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Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
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Parte I
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1 A Importância das recurso hídrico disponível para uso humano. Até re-
giões desérticas, como a Líbia, têm a demanda de
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2 A Ocorrência das 2.2 Evapotranspiração Real
2.3 Deflúvio
• Escoamento superficial;
Cada uma dessas etapas é regida por diversos O escoamento superficial é função da intensi-
elementos, tais como gravidade, insolação, tempe- dade da precipitação, bem como de características
ratura, ventos e umidade relativa do ar, dentre ou- fisiográficas da bacia hidrográfica. São objeto de es-
tros. Os subitens da sequência apresentam defini- tudo da hidrologia e nas últimas décadas têm-se de-
ções sobre cada uma destas etapas. senvolvido modelos capazes de fornecer resultados
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satisfatórios quando da previsão do escoamento por Figura 3 – Gráfico da infiltração
transformação da chuva em vazão.
2.4 Infiltração
• t: tempo [T ].
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figura, pode-se deduzir (2.2). A dificuldade na solução dos problemas práti-
cos decorre sobretudo da imprecisão das medições
dS ou estimativas dos vários termos da equação (2.3).
= E − S em que: (2.2)
dt Para estudos locais, é quase sempre possível fazer
estimativas confiáveis, porém a quantificação a nível
• dS
dt : variação do armazenamento em função do
regional é geralmente grosseira (FEITOSA; FILHO,
tempo;
2000).
• E: variável de entrada;
ETR
Evaporação Evapotranspiração Evaporação
Infiltração
∆S = P − ET R − D − I em que: (2.3)
• P : precipitação (entrada);
• ET R: evapotranspiração;
• I: infiltração.
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2.6.1 Aquíferos
A Zona Saturada ou zona de saturação se si-
tua logo abaixo do nível freático, apresen-
Aquíferos são formações geológicas providas
tando vazios totalmente preenchidos por
de quantidades significativas de água em
água.
movimento natural.
Nível Freático, lençol freático ou superfície
freática corresponde à parcela de água
no solo sujeita à pressão atmosférica. São o objeto principal dos estudos das águas
subterrâneas e encontram-se em diversos tipos.
Zona não Saturada, zona de aeração ou va-
Além destas formações, são encontrados ainda
dosa (equivalente a rasa) corresponde à
aquicludes, aquitardos e aquífugos.
área acima do lençol freático e abaixo da
superfície do terreno.
Aquicludes são meios rochosos impermeá-
veis, embora apresentem porosidade.
Pode armazenar água, mas não a trans-
Na zona vadosa podem ser identificadas três porta tal como os aquíferos. Pode-se ci-
sub-camadas, como pode ser observado na Figura tar como exemplo uma camada de argila.
8. São elas a sub-camada de evapotranspiração, a
Aquitardos são meios rochosos que arma-
zona intermediária e a franja capilar.
zenam e transportam água, no entanto
Figura 8 – Representação das sub-camadas da a taxas bastante baixas. Tem com-
zona vadosa portamento de uma membrana semi-
permeável.
A sub-camada de evapotranspirção ou
zona de água no solo, corresponde
à parte superficial do terreno, apre-
sentando como limite os extremos
radiculares.
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Figura 10 – dinâmica de aquíferos segundo suas superfícies potenciométricas e camadas limítrofes
Semi-permeável → Aquitardo
Superfície potenciométrica
Aquífero B
Mar
Aquífero C
Aquífero B
Aquífero A
Impermeável →
Aquiclude
Os aquíferos podem ser classificados segundo Também denominados não confinados ou freáti-
dois critérios: cos. São aqueles cujo limite superior corresponde
à superfície de saturação ou freática na qual todos
os pontos se encontram à pressão atmosférica. As
• Quanto à pressão exercida ao escoamento pe-
áreas de recarga dos aquíferos confinados consis-
las suas camadas limítrofes;
tem de aquíferos livres através dos quais os exces-
• Quanto ao meio litológico ao qual pertence. sos de água da chuva conseguem penetrar por in-
filtração. Os aquíferos livres também se classificam
em drenantes (ou de base semipermeável) e não
2.7.1 Aquíferos quanto à pressão nas cama-
drenantes (ou de base impermeável).
das limítrofes
Recomenda-se examinar atentamente a Figura
Os aquíferos podem ser classificados de acordo
2.6.1, a fim de se fixarem os conceitos então des-
com a pressão das águas nas suas superfícies li-
critos. Por exemplo, o aquífero freático A é pene-
mítrofes (superior, chamada topo, e inferior, cha-
trado pelo poço 5 e fica situado acima de dois aquí-
mada base) e, também, em função da capacidade
feros confinados B e C. As condições de confina-
de transmissão de água dessas respectivas cama-
mento dos vários aquíferos envolvidos podem variar
das limítrofes (do topo, camada confinante superior,
de livre a confinadas e confinadas drenantes, como
e da base, camada confinante inferior), conforme
se observa no aquífero B. A magnitude e a direção
ilustrado na Figura 2.6.1. Em relação à pressão nas
das filtrações verticais ou drenanças são determina-
superfícies limítrofes, os aquíferos podem ser clas-
das pelas elevações das superfícies potenciométri-
sificados em:
cas de cada um desses aquíferos.
