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Resíduos Sólidos
NATAL/RN
SETEMBRO
/2023
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FOCO GEO SOLUÇÕES
RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE
DRENAGEM
LUCAS DE OLIVEIRA CAMPOS
ENGENHEIRO AMBIENTAL
CREA-RN nº 212202428-3
NATAL
SETEMBRO/2023
2
2
SUMÁRIO
2. INTRODUÇÃO................................................................................................6
3. ELEMENTOS DA DRENAGEM......................................................................6
3.1. Sarjetas.......................................................................................................................6
4. CÁLCULO HIDROLÓGICO............................................................................7
5.2. Utilização dos Valores Normatizados para Dimensionamento da 5.2.1. Área do Poço
de Infiltração...................................................................................................................12
7. CALCULO HIDRÁULICO.............................................................................16
3
7.1.2. Capacidade das sarjetas – (Altura da lâmina d’água).............................................................17
7.1.3. Largura da Lâmina d’água......................................................................................................18
7.1.4. Área Molhada........................................................................................................................18
7.1.5. Limites de Velocidade nas Sarjetas........................................................................................19
7.2. Capacidade de engolimento da boca de lobo - (Boca Coletora)................................................20
7.3. Dimensionamento do Poço de Infiltração.................................................................................20
8. PROCESSO CONSTRUTIVO.......................................................................23
9. PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS..................................................................24
9.2. Escavação.................................................................................................................25
10. REFERÊNCIAS.......................................................................................... 26
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1 IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES ENVOLVIDAS
5
PROJETO DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS – LOTEAMENTO OASIS
MEMORIAL DESCRITIVO
2. INTRODUÇÃO
No âmbito do projeto de drenagem para o Loteamento Oasis, um
condomínio residencial multifamiliar horizontal, deve-se considerar a gestão
adequada das águas pluviais, um aspecto essencial para a sustentabilidade e a
qualidade de vida dos futuros moradores. Nesse contexto, os elementos da
drenagem desempenham um papel fundamental na mitigação dos impactos
das chuvas, assegurando a eficácia do sistema de coleta e tratamento das
águas pluviais.
2.1. Justificativa para uso do poço de infiltração na área
Considerando a ausência de redes públicas de coleta de águas pluviais
na região onde o condomínio está situado, bem como a inexistência de uma
área designada para servir como exutório para o escoamento pluvial, optou-se
por implementar um sistema de poços de infiltração como a solução de
drenagem urbana selecionada para atender às necessidades do condomínio.
Essa escolha visa garantir a eficiência na gestão das águas, permitindo o
tratamento e a infiltração controlada das precipitações no solo de forma
sustentável e em conformidade com as diretrizes técnicas e normativas
aplicáveis.
3. ELEMENTOS DA DRENAGEM
3.1. Sarjetas
As sarjetas, como um dos principais elementos da drenagem,
constituem-se como canais de escoamento lineares ao longo das vias,
destinadas à captação e direcionamento das águas pluviais. No projeto do
Condomínio Oasis, a escolha da tipologia e dimensionamento das sarjetas será
fundamental para garantir a eficiência na coleta das águas da chuva,
prevenindo alagamentos ou erosões, e atuando na distribuição controlada do
escoamento.
3.2. Boca de lobo (Boca coletora)
As bocas de lobo, por sua vez, desempenham um papel importante na
coleta inicial das águas pluviais, concentrando-as para posterior
6
direcionamento ao sistema de drenagem. No contexto do condomínio, a correta
localização e dimensionamento das bocas de lobo são decisivos para evitar
inundações e alagamentos em áreas críticas, bem como para manter a
infraestrutura viária segura e durável.
3.3. Poço de infiltração
O poço de infiltração permitirá a infiltração controlada da água pluvial no
solo. No projeto, será apresentada a escolha do local adequado para a
implantação do poço, juntamente com o cálculo de sua capacidade de
absorção, tendo como objetivo evitar sobrecargas no sistema de drenagem.
Portanto, este memorial descritivo visa orientar a correta concepção e
dimensionamento desses elementos da drenagem, assegurando um sistema
eficaz e sustentável para o Condomínio Oasis.
