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PGRS - Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos

PROJETO DE DRENAGEM URBANA


DE ÁGUAS PLUVIAIS

OBRA: CONDOMÍNIO OASIS ELÓI DE SOUZA

CLIENTE: OASIS ELÓI DE SOUZA – EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA

FOCO GEO SOLUÇÕES

NATAL/RN
SETEMBRO
/2023

1 1
FOCO GEO SOLUÇÕES
RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO DO PROJETO DE
DRENAGEM
LUCAS DE OLIVEIRA CAMPOS
ENGENHEIRO AMBIENTAL
CREA-RN nº 212202428-3

INTERESSADO: OASIS ELÓI DE SOUZA – EMPREENDIMENTOS


IMOBILIÁRIOS LTDA

NATAL
SETEMBRO/2023

2
2
SUMÁRIO

1 IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES ENVOLVIDAS...........................................5

1.1 Empresa Contratante.................................................................................................5

1.2 Identificação do Empreendimento..............................................................................5

1.3 Empresa Contratada...................................................................................................5

2. INTRODUÇÃO................................................................................................6

2.1. Justificativa para uso do poço de infiltração na área....................................................6

3. ELEMENTOS DA DRENAGEM......................................................................6

3.1. Sarjetas.......................................................................................................................6

3.2. Boca de lobo (Boca coletora).......................................................................................6

3.3. Poço de infiltração......................................................................................................7

4. CÁLCULO HIDROLÓGICO............................................................................7

4.1. Dados para o dimensionamento do sistema coletor....................................................7


4.1.1. Período de Recorrência (TR)....................................................................................................7
4.1.2. Tempo de Concentração (Tc)...................................................................................................7
4.1.3. Coeficiente de Escoamento Superficial (C) - Runoff................................................................7
4.1.4. Áreas Contribuintes.................................................................................................................8
4.1.5. Índice Pluviométrico - Curva Intensidade-Duração-Frequência (IDF).......................................8
4.1.6. Análise das Contribuições de Águas Pluviais (Vazão teórica – Qt)............................................9

5. METODOLOGIA APLICADA AOS ENSAIOS DE INFILTRAÇÃO..............10

5.1. Capacidade de Percolação do Solo (k) – Absorção.....................................................12

5.2. Utilização dos Valores Normatizados para Dimensionamento da 5.2.1. Área do Poço
de Infiltração...................................................................................................................12

6. MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO PARA POÇO DE INFILTRAÇÃO......14

6.1. Área de infiltração (m²).............................................................................................14

6.2. Áreas laterais e de fundo de um sumidouro..............................................................16

7. CALCULO HIDRÁULICO.............................................................................16

7.1. Dimensionamento das Sarjetas.................................................................................16


7.1.1. Vazão para Dimensionamento da Sarjeta..............................................................................17

3
7.1.2. Capacidade das sarjetas – (Altura da lâmina d’água).............................................................17
7.1.3. Largura da Lâmina d’água......................................................................................................18
7.1.4. Área Molhada........................................................................................................................18
7.1.5. Limites de Velocidade nas Sarjetas........................................................................................19
7.2. Capacidade de engolimento da boca de lobo - (Boca Coletora)................................................20
7.3. Dimensionamento do Poço de Infiltração.................................................................................20

8. PROCESSO CONSTRUTIVO.......................................................................23

8.1. Escavação do Poço....................................................................................................23

8.2. Construção das Paredes Laterais...............................................................................23

8.3. Colocação da Manta Geotêxtil..................................................................................23

8.4. Colocação da Brita no Fundo e Lateral do Poço.........................................................24

8.5. Colocação do Condutor da Vazão..............................................................................24

8.6. Estrutura de Encerramento e Acesso.........................................................................24

9. PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS..................................................................24

9.1. Manutenção Periódica do Poço de Infiltração...........................................................25

9.2. Escavação.................................................................................................................25

9.3. Localização do Material Escavado.............................................................................25

10. REFERÊNCIAS.......................................................................................... 26

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1 IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES ENVOLVIDAS

1.1 Empresa Contratante

Razão Social: OASIS ELOI DE SOUZA – EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS


LTDA
CNPJ /CPF: 50.671.165/0001-63
Endereço: Rua do Mandacaru, nº 1900, Centro, Senador Elói de Souza – RN
CEP: 59250000
Contato: (84) 99107-9822

