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Tema:
Trabalho em Grupo
2.1.2.1 Cálculo da propagação da cheia pelo método de Plus num descarregador sem
comportas ………………………………………………………………………………..6
2.1.3.1. Cálculo da propagação da cheia pelo método de Plus num descarregador com
comportas… ..................................................................................................................... 13
3. Conclusão......................................................................................................................... 15
4. Bibliográfia ...................................................................................................................... 16
1. Introdução
1.1.Objectivo geral
1.2.Objectivo específico
2. Memoria descritiva
2.1.1. Generalidade
A albufeira de uma barragem pode produzir uma grande transformação na passagem de uma
cheia, armazenando volumes de água da cheia e fazendo com que o caudal de ponta efluente
seja
normalmente inferior ao caudal de ponta afluente e descarregado com atraso temporal. O
armazenamento faz-se com aumento da cota da superfície da água e consequente aumento da
área inundada a montante da barragem. Esta transformação verifica-se sempre, se o
descarregador de cheias não tiver comportas. No caso de um descarregador com comportas, tal
será também a situação para uma exploração da albufeira feita com regras adequadas.
Normalmente, durante uma cheia e ate se ultrapassar o caudal de pico, o caudal descarregado
é inferior ao caudal afluente. Daqui resulta que o volume não descarregado é armazenado na
albufeira, acima do NPA, correspondendo ao encaixe da cheia. Quando o diagrama da cheia
afluente é o da cheia de projecto, o correspondente volume encaixado, adicionado à capacidade
útil e ao volume morto, permite determinar o nível de máxima cheia (NMC).
O estudo do volume de encaixe da cheia de projecto, para a determinação do NMC, assim como
o cálculo dos hidrogramas dos níveis da albufeira h(t) e dos caudais descarregados 𝑄𝑑 (𝑡) são
feitos analisando a propagação “routing” da cheia na albufeira.
A curva dos volumes armazenados expressa a relação biunívoca entre a cota da superfície livre
da água, o nível de água na albufeira, z, e o correspondente volume armazenado, S. No Capítulo
dedicado ao dimensionamento de albufeiras, explica-se o processo de determinação dessa
curva, assim como da curva de áreas inundadas. Como é óbvio, a função S(z) é monotonamente
crescente.
A obtenção dos zi e, portanto, dos 𝑄𝑒 𝑖 𝑒 𝑆𝑖 é feita em geral por recurso a um processo iterativo,
como, por exemplo, o método das substituições sucessivas, o de Newton-Raphson ou os que
se disponibilizam pré-programados nas folhas de cálculo.
A equação (2) pode ser explicitada em função das variáveis incógnitas no instante i + 1:
2𝑆𝑖+1 + 𝑄𝑎 𝑖+1 ∆𝑡 = 𝑓(𝑧𝑖+1 ) = 2𝑆𝑖 + (𝑄𝑎 𝑖 + 𝑄𝑎 𝑖+1 − 𝑄𝑒 𝑖 )∆𝑡
O primeiro membro é uma função de 𝑧𝑖+1 , e o segundo membro tem um valor conhecido, o
que torna possível a determinação de 𝑧𝑖+1 e, a partir daí, de 𝑆𝑖+1 e de 𝑄𝑎 𝑖+1 . Esta é a formulação
do chamado método de Puls modificado, como foi apresentada em Strelkoff (1980).
Num descarregador sem comportas, é fácil de ver que o máximo caudal efluente e o nível
máximo da albufeira ocorrem quando as curvas dos caudais afluente e efluente se cruzam. Com
efeito, até esse instante o caudal afluente é superior ao caudal efluente e, portanto, a albufeira
vai enchendo e o nível da água vai aumentando. O caudal efluente aumenta com o nível. A
partir do instante em que as duas curvas se cruzam, o caudal efluente passa a ser superior ao
caudal afluente, o que faz com que o volume armazenado diminua, o nível de água baixe e, por
conseguinte, o caudal descarregado comece também a diminuir.
