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Insitituto Superior Politécnico de Songo

Instituto Superior Politécnico de Songo—Tete-Vila de Songo, AV. Agostinho Neto,


Recinto da Escola Secundária de Songo, Bairro Julius Nyerere—Tel: +258 2552-82336,
Fax: +258 2552-82336

Licenciatura em Engenharia Hidráulica

Obras e Máquinas Hidráulicas

Dimensionamento e assoreamento de
albufeiras

Elaboraram, os estudantes:

• Carmino Américo Maheu

• Cristeza Fernando Valoi

• Edgar João Chipenduro

• Shezmim Vuma

• Rafael Eliseu Zangando

• Ronaldo Marcelino Soares Capito

• Rui das Bênçãos e Mawanda José Francisco

Verificaram: Eng.o Ezequiel Carvalho, MSc. & Eng.o Alfredo Majamanda

Corrigiu: ..............................................................................

Cahora Bassa (Songo), Agosto de 2020


Obras e Máquinas Hidráulicas

Dimensionamento e assoreamento de
albufeiras

Orientadores:
Eng.o Ezequiel Carvalho, MSc. & Eng.o Alfredo Majamanda
Copyright c 2020 Obras e Máquinas Hidráulicas
ENTREGUE AOS 25/08/2020
O ISPSongo tem o direito, perpétuo e sem limites geográficos, de arquivar e publicar
este trabalho, e de a divulgar através de repositórios cientı́ficos e de admitir a sua
cópia e distribuição em objetivos didático, educacionais ou de investigação, não
comerciais, desde que sejam dados créditos aos autores e editores.
ISPSongo CONTEÚDO

Conteúdo
1 DEDICATÓRIA vii

2 AGRADECIMENTOS viii

3 ABREVIAÇÕES, NOMENCLATURAS E ACRÓNIMOS ix

4 RESUMO x

5 ABSTRACT xi

6 ANTECEDENTES DA INVESTIGAÇÃO xii

7 INTRODUÇÃO 13
7.1 Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

8 METODOLOGIA 14

9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15
9.1 Conceitos sobre barragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9.1.1 Barragem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9.1.2 Represa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9.1.3 Classificação e tipos de barragens . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
9.1.4 Avaliação do local para a construção de uma barragem . . . . . 17
9.2 Transporte de Sedimentos e Assoreamento de Albufeiras . . . . . . . . 17
9.2.1 Importância do problema do transporte de sedimentos . . . . . . 17
9.2.2 Cálculo do assoreamento de uma albufeira . . . . . . . . . . . . 18
9.3 Caudal de Águas Pluviais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
9.4 Coeficiente de Escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
9.5 Órgãos hidráulicos e outras componentes das barragens . . . . . . . . 22
9.6 Desvio provisório do rio durante a construção . . . . . . . . . . . . . . . 23
9.7 Determinação da capacidade útil da albufeira pelo método dos picos
consecutivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9.8 Determinação do volume morto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 26
10.1 A identificação do local para a implementação da represa . . . . . . . . 26
10.1.1 Localização da Represa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
10.1.2 Caracterı́sticas geológicas e geotécnicas . . . . . . . . . . . . . 26
10.1.3 Avaliação do local para a construção da represa . . . . . . . . . 27
10.1.4 Possibilidades de Usos múltiplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
10.2 Uma abordagem sobre os materiais que recomendaria utilizar na construção
da represa (betão, alvenaria, enrocamento, solos). . . . . . . . . . . . . 28
10.3 Caudal estimado no local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
10.4 Local para abeberar o gado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
10.4.1 Condições de instalação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA 33
11.1 Volume Morto (Volume a ser ocupado por sedimentos) . . . . . . . . . . 33
11.2 Determinação da intensidade de precipitação . . . . . . . . . . . . . . . 35
11.3 Determinação da capacidade útil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

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ISPSongo CONTEÚDO

11.3.1 Capacidade Total da Represa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38


11.4 Determinação da curva das áreas inundadas . . . . . . . . . . . . . . . 39
11.5 Determinação da Curva dos Volumes Armazenados . . . . . . . . . . . 40
11.6 O volume de encaixe de cheia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
11.6.1 Determinação dos nı́veis de água na represa . . . . . . . . . . . 42

12 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL 44


12.1 Preservação e conservação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
12.2 Efeito na Água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
12.3 Efeito na terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

13 CONCLUSÃO 45

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 46
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Bibliografias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

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ISPSongo LISTA DE FIGURAS

Lista de Figuras
1 Exemplo de uma barragem galgável (barragem de Lichinga - Moçambique) 16
2 Exemplo de uma barragem nãao galgável com uma estrutura descarre-
gadora separa (barragem Mohale - Lesoto) . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3 Exemplo de barragem de betão (perfil caracterı́sticas de barragens gravi-
dade) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4 Gráfico de Brune . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
5 Procedimento para estimar o coeficiente de escoamento . . . . . . . . 21
6 Deposição de sedimentos numa albufeira . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
7 Localização Geográfica de Cahora Bassa . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
8 Localização do local a implantar a represa . . . . . . . . . . . . . . . . 27
9 Determinação do comprimento da largura superficial e a velocidade . . 29
10 Determinação da profundidade no local de estudo . . . . . . . . . . . . 30
11 Secção transversal do canal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
12 Localização do reservatório para abeberar o gado . . . . . . . . . . . . 31
13 ESCOAMENTOS TRIMESTRAL (M m3 ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
14 Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 5 em 5 m . . . . . . . . 39
15 Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 5 em 5 m . . . . . . . . 39
16 Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 2,50 em 2,50 m . . . . 40
17 Curva dos volumes armazenados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

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ISPSongo LISTA DE TABELAS

Lista de Tabelas
1 Valores de K e M dependente de C/I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 Valores médios do coeficiente de escoamento . . . . . . . . . . . . . . 22
3 Precipitação máxima dos dias consecutivos . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4 Detrminação dos parâmetros pra a estimação da intensidade de precipitação. 35
5 Valores de Intensidades de precipitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
6 INTENSIDADE TRIMESTRAL (mm) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
7 INTENSIDADE TRIMESTRAL (m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
8 Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 2,50 em 2,50 m . . . . 39
9 Curva dos Volumes Armazenados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
10 CHEIA DO PROJECTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
11 Cálculo dos nı́veis d’água . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

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ISPSongo 1 DEDICATÓRIA

1 DEDICATÓRIA
Dedica-se o presente trabalho primeiramente à Deus, pelo dom da vida, pois
sem ele eu não estarı́amos aqui escrevendo estas palavras. Aos nossos pais (super-
poderosos) e a toda famı́lia por todo o apoio recebido.

Aos amigos e colegas, pelo incentivo, pelas risadas e por não deixarem-nos desistir,
mesmo nos momentos de maior dificuldade.

Dedica-se também à todo o corpo docente do curso (Engenharia Hidráulica), por


todos os ensinamentos, vocês foram parte fundamental desta caminhada. Nosso muito
obrigado.