1.2 Identificação do Empreendimento

Identificação: CONDOMÍNIO OASIS ELÓI DE SOUZA


Endereço: Ás margens da RN-226, Centro, Senador Elói de Souza

1.3 Empresa Contratada

Nome: FOCO TGMA


CNPJ: 18.209.951/0001-30
Endereço: Av. Sen. João Câmara 221, Centro, Parnamirim/RN - Tel (84) 999151350
Responsável Técnico: Dayvison Bruno Cordeiro de Paiva
CREA: 150605485-4

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PROJETO DE DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS – LOTEAMENTO OASIS
MEMORIAL DESCRITIVO

2. INTRODUÇÃO
No âmbito do projeto de drenagem para o Loteamento Oasis, um
condomínio residencial multifamiliar horizontal, deve-se considerar a gestão
adequada das águas pluviais, um aspecto essencial para a sustentabilidade e a
qualidade de vida dos futuros moradores. Nesse contexto, os elementos da
drenagem desempenham um papel fundamental na mitigação dos impactos
das chuvas, assegurando a eficácia do sistema de coleta e tratamento das
águas pluviais.
2.1. Justificativa para uso do poço de infiltração na área
Considerando a ausência de redes públicas de coleta de águas pluviais
na região onde o condomínio está situado, bem como a inexistência de uma
área designada para servir como exutório para o escoamento pluvial, optou-se
por implementar um sistema de poços de infiltração como a solução de
drenagem urbana selecionada para atender às necessidades do condomínio.
Essa escolha visa garantir a eficiência na gestão das águas, permitindo o
tratamento e a infiltração controlada das precipitações no solo de forma
sustentável e em conformidade com as diretrizes técnicas e normativas
aplicáveis.

3. ELEMENTOS DA DRENAGEM
3.1. Sarjetas
As sarjetas, como um dos principais elementos da drenagem,
constituem-se como canais de escoamento lineares ao longo das vias,
destinadas à captação e direcionamento das águas pluviais. No projeto do
Condomínio Oasis, a escolha da tipologia e dimensionamento das sarjetas será
fundamental para garantir a eficiência na coleta das águas da chuva,
prevenindo alagamentos ou erosões, e atuando na distribuição controlada do
escoamento.
3.2. Boca de lobo (Boca coletora)
As bocas de lobo, por sua vez, desempenham um papel importante na
coleta inicial das águas pluviais, concentrando-as para posterior

6
direcionamento ao sistema de drenagem. No contexto do condomínio, a correta
localização e dimensionamento das bocas de lobo são decisivos para evitar
inundações e alagamentos em áreas críticas, bem como para manter a
infraestrutura viária segura e durável.
3.3. Poço de infiltração
O poço de infiltração permitirá a infiltração controlada da água pluvial no
solo. No projeto, será apresentada a escolha do local adequado para a
implantação do poço, juntamente com o cálculo de sua capacidade de
absorção, tendo como objetivo evitar sobrecargas no sistema de drenagem.
Portanto, este memorial descritivo visa orientar a correta concepção e
dimensionamento desses elementos da drenagem, assegurando um sistema
eficaz e sustentável para o Condomínio Oasis.

4. CÁLCULO HIDROLÓGICO
O Projeto de Drenagem foi dimensionado com base no escoamento das
águas pluviais que atingem as vias do condomínio. As pistas foram projetadas
com inclinação transversal de 3%, e largura de 6,00 m.
4.1. Dados para o dimensionamento do sistema coletor
4.1.1. Período de Recorrência (TR)
O período de recorrência adotado para o dimensionamento da rede
coletora será de cinco anos, seguindo as recomendações de órgãos estaduais
e federais especializados em projetos dessa natureza.
TR = 5 anos
4.1.2. Tempo de Concentração (Tc)
Consiste no tempo requerido para o deflúvio escoar sobre a superfície,
desde os pontos mais a montante da bacia contribuinte até atingir a primeira
boca de lobo (tempo de escoamento superficial).
O tempo de escoamento superficial para os trechos de início da rede
coletora foi considerado de 5 minutos.
Tc = 5 min
4.1.3. Coeficiente de Escoamento Superficial (C) - Runoff
Para a obtenção de escoamento superficial, adotou-se os valores, como
base na cobertura da superfície. Considerou-se também para avaliação do
coeficiente, que cada lote atinja uma taxa de ocupação de 50%. O valor,

7
adotado para determinação do coeficiente de escoamento superficial foi de
impermeabilização de 50% em áreas residenciais, com ruas pavimentadas,
mas com muitas áreas verdes.
C = 0,60

4.1.4. Áreas Contribuintes


O procedimento adotado para a avaliação das áreas de contribuição
para um determinado poço de infiltração teve obediência às condicionantes
topográficas dos quarteirões, como também para alocação das bocas de lobo
do referido poço de infiltração.