2.1.2.1 Cálculo da propagação da cheia pelo método de Plus num descarregador sem
comportas
A determinação quantitativa do hidrograma das descargas assim como dos níveis da albufeira
e dos volumes armazenados pode ser feita pelo método de Plus. Este método considera
intervalos discretos de tempo Dt e pressupõe que no instante t se conhece o caudal afluente no
instante t + Dt.
Alem disso, o método de Plus despreza a ocorrência, durante o período da cheia, da precipitação
na albufeira assim como da evaporação e outras perdas. O erro introduzido por esta
simplificação é normalmente pequeno já que estas variáveis correspondem a volumes de água
relativamente pequenos uma vez que as cheias duram períodos de tempo curtos.
O método de Plus baseia-se na equação simplificada do balanço hídrico da albufeira
𝑑𝑆
𝐼−𝑂 =
𝑑𝑡
Em que: (3)
I – Caudal afluente (cheia) = 𝑄𝑎
O – Caudal descarregado = 𝑄𝑑
S – Volume armazenado na albufeira
𝑑𝑆
Note-se que 𝑑𝑡 corresponde a um caudal, pelo que a equação é dimensionalmente homogénea.
O método de Plus discretiza a equação diferencial em intervalos de tempo Dt. Nesse intervalo,
I e O serão representados pelas médias dos respectivos valores nos instantes t e t+Dt.
(4)
𝐼𝒕 + 𝐼𝒕+∆𝒕 𝑂𝒕 + 𝑂𝒕+∆𝒕 𝑆𝒕+∆𝒕 − 𝑆𝒕
− =
2 2 ∆𝑡
2𝑆𝒕 2𝑆𝒕+∆𝒕
𝐼𝒕 + 𝐼𝒕+∆𝒕 + − 𝑂𝒕 = + 𝑂𝒕+∆𝒕
∆𝑡 ∆𝑡
As quatro parcelas que figuram no primeiro membro da equação são todas conhecidas no
instante t+Dt: os caudais afluentes 𝐼𝒕 𝒆 𝐼𝒕+𝑫𝒕 ; o volume armazenado 𝑆𝒕 ; e o caudal
descacarregado 𝑂𝒕 . As duas parcelas do 2º membro contêm as incógnitas 𝑆𝒕+𝑫𝒕 e 𝑂𝒕+𝑫𝒕 que
ainda não foram determinadas.
Os passos a dar na aplicação do método de Plus são então os seguintes:
1º Passo
Constrói-se a curva 2S/Dt + O = f(h). Esta curva é fácil construir uma vez que:
S = S(h) é a curva dos volumes acumulados;
O = O(h) é a curva/formula de vazão do descarregador.
Dt é arbitrado; convém que Dt seja relativamente pequeno já que isso melhora a aproximação
numérica. No entanto, Dt muito pequeno tem a desvantagem de tornar os cálculos muito
laboriosos se forem feitos sem ajuda do computador. Como regra pratica, sugere-se que Dt
esteja entre 1/6 e 1/24 do tempo para o pico (𝑡𝒑 ).
2º Passo
Tomando-se para 𝒕 = 𝟎, 𝑰𝟎 = 𝑂𝟎 = 𝟎, 𝑺𝟎 = 𝑺(𝒉𝟎 = 𝑵𝑷𝑨), calcula-se o primeiro membro da
equação 8.4 para t = Dt. Como o primeiro membro = f(h), determina-se 𝒉𝑫𝒕 e a partir daí 𝑶𝑫𝒕
e 𝑺𝑫𝒕 .
3º Passo
O 2º Passo é repetido sequencialmente, substituindo-se os valores de t pelos de t+Dt e
calculando O e S para o novo instante t+Dt. Terminado o cálculo, obtêm-se os hidrogramas
h(t), S(t) 𝐎(𝐭) = 𝑄𝒅 (𝒕), assim como o volume de encaixe de cheia e o nível máximo atingido.
Quando a cheia considerada é a cheia de projecto, o nível máximo atingido é o NMC.
