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PREFEITURA MUNICIPAL DE JI-PARANÁ

SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS

Estudo Hidrológico

PROJETO: Execução de Obras de Arte Correntes – O.A.C – Bueiros Tubulares


Metálicos em Estradas Vicinais localizadas dentro da Terra Indígena do Lourdes.
LOCAL: Estradas vicinais na Terra Indígena do Lourdes no município de
Ji-Paraná/RO.

INTRODUÇÃO:
O presente estudo hidrológico visa a verificação das condições de escoamento dos
cursos d’água onde serão assentados os bueiros metálicos. A determinação da área de contribuição
das bacias hidrográficas foram levantadas pelo Google Earth Pro, adotando como ponto de exutória
os pontos onde serão implantados os bueiros.
As bacias hidrográficas são caracterizadas por possuirem a maior parte de suas áreas
com cobertura vegetal representada quase em sua totalidade por floresta nativa intocada, no caso
floresta amazônica, composta por árvores de grande porte. A topografia dos terrenos sao compostas
por topografia levemente onduladas com presença de montanhas esparsas, próximo às nascentes,
com o escoamento das águas pluviais ocorrendo pelas depressões topográficas, formando uma rede
de pequenos igarapés secundários que formam as bacias hidrográficas deste estudo hidrológico.

ESTUDOS HIDROLÓGICOS:
Foi adotada a equação de chuvas da cidade de Porto Velho, por ser esta a estação com
série mais representativa de dados, com registros pluviométricos desde 1923 até 1982 e com os
elementos de cálculo para definição da equação das chuvas intensas. A partir desta estação foi
possível traçar um perfil climatológico, considerado uniforme para a regiao de Ji-Paraná, com base
no mapa de correlação entre as Isoietas dos municípios de Porto Velho e Ji-Paraná – RO; mediante
dados de precipitação média anual de 1977 a 2006 – REDE DE METEOROLOGIA NACIONAL –
CPRM. Ver quadro de isoietas 01
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Quadro de isoietas - 01

Após pesquisa e busca em orgãos estaduais encontrou-se informações de dados de chuva


apenas na Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC da cidade de Ouro Preto
do Oeste/RO, porém sem os devidos estudos para chuvas intensas e entabulação de dados adequados
para o dimensionamento de obras de drenagem. Os dados existentes econtram-se compilados apenas
em boletins contendo volume médio de chuvas anuais, portanto com informaçãoes insuficientes para
o dimensionamento de obras de drenagem
O cálculo das intensidades das chuvas de curta duração foram obtidas com base em
dados pluviométricos tratados de forma a estimarem eventos com duração conhecida, segundo
metodologia proposta pelo Eng.0 José Jaime Taborga Torrico, na publicação “Práticas
Hidrológicas”.
As áreas de contribuições, comprimentos de Talvegue e declividades foram obtidas
fazendo uso do programa QGIS, importando arquivo MDE – Modelo Digital de Elevação da USGS,
possibilitando a modelagem 3D da superfície e consequentemente gerando curvas de níveis, a partir
do que foram delimitadas a áreas das bacias hidrográficas e demais informações necessárias para o
dimensionamento das Obras de Arte Correntes, no caso Bueiros Metálicos Corrugados.
O coeficiente de escoamento superficial adotado foi o "C" ( coeficiente de deflúvio),
compatível com os seguintes fatores: tipo do solo, condições de uso e ocupação do solo, umidade
antecedente do solo considerando o regime de chuvas proprio da região amazônica onde ocorre
incidência diária de chuvas por periodos prolongados fazendo com que os solo esteja sempre com
elevado teor de umidade e topografia. Foi considerado também, além do uso atual do solo, as
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possibilidades de ocupação futura na área do projeto. Para determinação do "C", foram considerados
todas as caracteríscas acima mencionadas e considerando ainda que o projeto contempla bacias de
contribuição localizadas nas áreas rurais, neste caso específico, reserva indígena. O estudo
hidrológico deste projeto é referente a bacias hidrográficas localizadas em áreas cuja cobertura
vegetal é representada quase em sua totalidade por floresta nativa intocada, no caso floresta
amazônica, motivo pelos quais temos coeficientes de deflúvio “C” com variação de 0,20 a 0,45;
coeficiente este atribuido por observação “in loco”, conforme as características dos terrenos para
cada localidade e adotados das tabelas os coeficientes mais representativos para cada localidade.