4.1.5. Índice Pluviométrico - Curva Intensidade-Duração-


Frequência (IDF)
Para determinar a contribuição específica das chuvas convectivas com
um tempo de recorrência de 5 anos na área residencial em estudo, foram
utilizados dados obtidos a partir das curvas IDF mais próximas e compatíveis
com as características climáticas da região. Os dados foram coletados no posto
pluviométrico localizado em Natal.

Equação 01: Intensidade pluviométrica


a
K × TR
i= c
(t+b)

Fonte: Lima, 2019.

Na qual:
i = intensidade de ocorrência da precipitação (mm/h);
Tr = período de retorno (anos);
t = tempo de duração (minutos).
A caracterização da equação de IDF da precipitação depende de quatro
parâmetros (K, a, b, c), apresentados na Equação 01, sendo estes obtidos
utilizando o software Pluvio 2.1, elaborado pelo Grupo de Pesquisas em
Recursos Hídricos do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade
Federal de Viçosa.

8
Figura 01: Parâmetros da Equação IDF – Natal

Fonte: Pesquisa Agropecuária Brasileira, 2023.

Assim, temos:
0 , 26
586 , 66 ×5
i= 0 , 68
(5+15)
i=116 ,26 mm/h
Portanto, a intensidade de chuva será igual a i = 116,26 milímetros por
hora (mm/h).

4.1.6. Análise das Contribuições de Águas Pluviais (Vazão teórica


– Qt)
No contexto da distribuição das contribuições de águas pluviais nos
diferentes pontos de interesse do projeto, empregou-se uma abordagem
fundamentada na aplicação da fórmula que reflete o Método Racional. Esta
metodologia permite uma análise das características hidrológicas e hidráulicas
das áreas em estudo, culminando na determinação das vazões resultantes
para as vias urbanas delineadas no projeto.
A aplicação do Método Racional envolveu a consideração de
parâmetros, como a intensidade da chuva, a área de contribuição e as
características do solo. Este processo possibilitou a quantificação das vazões
de água a serem gerenciadas, fornecendo, assim, uma base técnica sólida
para a concepção e dimensionamento do sistema de drenagem.

9
Equação 02: Cálculo da Vazão

C.i . A
Qt=
60

Fonte: Creder, 2012.


Onde:
Qt = vazão de projeto (L/min);
C = coeficiente de escoamento superficial;
A = área de contribuição (m²).
Ao considerar uma área de contribuição de 200m² para cada poço,
determinamos a vazão efetiva para cada bacia com as mesmas dimensões de
área. Portanto, o dimensionamento dos poços de infiltração será realizado com
base nessa área estabelecida, e a disposição dos poços seguirá uma
configuração alternada ao longo da via, visando atender às demandas de
vazão previstas no projeto de forma eficiente.
Assim, temos:
0 , 6 x 116 , 26 x 200
Qt=
60
Qt=232, 5 L/min
Assim, chegamos à conclusão de que a vazão projetada para uma área
de 200m² corresponde a 232,5 litros por minuto (L/min).
Para prosseguir com a análise e cálculos relativos ao sistema de
drenagem, foi necessário realizar um ensaio de infiltração do solo a fim de
determinar sua permeabilidade.
No referido teste de infiltração, foram empregadas metodologias e
equipamentos específicos para a coleta de dados representativos da
permeabilidade do solo em questão. A análise dos resultados obtidos a partir
da taxa de infiltração possibilita não apenas a determinação da capacidade de
absorção do solo, mas também orienta na escolha adequada de técnicas e
estratégias de drenagem, como o dimensionamento de sumidouros.

