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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CÂMPUS APUCARANA

OBRAS HIDRÁULICAS

RONE CLEISON SOUZA DE OLIVEIRA

VICTOR MURATA OSHIRO

DIMENSIONAMENTO DE CANAL LIVRE

CANALIZAÇÃO DO CÓRREGO COTEGIPE

APUCARANA-PR

2019
RONE CLEISON SOUZA DE OLIVEIRA

VICTOR MURATA OSHIRO

DIMENSIONAMENTO DE CANAL LIVRE

CANALIZAÇÃO DO CÓRREGO COTEGIPE

Trabalho apresentado como requisito


parcial para a obtenção da aprovação na
disciplina de Obras Hidráulicas, no Curso
de Engenharia Civil, na Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus
Apucarana.

Profª. Dra. Andrea Sartori Jabur.

APUCARANA-PR

2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4

1.1 OBJETIVO ...................................................................................................................... 5

2. DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................... 6

2.1 MORFOMETRIA DA BACIA HIDROGRÁFICA ........................................................ 7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 13

ANEXO 01 ............................................................................................................................... 14

ANEXO 02................................................................................................................................15

ANEXO 03................................................................................................................................16
1. INTRODUÇÃO

O município de Apucarana encontra-se no centro-norte do estado do Paraná, distando


365 quilômetros da capital do estado (Curitiba), o seu território totaliza área de 555.395 m². A
cidade foi planejada em 1934 pela Companhia de Terras Norte do Paraná, com a intenção de
ser uma região com grande escoamento e pólo intermediário da produção agrícola atendendo
então centros maiores (Londrina e Maringá), porém, somente em 1944 a mesma foi
emancipada.

Em 2018, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou uma


população de 133.726 pessoas residentes no município de Apucarana e o índice de crescimento
populacional urbano é de 1,15% ao ano.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente de Apucarana (2017), a cidade sofre


influência de três bacias hidrográficas importantes do estado, sendo elas a Bacia Hidrográfica
do rio Pirapó, na parte noroeste do município, a Bacia Hidrográfica do rio Tibagi, localizado na
parte leste e a Bacia Hidrográfica do rio Ivaí, na parte sul como pode ser observado na Figura
01. Essas correspondem toda à área de drenagem dos os córregos e rios que cercam a região e
os quais afluem para essas principais bacias citadas anteriormente. Sendo que, a Bacia do rio
Pirapó é mais relevante dentre elas por se tratar de um rio que abastece municípios vizinhos,
por exemplo Maringá, além de atividades agropecuárias e turísticas da região. Vale ressaltar
que a sub-bacia delimitada pelos autores pertence a Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí.

Figura 01. As três bacias que influenciam o município de Apucarana.

Fonte: Prefeitura Municipal de Apucarana, 2019.


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A Imagem 01 mostra uma vista aérea do município de Apucarana.

Imagem 01. Vista aérea do município de Apucarana.

Fonte: TNOline, 2019.

1.1 OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo o projeto da canalização do Córrego Cotegipe,


de acordo com a área da sub-bacia hidrográfica delimitada pelo os autores do mesmo. Para a
realização deste projeto, foram utilizados, além das referências bibliográficas citadas ao final
deste memorial, softwares que auxiliariam na elaboração:

- ARCHICAD versão 22, para a renderização da canalização;

- Google Earth Pro, mapa do município e informações planialtimétricas;

- SisCCoH 1.0, para o dimensionamento da canalização.

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2. DESENVOLVIMENTO

O Córrego Cotegipe ainda não possui um leito bem definido, com isso, conforme for
a intensidade da chuva pode provocar enchentes e/ou até mesmo levar doenças para a região do
mesmo. Porém, não foram encontrados dados sobre alagamentos nesse local. Com a
canalização evitará de ocorrer tais desastres, pois o mesmo será bem definido pelo seu traçado
e geometria, conforme o projeto.

A delimitação para a sub-bacia hidrográfica do córrego Cotegipe foi feita pelos autores
e o levantamento de informações planialtimétricas da mesma ocorreu através do uso do
software Google Earth Pro com o auxílio da carta cartográfica de Apucarana fornecidas pelo
Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná (ITCG), o qual segue em anexo, para
melhor visualização das curvas de nível existentes na área de projeto.

Ao final deste memorial encontram-se em anexos, além da Carta Cartográfica de


Apucarana, a planta baixa definindo o traçado da canalização do córrego e os cortes (vista
lateral e superior) do canal.

A Imagem 02 apresenta a área delimitada, através do delineamento em cor preta, da


bacia hidrográfica do manancial córrego Cotegipe.

Imagem 02. Bacia Hidrográfica do Córrego Cotegipe.

Fonte: Autores, 2019.


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2.1 MORFOMETRIA DA BACIA HIDROGRÁFICA

A Bacia Hidrográfica pode ser definida, segundo PENA (2019), como a área ou região
de drenagem de um rio principal e seus afluentes, ou seja, é a porção do espaço em que as águas
das chuvas, das montanhas, subterrâneas ou de outros rios escoam em direção a um determinado
curso d’água, abastecendo-o.

