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Presidente Prudente
2023
SUMÁRIO
SUMÁRIO................................................................................................................................. 2
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 3
2. TIPO DE TRATAMENTO...................................................................................................6
2.1. LAGOA ANAERÓBIA................................................................................................. 7
2.2. LAGOA FACULTATIVA...............................................................................................7
2.3. EFICIÊNCIA................................................................................................................. 8
3. LOCALIZAÇÃO DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DE GASPAR....8
4. DIMENSIONAMENTO..................................................................................................... 10
4.1. Pré-dimensionamento...................................................................................................10
População atual do município em 2023.................................................................................10
População do município estimada em 2073.......................................................................... 10
4.2. Sistema de grades.........................................................................................................12
4.3 Desarenador e Calha Parshall....................................................................................... 15
4.3.1 Dimensionamento do tratamento preliminar........................................................15
4.3.2 Alturas d’água na calha Parshall (h2).................................................................. 16
4.3.3 Rebaixo do Parshall (z)........................................................................................ 16
4.3.4 Dimensionamento da caixa de areia.....................................................................17
4.3.5 Altura da caixa de areia (h1)................................................................................ 17
4.3.6 Largura da caída de areia (b)................................................................................18
4.3.7 Verificação da velocidade de escoamento............................................................18
4.3.8 Comprimento da caixa de areia (L)......................................................................19
4.3.9 Profundidade do depósito de areia (P)................................................................. 19
4.4 Lagoas Anaeróbias........................................................................................................ 20
4.5 Lagoa facultativa...........................................................................................................22
4.6 Cálculos finais...............................................................................................................25
5. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................25
1. INTRODUÇÃO
Fonte:
https://gaspar.sc.gov.br/uploads/sites/421/2021/12/999087_PLO_016_2017_ANEXO_I.pdf
Fonte: SAMAE
2. TIPO DE TRATAMENTO
As lagoas anaeróbias são dimensionadas para receber cargas orgânicas elevadas, que
impedem a existência de oxigênio dissolvido no meio líquido. Sua profundidade geralmente
varia de 3,0 m a 4,5 m e o tempo de detenção hidráulico tem que ser no mínimo de três dias
(KELLNER e PIRES, 1998). A profundidade tem a finalidade de impedir que o oxigênio
produzido pela camada superficial seja transmitido às camadas inferiores. Von Sperling
(1996) complementa que o tempo de detenção hidráulico varia de 3 a 6 dias.
A eficiência de remoção de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) por uma lagoa
anaeróbia é da ordem de 50% a 60%. Como a DBO do efluente é ainda elevada, necessita-se
de outra unidade de tratamento. Adota-se uma lagoa facultativa que necessitará de área menor
devido ao pré-tratamento do esgoto pela lagoa anaeróbia (SILVA et al., 2015). O conjunto
lagoa anaeróbia + lagoa facultativa economiza cerca de 1/3 da área ocupada comparado a uma
lagoa facultativa apenas como unidade única, para tratar a mesma quantidade de esgoto. Na
lagoa anaeróbia, maus odores, provenientes da liberação de gás sulfídrico, podem ocorrer
como consequência de problemas operacionais, recomendando-se sua localização em áreas
afastadas, longe de bairros residenciais (VON SPERLING, 1996).
2.3. EFICIÊNCIA
Para escolha do local, foi levado em consideração a área total necessária para o
projeto, calculada no tópico de dimensionamento, na imagem a seguir, pode-se observar com
mais detalhes a área selecionada para implantação da ETE Gaspar.
Figura 5 - Terreno seleciono para uma futura instalação da ETE Gaspar
4. DIMENSIONAMENTO
4.1. Pré-dimensionamento
A partir disso, foi necessário calcular qual será a população atendida nos anos
de início e final do projeto, através da seguinte equação:
𝑄𝑚í𝑛𝑖𝑛𝑎 = 𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑎 . 𝐾3
𝑄𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝑄𝑚é𝑑𝑖𝑎 . 𝐾1 . 𝐾2
Onde:
Qmínima = vazão mínima de geração de esgoto (L.s-1 );
Qmáxima = vazão máxima de geração de esgoto (L.s-1 ).
K1, K2 e K3= coeficientes de variação de vazão de esgoto, adotados como 1,2, 1,5 e
0,5, respectivamente.
● Em 2023:
Qmínima = 42,30777852 L.s-1;
Qmáxima = 152,3080027 L.s-1.
● Em 2073
Qmínima = 98,6946837 L.s-1;
Qmáxima = 355,3008613 L.s-1.