5. METODOLOGIA APLICADA AOS ENSAIOS DE INFILTRAÇÃO

10
No âmbito dos ensaios de infiltração, adotou-se a metodologia
estabelecida no Anexo A da NBR 13969/97, que descreve procedimentos para
estimar a capacidade de percolação do solo, representada pelo parâmetro "k".
Este método normativo é reconhecido e amplamente utilizado para a
determinação precisa da taxa de infiltração em solos, o que se revela essencial
na análise de sistemas de drenagem.
Cada ensaio foi conduzido a uma distância de 1,5 metros de cada ponto
de sondagem previamente identificado. O processo consistiu na escavação de
uma cava de aproximadamente 1,00 metro de largura, 1,00 metro de
comprimento e 1,00 metro de profundidade, utilizando trado manual e pás. Em
um dos vértices dessa cava, foi criada uma depressão de 0,30 metros de
largura, 0,30 metros de comprimento e 0,30 metros de profundidade, que foi
preenchida com brita em uma camada de aproximadamente 0,05 metros. Esse
preenchimento com brita permitiu a investigação da taxa de infiltração em
profundidades de até 1,30 metros.
Após a preparação da cava, procedeu-se ao enchimento com água até
atingir a profundidade de 0,30 metros a partir do fundo da cava. Essa altura de
água foi mantida constante por um período mínimo de 4 horas, com o
acompanhamento do nível e o complemento com água conforme necessário ao
longo do ensaio. Este método assegura a obtenção de dados precisos sobre a
taxa de infiltração do solo. A figura 02 apresenta imagens dos locais dos
ensaios realizados.
Figura 02: Execução dos ensaios de infiltração TAs

11
Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.

5.1. Capacidade de Percolação do Solo (k) – Absorção


A determinação da taxa de percolação do solo, foi realizada a partir dos
valores coletados durante o ensaio na cava escavada. Essa avaliação foi
conduzida calculando-se o intervalo de tempo entre as diversas medições e
dividindo-o pelo rebaixamento observado na última leitura do experimento.
Essa abordagem permitiu a obtenção de uma medida aproximada da
capacidade de absorção do solo, representada pelo valor de "k". Esse
parâmetro desempenha um papel fundamental na caracterização das
propriedades hidráulicas do solo e é crucial na determinação da sua
capacidade de drenagem.
Tabela 01: Valores obtidos no ensaio 01.
Média Taxa máx. de Coeficiente de
(min/m) aplicação diária infiltração
m³/m².dia L/m².dia
500,00 0,056 56,146
Fonte: Foco Geosoluções, 2023.

Tabela 02: Valores obtidos no ensaio 02.


Média Taxa máx. de Coeficiente de
(min/m) aplicação diária infiltração

12
m³/m².dia L/m².dia
1605,14 0,031 30,865
Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.

5.2. Utilização dos Valores Normatizados para Dimensionamento da


5.2.1. Área do Poço de Infiltração
Para os cálculos relativos à determinação da área necessária para o
poço de infiltração, adotaremos os valores prescritos na tabela A.1 da norma
de referência (Figura 03).

Figura 03: Tabela de conversão de valores de taxa de percolação em


taxa de aplicação superficial

Fonte: Anexo A da NBR 13969:1997.

Desta maneira, para as localidades em que os ensaios 01 e 02 foram


realizados, procede-se à estimativa da média da taxa máxima de aplicação
diária. Para tal cálculo, utilizou-se como base o valor de 0,0435 m³/m².dia ou,
de forma equivalente, 43,50 litros por metro quadrado por dia (L/m².dia).
Essa abordagem garante a aplicação de critérios normativos no
dimensionamento da área do poço de infiltração.

k médio =
( 2
m . dia m . dia )
56,146 L 30,865 L
+ 2

13
43 , 5 L
k médio = 2
m . dia
Sendo:
Kmédio = coeficiente de infiltração no solo (L/m².dia).

Tabela 03: Absorção relativa do solo

Fonte: ABNT, 1993 apud FUNASA 2015.

Conforme definido pela FUNASA (2015), o coeficiente de infiltração


adotado reflete as características de um solo com capacidade de absorção
relativamente reduzida. Portanto, a área de infiltração destinada ao poço deve
ser dimensionada de acordo com essa demanda específica, garantindo assim a
correspondência adequada entre a área disponível e a capacidade de absorção
do solo, em consonância com as exigências do projeto.