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teradas. Existe um caso especial de aquífero livre buída, permitindo que a água flua para qualquer di-
denominado de aquífero suspenso, quando é for- reção, em função tão somente dos diferenciais de
mado sobre uma camada impermeável ou semiper- pressão hidrostática ali existente. Essa propriedade
meável de extensão limitada e situada entre a su- é conhecida como isotropia.
perfície freática regional e o nível do terreno. Esses
aquíferos às vezes existem em caráter temporário, 2.7.2.2 Aquíferos cársticos
na medida em que drenam para o nível freático sub-
Estes são formados em rochas calcárias ou car-
jacente.
bonáticas, onde a circulação da água se faz nas
fraturas e outras descontinuidades (diáclases) que
2.7.2 Aquíferos quanto às características lito- resultaram da dissolução do carbonato pela água.
lógicas Essas aberturas podem atingir grandes dimensões,
A litologia do aquífero, ou seja, a sua constituição criando, nesse caso, verdadeiros rios subterrâneos.
geológica (porosidade/permeabilidade intergranular São aquíferos heterogêneos, descontínuos, com
ou de fissuras) é que irá determinar a velocidade da águas duras, com fluxo em canais. As rochas são
água em seu meio, a qualidade da água e a sua os calcários, dolomitos e mármores.
qualidade como reservatório. Essa litologia é decor-
2.7.2.3 Aquíferos em rochas magmáticas ígneas
rente da sua origem geológica, que pode ser fluvial,
lacustre, eólica, glacial e aluvial (rochas sedimen- Formados por rochas ígneas, metamórficas ou
tares), vulcânica (rochas fraturadas) e metamórfica cristalinas, duras e maciças, onde a circulação da
(rochas calcárias), determinando os diferentes tipos água se faz nas fraturas, fendas e falhas, abertas
de aquíferos. devido ao movimento tectônico. Ex.: basalto, grani-
tos, gabros, filões de quartzo, etc.
Figura 11 – Tipos de aquíferos quanto à litologia
A capacidade dessas rochas de acumularem
água está relacionada à quantidade de fraturas,
suas aberturas e intercomunicação, permitindo a in-
filtração e fluxo da água. Poços perfurados nessas
rochas fornecem poucos metros cúbicos de água
por hora, sendo que a possibilidade de se ter um
poço produtivo dependerá, tão somente, desse poço
interceptar fraturas capazes de conduzir a água.
Nesses aquíferos, a água só pode fluir onde hou-
verem fraturas, que, quase sempre, tendem a ter ori-
entações preferenciais. São ditos, portanto, aquífe-
ros anisotrópicos. Um caso particular de aquífero
2.7.2.1 Aquíferos porosos fraturado é representado pelos derrames de rochas
vulcânicas basálticas, das grandes bacias sedimen-
São aqueles formados por rochas sedimentares
tares brasileiras.
consolidadas, sedimentos inconsolidados ou solos
arenosos, onde a circulação da água se faz nos
poros formados entre os grãos de areia, silte e ar-
gila de granulação variada. Constituem os mais im-
portantes aquíferos, pelo grande volume de água
que armazenam, e por sua ocorrência em grandes
áreas. Esses aquíferos ocorrem nas bacias sedi-
mentares e em todas as várzeas onde se acumula-
ram sedimentos arenosos.
Uma particularidade desse tipo de aquífero é sua
porosidade quase sempre homogeneamente distri-
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3 Movimento das definidas, envolvendo três parâmetros fundamentais
porosidade, condutividade hidráulica e coeficiente
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• k: condutividade hidráulica [L T −1 ]; (m/s no carga que atravessa uma seção de área unitária,
S.I.); perpendicular a direção de fluxo, sob um gradiente
hidráulico unitário.
• i: relação entre energia dissipada (∆H) por
unidade de comprimento (L), denominado de
gradiente hidráulico [L L−1 ]; (m/m no S.I.) 3.3 Relação Água Superficial x Água Sub-
terrânea
∆H
i= L
A água subterrânea e a água superficial podem
• A: área da seção transversal ao escoamento estar intimamente ligadas mesmo quando espacial-
[L2 ]; (m2 ). mente separadas. Cada uma contribui para a outra,
tendo estas interações um papel importante na hi-
3.2 Condutividade Hidráulica drologia da região.
Estas interações podem ser divididas em duas
Condutividade Hidráulica (k) Em um meio principais:
isotrópico a condutividade hidráulica
pode ser definida como a velocidade apa- Rio Influente quando o nível freático está por
rente por gradiente hidráulico unitário. baixo do leito do curso de água e a água
Refere-se à facilidade da formação aquí- escoa do leito do curso de água atra-
fera de exercer a função de condutor hi- vés do material poroso para recarregar a
dráulico. água subterrânea;
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Referências
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FEITOSA, F. A. C.; FILHO, J. ao M. Hidrogeologia - Conceitos e Aplicações. 2a . ed. [S.l.]: CPRM/REFO,
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Inpe. [S.l.], 2005. 6
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