Coeficiente de deflúvio – BACIAS COM ÁREA ≤ 4,0 km²


R. Peltier / J.L. Bonnenfant

Eng. Baptista Gariglio e José Paulo Ferrari

Tempo de Concentração:
BACIAS COM ÁREA ≤ 4,0 km²
Para bacias com área ≤ 4,0 km², adotou-se o método de R. Peltier / J.L. Bonnenfant, cuja definição
de tempo de concentração tomou-se como referência o quadro nº 2, pagina 44 da apostila de
drenagem de rodovias – Estudos hidrológicos e Projetos de Drenagem.
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O tempo de concentração é calculado pela expressão:

onde:
T1 = Tempo de escoamento em minutos, tabelados em função da cobertura vegetal e
declividade do talvegue. (Quadro nº 2)

Quadro nº 2

VALORES DE T1 (min)

Plataformas de estradas,
Terrenos com Vegetação
Rala sem Vegetação ou
Rochosa.
(região montanhosa com rocha)

Vegetação Normal,
Gramas, etc.
(região montanhosa)

Vegetação Densa
e Cerrada
(Região plana)

Floresta Densa
(região plana com alagadiços)

T2 = 1/ß2 x T’2
1/β2 = coeficiente de correção da cobertura vegetal (Quadro n.2)
T'2 = é determinado em função da declividade do Talvegue, do coeficiente de forma da bacia
hidrográfica e da área da bacia em hectares. (Quadros n.os 3, 4, 5, 6, 7 e 8 , da apostila de drenagem de
rodovias – Estudos hidrológicos e Projetos de Drenagem).

Onde:
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α = coeficiente de forma da bacia


L = comprimento do talvegue em hm (hectômetro).
A = área da bacia em ha (hectare).
O coeficiente de forma da bacia indica se a bacia é mais alongada ou arredondada:
• A bacia cujo coeficiente de forma α é inferior a 1,5 possuiu a forma arredondada;

• A bacia com o coeficiente de forma α entre 1,5 e 3,0 está numa faixa intermediária, não
é considerada nem arredondada nem de forma alongada;
• A bacia cujo coeficiente de forma α é superior a 3,0 possuiu a forma muito alongada.
Logo: o T’2 é determinado em função da declividade do Talvegue, do coeficiente de forma da
bacia hidrográfica e da área da bacia em hectares.

4,0 km² < BACIAS COM ÁREA ≤ 10,0 km² - COM COEFICIENTE DE RETARDO.
Para bacias com área > 4,0 km² ≤ 10,0 km², adotou-se o método de Kirpich, com cálculo do tempo
de concentração pela fórmula a seguir:

Tc = (0,294 * L / Ѵi)^0,77
Onde:
Tc = Tempo de concentração, em h;
L = Extensão do talvegue principal, em Km;
i = Declividade efetiva do talvegue em %.

L = Comprimento total do talvegue em Km;


L1, L2,....Ln = Comprimentos parciais do Talvegue em Km;
i1, i2,........in = Declividades Parciais em mm/m

Coeficiente de deflúvio – 4,0 km² < BACIAS COM ÁREA ≤ 10,0 km²

Observa-se que o quadro para determinação do coeficiente de deflúvio Burkli – Ziegler, não
representa a realidade da nossa região, caracterizado por um clima tropical e para os locais onde estão
sendo dimensionadas as obras de arte correntes, bueioros tubulares metálicos corrugados, por se
tratar esta região de reserva indígena com praticamente 100% de cobertura vegetal, composta por
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floresta de árvores de grande porte. Os resultados de vazão calculada nao traduzem a realidade do
que se constata “in loco”, dos cursos d’águas alvo do projeto.
Por prudência e por recomendação do próprio autor da apostila de drenagem, a tabela que
mais se adequa para determinação do coeficiente de deflúvio para as bacias com área > de 4,0 km² e
≤ de 10,0 Km², é o quadro 7.1.2 • Eng. Baptista Gariglio e José Paulo Ferrari , onde se contempla
uma abrangência mais representativa das características da area de projeto.

quadro 7.1.2

Tempo de Recorrência:
Para o dimensionamento das obras de arte correntes foi considerado um tempo de recorrência de 10
anos, conforme manual do Dnit – Drenagem de Grota, tubulação comportando-se como canal.
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OS SISTEMAS PROPOSTOS:
O comportamento hidráulico do bueiro foi avaliado pela expressão proposta pelo Método
Racional para areas ≤ 4,0 km² e área > 4,0 km² ≤ 10,0 km², com coeficiente de retardo onde a
capacidade de escoamento e a velocidade da água são funções da seção transversal adotada, do tipo
de material das paredes do Bueiro e da declividade longitudinal.
Introduzindo-se os dados obtidos nas planilhas de cálculo de dimensionamento
determinou-se a vazão de projeto e consequentemente o dimensionamento do bueiro.
Está sendo apresentado também um quadro resumo da s informações climatológicas
da região onde se localiza a capital do estado de Rondônia, Porto Velho, e com os elementos
de cálculo para definição da equação das chuvas intensas, para a cidade de Porto Velho e região.

