hematologia de teleósteos marinhos e dulcícolas (Tierney et
al. 2004; Pavlidis et al. 2007; Vázquez & Guerrero 2007; Clauss et al. 2008; Burgos-
Aceves et al. 2010).
O conceito de hematologia é controvertido; etimologicamente significa o estudo do
sangue cuja definição clássica é: tecido líquido que circula pelo aparato cardiovascular,
sendo composto por células e plasma. Convencionalmente a hematologia é o estudo das
células sanguíneas, sendo a bioquímica sanguínea o estudo das substâncias do plasma
(Hoffman et al. 2005). Ao contrário da hematologia humana, onde as células sanguíneas
estão perfeitamente caracterizadas e seus parâmetros estandardizados para as diferentes
idades e sexos, na hematologia de peixes ainda são necessários inúmeros estudos. Além
de variar entre as diferentes espécies, ocorrem variações dentro da mesma espécie,
segundo as condições de vida do animal (Stoskopf 1993).
Com o auxílio da hematologia, o estudo dos parâmetros do sangue, pode-se
realizar um monitoramento mais eficaz na resposta dos organismos a agentes estressores e
avaliar seu estado de saúde sob condições adversas (Vázquez & Guerrero 2007).

OBJETIVO

O objetivo dessa prática é conhecer e realizar os procedimentos básicos para Colheita de


Sangue em Peixes e realizar sua análise.

MATERIAIS

- Seringa
- Agulha
- EDTA 3%
- Microtubos De Polipropileno
- Tubos Capilares Para Microhematócrito
- Lâmina Guia Extensora
- Lâmina Novas E Limpas
- Corantes
- Pipetas
- Ponteiras Descartáveis
- Pano Úmido
- Tubos Para Análises Bioquímicas

METODOLOGIA

Os animais foram capturados do aquário do laboratório de biologia pesqueira da


Universidade do Estado do Amapá com auxílio de puçás. Realizada com amostra de quarto
exemplares necessários para o trabalho. Evitou-se o estresse do peixe em excesso pois o
animal seria reintroduzido ao aquário após a colheita.

I. CONTENÇÃO

Para a colheita correta do sangue, o peixe foi contido com um pano úmido sobre os
olhos (Figura 1). A contenção mecânica é a mais adequada e prática para este procedimento,
sendo necessárias habilidade e rapidez para ser eficiente.

II. PUNÇÃO DO VASO SANGUÍNEO

Primeiro localizou-se o vaso corretamente, para que este seja canulado de forma
adequada, sem ocasionar muitas lesões no animal. A coluna vertebral facilita a utilização
desse acesso, pois a artéria e a veia caudal situam-se em sua face ventral. (Figura 1) A
coagulação da amostra sanguínea deve ser evitada e, por isso, preconiza-se a utilização de
anticoagulantes espécie-específicos, umedecendo-se internamente as seringas e agulhas com a
substância escolhida antes de se efetuar a coleta. Os anticoagulantes mais utilizados são a
heparina e o ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA), e em menor escala o citrato de sódio.
Inserido a agulha, banhada em anticoagulante (EDTA 3%) em torno de 45° e realizada a
penetração em direção à região ventral da coluna vertebral, local onde se localizam a artéria e
a veia caudal. Apos faz-se uma leve uma retração do embolo até surgimento de sangue na
seringa, indicando que a agulha eestá inserida no vaso sanguineo. Não exercer pressão
negativa desnecessária após a canulação do vaso sanguíneo, pois este procedimento implica
na ruptura das células vermelhas do sangue, apresentando-se como discreta hemólise após a
sedimentação das células sanguíneas.

Figura 1. Contenção com pano úmido e Colheita sanguínea em juvenil

III. ACONDICIONAMENTO DO SANGUE

Após o procedimento da punção sanguínea utilizando seringas, o sangue foi


homogeneizado por inversão e acondicionado em microtubos de polipropileno. Para a
transferência do sangue contido na seringa (Figura 2). O sangue na agulha, encontra-se isento
de anticoagulante.
Figura 2. Acondicionamento do sangue em um microtubo de polipropileno e em
colheita de sangue retirada dmicrotubo por um capilar de microhematócrito.