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ISPSongo 2 AGRADECIMENTOS

2 AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus por ter nos dado a chance de ter chegado até aqui e
concluı́do este trabalho. Agradecemos à Instituição por todo o suporte com todos os
materiais necessários para a realização do mesmo. Agradecemos aos nossos pais,
nossos colegas e professores que apoiaram-nos e incentivaram-nos durante todo o
processo de pesquisa e produção do corrente projecto.

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ISPSongo 3 ABREVIAÇÕES, NOMENCLATURAS E ACRÓNIMOS

3 ABREVIAÇÕES, NOMENCLATURAS E ACRÓNIMOS


DIV Divisão

NPA Nı́vel de Pleno Armazenamento

NMC Nı́vel de Máxima Cheia

NME Nı́vel Mı́nimo de Exploração

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ISPSongo 4 RESUMO

4 RESUMO
Para a concepção da represa de abeberamento do gado na vila de Songo, logo a
prior foi feito um reconhecimento do rio e o local no leito do mesmo para implantação
da represa, feito isto em campo. Após este processo procedeu – se como a obtenção
da carta topográfica, e pelos dados de precipitação fornecidos ao grupo, subsequentes
cálculos efectuados do dimensionamento da represa. Deste modo foram feitas análises
no contexto geotécnico e geológico, Populacional (social) e ambiental, parâmetros
estes indispensáveis para que a represa não apresente feitos colaterais no local a
implantar.

Palavras Chaves: Represa; Dimensionamento; Caudal; Armazenamento.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: x


ISPSongo 5 ABSTRACT

5 ABSTRACT
For the conception of the cattle-watering dam in the village of Songo, the river was
immediately reconnoitered and the site on the riverbed for the implementation of the dam
was done in the field. After this process, proceeding with the obtaining of the topographic
map, and by the precipitation data provided to the group, subsequent calculations made
of the dimensioning of the dam. In this way, analyzes were made in the geotechnical
and geological, Population (social) and environmental context, parameters that are indis-
pensable so that the dam does not present collateral effects in the place to be implanted.

Keywords: Cattle-watering dam; dimensioning; flow; storage.

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ISPSongo 6 ANTECEDENTES DA INVESTIGAÇÃO

6 ANTECEDENTES DA INVESTIGAÇÃO
O posto Administrativo da Vila de songo sempre teve problemas de abeberar o
gado visto que os pastores de gado e os animais tinham que percorrem quilómetros
a procura do lı́quido para o consumo. Os pastores abeberam o gado no rio guto que
é um riacho que tem água em todos perı́odos do ano, sendo improcedente continuar
numa situação de género.

Este rio em perı́odo chuvoso tem uma grande capacidade de caudal, desde modo
surgiu a necessidade de construção de uma represa para melhorar o processo de
abeberamento aos produtores de gado na Vila de songo. Nas margens deste mesmo
rio há campos de cultivo onde os residentes das zonas circunvizinhas tem tido como
sustento das suas famı́lias, no perı́odo de estiagem têm tido problemas para irrigar o
campo.

A represa em questão ajudara de certa forma aos camponeses para o regadio das
culturas. A zona onde se pretende implantar a representa é uma área de biodiversidade
neste mesmo perı́odo a esta tem sofrido impactos negativos, como desaparecimento
de algumas espécies aquáticas em certos vales abertos no curso do rio.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: xii


ISPSongo 7 INTRODUÇÃO

7 INTRODUÇÃO
No presente projecto abordar-se-á acerca da criação de uma represa que estará
situada na vila de songo para abeberar o gado. Uma represa é uma barreira artificial,
feita em cursos de água para retenção de água, a sua utilização é sobretudo para abas-
tecimento de água ou regularização de um caudal. A escolha do local para a barragem
implica investigações preliminares de acordo com a importância da barragem, sem
deixar de fora factores dependentes das finalidades da barragem e das especificações
da região.

A informação regional permitira conhecer a existência ou não de formações calcárias,


sistemas de falha, conhecimento que pode ser apoiado em análises quı́micas da água.
É necessário ir obtendo um conhecimento da geologia do local da barragem cada
vez mais detalhada, é aconselhável ter um bom conhecimento da fundação ate uma
profundidade igual á altura da barragem.

7.1 Objectivos
• Objectivo geral:

– Dimensionar uma represa com fins de abeberamento de gado.

• Objectivos especı́ficos:

– Determinar o nı́vel de pleno armazenamento (NPA);


– Determinar o nı́vel de máxima cheia (NMC);
– Determinar o nı́vel mı́nimo de exploração (NME);
– Determinar o volume morto, isto é, volume a ser ocupado pelos sedimentos
(assoreamento);
– Estimar A capacidade útil.
– Estimar capacidade total.
– Estimar o volume de encaixe de cheia.
– Fazer uma abordagem sobre os materiais que recomendaria utilizar na
construção da represa.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 13


ISPSongo 8 METODOLOGIA

8 METODOLOGIA
Em jeito de começo, o trabalho está estruturado em 3 partes. A primeira parte
é a parte pré-textual que inclui a capa, folha de rosto, dedicatória, agradecimento,
ı́ndice de figuras, ı́ndice de tabelas e por fim o objectivo do trabalho. A segunda
parte é a parte textual e é composta de introdução, desenvolvimento e conclusão
do trabalho. A terceira e a última parte é a parte pós- textual e é composta de re-
ferência bibliográfica. Importa referir que para o mesmo trabalho utlizou-se apenas
METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (Métodos e Técnicas da Pesquisa e
do Trabalho Acadêmico) referenciado por [Cleber, 2013] para a estruturação do mesmo.

Para a realização do presente projecto recorreu-se também as consultas bibli-


ográficas, algumas notas de aulas da cadeira de drenagem e saneamento, algumas
pesquisas feitas na internet e com ajuda de alguns softwares: Softwares Google Maps,
Earth, Softwares ARCHICAD 21, Microsoft Excel, Microsoft Word, Perfil do distrito e o
Software LATEX.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 14


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
9.1 Conceitos sobre barragem
9.1.1 Barragem
Segundo o Boletim da República (2009), barragem é a obra construı́da num rio ou
curso de água destinada a armazenar água de forma permanente e em condições de
segurança.

Genericamente, define-se barragem como sendo uma estrutura capaz de reter e


armazenar água com segurança. As barragens têm sido construı́das pelo Homem há
mais de 5.000 anos e têm servido para armazenar água em tempo de disponibilidade,
fornecendo-a quando é escassa nos cursos de água, contribuindo ainda para mitigar
os efeitos inconvenientes das secas e das cheias. Mais de metade das cerca de 40.000
grandes barragens inventariadas foi construı́da na segunda metade do século passado,
sobretudo devido aos avanços tecnológicos.

9.1.2 Represa
Segundo com o Boletim da República (2009), entende-se por represa como sendo
à barragem com altura não superior a 6 metros e capacidade de armazenamento não
superior a 100000 m3 (Cem mil metros cúbicos).

9.1.3 Classificação e tipos de barragens


As barragens podem ser classificadas de acordo com a utilização, com o seu funci-
onamento hidráulico e com os materiais que compões a sua estrutura.

De acordo com a utilização, as barragens podem ser:

• Barragens de armazenamento;

• barragens de derivação;

• Barragens de retenção;

• Barragens de contenção de rejeito.