DIMENSIONAMENTO HIDRÁULICO:
Para determinação do diâmetro do bueiro, toma-se a vazão calculada a partir dos dados
da bacia hidrográfica e determina-se o diâmetro do bueiro para cuja vazão seja igual ou
imediatamente superior a vazão crítica, velocidade crítica e declividade crítica, cujos dados
encontram-se na Tabela 9 – Vazão, velocidade e declividade crítica para bueiros circulares metálicos
corrugados trabalhando como canal.

CÁLCULOS:
1.1. GENERALIDADES:
Os cursos d’águas aqui trabalhados, são responsáveis pela captação de águas pluviais de
diversos trechos distintos, drenando micro bacias hidrográficas, na área de terras indígenas do
Igarapé Lourdes.

1.2. METODOLOGIA DE CÁLCULO:


As bacias hidrográficas contempladas neste estudo hidrológico, serão
dimensionadas pelo metodo racional para bacias com áreas ≤ 4,0 Km² e Método Racional com
coeficiente de retardo para as bacias com área > 4,0 km² ≤ 10,0 km².

BACIAS COM ÁREA ≤ 4,0 km²


Método de R. Peltier / J.L. Bonnenfant

1.3.- CARACTERÍSTICAS DA BACIAS


Área da bacia (A) = hectares
Comprimento do talvegue ( L ) = Km
Desnível (H) = m
Declividade do Talvegue (i) = mm/m

1.4 - TEMPO DE CONCENTRAÇÃO - Tc


Pela Método de R. Peltier / J.L. Bonnenfant
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1.5 - CÁLCULO DA VAZÃO – Q


1.5.1 – Cálculo da intensidade da chuva
Do gráfico de chuvas intensas do posto de Porto Velho, Estado de Rondônia; para um tempo de
concentração Tc= em minutos e para um tempo de recorrência de 10 anos conforme manual do Dnit
– Drenagem de Grota, tubulação comportando-se como canal; chegamos a uma precipitação P= em
mm.

Intensidade da chuva
I = Pmm / (Tc X 60)

1.5.2 – Área da bacia hidrográfica corrigida - Ac


A = m²
C = 0,20 a 0,45 (coeficiente de escoamento superficial – run-off ) - Área com cobertura
florestal, conforme tabelas

Área corrigida - Ac
Ac = A(m²) x C (coeficiente de deflúvio)

1.5.3 – Cálculo da vazão Q


Q = Ac X I(intensidade da chuva)
Q = m³/seg

4,0 km² < BACIAS COM ÁREA ≤ 10,0 km² - COM COEFICIENTE
DE RETARDO

1.1 - CARACTERÍSTICAS DA BACIAS


Área da bacia (A) = Km²
Comprimento do talvegue ( L ) = Km
Desnível (H) = m
Declividade do Talvegue (i) = mm/m

1.2 - TEMPO DE CONCENTRAÇÃO - Tc


Pelo método de Kirpich
Tc = (0,294 * L / Ѵi)^0,77

1.3 - CÁLCULO DA VAZÃO – Q


1.3.1 – Cálculo da intensidade da chuva
Do gráfico de chuvas intensas do posto de Porto Velho, Estado de Rondônia; para um tempo de
concentração Tc= em minutos e para um tempo de recorrência de 10 anos conforme manual do Dnit
– Drenagem de Grota, tubulação comportando-se como canal; chegamos a uma precipitação P= em
mm.
Intensidade da chuva
I = Pmm / (Tc X 60)
1.3.2 – Área da bacia hidrográfica corrigida - Ac
A = m²
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C = 0,20 a 0,45 (coeficiente de escoamento superficial – run-off ) - Área com cobertura


florestal, conforme tabelas

Área corrigida - Ac
Ac = A(m²) x C (coeficiente de deflúvio)

1.3.3 – Cálculo da vazão Q

Q = m³/seg
A = Km²
I = mm/h
C = Coeficiente de deflúvio de Burkli - Ziegler
Ø = Coeficiente de retardo

1.4 – VELOCIDADE DE ESCOAMENTO DENTRO DO TUBO – V


1.4.1 – Considerando o tipo de material da parede do tubo, a declividade crítica de assentamento do
tubo:
Velocidade de escoamento ≤ velocidade crítica, neste caso tubos metálicos corrugados, com
variação de velocidade em função dos diâmetros.3

1.5 – CÁLCULO DA SEÇÃO – S


S = Q/V
S = m²

1.6 – CONSIDERANDO O ESCOAMENTO EM TUBOS, COMO CANAL.


Seção efetiva de escoamento = 77% da seção do tubo, que corresponde a área
molhada.

Ji-Paraná, 31 de janeiro de 2024

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