Você está na página 1de 7

1.

Área

Área de uma bacia hidrográfica, se trata da região de superfície plana (projeção horizontal)
delimitada pelos seus limites topográficos. A delimitação da área de uma bacia é fundamental
para a determinação de outros atributos físicos associados. A mensuração dessa área pode ser
realizada por meio de abordagens numéricas integradas (Sistemas de Informação Geográfica -
SIG) ou através de métodos manuais (como planímetro, contagem e pesagem). As informações
sobre a área da bacia de Goiana também estão disponibilizadas no site da APAC, mas para o
presente trabalho foi utilizado o programa Qgis para fazer a coleta deste dado. Com isto, a área
obtida para a bacia hidrográfica de Goiana foi de 2850,865 Km² e o seu perímetro 358,552 Km.

2. Solo

Podemos observar o mapa pedológico, com predominância da variedade de Argissolo e na


figura podemos observar os outros tipos de solo presentes na bacia.

O coeficiente de rugosidade é um parâmetro fundamental que orienta a avaliação do potencial


de uso das terras rurais em bacias hidrográficas. Ele desempenha um papel importante na
determinação das capacidades de uso do solo, abrangendo atividades como agricultura,
pecuária, silvicultura, reflorestamento e áreas de preservação permanente. O valor calculado
para o coeficiente de rugosidade da bacia de Goiana é de 3,66, o que indica que a área em
questão apresenta aptidão para atividades agrícolas, demonstrando sua viabilidade para a
prática da agricultura, de acordo com a tabela

Classificação determinada pelo coeficiente de rugosidade para uso dos solos, de acordo com
ROCHA & KURTZ (2001)
3. Forma

As bacias hidrográficas exibem uma diversidade de formas, as quais são estabelecidas pela
geologia do terreno e pelo clima predominante na região. Essa variabilidade tem um impacto
significativo no padrão de escoamento que ocorre dentro delas.

WILSON (1969)

Para caracterizar a bacia são utilizados dois índices: Coeficiente de compacidade (Kc) e Fator de
forma (Ff). Com essas informações podemos dizer se na bacia terá maior ou menor propensão
a enchentes. No caso da bacia de Goiana para calcular estes dois índices utilizamos as
formulas:

Onde, P é o perímetro da bacia (Km) e A é a área da bacia (Km²).

1,00 – 1,25 = alta propensão a enchentes

1,25 – 1,50 = media propensão a enchentes

> 1,50 = bacia não sujeita a grandes enchentes

A bacia de Goiana teve como resultado o Kc = 1,880, logo ela se enquadra em uma bacia que
não está propensa a acontecer grandes enchentes.

O fator de forma (Ff) é a relação entre a área da bacia e o quadrado de seu comprimento axial,
o comprimento axial pode se dá pelo comprimento total do rio principal da bacia e também
tanto pelo ponto mais alto (nascente) ao mais baixo (foz) trançando uma reta ou ainda
traçando retas no percurso do rio principal desconsiderando os meandros. Para o relatório
utilizamos o comprimento do rio principal, logo o comprimento axial = 126,128 Km.

Onde, A é a área da bacia e L o comprimento axial. Pode se resumir da


seguinte forma:

1,00 – 0,75 = sujeito a enchentes

0,75 – 0,50 = tendência mediana a enchentes

< 0,50 = pouca tendência a enchentes


O resultado do fator de forma da bacia de Goiana foi de Ff = 0,18, logo a bacia se enquadra em
pouca tendência a enchentes, e quanto mais próximo de 1 mais arredondada é a abacia e
quanto mais distante mais alongada, neste caso está distante.

