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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS - CIAMB


DISCIPLINA: MONITORAMENTO E CONSERVAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
PROFESSOR: KLÉBBER FORMIGA
ACADÊMICO: BRUNNO C. MESQUITA

ESTUDO HIDROMORFOLÓGICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO


CAVEIRINHA - GOIÂNIA/GO

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho se insere na temática de estudos hidrológicos para


bacias hidrográficas, sendo que foi proposto como exercício de fixação o estudo e
caracterização da bacia hidrográfica da pesquisa do acadêmico. No caso, a área de
estudo deste trabalho é a bacia hidrográfica do córrego Caveirinha, em Goiânia.
Para tanto, o roteiro de atividades proposto foi o seguinte: Delimitar uma bacia;
calcular a área, comprimento da bacia, comprimento do rio principal, desnível do rio
principal, perímetro, índice de compacidade, fator de forma, índice de alongamento,
índice de circuncidade/circularidade e excentricidade; Determinar as ordens dos
trechos dos cursos d’água por Strahler e Gravelius (Hack) e Calcular as razões
médias de bifurcação e comprimento para cada bacia; Calcular a declividade média,
5-95 e 15-85; Determinar o perfil do rio principal; Pesquisar no documento: Manual
de Hidrologia do DNIT 5 equações tem tempo de concentração compatíveis com as
bacias deste trabalho e calcular o tempo de concentração médio; a Precipitação
média da bacia (Polígonos de Thiessen) e Evapotranspiração real e potencial
(INMET) média mensal da série histórica.
Como apoio para o desenvolvimento deste estudo serviram os slides da
apresentação das aulas, videos e tutoriais de hidrologia, artigos a respeito de
caracterização morfológica e física de bacias hidrográficas e dados de vetores e
raster da respectiva área, assim como o auxílio de software de geoprocessamento.
Os métodos serão descritos item por item.

1. Delimitar uma bacia


Para delimitação da área foi utilizada a imagem MDE Alos Palsar 12,5 m de
resolução espacial, com a extração das curvas de nível e posteriormente a
delimitação manual da bacia hidrográfica. O vetor da hidrografia da área foi a
disponibilizada pela Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação - SEPLAHM,
por meio da diretoria de Geoprocessamento.

2. Calcular:
Os dados de área, comprimento, desnível, declividade e perímetro foram
calculados através de software de geoprocessamento, utilizando os produtos já
citados. Os índices foram calculados utilizando-se dos dados de área e aplicando-se
as fórmulas, presente nos slides e de artigos de caracterização de bacias e
chegamos aos seguintes resultado.

a. Área​ = 52,58 km²


b. Comprimento da Bacia​ = 12,626 km
c. Comprimento do Rio Principal (Rio com maior comprimento)​ = 14,113
km
d. Desnível do Rio Principal​ = 217 m
e. Declividade do Rio Principal​ = 15,37 m por km
f. Perímetro​ = 38,20 km
g. Índice de Compacidade​ = K c = 0.28 P /√ A = 1.47
h. Fator de Forma​ = K f = A/Lx² = 0,26
i. Índice de Alongamento​ = Re = DCirc / L = 0,89
j. Índice de Circuncidade/circularidade​ = I c = 12.57 * A /P ² = 0,50
k. Excentricidade​ = = √L² − W ²/W = 0,74

3. Determinar as ordens dos trechos dos cursos d’água por Strhaler e


Gravelius (Hack) e Calcular as razões médias de bifurcação e comprimento
para cada bacia.
Para identificar a ordem das bacias, foi utilizado o método de Strahler (1957)
e de Gravelius (1914). Para o cálculo das médias de bifurcação foi utilizado a
proposta de Horton (1945), que é o resultado da divisão do número de canais de
uma dada ordem pelo número de canais da ordem imediatamente superior. É dada
pela fórmula:
Rb = N u/N u + 1 , onde:
Nu = número de segmentos de determinada ordem;
Nu+1 = número de segmentos da ordem imediatamente superior.
O comprimento de bacia foi obtido pela ferramenta “régua” do software de
geoprocessamento. Encontramos os seguintes valores.

Curso d’água Ordem Strhaler Ordem Hack Razão média de Comprimento da


bifurcação bacia (Km)

Córrego Caveirinha 3ª 1ª 1 12,62

Córrego Fundo 2ª 2ª 0,5 4,46

Córrego do Meio 1ª 2ª 0,7 3,10


Ribeirão Brejinho 1ª 2ª 0,7 1,18

4. Calcular a declividade média, 5-95 e 15-85.


Para o cálculo da declividade média foi utilizado o método dos extremos,
dividindo-se a diferença total de elevação do leito pela extensão horizontal do curso
d’água entre esses dois pontos. Para a 5-95 e 15-85, foi utilizado o método dos
extremos, porém descartando-se 5% e 15%, respectivamente, dos trechos inicial e
final do curso d’água. Obtivemos os seguintes valores.

Curso d’água Declividade média (%) Declividade 5-95 Declividade 15-85

Córrego Caveirinha 1,0 0,94 0,8

Córrego Fundo 1,03 1,0 0,9

Córrego do Meio 2,6 2,5 2,2

Ribeirão Brejinho 4,58 4,3 3,9

5. Determinar o perfil do rio principal


Para a delimitação do perfil do rio principal, o córrego Caveirinha, utilizamos a
ferramenta “profile tool”, que delimita graficamente o perfil topográfico através de
dados de um MDE da Alos Palsar, já citado.