14
6. MÉTODO DE DIMENSIONAMENTO PARA POÇO DE INFILTRAÇÃO
6.1. Área de infiltração (m²)
No processo de dimensionamento do poço de infiltração, recorreu-se a
uma analogia baseada no método de dimensionamento de sumidouros,
conforme preconizado por Creder (2012). A abordagem consiste em calcular a
área de infiltração necessária para acomodar um volume de despejo pré-
determinado, considerando tanto a superfície lateral quanto a profundidade do
poço. Esse cálculo é realizado por meio da seguinte equação:

Equação 03: Área de Infiltração

V
A=
k

Fonte: Creder, 2012.

No qual:
A = área de infiltração (m²);
V = volume de contribuição diária em L/dia;
k = coeficiente de infiltração do solo (L/m².dia)
O coeficiente de infiltração do solo (k) foi determinado como no
dimensionamento do sumidouro, conforme ensaio de infiltração descrito
anteriormente.
Na nossa analogia, o volume (V), que inicialmente representa uma
média diária de esgoto produzido na edificação, será substituído por um
volume correspondente à água pluvial coletada pela sarjeta e conduzida até a
boca de lobo, sendo, posteriormente, direcionado para o poço de infiltração
(Qt).
Com base no entendimento acima delineado, é possível proceder ao
cálculo do volume total precipitado (V) sobre a área de contribuição durante um
intervalo de tempo de 5 minutos. Esse período de tempo é adotado
considerando sua capacidade de atenuar o pico de cheia do hidrograma de
chuvas com características similares de maior recorrência (CARVALHO
JÚNIOR, 2014).

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A partir dos valores obtidos para o volume de chuva (V) e do coeficiente
de infiltração (k), é viável a determinação da área de infiltração (A) necessária
para o projeto.
Assim, temos:
V
A=
k
Sendo: V = (Qt x 5min)
Qt ×5 min
A=
k
1162, 5 L
232 , 5 L/min× 5 min A=
A= L
k 43 ,5 2
m . dia
A=26 , 7 m²
Dessa maneira, determinamos que a área requerida para a infiltração da
vazão calculada no projeto é igual a A = 26,7 metros quadrados (m²).

6.2. Áreas laterais e de fundo de um sumidouro


Para um sumidouro de base quadrada, com medidas das laterais (L) e
altura útil (H), podemos calcular as áreas de fundo (AF) e lateral (AL) da
seguinte forma:
Área da lateral (AL): A área lateral, que representa a superfície exposta
às condições de infiltração, pode ser calculada usando a seguinte fórmula:
AL=4. L . H
Onde:
AL = área lateral do sumidouro (m²);
L = comprimento de um lado da base quadrada do sumidouro (m);
H = altura útil do sumidouro (m).

Área do fundo (AF): A área do fundo, que representa a superfície da


base do sumidouro, é calculada pela área de um quadrado com lado L:
2
AF=L
Onde:
AF = área do fundo do sumidouro (m²);
L = comprimento de um lado da base quadrada do sumidouro (m);

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Assim, a área total de infiltração para o poço será a soma das áreas
lateral e do fundo:
ÁreaTotal= AL+ AF
Considerando que a medida da lateral da base do poço seja de 2,7
metros e sua altura seja de 2 metros, resultando em um poço de base
quadrada, a área total de infiltração é de 28,89 metros quadrados (m²).

7. CALCULO HIDRÁULICO
7.1. Dimensionamento das Sarjetas
A seguir, são apresentados os parâmetros essenciais para o cálculo
dimensional de uma sarjeta que se encontra situada na área do condomínio.
Esta sarjeta se destaca pelo fato de abranger a maior área de captação e o
maior comprimento linear dentro do trecho considerado. Devido a essas
características, ela servirá como referência para o dimensionamento das
sarjetas presentes nos demais quarteirões, constituindo-se como um modelo
para a análise e projeto destes componentes do sistema de drenagem urbana
(Figura 04).
Figura 04: Dados de entrada para dimensionamento de sarjeta

Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.

7.1.1. Vazão para Dimensionamento da Sarjeta


Equação 04: Cálculo da Vazão para Sarjeta
C .i . A
Qsarjeta=
3,6
Onde:

17
Qsarjeta = vazão teórica para sarjeta (m³/s);
C = coeficiente de escoamento superficial;
A = área de contribuição (Km²).

Qsarjeta=0,019
s

7.1.2. Capacidade das sarjetas – (Altura da lâmina d’água)


Sua capacidade será avaliada por meio da aplicação da equação a
seguir, que corresponde à versão modificada da equação de Manning:
Equação 05: Equação modificada de
Manning.