Barrragens de derivação - destinam-se a elevar o nı́vel da água para cotas que


permitam a sua derivação para canais de irrigação ou outros sistemas de adução.

De acordo com o seu funcionamento hidráulico, as barragens podem ser:

• galgáveis;

• não galvaveis.

As barragens galgáveis permitem descargas de água por cima do coroamento e


têm, por isso, devem ser construidas usando materiais não erodı́veis pela água.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 15


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 1: Exemplo de uma barragem galgável (barragem de Lichinga - Moçambique)


Fonte: Aula Teória - Conceitos gerias sobre barragens: Memórias de Carvalho (2020)

As barragens não galgáveis não permitem descargas de água por cima do coro-
amento e têm, pois o galgamento pode provocar erosões sérias, podendo levar ao
calapso da baragem.

Figura 2: Exemplo de uma barragem nãao galgável com uma estrutura descarregadora
separa (barragem Mohale - Lesoto)

Fonte: Aula Teória - Conceitos gerias sobre barragens: Memórias de Carvalho (2020)

De acordo com Comissão Internacional de Grandes Barragens (ICOLD), quanto aos


materiais que compõem a sua estrutura, as barragens podem ser:

• Barragens de betão;

• Barragens de aterro;

• Barragens enrocamento;

• Barragens de gravidade;

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 16


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

• Barragem arco ou abóbada;

• Barragem de contrafortes.

Barragens de betão (incluindo as barragens de alvanaria e as barragens


compactadas com cilindro, BCC), que se subdividem conforme o seu
funcionamento estrutural em barragens de gravidade, barragens arco ou abóbada e
barragens de contrafortes.

Figura 3: Exemplo de barragem de betão (perfil caracterı́sticas de barragens gravidade)


Fonte: Aula Teória - Conceitos gerias sobre barragens: Memórias de Carvalho (2020)

Barragens de aterro: é qualquer barragem construı́da de materiais naturais


escavados, colocados sem adição de ligantes. Estas podem ser, homogéneas quando
é composta por um único material, impermeável ou zonada quando compreende, na
secção transversal, volumes especiais de material impermeável, terra, cascalho e
enrocamento.

9.1.4 Avaliação do local para a construção de uma barragem


O local para a contrução de uma barragem satisfazer os seguintes critérios:

• Situar-se numa secção estreita do vale;

• Estar a jusante de uma aberto para que a albufeira criada pela barragem tenha
uma capacidade de armazenamento satisfatória;

• Ter boas condições de fundação;

• Determinar a geologia do vale a montante, onde se vai localizar a albufeira;

• Possibilitar a extração dos materiais de construção necessários; Ter acessos


fáceis.

9.2 Transporte de Sedimentos e Assoreamento de Albufeiras


9.2.1 Importância do problema do transporte de sedimentos
Quando um rio tem o seu leito em zonas de aluvião ele é designado como rio
aluvionar. Normalmente, os troços terminais dos rios são aluvionares. Em Moçambique,
os troços aluvionares dos rios são muito importantes nas bacias do Sul e Centro, tendo

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 17


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

menor expressão no Norte do paı́s. Nos rios aluvionares há uma grande interacção
entre o rio e a planı́cie onde ele se move: no imediato, o escoamento é determinado
pelas condições do leito (e da planı́cie de cheias); em perı́odos longos, de dezenas
e centenas de anos, o leito e a própria planı́cie são “criados” e “modificados” pelo
escoamento do rio e pelos sedimentos que este transporta.

No estudo do transporte de sedimentos interessa conhecer:

• A caracterização dos sedimentos;

• As condições do inı́cio do movimento;

• Os mecanismos de transporte;

• As formas do fundo;

• As fórmulas de cálculo do material transportado;

• Os métodos de previsão de modificações morfológicas;

• Os métodos de medição do transporte de sedimentos.

9.2.2 Cálculo do assoreamento de uma albufeira


Para cálculo preliminar de assoreamento utilizam-se as seguintes expressões:
Dst × Er 360 × Dst × Er
S= = (1.0)
γap γap

Vres
T = (1.1)
S
Em que:

• S – Volume de sedimento retido na albufeira (m3 /ano);

• Dst – Caudal sólido total médio anual afluente a albufeira (t/ano);

• Er – Eficiência de retenção do sedimento afluente a albufeira (0 ≤ Er ≤ 1);

• γap – Peso especı́fico aparente médio dos sedimentos (t/m3 );

• Qst – Caudal sólido total médio diário afluente a albufeira (t/dia);

• T – Tempo de assoreamento de um determinado volume (anos);

• Vres – volume da albufeira, total ou volume morto (m3 ).

Para o peso especı́fico aparente dos sedimentos têm sido adoptados os seguintes
valores:

• areia -1,554 ton/m3 ;

• silte - 1,12 a 1,17 ton/m3 ;

• argila - 0,82 ton/m3 .

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 18


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A eficiência de retenção do sedimento afluente a albufeira determina-se a partir do


gráfico de Brune, como se ilustra à seguir:

Figura 4: Gráfico de Brune


Fonte: Aula Teória - Transporte de Sedimentos

A eficiência de retenção do sedimento afluente a albufeira pode-se também ser


estimada a partir da equação abaixo conjugada com a tabela 1:
C
 
Er = K · ln +M (1.3)
I

C/I K M
0,002 - 0,030 25,025 158,61
0,030 - 0,100 14,193 119,30
0,100 - 0,700 6,064 101,48

Tabela 1: Valores de K e M dependente de C/I


Fonte: Aula Teória - Transporte de Sedimentos

Sendo:

• C/I = relação capacidade da albufeira (m3 ), e o runoff anual (m3 ).

• K e M – coeficientes que dependem da relação C/I.

9.3 Caudal de Águas Pluviais


De acordo com [José Almeida, 2011] Marques & Sousa (2011), a transformação
da precipitação em escoamento é um processo complexo. Portanto, a quantificação
do caudal originado pela água da chuva, em geral expresso em litros por segundo, é
função:

• da área a drenar;

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 19


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

• da intensidade das chuvas que se deduz de uma análise dos dados pluviométricos
e da e da frequêencia das chuvadas intensas;
• do coeficiente de escoamento (ou coeficiente de enxurro).
O caudal é influenciado pela rugosidade, pela permeabilidade da superfı́cie, pela
forma, pela extensão, pela pendente, pela vegentação e pelo estado de imbebição da
bacia (precedente à chuvada). Tmabém é influenciado pelas caracterı́sticas das chuva-
das, como sejam intensas, a duração, a variação da intensidade durante a precipitação
e a variação de intensidade de um ponto para o outro da bacia.

A dimensão de uma canalizaçã que drena uma bacia de área A, depende de inten-
sidade da chuvada e do coeficiente de escoament C (este último depende incorpora
implicitamente os efeitos dde todos os factores acima indicados). O caudal cálculo será
então uma função da área da bacia, da intensidade de precipitação e de um conjunto
de condições, acimaa brevemente referidas, e que se traduzem, no essencial, em que
nem toda a água da chuva se converte em escoamente, pelo que será expresso por
uma equação do tipo seguinte:
Q = f (A, I, C) (1.4)
Se a relação entre estas variáveis for linear, então, o caudal pode ser estimado equação:
Q=C ·I ·A (1.5)
conhecida como fórmula racional ou método racional.

