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ÍNDICE

1 – CARACTERISTICAS DA ÁREA DE ESTUDO...................................................................2

2 – ESTUDO HIDROLÓGICO DO RIO ARIBIRI.......................................................................2


2.1 – DETERMINAÇÃO DA VAZÃO..............................................................................................2
2.2 – REGIMES DE MARÉS.......................................................................................................3
2.3 – CORRENTES.................................................................................................................. 4
3 – ESTIMATIVA DA VELOCIDADE NO CANAL....................................................................4

4 - MURO DE CONTENÇÃO.....................................................................................................5

5 – RECOMENDAÇÕES GERAIS.............................................................................................6

6 – BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................6
1 – CARACTERISTICAS DA ÁREA DE ESTUDO

A bacia do Rio Aribiri é típica das pequenas bacias hidrográficas que chegam à baia de
Vitória.

Trata-se de uma bacia de pequena proporção com aproximadamente 19 Km² de área,


localizada ao sul da baía de Vitória sobre terrenos quaternários, em sua maior parte
pantanosos (mangues e alagados costeiros não salinos), delimitada por alguns morros do
pré-cambriano (granito) e tendo no seu estuário os manguezais.

Estes terrenos são considerados totalmente impróprios à ocupação urbana, entretanto, hoje
está área já está quase toda urbanizada, com a maior parte população de baixa renda
econômica. Esta ocupação do solo foi realizada precariamente com aterro das áreas de
mangue (ou seja, solo argiloso, halomórfico originalmente ao nível de influência da maré) ou
dos alagados costeiros não salinos (solos orgânicos hidromórficos alagados ou alagáveis)
com precárias soluções, seja com relação ao material, seja com relação à altura final do
aterro.

Criou-se desta forma sério problema sanitário considerando o lençol freático a pequenas
profundidades e a grande dificuldade de se utilizar gravidade no transporte dos despejos
líquidos (drenagem pluvial e esgotos sanitários).

O Bairro D. João Batista está inserido neste contexto estando parte da sua população
vivendo em condições subumanas, ou seja, habitações em forma de palafitas, sendo os
esgotos e demais detritos lançados diretamente nas águas sob as habitações, vindo a
constituir sérios focos de doenças. Outra parte do bairro encontra-se implantada em solo
aterrado sem condições adequadas de escoamento dos despejos líquidos e sujeitas às
enchentes do Rio Aribiri.

2 – ESTUDO HIDROLÓGICO DO RIO ARIBIRI

2.1 – Determinação da vazão

Foram selecionada para o estudo 73 Estações Fluviométricas localizadas no estado do ES,


bem como nas regiões limítrofes dos estados de MG, BA e RJ. Estas estações foram obtidas
dos arquivos da ANEEL, com as descargas líquidas médias diárias. Os períodos faltantes
foram completados com elaboração das curvas chave. As curvas chave foram aplicadas aos
arquivos de cotas médias diárias tendo-se assim chegado a formação das séries
Fluviométricas completas para cada estação estudada.

Com base nos dados acima, bem como mapeamento geológico, cartas agroclimáticas e
mapeamento pedológico do ES dividiu-se o ES em 8 (oito) regiões hidrologicamente
homogêneas, para as quais foram estabelecidas as equações de regionalização das vazões
características.

A região em que está inserida a área de estudo é denominada “Entorno de Vitória e Centro
Sul” cujas equações encontram-se apresentadas a seguir:

Qmáx. 50 anos = 2269 l/s x Km²

Qmédia = 0,0936 x A0,7467

Utilizando a área de drenagem de 19 Km² da bacia do Rio Aribiri temos:

Qmáx. 50 anos = 43 m³/s

Qmédia = 0,84 m³/s

A área de drenagem do Rio Aribiri é muito ampla pois a caixa de rio se abre em uma vasta
planície alagada (manguezal).