( )
3
Qsarjeta
Y 0= 8
Z
0,375 × √ S ×
n

Onde:
Y0 = altura da lâmina d’água (m);
Qsarjeta = capacidade (vazão) da sarjeta, em (m³/s);
S = declividade longitudinal da via, em m/m;
n = coeficiente de rugosidade média de Manning;
Z = relação de inclinação da sarjeta.
Assim:

( )
3
0,019
Y 0= 8
5
0,375 × √ 0,005 ×
0,015
Y 0=0 ,10 m
ou
Y 0=10 ,07 cm

7.1.3. Largura da Lâmina d’água


A largura da lâmina d'água é calculada para garantir que o canal da
sarjeta possa acomodar a vazão de água prevista, evitando transbordamentos
e inundações (Equação 06).
Equação 06: Largura da lâmina d’água

18
W 0 =Y 0 ×Z
Onde:
W0 = largura da lâmina d’água (m);
Z = relação de inclinação da sarjeta.

W 0 =0 , 10× 5
W 0 =0,503 m

7.1.4. Área Molhada


Refere-se à superfície de um triângulo, sendo calculada como a
multiplicação da base pela altura e, em seguida, dividida por 2. A unidade de
medida é metros quadrados (m²).
Equação 07: Cálculo da área molhada
Y 0 ×W 0
A=
2
Onde:
A = área molhada do triângulo (m²)
W0 = largura da lâmina d’água (m);
Y0 = altura da lâmina d’água (m);

Portanto:
0 , 10 x 0,503
A=
2
A=0,0253 m²

7.1.5. Limites de Velocidade nas Sarjetas


Com o objetivo de otimizar a eficiência e prolongar a vida útil das
sarjetas, minimizando o acúmulo de sedimentos e prevenindo a erosão
causada pelo impacto das altas velocidades nas sarjetas, estabeleceu-se um
intervalo adequado de velocidades permitidas. Esse intervalo compreende
valores entre 0,75 metros por segundo (m/s) e 4 metros por segundo (m/s).
Essa faixa de velocidade foi selecionada para atender aos requisitos de
drenagem e preservar a integridade das estruturas de sarjetas.
0,75 m/s ≤ V ≤ 4 m/s.
Com esses parâmetros definidos, ao aplicarmos a equação da
continuidade (Equação 07), obtemos o seguinte:

19
Equação 08: Equação da continuidade
Q
V=
A
Onde:
V = velocidade média (m/s);
Qsarjeta = vazão de teórica para sarjeta (m³/s);
A = área molhada (m²).
3
0,019 m /s
V=
0,0253 m ²
V =0 ,77 m/ s
A velocidade calculada resultou em 0,77 metros por segundo (m/s).
Portanto, observa-se que a velocidade está em conformidade com os critérios
iniciais de projeto, os quais estipularam uma velocidade mínima de 0,75 m/s,
dentro do intervalo de recomendação estabelecido.

7.2. Capacidade de engolimento da boca de lobo - (Boca


Coletora)
Esse parâmetro se refere à quantidade máxima de água pluvial que a
boca de lobo pode captar e direcionar para o sistema de drenagem em um
determinado período de tempo.
Nesse contexto, torna-se possível calcular a abertura mínima necessária
para acomodar a vazão do projeto na boca coletora por meio da seguinte
fórmula:
Equação 09: Abertura mínima da boca coletora
Qsarjeta
L=
(1 ,7 × y )
3
2

Onde:
Qsarjeta = capacidade (vazão) da sarjeta,
em (m³/s);
Y = altura da lâmina d’água (m);
L = abertura mínima da boca coletora
(m).
Assim:

20
0,019
L=
( 1 , 7 ×(0 ,10) )
3
2

L=0 ,36 m
Nesse sentido, o comprimento mínimo necessário para a boca coletora
seria de 0,36 metros. Contudo, para fins de praticidade e alinhamento com
medidas comerciais padronizadas, optamos por adotar um comprimento de
0,60 metros (60 cm). Isso resulta em uma abertura consideravelmente maior do
que a capacidade mínima necessária para acomodar a vazão projetada.