Diante dessa definição, para os cálculos da canalização do córrego foi considerado os


seguintes procedimentos:

(i) DEFINIÇÃO DO TRECHO DE CANAL;


(ii) LOCAÇÃO DO EIXO DO CANAL;
(iii) ORDEM DO RIO (MÉTODO STRAHLER);
(iv) FATOR DE FORMA;
(v) TEMPO DE CONCENTRAÇÃO;
(vi) CÁLCULO DA INTENSIDADE MÁXIMA DAS CHUVA;
(vii) COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (RUN-OFF);
(viii) CÁLCULO DA VAZÃO MÁXIMA NO CANAL;
(ix) DECLIVIDADE MÉDIA DO CANAL;
(x) DIMENSIONAMENTO DA CANALIZAÇÃO.

(i) DEFINIÇÃO DO TRECHO DE CANAL

O trecho de canal a ser otimizado, uma vez que já existe o leito natural do escoamento
das águas de nascente e chuva, foi determinada levando em conta a disponibilidade de recursos
e as condições de urbanização na área delimitada da bacia a ser drenada, que vai ocorrer ao
longo de 1.600 metros de comprimento axial.

(ii) LOCAÇÃO DO EIXO DO CANAL

Para a locação do eixo do canal a ser implantado foi definido através de uma poligonal
com caminhamento retilíneo e procurando sempre acompanhar o leito natural do talvegue, no
entanto otimizando o seu traçado sinuoso.

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(iii) ORDEM DO RIO (MÉTODO STRAHLER)

A classificação da ordem dos rios reflete o grau de ramificação ou bifurcação dentro


de uma bacia. Os cursores d´água possuem seus tributários, que por sua vez possuem outros até
que se chegue aos minúsculos cursos de água da extremidade. Logo, as correntes formadoras,
ou seja, canais que não possuem tributários são considerados canal de primeira ordem, dessa
forma quando dois canais de primeira ordem se unem formam-se um segmento de segunda
ordem e assim em diante.

A ordem da bacia da canalização do manancial córrego Cotegipe é 1, conforme é


mostrada na Figura 02.

Figura 02. Ordem dos Rios (Método Strahler).

Fonte: Autores, 2019.

(iv) FATOR DE FORMA

O fator de forma é obtido através da razão da área de contribuição pelo comprimento


axial elevado ao quadrado. Mede-se o comprimento axial da bacia (L) quando se segue o curso
d’água mais longo desde a foz até a cabeceira mais distante.

A
Kf =
Lx ²

Onde A é dado em km2 e L é km.

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A área (A) delimitada da bacia hidrográfica foi de 1,250 km² e o comprimento axial
encontrado (L) foi de 1,609 km. Com isso, determinou-se que o fator de forma é de 0,483.
Como o valor obtido é menor do que 0,5; a bacia não é sujeita a enchentes.

(v) TEMPO DE CONCENTRAÇÃO

Antes de determinar a precipitação do município de Apucarana, deve-se encontrar o


tempo de concentração mínimo (tc) pelo método de Kirpich:

0,385
Lx2
Tc = 57*( )
S

Onde, tempo de concentração mínimo (tc) resulta em minutos, comprimento axial (Lx)
é dado em quilometro e a declividade (S) é dado em metro/quilometro.

O ponto mais alto observado foi de 852 metros e o mais baixo de 727 metros. Além
disso, como o Lx equivale a 1.609 metros, obtemos um S de 77,688. Então, substituindo o valor
do S encontrado na equação anterior, encontramos o tempo de concentração que foi de
aproximadamente 15,39 minutos.

(vi) CÁLCULO DA INTENSIDADE MÁXIMA DAS CHUVA

A partir desse resultado pode-se utilizar a equação da chuva do município de


Apucarana:

1301,07*Tr0,177
i=
(tc+15)0,836

Onde, precipitação calculada (i) é resultado em milímetro/minuto, tempo de retorno


(Tr) é dado em ano e o tempo de concentração mínimo (tc) é dado em minuto.

A precipitação obtida, adotando um tempo de retorno (Tr) de 10 anos e o tempo de


concentração de 15,39 minutos, foi de 112,65 mm/min.

(vii) COEFICIENTE DE ESCOAMENTO (RUN-OFF)

O coeficiente de escoamento (c) é definido pela Tabela 01, onde cada tipo de solo é
empregado um valor que influencia na sua determinada área.
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Tabela 01. Valores de c.
ZONAS VALORES DE C
Edificação muito densa. 0,70 a 0,95
Edificação não muito densa. 0,60 a 0,70
Edificação com pouca superfície livre. 0,50 a 0,60
Edificação com muita superfície livre. 0,25 a 0,50
Subúrbios com alguma edificação. 0,10 a 0,25
Matas, parques e campos de esporte. 0,05 a 0,20
Fonte: Wilken (1978).

Dividiu-se a superfície da bacia em três segmentos, da seguinte maneira como mostra


a Figura 03.