De acordo com a NBR 12.209 (2011), a vazão de dimensionamento das grades deve
ser a vazão máxima afluente à unidade e que, caso esse valor seja maior ou igual a 100 L/s, é
obrigatório que as grades finas e médias tenham limpeza mecanizada. Quando se opta pela
utilização de limpeza mecanizada, a NBR recomenda a instalação de no mínimo duas
unidades com capacidade para lidar com a vazão máxima de entrada, sendo uma das unidades
de limpeza manual, para ser utilizada como reserva. Por fim, a norma ainda indica que caso
exista o risco de danos ao equipamento de limpeza mecanizada, é necessário instalar uma
grade grossa de limpeza manual montada antes do sistema.
Dessa forma, o sistema de gradeamento projetado para a ETE de Gaspar conta com
um sistema de grades grossas com limpeza manual seguindo por dois sistemas de grades
finas, sendo um de limpeza mecanizada e o outro de limpeza manual.
Para fins de dimensionamento, considerando os critérios colocados pela NBR, foi
adotado espaçamento de 50 mm e espessura de 10 mm para as grades grossas, e espaçamento
de 10 mm e espessura de 9,5 mm para as grades finas.
A eficiência das grade, que representa a porcentagem de ocupação da seção do canal
pelas barras foi calculada para ambos os sistemas utilizando a equação abaixo.
𝑎
𝐸 = (𝑎 + 𝑡)
Onde:
E = eficiência da grade de barras (adimensional);
t = espessura (mm);
a = espaçamento entre as barras (mm).
Em posse desses dados, foi aplicada a equação abaixo para calcular a área útil para as
grades de barras.
𝑄
𝐴𝑢 = 𝑣
Onde:
Au = área útil entre as barras (m²);
Q = vazão máxima afluente a estação (m³.s-1 );
v = velocidade de escoamento (m.s-1 ).
𝐴𝑢
𝑆 = 𝐸
Para obter as dimensões do canal de escoamento, adotou-se uma altura fixa de lâmina
d'água no canal, de acordo com as condições de escoamento. A partir disso calculou-se a
largura do canal dividindo a área da seção pela altura adotada. Os valores obtidos foram
aproximados com o intuito de facilitar a execução da construção do sistema, e a partir deles
realizou-se novamente o cálculo da área útil do canal (Au) com o valor de largura final.
Obtidas as dimensões para a largura do canal, espessura das barras e espaçamento
entre as barras, foi possível prosseguir com o cálculo do número de barras e do número de
espaçamentos da grade a ser instalada, dados pelas equações abaixo.
(𝐿−𝑎)
𝑁𝑏 = (𝑎+𝑡)
e 𝑁𝑒 = 𝑁𝑏 + 1
Onde:
Nb = Número de barras;
Ne = Número de espaçamentos;
L = largura do canal (m);
a = espaçamento entre as barras (m);
t = espessura das barras (m);
Por fim, foi realizado o cálculo de perda de carga nas grades, conforme indica a
equação:
2 2
𝑣 − 𝑣0
∆𝐻 = 1, 43 * ( 2𝑔
)
Onde:
v = velocidade de passagem (m/s);
v0 = velocidade de aproximação (m/s).
Para as grades de limpeza manual esse cálculo foi realizado também considerando
50% de obstrução, como recomenda a NBR 12209 (2011).
Todos valores obtidos durante essa etapa do dimensionamento estão em conformidade
com os limites estabelecidos em normas técnicas e se encontram apresentados nas tabelas
abaixo.
Grades grossas
Perda de
Espess Velocid Largura
Espaçame Eficiên Au S Perda carga
ura ade do canal Nb Ne
nto (mm) cia (m2) (m2) de carga (50%
(mm) (m/s) (m)
obstruído)
12,
50 10 0,83 0,9 0,39 0,47 0,8 13,3 0,018 0,20
3
Grades finas
Perda de
Espess Velocid Largura
Espaçame Eficiên Au S Perda carga
ura ade do canal Nb Ne
nto (mm) cia (m2) (m2) de carga (50%
(mm) (m/s) (m)
obstruído)
55,
10 9,5 0,51 0,8 0,44 0,87 1,1 56,0 0,034 0,17
0
Na qual:
Q = vazão, em m³/s;
W= 0,305 m (largura da seção estrangulada (garganta)
h2 = altura d’água na base horizontal do Parshall, em m
Portanto, com base na Equação 1, determinou-se as alturas na calha Parshall (h1) para
as vazões máxima, média e mínima
Na qual:
Qmáx = vazão máxima, em m³/s;
Qmín = vazão mínima, em m³/s;
h2 máx = altura d’água máxima na base horizontal da calha Parshall, em m;
h2 mín = altura d’água mínima na base horizontal da calha Parshall, em m;
z = altura do degrau antes da calha Parshall, em m (FERREIRA, 2017)
0,355 0,654−𝑧
0,0986
= 0,158−𝑧
Na qual:
V = velocidade do esgoto, em m/s;
Q = vazão afluente à ETE, m³/s;
b = largura da caixa de areia, em m;
h1 = altura d’água na caixa de areia.