7.3. Dimensionamento do Poço de Infiltração


Para a acomodação adequada do poço de infiltração, foi escolhida uma
localização na parte frontal dos lotes, aproveitando uma cota de terreno mais
baixa. Essa escolha visa facilitar o direcionamento da água pluvial até esse
ponto específico para posterior infiltração no solo. Consequentemente, o poço
de infiltração pode variar sua posição, indo da direita para a esquerda ao longo
dos lotes, devido à sua localização.
Para essas características, o sistema foi composto por uma boca-de-
lobo de paredes em concreto pré-moldado com espessura de 15 cm,
dimensões internas de 80 x 80 cm e profundidade de 80 cm, conectada ao
poço por uma tubulação de PVC DN 200. O poço de infiltração, deverá ser
composto por paredes perfuradas de concreto pré-moldadas com 10 cm de
espessura ou de alvenaria com pilar de 20 x 20 cm nos cantos (largura do
tijolo), uma cinta de 20 cm nas laterais superiores, uma tampa para a laje de 16
cm de espessura em concreto armado pré-moldado, ferro ϕ 10mm (ferragem
positiva), com espera para encaixe da chaminé de acesso que, por sua vez,
possuiu dimensões internas de 80 x 80 cm, profundidade de 120 cm e paredes
de concreto pré-moldado de 10 cm de espessura. A Figura 5 apresenta o
detalhamento da estrutura com as dimensões adotadas para implantação.

Figura 05: Detalhamento da estrutura do sistema de drenagem

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Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.

As dimensões internas do poço de infiltração, pré-dimensionadas para


suportar o volume de projeto, assumiram os valores de base de 2,70 x 2,70 m e
profundidade de 2,00 m, sendo capaz de deter 14,58 m³ durante 5 min de
precipitação com intensidade de 116,25 mm/h.
A configuração da implantação em planta do sistema é apresentada na
Figura 6.
Figura 06: Planta baixa da implantação do poço de infiltração

Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.

O dispositivo foi implantado próximo ao futuro meio-fio dessa via,


possuindo ligação à uma boca-de-lobo responsável por captar o deflúvio

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superficial e transferir essa vazão para o poço através de uma tubulação em
PVC DN 200.
Para atender às necessidades de drenagem das áreas das vias dentro
do condomínio, está prevista a construção de 26 unidades do mencionado
poço de infiltração. O Anexo 02 e 03 fornece um detalhamento da localização
ideal para a instalação das bocas coletoras, juntamente com seus respectivos
poços de infiltração ao longo das vias.

Figura 07: Planta de inplantação dos poços

Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.

Figura 08: Fluxo das águas pluviais nas sarjetas

Fonte: Foco Geo Soluções, 2023.

8. PROCESSO CONSTRUTIVO
O processo construtivo desse componente segue uma sequência de
etapas planejadas, descritas a seguir:

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8.1. Escavação do Poço
A primeira etapa envolve a escavação do poço de infiltração de acordo
com as dimensões previamente determinadas no projeto. A profundidade e
largura do poço são definidas para otimizar a infiltração e acomodar a vazão de
água pluvial projetada. Durante esta fase, é fundamental manter a integridade
das paredes do poço para garantir sua estabilidade.

8.2. Construção das Paredes Laterais


Após a conclusão da escavação, a etapa subsequente compreende a
construção das paredes laterais do poço, empregando materiais como tijolos
ou blocos de concreto. Essas estruturas são erguidas com o objetivo de
conferir suporte e reforço à integridade do poço. Além disso, as paredes são
perfuradas para permitir a passagem controlada da água de chuva em direção
às extremidades do poço. Esse processo de construção não apenas assegura
a durabilidade da estrutura, mas também facilita o fluxo de água à medida que
entra no poço.

8.3. Colocação da Manta Geotêxtil


A manta geotêxtil é posicionada no exterior do poço para evitar a
migração de partículas de solo finas para o seu interior. Isso é fundamental
para manter a permeabilidade do sistema e evitar possíveis obstruções que
poderiam prejudicar o processo de infiltração.

8.4. Colocação da Brita no Fundo e Lateral do Poço


A brita é adicionada ao fundo e às laterais do poço, criando uma camada
de material drenante que facilita a infiltração da água no solo. Essa camada é
fundamental para garantir que a água seja adequadamente distribuída e infiltre
no solo de maneira uniforme.

8.5. Colocação do Condutor da Vazão


O condutor da vazão é instalado para direcionar a água pluvial coletada
pela boca de lobo para o interior do poço de infiltração. Sua correta instalação
é crucial para assegurar que a água seja adequadamente direcionada e
infiltrada no sistema.