4. CÁLCULO HIDROLÓGICO
O Projeto de Drenagem foi dimensionado com base no escoamento das
águas pluviais que atingem as vias do condomínio. As pistas foram projetadas
com inclinação transversal de 3%, e largura de 6,00 m.
4.1. Dados para o dimensionamento do sistema coletor
4.1.1. Período de Recorrência (TR)
O período de recorrência adotado para o dimensionamento da rede
coletora será de cinco anos, seguindo as recomendações de órgãos estaduais
e federais especializados em projetos dessa natureza.
TR = 5 anos
4.1.2. Tempo de Concentração (Tc)
Consiste no tempo requerido para o deflúvio escoar sobre a superfície,
desde os pontos mais a montante da bacia contribuinte até atingir a primeira
boca de lobo (tempo de escoamento superficial).
O tempo de escoamento superficial para os trechos de início da rede
coletora foi considerado de 5 minutos.
Tc = 5 min
4.1.3. Coeficiente de Escoamento Superficial (C) - Runoff
Para a obtenção de escoamento superficial, adotou-se os valores, como
base na cobertura da superfície. Considerou-se também para avaliação do
coeficiente, que cada lote atinja uma taxa de ocupação de 50%. O valor,
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adotado para determinação do coeficiente de escoamento superficial foi de
impermeabilização de 50% em áreas residenciais, com ruas pavimentadas,
mas com muitas áreas verdes.
C = 0,60
Na qual:
i = intensidade de ocorrência da precipitação (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
t = tempo de duração (minutos).
A caracterização da equação de IDF da precipitação depende de quatro
parâmetros (K, a, b, c), apresentados na Equação 01, sendo estes obtidos
utilizando o software Pluvio 2.1, elaborado pelo Grupo de Pesquisas em
Recursos Hídricos do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade
Federal de Viçosa.
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Figura 01: Parâmetros da Equação IDF – Natal
Assim, temos:
0 , 26
586 , 66 ×5
i= 0 , 68
(5+15)
i=116 ,26 mm/h
Portanto, a intensidade de chuva será igual a i = 116,26 milímetros por
hora (mm/h).
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Equação 02: Cálculo da Vazão
C.i . A
Qt=
60
10
No âmbito dos ensaios de infiltração, adotou-se a metodologia
estabelecida no Anexo A da NBR 13969/97, que descreve procedimentos para
estimar a capacidade de percolação do solo, representada pelo parâmetro "k".
Este método normativo é reconhecido e amplamente utilizado para a
determinação precisa da taxa de infiltração em solos, o que se revela essencial
na análise de sistemas de drenagem.
Cada ensaio foi conduzido a uma distância de 1,5 metros de cada ponto
de sondagem previamente identificado. O processo consistiu na escavação de
uma cava de aproximadamente 1,00 metro de largura, 1,00 metro de
comprimento e 1,00 metro de profundidade, utilizando trado manual e pás. Em
um dos vértices dessa cava, foi criada uma depressão de 0,30 metros de
largura, 0,30 metros de comprimento e 0,30 metros de profundidade, que foi
preenchida com brita em uma camada de aproximadamente 0,05 metros. Esse
preenchimento com brita permitiu a investigação da taxa de infiltração em
profundidades de até 1,30 metros.
Após a preparação da cava, procedeu-se ao enchimento com água até
atingir a profundidade de 0,30 metros a partir do fundo da cava. Essa altura de
água foi mantida constante por um período mínimo de 4 horas, com o
acompanhamento do nível e o complemento com água conforme necessário ao
longo do ensaio. Este método assegura a obtenção de dados precisos sobre a
taxa de infiltração do solo. A figura 02 apresenta imagens dos locais dos
ensaios realizados.
Figura 02: Execução dos ensaios de infiltração TAs
11
Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.
12
m³/m².dia L/m².dia
1605,14 0,031 30,865
Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.
k médio =
( 2
m . dia m . dia )
56,146 L 30,865 L
+ 2
13
43 , 5 L
k médio = 2
m . dia
Sendo:
Kmédio = coeficiente de infiltração no solo (L/m².dia).