4. Drenagem

A rede de drenagem geralmente é caracterizada utilizando-se dois parâmetros: Densidade de


drenagem e Ordem da bacia. A densidade de drenagem é um fator importante na indicação do
grau de desenvolvimento do sistema de drenagem de uma bacia, esses valores podem variar
de 0,5 km/km² em bacias com drenagem pobre a 3,5 km/km², ou mais, em bacias bem
drenadas (VILLELA; MATTOS, 1975). Esses valores ajudam substancialmente o planejamento do
manejo da bacia hidrográfica (BARIANI; BARIANI, 2016). A formula da densidade de drenagem
é dada por:

Onde, L é o comprimento dotal dos cursos d’água e A é a área de drenagem

Bacias com drenagem pobre → Dd < 0,5 km/km2

Bacias com drenagem regular → 0,5 ≤ Dd < 1,5 km/km 2

Bacias com drenagem boa → 1,5 ≤ Dd < 2,5 km/km 2

Bacias com drenagem muito boa → 2,5 ≤ Dd < 3,5 km/km 2

Bacias excepcionalmente bem drenadas → Dd ≥ 3,5 km/km 2

A densidade de drenagem da bacia de Goiana é de Dd = 0,25, o que quer dizer que é uma bacia
com uma drenagem pobre.

Ordem da BACIA

De acordo com a classificação de Strahler (1957), a bacia possui ramificação de 4ª ordem como
mostra a figura.
5. Relevo

Foram elaborados diversos parâmetros com o intuito de representar as variações do terreno


em uma bacia hidrográfica. Entre os mais usuais, destacam-se: a declividade média da bacia, a
elevação média da bacia e a declividade do curso d'água principal. Para representar o relevo
temos o mapa digital de elevação (MDE) e o mapa de curvas de nível, as curvas foram
elaboradas com uma equidistância de 50 metros, para facilitar a visualização frente a extensão
da bacia.

Os autores (2023)

Os autores (2023)

A declividade da bacia (I(%)) possui uma significativa ligação com os processos de infiltração e
escoamento superficial. À medida que a declividade aumenta, tem uma maior variação das
vazões instantâneas.
Onde, D equidistância entre as curvas de nível (m), CN
comprimento total das curvas de nível (m) e A área da bacia (m²).

Mapa de declividade

A declividade média da bacia de Goiana foi de 15,91%, classificada assim como relevo
ondulado, com base na tabela da EMBRAPA, isso resulta em um aumento no escoamento,
levando a uma maior suscetibilidade à erosão.

Classificação da declividade segundo EMBRAPA (2009)

A variação da elevação média de uma bacia é importante pela influência que exercem sobre a
precipitação, sobre as perdas de água por evaporação e transpiração e, consequentemente,
sobre o deflúvio médio. O calculo de elevação média se dá pela fórmula:

Onde, ei é a elevação média entre duas curvas de nível (m) e ai área


entre as duas curvas de nível (km 2).

Elevação média da bacia de Goiana é de 185,525 m.

A declividade do rio principal pode se dar por três métodos diferentes, o método dos
extremos, método da compensação de área e o método das médias harmônicas. O método
utilizado neste trabalho foi o método dos extremos, é baseado na fórmula de "elevação sobre
distância" para calcular a inclinação de uma linha reta. É o método menos preciso, mas ainda
muito utilizado para calcular de forma rápida. Obteve-se um valor de declividade de
0,003567983 m/m. Podemos observar o percurso do rio principal na imagem e o seu gráfico de
declividade.

Os autores (2023)

Declividade do rio principal


600

500

400
Cotas (m)

300

200

100

0
0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000
Comprimento (m)

Os autores (2023)

Tempo de concentração trata-se do intervalo de tempo necessário para que toda a área da
bacia de estudo contribua com o escoamento superficial em análise. Representa o tempo que
uma gota de água levaria para percorrer a distância desde o ponto mais afastado da bacia
hidrográfica até atingir o ponto mais distante. É dado pela fórmula de Kirpich:
0 , 385
 L2 
t c  57 
I 
 eq  Em que Tc – tempo de concentração (min), Ieq – declividade
equivalente em m/km; L – comprimento do curso d´água em km.

A bacia de Goiana tem um tempo de concentração de 1448,10544 minutos, ou seja,


24,13 horas.

Você também pode gostar