​ ​Perfil de declividade do córrego Caveirinha


6. Pesquisar no documento: Manual de Hidrologia do DNIT 5 equações de
tempo de concentração compatíveis com as bacias deste trabalho e calcular o
tempo de concentração médio.
No manual de Hidrologia do DNIT, foram levantadas as seguintes fórmulas,
compatíveis com o tamanho da bacia em estudo:

Fórmula de DNOS: T c = 10/K x A⁰′³x L⁰′²/I⁰′⁴


Onde Tc= tempo de concentração em minutos
A= Área da bacia em hectares
L= comprimento do curso d’água em metros
I= declividade em porcentagem
K= depende das características da bacia em relação à absorção.

Fórmula de Kirpich Modificada: T c = 1, 42(L³/H)⁰′³⁸⁵


Onde Tc= tempo de concentração em horas
L= comprimento do curso d’água em km
H= desnível máximo em metros

Fórmula de George Ribeiro: T c = 16L/(1, 05 − 0, 2p)(100xI)⁰′⁰⁴


Onde Tc= tempo de concentração em minutos
L= comprimento do curso d’água em km
I= declividade em m/m
pr= parâmetro dado pela bacia coberta de vegetação

Fórmula de Pasini: T c = 0, 107∛AxL/√I


Onde Tc= tempo de concentração em horas
A= área da bacia em km²
L= comprimento do curso d’água em km
I= declividade em m/m

Fórmula de Ventura: T c = 0, 127√A/I


Onde Tc= tempo de concentração em horas
A= área da bacia em km²
I= declividade em m/m

Aplicamos em nossa bacia a fórmula de Ventura e encontramos o resultado de Tc


de 7,5 h.

7. Precipitação média da bacia (Polígonos de Thiessen)

A precipitação média de uma bacia é um dado importante para estimar a


quantidade de água que essa bacia receberá. Para tanto, fazemos uso de estações
pluviométricas que registram a precipitação em determinado ponto. Um dos
métodos mais utilizados para calcular a precipitação média em uma bacia
hidrográfica é o de Thiessen (1911), que aplica a teoria do diagrama de Voronoi. Tal
método gera uma média ponderada que corresponde as alturas geradas nos
pluviômetros, que é diretamente proporcional à área de influência da bacia . Este
método é mais indicado para áreas de relevo levemente acidentadas, a localização
dos pluviômetros são semelhantes e a distância entre eles não muito grande.
Para a bacia do córrego Caveirinha não foi possível levantar dados
pluviométricos tendo em vista a falta de estações.

8. Evapotranspiração real e potencial (INMET) média mensal da série


histórica
Os dados de evapotranspiração real e potencial foram obtidos no site do
INMET, consultados por média mensal histórica para o ano de 2018, conforme
tabela abaixo.

BDMEP - INMET
Estação : GOIANIA - GO (OMM: 83423)
Latitude (graus) : -16.66
Longitude (graus) : -49.25
Altitude (metros): 741.48
Periodo solicitado dos dados: 01/01/2018 a 31/12/2018
Data EvapoBHPotencial EvapoBHReal

31/01/2018 132.446022 132.446022

28/02/2018 111.348044 111.348044

31/03/2018 127.019935 127.019935

30/04/2018 95.222338 95.222338

31/05/2018 94.987753 69.00737

30/06/2018 89.244537 26.029962

31/07/2018 89.477496 10.680463

31/08/2018 117.377391 33.040864

30/09/2018 137.422988 33.981553

31/10/2018 141.60356 141.60356

30/11/2018 116.217892 116.217892

31/12/2018 136.338663 136.338663

CONCLUSÃO

Com este levantamento das características físicas da bacia do córrego


Caveirinha podemos entender um pouco mais da dinâmica predominante na bacia,
especialmente quanto à possibilidade de inundações. A área tem 52,58 km² e seu
curso principal uma extensão de 14,11 km e gradiente altimétrico de 217. Com
índice de compacidade (kc) de 1,47 e fator de forma (kf) de 0,26 podemos afirmar
que é uma bacia pouco sujeita a inundação. Pela caracterização das ordens dos
canais, sendo que o principal, córrego Caveirinha é de 3ª ordem, com poucos
afluentes, podemos afirmar que é uma área mal drenada. O que pela declividade
relativamente acentuada tem um bom escoamento das águas pela extensão total do
córrego.
REFERÊNCIAS CONSULTADAS

BORSATO, F; MARTONI, A. Estudo da fisiografia das bacias hidrográficas urbanas


no Município de Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientiarum. Human and Social
Sciences. Maringá, v. 26, n. 2, p. 273-285, 2004.
DNIT. Manual de Hidrologia básica para estruturas de drenagem. Ministério dos
Transportes, Departamento Nacional de infraestrutura de Transportes. Rio de
Janeiro, 2005
ROMERO, V. et al. Estudo Hidromorfológico de Bacia Hidrográfica Urbana em
Goiânia/GO. Ciência e Natura, Santa Maria v.39 n.2, 2017, Mai - Ago, p. 320 – 340

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