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Tubo de ligação ϕ 200mm – PVC

8.6. Estrutura de Encerramento e Acesso


Na etapa final da construção do poço, será necessário a fabricação de
uma tampa em concreto armado destinada a ser alocada na parte superior do
poço. Essa tampa desempenha um papel importante ao garantir a integridade
estrutural do poço, protegendo-o contra influências externas e evitando
possíveis contaminações. Adicionalmente, é imprescindível a instalação de
uma escada tipo marinheiro, projetada para proporcionar um meio seguro e
eficiente de acesso ao interior do poço, fabricada em materiais resistentes à
corrosão. Essa escada facilitará as operações de inspeção, manutenção e
eventuais intervenções necessárias para a operacionalidade e longevidade do
sistema de drenagem proposto.

9. PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS
O projeto deverá ser respeitado em todas as suas determinações e as
modificações que se fizeram necessário deverão ser notificadas, com a devida
antecedência, para que a fiscalização tome conhecimento e autorize. A
execução dos serviços deverá ser feita segundo estas especificações e os
casos omissos serão resolvidos a critério da fiscalização. A mão de obra
deverá ser realizada por operários especializados, ficando inteiramente a
critério de a fiscalização impugnar qualquer trabalho em execução ou
executado que não obedeça a ás condições aqui expostas.

9.1. Manutenção Periódica do Poço de Infiltração


Com o objetivo de otimizar o desempenho contínuo do sistema drenante,
torna-se absolutamente essencial implementar um programa de manutenção
regular. Esse programa envolve o monitoramento frequente do poço de
infiltração e a avaliação criteriosa para identificar e remover quaisquer
partículas ou detritos que possam ingressar no poço, preenchendo os espaços
vazios e comprometendo a sua capacidade inicial de infiltração.
A realização dessa manutenção periódica não apenas garante a
maximização da vida útil do poço, mas também permite a sua operação com

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eficiência constante, mantendo as características de infiltração projetadas
desde o início do sistema.

9.2. Escavação
Os trabalhos de escavação serão executados de forma manual ou
mecânica, de acordo com as convivências da construtora, verificando-se,
porém, os interesses da fiscalização. As escavações para os poços de
infiltração serão feitas em taludes verticais. Essas escavações deverão
permanecer abertas o menor intervalo de tempo possível.

9.3. Localização do Material Escavado


O material escavado que poderá ser utilizado no preenchimento das
paredes externas dos poços será colocado de um lado da vala. Do outro
ficarão os materiais escavados que não poderão ser aplicados, as peças pré-
moldadas e todo material necessário ao trabalho. A distância mínima entre a
borda do poço e o monte de terra deverá ser de 0,60 metros.

10. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10844:


Instalações prediais de águas pluviais. 1 ed. Rio de Janeiro: ABNT 1989. 13
p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13969:
Tanques sépticos – Unidades de tratamento complementar e disposição
final dos efluentes líquidos – Projeto, construção e operação. 1 ed. Rio de
Janeiro: ABNT 1997. 60 p.
CARVALHO JÚNIOR, R. Instalações Predial Hidráulico-Sanitárias:
Princípios básicos para elaboração de projetos. São Paulo: Blucher, 2014.
261 p.

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CREDER, H. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 6. Ed. Rio de Janeiro: LTC,
2012. 423 p.
FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (FUNASA). Manual de Saneamento /
Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde – 4. Ed. – Brasília: Funasa,
2015. 642 p. il.
LIMA, Jeovane Nascimento de. ANÁLISE COMPARATIVA DE MÉTODOS
PARA O CÁLCULO DE PRECIPITAÇÕES INTENSAS. 2019. 41 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia Ambiental, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, 2019.
REZENDE, Rafaela de Freitas. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE
DRENAGEM TRADICIONAL E SISTEMA. 2018. 70 f. TCC (Doutorado) -
Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais, Itabirito - Mg, 2019.
SIVIERO, Flavia Manica et al. POÇO DE INFILTRAÇÃO COMO TÉCNICA
COMPENSATÓRIA EM DRENAGEM URBANA: dimensionamento, custo de
implantação e avaliação do sistema. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
QUALIDADE AMBIENTAL, 11., 2012, Porto Alegre - Rs. Simpósio. Porto
Alegre: Abes-Rs, 2012. v. 11, p. 1-15.

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