9.4 Coeficiente de Escoamento


Também designado por coeficiente de enxurro, é a relação entre a quantidade total
de água escoada num determinada secçãao e a quantidade total de água precipitada
na bacia contribuinte para essa secção:
Pu
C= (1.6)
P
onde:
• C - coeficiente de escoamento;
• Pu - precipitação útil;
• P - precipitação total sobre uma da bacia hidrográfica.

De acordo com o RGSPPDADAR apud [João, 2017] Marques & Sousa (2011, P.
378), sugere

”um procedimento simples para estimar coeficiente de escoamento -


figura 5. Numa tabela de dupla entrada identifica-se um parâmetro
X1, função do tipo de solo e da inclinação do terreno. Este parâme-
tro serve para selecionar uma curva num gráfico, a qual, juntamen-
te com a percentagem de áreas impermeáveis (abcissas), permite e-
stimar o coeficiente de escoamente (ordenadas).”

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 20


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 5: Procedimento para estimar o coeficiente de escoamento


Fonte: MARQUES & SOUSA (2011) [José Almeida, 2011] SAADAR

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 21


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O coeficiente de enxurro, de também ser estimado a partir do valor médio de certas


condições de permeabilidade do solo de determinada região em estudo, no entanto,
observa-se à seguir:

Ocupação do solo C
Zonas verdes: —
baldios 0.10 - 0.30
relvados em solos arenosos 0.05 - 0.20
relvados em solos pesados 0.15 - 0.35
campos desportivos 0.20 - 0.35
Zonas comerciais: —
centro da cidade 0.70 - 0.95
periferia 0.50 - 0.70
Zonas residencias: —
habitações individuais no centro da cidade 0.30 - 0.50
habitações individuais na periferia 0.25 - 0.40
habitações colectivas 0.50 - 0.70
telhados e coberturas 0.75 - 0.95
Zonas industriais: —
dispersa 0.50 - 0.80
concentrada 0.60 - 0.90
Vias de comunicação: —
asfaltadas 0.70 - 0.90
de betão 0.80 - 0.95
passeios 0.75 - 0.85

Tabela 2: Valores médios do coeficiente de escoamento


Fonte: MARQUES & SOUSA (2011) [José Almeida, 2011] SAADAR

9.5 Órgãos hidráulicos e outras componentes das barragens


Para poderem cumprir as suas funções de regularização de escoamentos, des-
cargas para diversos fins e simultaneamente serem estruturas que mantem seguras
durante a passagem de cheias, as barragens tem de dispor, não só do corpo da barra-
gem propriamente dito (em aterro ou em betão), como também, de uma serie de outros
órgãos, nomeadamente.
• Descarregador de cheias;
• Descargas de fundo e/ou meio-fundo.
O descarregador de cheias tem por função passar para jusante, de forma segura,
os caudais de cheias afluentes quando a albufeira esta já ao nı́vel de pleno armazena-
mento, evitando que a barragem sofra danos quer devido a galgamento (no caso de
barragens de aterro) quer devido a erosões no leito do rio imediatamente a jusante e
que possam minar a estrutura (no caso de barragens de betão).

O descarregador de cheias e composto normalmente por uma estrutura de entrada


(ou descarregador propriamente dito), um canal que conduz a agua para a jusante da
barragem e uma bacia de ressalto ou outra estrutura de dissipação de energia que
permite fazer o retorno da agua ao rio sem provocar grandes erosões.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 22


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Frequentemente, a função de regularização dos escoamentos e cumprida através


de descargas da barragem para o rio fazendo-se a jusante a captação dos caudais
necessários. Para tal a barragem deve dispor de descargas de fundo ou meio-fundo,
compostas por condutas controladas por válvulas de regularização do caudal.

Os descarregadores de fundo muitas vezes são instalados como medida adicional


de segurança para permitir uma mais rápido esvaziamento da albufeira.

9.6 Desvio provisório do rio durante a construção


O Desvio provisório do rio durante a construção da barragem torna-se necessário
nas fases em que os trabalhos tem de ser feitos a seco. O problema é habitualmente
complexo e obriga a um delicado compromisso entre o risco que se considera aceitável
e a economia da solução de desvio, isto é, quanto menor é o risco que se pretende
correr da obra ser inundada por uma cheia durante a construção, maior é o custo do
desvio provisório.

9.7 Determinação da capacidade útil da albufeira pelo método


dos picos consecutivos
Existem vários métodos para determinar a capacidade útil da albufeira, mas para fins
didáticos e questões de modernização, considerou-se o método dos picos consecutivos,
visto que esse não considera a precipitação e a evaporação na albufeira nem permite
introduzir o conceito de fiabilidade uma vez que considera o cumprimento da meta de
consumo sem quais quer falhas. O algoritmo tem os seguintes passos, inclusos em
dois ciclos:

1. Considerando a série de escoamentos (normalmente mensais) afluentes, determina-


se em cada perı́odo de tempo t o valor de St dado por:

St = Rt − It + St−1 se positivo (1.7)

St = 0se negativo ou nulo

Em que:

• Rt – Meta de consumo no perı́odo t.


• It – Escoamento afluente no perı́odo t.
• St – Armazenamento necessário no perı́odo t.
• St−1 – Armazenamento no perı́odo anterior t − 1.

No inı́cio do cálculo, toma-se St−1 = 0

2. Repete-se o passo anterior, tomando agora para St−1 o valor de St obtido no


passo anterior.

3. A capacidade útil necessária é o máximo valor de St obtido nos dois ciclos.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 23


ISPSongo 9 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

9.8 Determinação do volume morto

Figura 6: Deposição de sedimentos numa albufeira


Fonte: Aula Teórica -Dimensionamento de Albufeiras: Memórias de Carvalho (2020 anos)

O volume morto será então igual ao produto do volume anual de sedimentos que se
deposita na albufeira pela “vida útil”.

Vmorto = Vas · T (1.8)

Onde:

• Vmorto - volume morto;

• Vas - volume anual de sedimentos;

• T - vida útil (50 - 200). Aconselha-se adoptar uma vida útil de 100 anos.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 24


Memória descritiva
ISPSongo 10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO
10.1 A identificação do local para a implementação da represa
10.1.1 Localização da Represa
A represa estará localizada na vila Songo, distrito de Cahora Bassa, provı́ncia de
Tete, com sede na vila de Chitima. Tem limite, a norte o distrito de Marávia, a oeste
com o distrito de Magoé, a sul com o Zimbabwe, a leste com o distrito de Changara e a
nordeste com o distrito de Chiúta. Songo é uma vila do distrito de Cahora Bassa, situa
– se a 28 km da sede de Chitima.

A vila de Songo localiza-se num planalto rodeado por montes, constituindo uma
espécie de bacia hidrográfica que alimenta um riacho de nome Guto, cujas águas
correm no sentido Este – Oeste e desagua na albufeira de Cahora Bassa.