As regras de exploração são definidas a partir de estudos que consideram os hidrogramas das
cheias históricas e simuladas, os limites de descargas para atender à ocupação da bacia a jusante
da barragem e as características da barragem e do descarregador e respetivas comportas. Elas
diferem ainda, caso se disponha ou não de um sistema fiável de previsão da cheia afluente.
II. Na fase descendente da cheia, as comportas vão sendo fechadas, mas torna-se necessário
garantir um rápido abaixamento do nível da albufeira para o NPA, de modo a que a
barragem esteja preparada para uma segunda ponta de cheia que possa eventualmente
ocorrer. A partir daí, o caudal descarregado deve ser igual ao afluente, de maneira a manter
o nível igual ao NPA
A Figura abaixo mostra um exemplo em que uma previsão da cheia com o caudal afluente de
ponta de 14 000 m3/s, feita com uma antecedência de 20 horas, permite reduzir o caudal de
ponta descarregado em cerca de um terço. Como se vê na figura, a partir do momento da
previsão, a exploração da barragem aumenta as descargas, o que permite um caudal de ponta
inferior ao caudal de ponta correspondente à situação sem previsão de cheia. Caso seja possível,
o volume a descarregar em antecipação deve igualar o volume que corresponde ao excesso de
caudal afluente sobre o caudal descarregado.
É claro que esta otimização depende muito da confiança na previsão do hidrograma da cheia
afluente. Caso a previsão não se confirme, pode ocorrer uma perda importante da água
armazenada ou uma perda significativa da energia produtível. Para além disso, a descarga deve
ser feita com aviso prévio às populações a jusante e não deve aumentar muito bruscamente,
para permitir que haja suficiente tempo para salvaguarda de bens e vidas.
Mesmo quando não se dispõe de previsões em tempo real, por vezes procura-se garantir de um
volume de encaixe de cheias superior ao que corresponde à diferença de volumes armazenados
entre o NMC e o NPA.
Assim, se cheias ocorrerem quase todos os anos em determinada época, pode manter-se durante
essa época a albufeira a um nível inferior ao NPA. Corre-se, porem, o risco de não haver
ocorrência de cheia e a albufeira ficar com um volume armazenado inferior ao necessário para
a época de estiagem seguinte. É preciso, portante, comprar os valores esperados dos benefícios,
ou seja, a diminuição dos prejuízos das cheias, e os custos, isto é, as perdas devido a falta de
água na época de estiagem, para o que se pode usar um modelo de simulação.
Para se utilizar o método de Plus num descarregador com comportas, as regras de operação têm
de estar já definidas. Conhecendo as características do descarregador e as regras de operação,
a função O(h) fica perfeitamente estabelecida, embora possa apresentar descontinuidades
devido à abertura por escalões como ilustra a figura.
Consta-se facilmente que quanto maior for a capacidade de vazão dum descarregador maior
sera o volume descarregado durante a cheia e, portanto, maior o volume de encaixe e baixo o
NMC; ou seja, um descarregador de maior capacidade permite uma barragem de menor altura.
O objectivo a atingir sera então o de minimizar o custo total, isto é, o custo do corpo da
barragem mais o custo do descarregador. Se, por exemplo, se estiver a considerar um
descarregador sem comportas, o seu custo e a capacidade de vazão crescem com a largura do
descarregador. Pode-se calcular o NMC e daí a altura da barragem e o respectivo custo para 3
ou 4 larguras distintas. A solução de custo mínimo é facilmente identificada na figura abaixo.
Um descarregador com comportas tem evidentemente uma capacidade de vazão muito superior
à de um descarregador sem comportas para além de permitir uma operação bastante mais
flexível. Exige, no entanto, um maior investimento inicial e custos mais elevados de operação
e manutenção; estes custos devem ser transformados em valores actuais para efeitos de cálculos
de custos para a determinação da solução mais económica.
3. Conclusão
4. Bibliográfia
[1] HIPÓLITO, João Reis and VAZ, Álvaro Carmo. Hidrologia e Recursos Hidrícos.
Novembro 2011
5. RESOLUÇÃO DE EXERCICIOS