Logo:
3
Qmax = 0,3553 𝑚 /s → V máx = 0,30 m
● Comprimento da caixa de areia (L)
Segundo a NBR 12209 (2011, p. 14), a taxa de escoamento superficial deve estar
compreendida entre 600 a 1300 m³/m².d.
Adotando então 1300 ou seja, 0,051505m³/m².s para a vazão máxima
A= 0, 355𝑚³/s/ 0,01505
A= 23,6 m²
Neste trabalho, foram adotadas caixas de areia prismáticas de base retangular, logo, a
área da base pode ser calculada através da Equação
A=bxL
logo,
L = A/b
23,6
L= 1,4
L= 16,85 m²
A carga afluente (L) de foi obtida através da multiplicação da vazão pela concentração
de DBO, obtendo o valor de 5116,5 kg/dia.
𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓𝑙 = 𝑆𝑜 ( 1 − 𝐸/100)
Onde:
DBOefl = concentração de DBO total efluente (mg/L)
So = concentração de DBO total afluente (mg/L)
E = eficiência de remoção (%).
(𝐻/3)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑙𝑖𝑚𝑝𝑒𝑧𝑎 𝑑𝑜 𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝐸𝑙
= 2,077 anos.
Ou seja, para otimizar o funcionamento das lagoas, a limpeza do lodo deverá ser
realizada a cada dois anos.
(100 − 𝐸) * 𝐿0
𝐿= 100
O valor obtido foi de 2527,551 kg/dia.
(𝑇−25)
𝐿𝑠 = 350 * (1, 107 − 0, 002 * 𝑇)
Para regiões com inverno frio e baixa insolação, adotam-se valores de Ls entre 100 e
180 kgDBO5/ha.dia. Portanto, a taxa calculada se encontra dentro do intervalo proposto.
● Área requerida
Assim como nas lagoas anaeróbias, a área requerida pelas lagoas facultativas pode ser
calculada através da divisão da carga do afluente pela taxa de aplicação superficial.
Nesse caso, obtivemos o valor de aproximadamente 14,8 ha. Visando otimizar
funcionamento e implantação desse sistema, optou-se pela divisão em 8 lagoas, tendo cada
uma 210 m de comprimento por 90 m de largura, e área de 18900 m2. Vale ressaltar que essas
dimensões atendem os critérios de relação comprimento/largura, que deve estar entre 2 e 4.
O cálculo do tempo de detenção das lagoas facultativas foi feito da mesma forma que
para as lagoas anaeróbias, ou seja, dividindo o volume pela vazão. O valor obtido foi de
aproximadamente 13 dias.
(𝑇−20)
𝐾𝑇 = 𝐾20 * θ
−1
O valor obtido foi de 0,34 𝑑 .
𝑆0
𝑆 = 1 + 𝐾 *𝑡
O valor da DBO total nada mais é do que a soma da DBO solúvel efluente e a DBO
particulada. No caso da ETE de Gaspar, obteve-se um valor equivalente a 55,42 mg/l.
(𝑆0 −𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓𝑙)
𝐸= 𝑆0
* 100
Estimou-se que a área total requerida seja 30% superior à área útil total. Dessa forma,
para a construção da ETE Gaspar seriam necessários 20,3 hectares de área. O valor de área
per capita é de 1,48 m2/habitante.
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RAWAT, I.; RANJITH KUMAR, R.; MUTANDA, T.; BUX, F. Dual role of microalgae:
phycoremediation of domestic wastewater and biomass production for sustainable
biofuels production. Applied Energy, v. 88, p. 3411-3424, 2011.
SILVA, Maria Rosângela da; LIMA, Dayane de Andrade; LIMA, Jéssyca de Freitas;
MOREIRA, Amanda Gonçalves; CHAVES, Jarbas Rodrigues. Lagoas de estabilização: um
estudo de revisão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL E
SUSTENTABILIDADE - CONGESTAS, 09 a 11 dez. 2015, João Pessoa, Paraíba, Brasil.
Anais[...] João Pessoa, Paraíba, 2015.v.3
VON SPERLING, M.; BASTOS, R. K. X.; KATO, M.T. Removal of E. coli and helminth
eggs in UASB: polishing pond systems. Water Sci. Technol., v. 51, p. 91-97, 2004.