Logo após a colheita do sangue foi realizado a confecção das extensões sanguíneas
(Figura 3). Estas extensões foram fixadas, coradas (Figura 4) por 15 min a 6 microlitros para
posteriormente para contagem diferencial de células sanguíneas e também analise de
hematrofico (nessa aula pratica não foi possivel realizar essas analises).

Figura 3. Confecção da extensão sanguínea logo após a colheita do sangue, (cada


extensão feita pelos alunos)

Figura 4. coloração com fixadores


IV. HEMATÓCRITO,

O hematócrito (ou microhematócrito) é a análise da proporção de eritrócitos no sangue


em relação à quantidade de leucócitos, trombócitos e plasma sanguíneo. É um dos parâmetros
hematológicos mais simples e de alta confiabilidade devido à baixa variabilidade e pequena
margem de erro (Ranzani-Paiva et al. 2013).

O método consiste na centrifugação do sangue em microcapilar heparinizado a 12.000


rotações por minuto durante 10 minutos (Fig. 5). A leitura é feita com o auxílio da cartela de
aferição. Os índices hematimétricos são usados para elucidar o tamanho dos eritrócitos e seu
conteúdo de hemoglobina. Através destes, pode-se avaliar e classificar morfologicamente a
série vermelha do sangue dos peixes, caracterizando, por exemplo, um possível caso de
anemia (Ranzani-Paiva et al. 2005). Estes índices são as relações entre os valores de
hematócrito e o número de eritrócitos; hematócrito e taxa de hemoglobina e a relação entre a
taxa de hemoglobina e o número de eritrócitos (Grant 2015).

Figura 5. Transferência de amostra sanguínea para microcapilar heparinizado e


centrífuga de microhematócrito.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Hematologia de peixes é uma ferramenta diagnóstica capaz de indicar o estado


fisiológico dos animais, ajudando a atestar sua sanidade. Ademais, pode ser parte de
exames clínicos de rotina ou acompanhar animais acometidos por enfermidades (Clauss et
al. 2008), desde que os valores de referência de cada espécie tenham sido estabelecidos
(Vázquez & Guerrero 2007). O estudo do sangue de vertebrados não-mamíferos é
relativamente novo e, comparado ao dos mamíferos, possui pouca literatura disponível
sobre ontogenia, função e estrutura das células sanguíneas (Claver & Quaglia 2009). A
quantidade de bibliografia disponível acerca de intervalos de referência e interpretação de
análises sanguíneas de peixes é relativamente limitada, o que é esperado devido ao enorme
número de espécies que são criadas ou pesquisadas (Blaxhall 1972; Grant 2015). Assim
sendo, a utilização da hematologia como ferramenta de análise clínica em peixes é muito
restrita, principalmente pela falta de conhecimento básico dos padrões.
BIBLIOGRÁFICAS
BLAXHALL, PC & DAISLEY, KW. 1973. Routine haematological methods for use with
fish blood. J. Fish Biol., 5:771-781.
BLAXHALL, PC. 1972. The haematological assessment of the health of freshwater fish –
A review of selected literature . J. Fish Biol., 4:593 – 604 .
CLAVER, JA & QUAGLIA, AI. 2009. Comparative morphology, development, and
function of blood cells in nonmammalian vertebrates. J. Exot. Pet Med., 18:87–97
HOFFMAN, R, E BENZ, S SHATTIL, B FURIE, H COHEN, L SILBERSTEIN & P
McGLAVE. 2005. Hematology: basic principles and practice. 5 ed. Churchill
Livingstone, New York, 2560 pp.
NOGA, EJ. 2010. Fish disease: diagnosis and treatment. 2ª Ed. Wiley-Blackwell. Ames,
536 p.
STOSKOPF MK. 1993. Clinical Pathology and Hematology. In: STOSKOPF, MK. Fish
medicine. 1 ed. Saunders Company Press, London, p.113-131.
TIERNEY, KB, AP FARREL & CJ KENNEDY. 2004. The differential leukocyte
landscape of four teleosts: juvenile Oncorhynchus kisutch, Clupea pallasi, Culaea
inconstans and Pimephales promelas. J. Fish Biol., 65:906-919.

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