Figura 7: Localização Geográfica de Cahora Bassa


Fonte: Wikipedia

A represa será instalada na bacia da vila do songo particularmente na sub bacia


do Rio Guto (da intersecção do riacho com a avenida Armando Emı́lio Guebuza até
à intersecção do riacho com a estrada que vai à barragem/central (no Acampamento
Africano).

10.1.2 Caracterı́sticas geológicas e geotécnicas


O local apresenta com maior abundancia rochas ı́gneas, que incluem granitos
com amplas caracterı́sticas litológicas, apresentando, frequentemente, disposições
orientadas dos minerais, por vezes francamente gnaissica. Predominam os granitos e
gnaisses de tendência porfiroide e porfiroblastica constituı́dos, fundamentalmente por
feldspato e quartzo, aquele, por vezes em tom rosado.

As rochas sedimentares existem no local mas em pequenas porções, sem influenciar


negativamente local de construção de fundação. Os solos existentes são de natureza
sedimentar ou transportados de locais a montante, resultante da ação de agentes
transportadores concretamente da espécie aluvial (água). Deste modo verifica – se
solos resultantes de rochas existentes no local que podem ser eutróficos, mesotróficos,

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 26


ISPSongo 10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

ou distróficos.

Interferência com centros urbanos e recolocação de populações A represa estará


distante da população próxima ao Rio que o bairro acampamento africano (povoado de
Chindhindi) que se encontra a jusante desta.

Interferência com infraestrutura existente Nas proximidades do local em estudo


encontra – se uma via de acesso com destino a Hidroeléctrica de Cahora Bassa. Pois
a construção de represa e sua aposterior inundação da área de armazenamento, prevê
– se que influenciara negativamente esta via, submetendo a deslizamento de terra em
tempos chuvosos principalmente, que poderám desaguar na albufeira compromentendo
o barramento.

10.1.3 Avaliação do local para a construção da represa

Figura 8: Localização do local a implantar a represa


Fonte: Google Earth (2019)

• Primeiro critério (secção estreita do vale): local em estudo apresenta uma


secção estreita do vale o que possibilita a redução de custos na construção do
barramento. O estreitamento não dificultara a colocação de órgãos hidráulicos e
a construção de dispositivos de dissipação de energia;
• Segundo critério: garantiu – se que albufeira localize – se a jusante de represa
de modo asseverar a capacidade de armazenamento;
• Terceiro critério: existência de rochas sã para a fundação;

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 27


ISPSongo 10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

• Quarto critério: A geologia do local é constituı́da por rochas ı́gneas, que pos-
suem alta resistência proporcionam uma fundação consistente;

• Quinto critério: o local é inacessı́vel (acesso perigoso), principalmente numa


fase de construção da fundação.

Os critérios como a possibilidade de extração dos materiais de construção ne-


cessários e o acesso fácil não se verifica no terreno deste modo devera existir uma
solução viável a ser implementada.

10.1.4 Possibilidades de Usos múltiplos


De acordo como a extensão do rio guto e o local escolhido para implantação da
represa como fim múltiplo o armazenamento pode ajudar na irrigação de campos
de cultivo nas zonas circunvizinhas. Nestes campos há produção de milho, feijão
Nhemba e amendoim, culturas estas que não necessitam dum regadio intensivo, mas
racionalizado elevando disponibilidade de implantação de um sistema de irrigação.

10.2 Uma abordagem sobre os materiais que recomendaria utili-


zar na construção da represa (betão, alvenaria, enrocamento,
solos).
De acordo com as caracterı́sticas do local, ou seja: Geologia- zona com carac-
terı́sticas geológicas quanto a génese, ı́gneas, especificamente do tipo granito, sendo
esse tipo de rocha com propriedades geomecanicas excelentes para se implantar uma
obra dessa natureza, pois vai garantir segurança (dispõe duma fundação em rocha
sã a pequena profundidade). Topografia- o local e adequado para a implantação da
obra, ou seja, o ponto em estudo apresenta um estreitamento, o que poderá facilitar na
construção e poupança do material de construção.

Sismicidade- e uma zona não activa, facto esse que se apresenta como vantagem
pois não causara efeitos negativos sobre a represa.

A represa será construı́da com betão devido a factores como. Outro factor que
também importante e a possibilidade de alojar descargas de fundo e outros equipamen-
tos auxiliares em câmaras e galerias alojadas no próprio corpo da barragem. Opta-se
por esse tipo de material para construção da represa pois apresenta vantagens tais
como:

• São fortes, estáveis e duráveis;

• Apropriadas para vales moderados e gargantas não muito estreitas (que é o


caso);

• Boa resistência a sismos;

• Baixo custo de manutenção (apenas taludes e drenos);

• Não estão sujeitas a rupturas frágeis permitindo tempo suficiente de alerta.

• Podem ser construı́das em qualquer tipo de clima;

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 28


ISPSongo 10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

• Menos afectadas pela sedimentação do reservatório.

Devido as vantagens acima mencionadas que as barragens de betão apresentam


em relação aos outros tipos que fazem esse tipo de barragem o mais adequado a se
implementar no local em estudo.

10.3 Caudal estimado no local


Para a obtenção do caudal de projecto, como referido anteriormente, utilizou- se
alguns métodos em campo de modo a obter um número de dados satisfatório.

Em algum ludar da secção do rio Guto, fez-se a determinação da velocidade de es-


coamento da água recorrendo ao método do flutuador (partı́cula flutuante),(SOUZA,
2010).

1. Procedimentos:

• Esticou-se uma fita-métrica num comprimento de 6,08 metros ao longo do


curso preferencialmente no meio da largura do rio, iniciando na secção
transversal do rio em estudo, soltou-se o flutuador (uma garrafa de água,
com a água quase a metade) percorrendo os 7 m de distância e controlando
o tempo com um cronómetro corespondete à 46 s.
• A figura 9 apresenta a determinação da velocidade e o comprimento da
largura superficial do canal:

Figura 9: Determinação do comprimento da largura superficial e a velocidade


Fonte: O grupo

• Fez-se a medição da profundidade em vários pontos do canal do rio Guto,


como a figura 10 ilustra, e constatou-se que a máxima profundidade do canal
no local de estudo, corresponde à:

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 29


ISPSongo 10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

Figura 10: Determinação da profundidade no local de estudo


Fonte: O grupo

• Constatou-se que o canal apresenta irregularidades da secção ao longo


do seu leito, portanto, optou-se em considerar, por fins didâticos, um canal
rectangular como ilustra a figura a seguir:

Figura 11: Secção transversal do canal


Fonte: O grupo

• Determinaçãao da secção transversal:

A = b × h = 6, 08 × 1, 73 = 10, 52m2

Sabe-se que Q = A × V , então:

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 30


ISPSongo 10 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

7m
V = = 0, 15m/s
46s

Q = A × V = 10, 52 × 0, 15 = 1, 58m3 /s

10.4 Local para abeberar o gado


Devido as caracterı́sticas (acessibilidade e a topografia do terreno) verificadas no
local a implantar a represa, verifica-se a necessidade de instalação de um sistema
de bombeamento até o local pretendido para abeberar do gado. Isso irá permitir com
que não haja afogamento do gado, com isso, haverá um caudal a ser disponibilizado
segundo a demando (gado). De modo a facilitar o acesso, deverá ser implantado uma
conduta elevatória onde passará o caudal a ser disponibilizado através do sistema de
bombeamento.