Figura 03. Segmentos da Bacia

Fonte: Autores, 2019.

Em verde está representado a área com Matas (adotou-se um coeficiente de 0,1), em


azul está representado a área com Edificações não muito densa (adotou-se um coeficiente de
0,6) e em vermelho está representado a área com Edificação com muita superfície livre (adotou-
se um coeficiente de 0,5). A Tabela 02 apresenta os dados em resumo.

Tabela 02. Relações dos segmentos da Bacia.


SEGMENTO Coeficiente c Área (km²)
Verde 0,1 0,910
Azul 0,6 0,250
Vermelho 0,5 0,093
Fonte: Autores, 2019.
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Por fim, a contribuição final do coeficiente c para o Método Racional, sendo que a área
da bacia é de 1,25 km², logo:

c1 *A1 +c2 *A2 +c3 *A3


c=
A

Substituindo os valores já obtidos, resultou-se em uma contribuição de 0,23.

(viii) CÁLCULO DA VAZÃO MÁXIMA NO CANAL

Visto que a área de influência da bacia em questão é menor que 2 km², utilizou-se o
Método Racional para se calcular a vazão:

Q = 0,278*c*i*A

Sendo a vazão (Q) obtida em m³/s, coeficiente de escoamento (c) adimensional, taxa
de precipitação (i) dada em mm/min e a área de influência (A) dada em km².

Retomando os valores calculados anteriormente, obteve-se a vazão aproximadamente


9 m³/s.

(ix) DECLIVIDADE MÉDIA DO CANAL

A velocidade de escoamento da água de um rio depende da declividade dos canais


fluviais, logo, quanto maior for a declividade maior será a velocidade de escoamento. Então,
para uma análise eficiente e adequado, vamos considerar que o valor aproximado da declividade
de um curso de água entre dois pontos pode ser obtido pelo quociente entre a diferença de suas
cotas extremas e sua extensão horizontal.

A declividade do leito natural de córrego, conforme os dados apresentados


anteriormente e com o auxílio do software Google Earth Pro, temos um desnível total de 125
metros em 1.609 metros de canal, o que nos dá uma declividade média de 0,0777 m/m
(125/1.609).

(x) DIMENSIONAMENTO DA CANALIZAÇÃO

Para o dimensionamento do canal livre utilizou-se o software SisCCoH 1.0 com as


seguintes programações:
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• Escoamento Livre
• Máxima Eficiência
• Seção Retangular
• Material: Gabião (coeficiente de Manning de 0,035)
• Declividade: 0,0777 m/m

E obteve-se os seguintes resultados:

Imagem 03. Parâmetros Hidráulicos.

Fonte: SisCCoH 1.0, 2019.

Já que a velocidade do fluído não ultrapassou 5,0m/s essas dimensões estão aceitáveis.
Em sequência, analisou-se os modelos disponíveis no mercado de gabiões.

Tabela 03. Catálogo gabiões Comep Telas.


MODELO COMPRIMENTO LARGURA ALTURA
Colchão ou Manta 6,00m 2,00m 0,30m
Fonte: Comep Telas.

Escolhendo gabião do tipo colchão do catálogo da marca Comep Telas, as dimensões


do fluxo do canal resultaram:

• Largura: 2,00m
• Altura: 1,70m

Observação: Altura do canal foi acrescida 40cm como recomendação para melhor
aproveitamento e conservação.

A planta baixa, planta de situação, cortes e visão lateral do Canal Livre encontra-se em
Anexo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Apostila de Bacias Hidrográficas, Prof. Dr Rubem La Laina Porto, Prof. Dr Kamel


Zahed Filho, Prof. Ricardo Martis da Silva. Escola Politécnica USP, Departamento de
Engenharia Hidráulica e Sanitária. 1999.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Apucarana. Disponível em:


<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/apucarana>. Acesso em 05 de abril de 2019.

ITCG, Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná. “Cartas Topográficas”. Disponível


em: <http://www.itcg.pr.gov.br/modules/faq/category.php?categoryid=8#>. Acesso em 29 de
março de 2019.

PENA, Rodolfo F. Alves. "O que é Bacia Hidrográfica?"; Brasil Escola. Disponível em
<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-bacia-hidrografica.htm>. Acesso
em 06 de abril de 2019.

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE, Prefeitura Municipal de Apucarana. Plano Municipal


de Saneamento Básico – Caderno I Diagnóstico. Disponível
<http://www.apucarana.pr.gov.br/site/wp-
content/uploads/pdf/PMSB_Apucarana_DIAGNOSTICO-2017.pdf>. Acesso em 06 de abril de
2019.

TNOLINE, Tribuna do Norte Online. Cidades do interior do PR representam 65% do


consumo no estado. Disponível em:
<https://tnonline.uol.com.br/noticias/regiao/32,374236,27,05,cidades-do-interior-do-pr-
representam-65-do-consumo-no-estado.shtml>. Acesso em 06 de abril de 2019.

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ANEXO 01

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