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6. MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO PARA POÇO DE INFILTRAÇÃO
6.1. Área de infiltração (m²)
No processo de dimensionamento do poço de infiltração, recorreu-se a
uma analogia baseada no método de dimensionamento de sumidouros,
conforme preconizado por Creder (2012). A abordagem consiste em calcular a
área de infiltração necessária para acomodar um volume de despejo pré-
determinado, considerando tanto a superfície lateral quanto a profundidade do
poço. Esse cálculo é realizado por meio da seguinte equação:
V
A=
k
No qual:
A = área de infiltração (m²);
V = volume de contribuição diária em L/dia;
k = coeficiente de infiltração do solo (L/m².dia)
O coeficiente de infiltração do solo (k) foi determinado como no
dimensionamento do sumidouro, conforme ensaio de infiltração descrito
anteriormente.
Na nossa analogia, o volume (V), que inicialmente representa uma
média diária de esgoto produzido na edificação, será substituído por um
volume correspondente à água pluvial coletada pela sarjeta e conduzida até a
boca de lobo, sendo, posteriormente, direcionado para o poço de infiltração
(Qt).
Com base no entendimento acima delineado, é possível proceder ao
cálculo do volume total precipitado (V) sobre a área de contribuição durante um
intervalo de tempo de 5 minutos. Esse período de tempo é adotado
considerando sua capacidade de atenuar o pico de cheia do hidrograma de
chuvas com características similares de maior recorrência (CARVALHO
JÚNIOR, 2014).
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A partir dos valores obtidos para o volume de chuva (V) e do coeficiente
de infiltração (k), é viável a determinação da área de infiltração (A) necessária
para o projeto.
Assim, temos:
V
A=
k
Sendo: V = (Qt x 5min)
Qt ×5 min
A=
k
1162, 5 L
232 , 5 L/min× 5 min A=
A= L
k 43 ,5 2
m . dia
A=26 , 7 m²
Dessa maneira, determinamos que a área requerida para a infiltração da
vazão calculada no projeto é igual a A = 26,7 metros quadrados (m²).
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Assim, a área total de infiltração para o poço será a soma das áreas
lateral e do fundo:
ÁreaTotal= AL+ AF
Considerando que a medida da lateral da base do poço seja de 2,7
metros e sua altura seja de 2 metros, resultando em um poço de base
quadrada, a área total de infiltração é de 28,89 metros quadrados (m²).
7. CALCULO HIDRÁULICO
7.1. Dimensionamento das Sarjetas
A seguir, são apresentados os parâmetros essenciais para o cálculo
dimensional de uma sarjeta que se encontra situada na área do condomínio.
Esta sarjeta se destaca pelo fato de abranger a maior área de captação e o
maior comprimento linear dentro do trecho considerado. Devido a essas
características, ela servirá como referência para o dimensionamento das
sarjetas presentes nos demais quarteirões, constituindo-se como um modelo
para a análise e projeto destes componentes do sistema de drenagem urbana
(Figura 04).
Figura 04: Dados de entrada para dimensionamento de sarjeta
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Qsarjeta = vazão teórica para sarjeta (m³/s);
C = coeficiente de escoamento superficial;
A = área de contribuição (Km²).
m³
Qsarjeta=0,019
s
( )
3
Qsarjeta
Y 0= 8
Z
0,375 × √ S ×
n
Onde:
Y0 = altura da lâmina d’água (m);
Qsarjeta = capacidade (vazão) da sarjeta, em (m³/s);
S = declividade longitudinal da via, em m/m;
n = coeficiente de rugosidade média de Manning;
Z = relação de inclinação da sarjeta.
Assim:
( )
3
0,019
Y 0= 8
5
0,375 × √ 0,005 ×
0,015
Y 0=0 ,10 m
ou
Y 0=10 ,07 cm
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W 0 =Y 0 ×Z
Onde:
W0 = largura da lâmina d’água (m);
Z = relação de inclinação da sarjeta.
W 0 =0 , 10× 5
W 0 =0,503 m
Portanto:
0 , 10 x 0,503
A=
2
A=0,0253 m²
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Equação 08: Equação da continuidade
Q
V=
A
Onde:
V = velocidade média (m/s);
Qsarjeta = vazão de teórica para sarjeta (m³/s);
A = área molhada (m²).