Figura 12: Localização do reservatório para abeberar o gado


Fonte: Wikipedia

10.4.1 Condições de instalação


• Comprimento da conduta (sucção e recalque): aproximadamente à 180 m;

• Conjunto motobomba;

• O reservatório terá uma profundidade correspondente à 1 m, o leito será composto


de material não erodı́vel (de enrocamento), com a condição de permeabilidade
quase nula;

• Topografia: 809–783m = 26m.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 31


Memória cálculo
ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA
11.1 Volume Morto (Volume a ser ocupado por sedimentos)
Para a obtenção do volume morto, segue-se os seguintes passos/procedimentos:

1o Passo: Determinação do volume de sedimentos retidos na Represa (S)

A partir da equação (1.0), têm-se o seguinte:

1. Caudal Sólido total médio anual afluente a Represa (Dts )

Dts = 0, 1 ton/dia = 36, 5 ton/ano(Adoptado)

2. Peso especifico aparente médio dos sedimentos (γap )

Segundo as caracterı́sticas verificadas no local, ressoltou o seguinte:

γap = 1, 554 ton/m3 (Areia)

3. Eficiênçia de retenção de sedimentos (Er );

Dados

Para a obtenção da eficiência de retenção de sedimentos, recorreu-se ao “Método


de Brune”.

(a) C(Volume da Albufeira) = 0,906 M m3

(b) Obtido a partir da soma dos volumes armazenados.


(c) I (Volume Médio anual de Runoff que chega a Represa)
(d) 43% da precipotação média anual (Adoptado).

791, 78
 
I = 0, 43 × Pmed × Ab = 0, 43 × × 551, 38 × 106 m2
1000

I = 87.725.812, 3m3

Método Gráfico

C 906.000
= = 0, 0048
I 187.725.812, 3
Recorrendo ao gráfico de Brune, obteve-se:

Er = 26, 5%

Método Analı́tico

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 33


ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

C
= 0, 0048 ⇔ K = 25, 025 e M = 158, 61
I

C
 
Er = K · ln + M = 25, 025 · ln(0, 0048) + 158, 61
I

Er = 25% − U sadonoprojecto

4. Volume de sedimentos retidos na Represa (S):

36, 5ton/ano · 0, 25
S=
1, 554ton/m3

S = 5, 872m3 /Ano

2o Passo: Vida útil da represa

T = 100 Anos

3o Passo: Volume Morto (Vmorto )

Vmorto = T × S = 100 · 5, 872


Vmorto = 587, 2m3

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 34


ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

11.2 Determinação da intensidade de precipitação


Para a determinação da intensidade de precipitação foram considerados os dias em
que houveram maiores precipitações e os dias consecutivos que houveram maiores
precipitações. Considerando o ano hidrológico (2008/2009) como exemplo de cálculo,
tem-se:
ANO 2008/2009
1 Trimestre
Dias 1 2 3 4 5 6
P (mm) 66,2 91,9 115,1 127,8 130,4 131,5
2 Trimestre
Dias 1 2 3 4 5 6
P (mm) 91,8 95,3 108,6 113,6 131,2 134,7
3 Trimestre
Dias 1 2 3 4 5 6
P (mm) 13,1 13,4 13,4 18,0 25,1 26,3
4 Trimestre
Dias 1 2 3 4 5 6
P (mm) 5,7 7,8 8,8 10,8 10,8 10,8

Tabela 3: Precipitação máxima dos dias consecutivos


Fonte: O grupo

1 TRIMESTRE 2 TRIMESTRE
X Y X·Y X2 X Y X·Y X2
1 66,2 66,2 1 1 91,8 91,8 1
2 91,9 183,8 4 2 95,3 190,6 4
3 115,1 345,3 9 3 108,6 325,8 9
4 127,8 511,2 16 4 113,6 454,4 16
5 130,4 652 25 5 131,2 656 25
6 131,5 789 36 6 134,7 808,2 36
7 132,9 930,3 49 7 134,7 942,9 49
— — — — — —
X 4 X 4
Y 113,69 Y 115,7
X· Y 454,74 X· Y 462,8
2 2
PX 16 PX 16
PXi · 2Yi 3477,8 PXi · 2Yi 3469,7
Xi 140 Xi 140

3 TRIMESTRE 4 TRIMESTRE
X Y X·Y X2 X Y X·Y X2
1 13,1 13,1 1 1 5,7 5,7 1
2 13,4 26,8 4 2 7,8 15,6 4
3 13,4 40,2 9 3 8,8 26,4 9
4 18 72 16 4 10,8 43,2 16
5 25,1 125,5 25 5 10,8 54 25
6 26,3 157,8 36 6 10,8 64,8 36
7 26,3 184,1 49 7 10,8 75,6 49
— — — — — —
X 4 X 4
Y 19,37 Y 9,36
X· Y 77,49 X· Y 37,43
2 2
PX 16 PX 16
PXi · 2Yi 619,5 PXi · 2Yi 285,3
Xi 140 Xi 140

Tabela 4: Detrminação dos parâmetros pra a estimação da intensidade de precipitação.


Fonte: O grupo

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 35


ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

Através da equação de mı́nimos quadrados

Xi · Yi − n · X · Y
P
b= 2
Xi2 − n · X
P

Para o corente projecto, as incógnitas têm a seguiinte nomenclatura:

• b - Intensidade de precipitação (mm/trimestre);


• X - o tempo em dias;
• Y - Precipitação dos dias consecutivos.

Utilizando a expressão anterior, calculou-se a intensidade para o ano hidrológico


2008/2009 (dia 01 de Outubro de 2008 à 31 de Setembro de 2009).

Observação: de forma análoga fez-ze para a determinação da intensidade da


chuvada (precipitação) para os outros anos hidrológicos. Veja a tabela 5.

I (mm/trimeste)
1 Trimestre 9,207
2 Trimestre 16,893
2007/2008
3 Trimestre 0,296
4 Trimestre 0,214
1 Trimestre 10,521
2 Trimestre 8,218
2008/2009
3 Trimestre 2,754
4 Trimestre 0,832
1 Trimestre 3,032
2 Trimestre 23,164
2009/2010
3 Trimestre 0,664
4 Trimestre 0,196
1 Trimestre 32,911
2 Trimestre 22,082
2010/2011
3 Trimestre 0,186
4 Trimestre 0,171
1 Trimestre 1,586
2 Trimestre 3,957
2011/2012
3 Trimestre 2,518
4 Trimestre 0,000

Tabela 5: Valores de Intensidades de precipitação.


Fonte: O grupo

11.3 Determinação da capacidade útil


Para a estimação da capacidade útil, foi considerada o método de picos consecuti-
vos.
Como dados, têm-se:
• Para a estrunformação da precipitação em escoamento, fez-se uso da equação
(1.5)

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 36


ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

2007 - 2008 2008 - 2009 2009 - 2010 2010 - 2011 2011 - 2012
Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
1 0,438 0,500 0,144 1,564 0,075
2 0,803 0,391 1,101 1,049 0,188
3 0,014 0,131 0,032 0,009 0,120
4 0,010 0,040 0,009 0,008 0,000
Soma 1,265 1,061 1,286 2,630 0,383

Figura 13: ESCOAMENTOS TRIMESTRAL (M m3 )


Fonte: O grupo

• Área da região em estudo (km2 ): 69,578

• Coeficiente de escoamento (C): 0,683. Escolhido através do ábaco da figura 5.