2.2 – Regimes de marés

Os dados de amplitudes de marés adotados foram obtidos a partir das tábuas de marés da
DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação – Ministério da Marinha) para o porto de Vitória e
das cartas náuticas no 1401 e 1410.

Baixamar = -0,2m
Preamar = 1,7m
Nível médio = 0,8m

A correlação IBGE e DHN para a região do Porto de Vitória é:

________________________________ 0 (zero IBGE)

1,145 m

________________________________ 0 (zero DHN – Tubarão)

Desta forma concluímos que a cota da maré máxima é 0,555m com relação ao zero do
IBGE.

Medições de maré realizadas no Porto de Tubarão no período de 02/04/80 a 02/10/80


determinaram:
• O tempo médio de enchente da maré é aproximadamente 6:30 horas
• O tempo médio de vazante da maré é aproximadamente 6:00 horas

2.3 – Correntes

Os dados de corrente foram obtidos no “Relatório Final de Medições de Correntes realizadas


em Praia Mole e Ponta de Tubarão.

As velocidades medidas foram baixas. As máximas constatadas e que representaram um


pequeno percentual não excederam a 0,45m/s para a superfície e a meia altura 0,40m/s.

No inverno a predominância é de correntes com intensidades inferiores a 0,10m/s e direção


NE e E, e no verão a predominância é de correntes com intensidades inferiores a 0,20m/s e
direção mais frequente NE e S.

Com base na carta náutica temos velocidade na baía de vitória variando de 0 a 1 m/s.

Adotaremos para efeito deste projeto velocidade média da maré no canal do Rio Aribiri de
0,20 m/s.

3 – ESTIMATIVA DA VELOCIDADE NO CANAL

Com base nos dados apresentados acima e na batimetria realizada no canal do Rio Aribiri
em out/2000 pela PMVV, obtemos os seguintes resultados:

Cota máxima do rio Aribiri (dia de maré máxima no mês de março) = 1,485m
Cota da maré máxima de março = 0,555m
Lâmina d’água do rio Aribiri no dia de medição = 0,93m

Adotaremos para efeito deste projeto velocidade média da maré no canal do Rio Aribiri de
0,20 m/s e tempo médio de enchente e de vazante da maré de aproximadamente 6:00
horas.

Assim teremos que a maré percorrerá dentro do estuário do Rio Aribiri uma distância de
aproximadamente 4,3 Km. Nesta extensão a área superficial é de 0,585 Km²

Considerando a cota da maré máxima de março teremos um volume de água que determina
um acréscimo de vazão de 1,5 m³/s à vazão máxima do Rio Aribiri.

Desta forma Q máximo no canal do Rio Aribiri = 44,5 m³/s

A determinação da velocidade neste estudo será feita considerando a caixa principal do Rio
Aribiri.
Utilizando a fórmula de Manning

V = RH2/3 x I1/2
n

Onde:

RH - Raio Hidráulico (m)


I - Declividade do Rio Aribiri (m/m) =0,008 (valor médio de declividade)
n - Coeficiente de rugosidade = 0,040 (leito do rio natural, andamento tortuoso)

Adotaremos para este cálculo um raio hidráulico médio obtido com base no levantamento
topográfico fornecido tomando como referência apenas a caixa principal do rio Aribiri.
RH = 0,410 m

Desta forma a velocidade média é de 1,23 m/s.

4 - MURO DE CONTENÇÃO

Com base na sondagem fornecida pela PMNV observamos que região de estudo apresenta
terreno superficialmente de aterro lançado sobre camadas de argila orgânica e turfas, muito
mole, de elevada compressibilidade, com espessura variando de 9,0 a 14,0 m. O problema
principal reside na baixa capacidade de suporte do terreno natural e recalques lentos que
serão induzidos no terreno pelos aterros necessários à urbanização da área. Deverão
também ser tomadas precauções especiais para proteger o aterro de erosão pelo Rio Aribiri.