3
0,019 m /s
V=
0,0253 m ²
V =0 ,77 m/ s
A velocidade calculada resultou em 0,77 metros por segundo (m/s).
Portanto, observa-se que a velocidade está em conformidade com os critérios
iniciais de projeto, os quais estipularam uma velocidade mínima de 0,75 m/s,
dentro do intervalo de recomendação estabelecido.
Onde:
Qsarjeta = capacidade (vazão) da sarjeta,
em (m³/s);
Y = altura da lâmina d’água (m);
L = abertura mínima da boca coletora
(m).
Assim:
20
0,019
L=
( 1 , 7 ×(0 ,10) )
3
2
L=0 ,36 m
Nesse sentido, o comprimento mínimo necessário para a boca coletora
seria de 0,36 metros. Contudo, para fins de praticidade e alinhamento com
medidas comerciais padronizadas, optamos por adotar um comprimento de
0,60 metros (60 cm). Isso resulta em uma abertura consideravelmente maior do
que a capacidade mínima necessária para acomodar a vazão projetada.
21
Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.
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superficial e transferir essa vazão para o poço através de uma tubulação em
PVC DN 200.
Para atender às necessidades de drenagem das áreas das vias dentro
do condomínio, está prevista a construção de 26 unidades do mencionado
poço de infiltração. O Anexo 02 e 03 fornece um detalhamento da localização
ideal para a instalação das bocas coletoras, juntamente com seus respectivos
poços de infiltração ao longo das vias.
8. PROCESSO CONSTRUTIVO
O processo construtivo desse componente segue uma sequência de
etapas planejadas, descritas a seguir:
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8.1. Escavação do Poço
A primeira etapa envolve a escavação do poço de infiltração de acordo
com as dimensões previamente determinadas no projeto. A profundidade e
largura do poço são definidas para otimizar a infiltração e acomodar a vazão de
água pluvial projetada. Durante esta fase, é fundamental manter a integridade
das paredes do poço para garantir sua estabilidade.
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Tubo de ligação ϕ 200mm – PVC
9. PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS
O projeto deverá ser respeitado em todas as suas determinações e as
modificações que se fizeram necessário deverão ser notificadas, com a devida
antecedência, para que a fiscalização tome conhecimento e autorize. A
execução dos serviços deverá ser feita segundo estas especificações e os
casos omissos serão resolvidos a critério da fiscalização. A mão de obra
deverá ser realizada por operários especializados, ficando inteiramente a
critério de a fiscalização impugnar qualquer trabalho em execução ou
executado que não obedeça a ás condições aqui expostas.
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eficiência constante, mantendo as características de infiltração projetadas
desde o início do sistema.
9.2. Escavação
Os trabalhos de escavação serão executados de forma manual ou
mecânica, de acordo com as convivências da construtora, verificando-se,
porém, os interesses da fiscalização. As escavações para os poços de
infiltração serão feitas em taludes verticais. Essas escavações deverão
permanecer abertas o menor intervalo de tempo possível.
10. REFERÊNCIAS
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CREDER, H. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC,
2012. 423 p.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (FUNASA). Manual de Saneamento /
Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde – 4. Ed. – Brasília: Funasa,
2015. 642 p. il.
LIMA, Jeovane Nascimento de. ANÁLISE COMPARATIVA DE MÉTODOS
PARA O CÁLCULO DE PRECIPITAÇÕES INTENSAS. 2019. 41 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, 2019.
REZENDE, Rafaela de Freitas. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE
DRENAGEM TRADICIONAL E SISTEMA. 2018. 70 f. TCC (Doutorado) -
Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais, Itabirito - Mg, 2019.
SIVIERO, Flavia Manica et al. POÇO DE INFILTRAÇÃO COMO TÉCNICA
COMPENSATÓRIA EM DRENAGEM URBANA: dimensionamento, custo de
implantação e avaliação do sistema. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
QUALIDADE AMBIENTAL, 11., 2012, Porto Alegre - Rs. Simpósio. Porto
Alegre: Abes-Rs, 2012. v. 11, p. 1-15.
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