• Caudal médio: 0, 331 mM 3 /trimeste;

• Meta de consumo (Rt ) = (70%) · Qmed = 0, 438 M m3

• Escoamento afluente (It ) = 0, 438 M m3

• Armazenamento no perı́odo anterior (St−1 ) = St−1 = 0

2007 - 2008 2008 - 2009 2009 - 2010 2010 - 2011 2011 - 2012
Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
1 9,207 10,521 3,032 32,911 1,586
2 16,893 8,218 23,164 22,082 3,957
3 0,296 2,754 0,664 0,186 2,518
4 0,214 0,832 0,196 0,171 0,000
Soma 26,610 22,325 27,057 55,350 8,061

Tabela 6: INTENSIDADE TRIMESTRAL (mm)


Fonte: O grupo

2007 - 2008 2008 - 2009 2009 - 2010 2010 - 2011 2011 - 2012
Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
1 0,009 0,011 0,003 0,033 0,002
2 0,017 0,008 0,023 0,022 0,004
3 0,000 0,003 0,001 0,000 0,003
4 0,000 0,001 0,000 0,000 0,000
Soma 0,027 0,022 0,027 0,055 0,008

Tabela 7: INTENSIDADE TRIMESTRAL (m)


Fonte: O grupo

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 37


ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

1o Passo:

Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


1 -0,206 0,171 0,394 -0,909 0,603
2 -0,571 0,013 -0,475 -0,818 0,647
3 0,218 0,114 0,200 0,223 0,759
4 0,439 0,306 0,423 0,447 0,991

Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


1 0,000 0,171 0,394 0,000 0,603
2 0,000 0,013 0,000 0,000 0,647
3 0,218 0,114 0,200 0,223 0,759
4 0,439 0,306 0,423 0,447 0,991

St (M m3 ) = 0, 991
2o Passo:

Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


1 0,785 0,386 0,608 -0,909 0,603
2 0,215 0,227 -0,261 -0,818 0,647
3 0,432 0,328 0,200 0,223 0,759
4 0,654 0,521 0,423 0,447 0,991

Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


1 0,785 0,386 0,608 0,000 0,603
2 0,215 0,227 0,000 0,000 0,647
3 0,432 0,328 0,200 0,223 0,759
4 0,654 0,521 0,423 0,447 0,991

St (M m3 ) = 0, 991

Cap.Útil = 0, 991M m3

11.3.1 Capacidade Total da Represa


Capacidade Total da Represa, é o volume total de água que ela armazena quando
o nı́vel de água é o NPA. Corresponde a soma da capacidade útil e o volume morto,
isto é:

Capacidade Total da Represa=Capacidade útil+Volume Morto

Capacidade Total da Represa= (991.000 + 587, 2)m3

Capacidade total da represa = 991.587, 2m3 = 0, 992Mm3

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ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

11.4 Determinação da curva das áreas inundadas


Através do mapa em anexo A-01, foi possı́vel determinar a curva das áreas inun-
dadas em função das curvas de nı́vel encontradas na região em estudo. Portanto,
observe a tabela a seguir:

h(m) 775 780 785 790 795


A(Km2 ) 0 0,005 0,026 0,081 0,142

Figura 14: Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 5 em 5 m


Fonte: O grupo

Figura 15: Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 5 em 5 m


Fonte: O grupo

h(m) 775 777,5 780 782,5 785 787,5 790 792,5 795
A(km2 ) 0 0,002 0,005 0,013 0,026 0,052 0,081 0,112 0,142

Tabela 8: Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 2,50 em 2,50 m


Fonte: O grupo

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Figura 16: Curva de Areas Inundadas com h espaçado de 2,50 em 2,50 m


Fonte: O grupo

11.5 Determinação da Curva dos Volumes Armazenados

h(m) 775 777,5 780 782,5 785 787,5 790 792,5 795
A(km2 ) 0 0,002 0,005 0,013 0,026 0,052 0,081 0,112 0,142
V (M m3 ) 0 0,003 0,009 0,023 0,049 0,097 0,167 0,242

Tabela 9: Curva dos Volumes Armazenados


Fonte: O grupo

Volume Total (M m3 ): 0, 906

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Figura 17: Curva dos volumes armazenados


Fonte: O grupo

11.6 O volume de encaixe de cheia

Trimestre Q(M m3 /T rimestre) Q(m3 /trim.) Q(m3 /s)


1 0,438 437532,973 0,055
2 0,803 802785,328 0,102
3 0,014 14066,445 0,002
4 0,010 10169,660 0,001
5 0,500 499976,584 0,063
6 0,391 390533,939 0,050
7 0,131 130874,966 0,017
8 0,040 39538,116 0,005
9 0,144 144090,771 0,018
10 1,101 1100803,877 0,140
11 0,032 31563,962 0,004
12 0,009 9333,276 0,001
13 1,564 1563975,323 0,198
14 1,049 1049382,467 0,133
15 0,009 8825,459 0,001
16 0,008 8146,610 0,001
17 0,075 75369,534 0,010
18 0,188 188043,660 0,024
19 0,120 119659,827 0,015
20 0,000 0,000 0,000

Tabela 10: CHEIA DO PROJECTO


Fonte: O grupo

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ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

11.6.1 Determinação dos nı́veis de água na represa


Para a determinação do nı́vel máximo de cheias teve-se em conta o método de Plus,
visto que este baseia-se na equação simplificada do balaço hı́drico, portanto:
dS
I −O =
dt
Em que:
• I - Caudal afluente (cheia) = Qa
• O - Caudal descarregado = Qd
• Volume armazenado na albufeira
Método de Plus
It + It+4t Ot + Ot+4t St+4t − St
− =
2 2 2
Caudal do descarregador

Qd = µ · 2g · B · H 3/2

Passo 01
H(m) S(M m3 ) 2S/Dt (m3/s) O(m3 /s) 2S/Dt + O(m3 /s)
0 0,000 0,000 0,000 0,000
2,5 0,167 0,042 35,018 35,060
5 0,242 0,061 99,045 99,107
7,5 0,317 0,080 181,958 182,039

Largura do Descarregador B(m) 5


Caraga de definicao Hd(m) 2
Coeficiente de Vazao C (--) Adopt. 0,40
Trimestre segundo
4t
1 7889231,49
g (m/s2) 9,81

Passo intermédio:
(Interpolações)
— —
Balanço Carga
2S/Dt + O(m3/s) H(m)
0,00 0,00
0,04 X
35,06 2,50
X= 0,003
— —
Carga Armazen.
H (m) S (Mm3)
0,00 0,00
0,00 X
2,50 35,06
X= 0,04

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ISPSongo 11 DIMENSIONAMENTO DA REPRESA