Por ser uma zona abrigada, sem incidências de ondas, a obra estará sujeita apenas aos
esforços provocados pela variação das correntes fluvio-marítimas. Desta forma as soluções
proposta para contenção de aterro foram do tipo enrocamento de pedras ou proteção
simples com camada de pedras de mão conforme projeto em anexo. O dimensionamento
das pedras teve como base os esforços produzidos pelas correntes fluvio-marítimas não
permitindo assim a sua movimentação.

A extensão total do enrocamento é de 482m sendo dividida da seguinte forma:


• Margem do Rio Aribiri – Extensão = 325m
Solução tipo 1 em 20% da extensão;
Solução tipo 2 em 80% da extensão.

• Margem do canal que deságua no rio Aribiri - Extensão = 157m


Solução tipo 3 em 100% da extensão.

A seguir apresentaremos uma breve descrição das soluções propostas.


• Solução tipo 1 – margem do rio Aribiri - situações em que a rua está afastada do canal
aproximadamente 5,0 m. Nesta condição foi proposto ajuste do talude para a condição
V=1 : H=2, proteção do talude com BIDIM OP-040 e camada de pedra de mão com
espessura de 50cm e diâmetro variando de 20 a 40 cm.
• Solução tipo 2 – margem do rio Aribiri - situações em que a rua está encostada no canal
ou bem próxima e o aterro existente é insatisfatório. Nesta condição foi proposto aterro
com solo argiloso na compactação de 100% do proctor normal e CBR > 10%, reaterro
com areia, proteção do talude com BIDIM OP-040 e enrocamento com pedra de mão
diâmetro variando de 20 a 40 cm.
• Solução tipo 3 – margem do canal que deságua no rio Aribiri – situações em que a rua
está totalmente aterrada e situada na borda do canal e o aterro existente é insatisfatório.
Nesta condição foi proposto aterro com solo argiloso na compactação de 100% do
proctor normal e CBR > 10%, reaterro com areia, proteção do talude com BIDIM OP-040
e enrocamento com pedra de mão diâmetro variando de 20 a 40 cm

5 – RECOMENDAÇÕES GERAIS

O projeto elaborado traça as diretrizes básicas de execução do muro de contenção, porém


devido a complexidade da região, se faz necessário no decorrer das diversas etapas, tanto
do projeto executivo, quanto da construção, atualizar as informações locais com relação aos
novos aterros executados visando adequação do projeto as novas condições.

Será necessário desta forma atualização da topografia, novos pontos de sondagem, retirada
de amostras indeformadas de solo do tipo SHELBY, ensaios de adensamento, ensaios de
caracterização do solo (umidade, limites de ATTEBERG, granulometria) e ensaios de
palheta (VANE TEST).

A eficiência do sistema a ser implantado está diretamente ancorada nos dados básicos
consistentes e cumprimento total da metodologia proposta.

6 – BIBLIOGRAFIA

• Carta náutica - DHN para os portos de Vitória;

• IJSN – Projeto Especial Cidades de Porte Médio – Subprojeto AUV – Componente B.31 –
Elaboração de Estudos da Bacia do Rio Aribiri – 1982;

• PORTOBRÁS – Relatório final das medições de correntes realizadas em Praia Mole (1 a


campanha) e na Ponta de Tubarão ( 2a e 3a campanha). – 1980;

• PORTOBRÁS – Relatório Final das medições de maré, efetuadas no Porto de Tubarão


no período de 02/04/80 a 02/10/80 – 1980;
• United States Department of the Interior - Design of small dams;

• Almeida, Márcio – Aterros sobre solos moles;

• ABINT - Associação Brasileira de Indústrias de não tecidos e tecidos técnicos – Curso


Básico de Gotêxteis;

• BIDIM – Catálogo geral de anotações;

• Koerner, Robert e Welsh, Joseph – Constrution and Geotecnical Engineering usind


sintetic fabrics.

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