Passo 02
t (trimestre) I(m3 /s) It + It + 4t + 2S/ 4t −Ot (m3 /s) H(m) S(M m3 ) O(m3 /s)
0 0 0 0 0 0
1 0,055 0,055 0,002 0,06 0,000792364
2 0,102 0,172 0,012 0,17 0,011645318
3 0,002 0,135 0,01 0,13 0,008858894
4 0,001 0,027 0,002 0,03 0,000792364
5 0,063 0,071 0,005 0,07 0,003132092
6 0,050 0,127 0,005 0,13 0,003132092
7 0,017 0,096 0,009 0,13 0,007563856
8 0,005 0,047 0,003 0,05 0,001455665
9 0,018 0,034 0,002 0,03 0,000792364
10 0,140 0,165 0,012 0,16 0,011645318
11 0,004 0,172 0,012 0,17 0,011645318
12 0,001 0,037 0,003 0,04 0,001455665
13 0,198 0,208 0,015 0,21 0,016274827
14 0,133 0,368 0,026 0,37 0,037139796
15 0,001 0,191 0,014 0,19 0,014674778
16 0,001 0,036 0,002 0,04 0,000792364
17 0,010 0,020 0,001 0,02 0,000280143
18 0,024 0,038 0,001 0,04 0,000280143
19 0,015 0,049 0,002 0,05 0,000792364
20 0,000 0,027 0,001 0,03 0,000280143

H 0,03
Volume de Encaixe de Cheia 0,37

Tabela 11: Cálculo dos nı́veis d’água


Fonte: O grupo

O volume resultante da soma do volume morto e da capacidade útil permite, no-


vamente utilizando a curva dos volumes armazenados, obter o nı́vel de pleno arma-
zenamento (NPA). Olhando na tabela dos volumes Armazenados, o volume máximo
em termos do funcionamento normal da represa, será alcançado na máxima cota
piezometria corresponde a máxima área de influência, isto é:
1. Nı́vel pleno de armazenamento (N P A)

N P A = Cota máxima – Cota mı́nima


N P A =(787, 5–778) m
N P A = 9, 5m

2. Nı́vel máximo de cheia (N M C)

N M C = N P A + 0, 03m = (9, 5 + 0, 03)m


N M C = 9, 53m

3. Nı́vel mı́nimo de exploração (N M E)

Volume Morto = 587, 2m3 = 0, 0006M m3

Cota Volume
778 0
778,5 0,0006
780,5 0,003

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ISPSongo 12 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

12 AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL


12.1 Preservação e conservação
Preservar alguma coisa significa mantê – la no seu estado original (normal). Con-
servar significa admitir modificações, buscando – se um novo equilı́brio com algumas
alterações em condições originais. Há uma grande necessidade de preservar e con-
servar a biodiversidade existente pois os problemas ecológicos que poderão advir são
sérios. A concepção desta represa deve ser feita âmbito de melhorar a gestão de
recursos hı́dricos, de modo garantir um caudal ecológico, asseverando as espécies
existentes em todos perı́odos do ano. Por isso, é menos dispendioso e melhor prevenir
que remediar.

12.2 Efeito na Água


Na construção da infra-estrutura é necessário evitar que poluição causada no local
da construção se alastre em todo curso do rio a jusante da barragem. A fim de con-
servar a qualidade da água nos reservatórios, torna- se necessário controlar não só a
poluição antropogénicas, como também o processo de eutrofização.

O represamento, em si, provoca a decantação do material solido em suspensão


e, consequentemente, a diminuição da turvação. Por outro lado a decantação pode
provocar assoreamento, principalmente em reservatório pequenos.

A Submersão de biomassa (vegetação) em conjunção com pequenas vazões e a


pouca profundidade do reservatório, alem de diminuir o oxigénio dissolvido na água
pode induzir à formação de gás sulfı́drico numa quantidade capaz de torna – la toxica
para os peixes, desagradável para o seu humano e corrosiva para os equipamentos.
Outrossim, libertação dessa água por meio de descargas de fundo na represa, pode
deteriorar a qualidade de água à jusante.

12.3 Efeito na terra


O reservatório da represa pode provocar a submersão de terras de cultivos; em
contrapartida, pode melhorar a produtividade das terras remanescentes, tanto pela
elevação do nı́vel de água do lençol freático, como pela possibilidade de irrigação, quer
à jusante, quer à montante.

A possı́vel decantação de material nutriente em suspensão nas águas do reser-


vatório pode afetar a produtividade das terras à jusante. A variação acentuada do
nı́vel de água pode gerar deslizamentos de margens instáveis ao longo do reser-
vatório. Exemplo de deslizamentos de maciços de terra para dentro do reservatório
com consequências catastróficas.

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ISPSongo 13 CONCLUSÃO

13 CONCLUSÃO
Findo o presente o projecto o grupo conclui que, com base nos parâmetros cálculos
para implantação da represa, a exploração será a fio de água. A implantação da represa
deve estar isenta de gravar os problemas ambientais existentes, mas sim garantir uma
melhorar vida das espécies existente.

A Fim de evitar maiores problemas e preparar as populações atingidas para as


mudanças da implantação da represa, as novas condições de vida serão determinadas
pela existência desta durante e após a construção de modo a sensibilizar e intervir
actividades que comprometam negativamente a represa por exemplo a abertura de
machambas nas margens da represa.

O assoreamento se dará devido a deposição de sedimentos será dado pelo arraste


de material nas margens do leito do rio pela existência de machambas, ocasionando
deslizamentos de maciços de terra. Contudo a represa trará vários benefı́cios para os
residentes, facilitando-os em varias actividades.

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 45


ISPSongo REFERÊNCIAS

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências
[Cleber, 2013] Cleber, PRODANOV, E. C. F. (2013). METODOLOGIA DO TRABALHO
CIENTÍFICO (Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico). 2o Edição,
Novo Hamburgo.

[João, 2017] João, HIPÓLITO, l. C. V. (2017). HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS


(Coleção Ensino da Ciência e da Tecnologia). 3o Edição, Lisboa.

[José Almeida, 2011] José Almeida, MARQUES, J. O. S. (2011). HIDRÁULICA UR-


BANA - SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE DRENAGEM DE ÁGUAS
RESIDUAIS. 3o Edição, Coimbra.

Bibliografias
GONSALVES, Wagner. ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO. Disponı́vel em: https://
administradores.com.br/artigos/a-administracao-da-producao. Acesso em: 22 de Junho
de 2020

PEREIRA Et. al., Rafael M.. Administração de Produção e Operações: Evolução,


Conceito e Interdisciplinaridade com as demais Áreas Funcionais. Dissertação de
Mestrado – Universidade Portuguesa, Lisboa, 2015.

CARVALHO, Ezequiel. Memórias de Carvalho: Barragem ABC. Fonte oral. 2020

BANDEIRA DE MELLO, João Alberto. A construção de barragens e o meio ambi-


ente.

MAE (2005). Perfil de Desenvolvimento do Distrito de Cahora Bassa, Ministério de


Administração Estatal, Maputo.

BOLETIM DA REPÚBLICA.Regulamento de Pequenas Barragens. (2009)

ξ DIV. de Engenharia Obras e Máquinas Hidráulicas Página: 46

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